Pouco ou nada se fala das vitimas militares israelitas ; fala-se dos kiboutz e das cidades atacados, fala-se das vitimas da "rave party" onde uma parte dos participantes fizeram uma trip trágica e inesperada... mas pouco ou nada se fala dos ataques às bases militares, do numero de mortos, feridos e prisioneiros militares entre os quais se destaca um general israelita para além de vários oficiais capturados pelos terroristas.
Sobre a origem dos apoios do Hamas , pensamos logo no Irão quando deveriamos também comentar o papel dos actores turcos e ucranianos (via Odessa e os traficantes desses dois países). Quanto à origem fisica e geográfica das armas, temos o Afeganistão e a Ucrania que vendem alegremente as armas fornecidas pelos EUA e pelo Ocidente em geral.
Sobre os principais apoios financeiros e logisticos do Hamas, mais uma vez o Irão vem depois do Qatar e dos nossos aliados turcos embora aquele seja considerado, e com razão, o adversário mais poderoso e mais capaz de infligir danos. Quem está a par das armas-maravilha "inventadas" pelo Irão sabe que um conflito aberto com os Aiatolas pode doer bastante e precipitar os acontecimentos.
Estamos todos à espera da inevitavel invasão terrestre, muitos estranham a demora de uma iniciativa que poderá muito bem ocorrer de uma forma bem diferente do esperado. Temos que levar em conta os reféns e as negociações que estão a ser feitas nos bastidores ; enquanto durarem as negociações, convém a Israel ter um argumento tão forte como a ameaça de invasão.
A invasão é pois, não só uma ameaça como um argumento nas negociações que decorrem neste momento e que já levaram à libertação de dois prisioneiros do Hamas ; quais as contrapartidas oferecidas ao Hamas ?
Para avançar no terreno urbano com a preocupação de salvaguardar as vidas dos soldados, os israelitas durante a sua progressão. têm que deitar abaixo todos os edificios que encontram pela frente, única maneira de se protegerem dos atiradores furtivos arabes. Para deitar abaixo os prédios interessa que os civis se ponham a andar antes de ... o que ainda não aconteceu e duvido que os palestinianos facilitem a vida a Israel, evacuando a cidade em massa.
Avançar no meio de ruinas e de cadáveres pode muito bem exaltar a rua árabe a tal ponto que os seus lideres decidam fazer alguma coisa contra Israel, de forma velada ou ostensiva. O Irão, mesmo debilitado pelas sansões, continua a ser o principal factor X a levar em conta em todos os cenários possíveis , e quando digo o Irão, incluo todos os grupos que eles animam e financiam como os yémenitas ou o Hezbolah. Os inimigos de Israel já provaram que têm capacidade para o ferir por todos os lados obrigando-o a dispersar forças para cobrir toda a fronteira .
Se Israel mais uma vez vencer , os prémios serão enormes : não só o mapa israelita ficará mais direitinho como passam a controlar as jazidas de gás e de petróleo que se encontram ao largo de Gaza, facto ignorado na altura em que o senhor Sharon concedeu a autonomia a Gaza. Nessa mesma altura, o Hamas fazia de certo modo o jogo de Israel pois, tal como este, o Hamas recusa a ideia de dois Estados.
Portugal já está a ser prejudicado.
O patrão da Web Summit teve que pedir a demissão depois de Israel e de várias empresas sob sua influência, terem anunciado que não vêm a Lisboa. A Google, Amazon, Facebook, ... empresas "Justas entre as Nações" decidiram boicotar a Web Summit em Portugal ... e porquê ? o homem teve a rara coragem de dizer a Israel o que pensava... e o que ele pensa e disse é justo e sensato.
Em 2020, aquele cantinho democrático no Meio-Oriente, aliàs, a única democracia da região (sic) que dá pelo nome de Israel, atacou violentamente o cartoonista português Vasco Gargalo´por causa de um desenho, por sinal muito bem conseguido, acusando-o de ter feito um trabalho "atascado de ódio", "despuduradamente anti-semita" e com "fedor pestilento". O embaixador israelita foi mais longe ao exigir que a revista sábado despedisse o Vasco. Enfim...a democracia israelita tem particularidades nada democráticas.
Ainda sobre a invasão de Gaza : na minha opinião e de um ponto de vista operacional, acho que Israel está a proceder corretamente ao retardar a entrada en Gaza. A saturação dos terroristas que vivem em constante sobressalto, enterrados nos tuneis, esperando e continuando a esperar com os nervos em sobressalto ; forçosamente o psico segue e soma com a ansiedade e a angústia da ameaça constante, os movimentos condicionados, a escassez de víveres e de medicamentos...tudo isto fará diferença pois os israelitas, que têm por eles o entusiasmo e o desejo de vingança, vão encontrar pela frente pessoal cansado fisica e psicologicamente.