Quando mencionei a vigilância em alta resolução é no sentido de ser possível identificar os locais de lançamento com rapidez e precisão. Atacar esses locais é perfeitamente legítimo, independente do que estiver por baixo, são as leis de guerra. Bombardear um bairro inteiro 5 dias depois de terem sido lancados de lá rockets, já nao é bem a mesma coisa. Repara que estamos a falar de qassams e material de baixa qualidade, nao são archer ou mrls que esses sim, em poucos mins entram, disparam e saem do local.
Errado. Um Archer, Caesar, MLRS, etc, são facilmente identificáveis, e têm dimensões que não lhes permitem ser usados em qualquer lado. Em contraste, os sistemas de foguetes dos terroristas, conseguem ser montados num terraço, num varanda. num pequeno lote, etc. Isto faz com que a sua identificação, seja muito mais difícil e que esconder estes lançadores seja muito mais fácil.
A realidade é que por alto foram lançados entre 2500 a 5000 foguetes no primeiro dia, mesmo usando os número conservador de 2500, estamos a falar de rockets lançados de vários pontos. Matematicamente falando, se houvessem 10 pontos de lançamento, isto dá 250 rockets lançados de cada um, o que é um trabalho logístico enorme. O mais provável é não terem sido apenas 10 pontos de lançamento, mas algo entre os 50 e os 100. Agora explica-me como é que identificas tantos locais de lançamento, e consegues atacá-los todos, antes destes saírem de posição?
O QRA em Portugal é de 15 minutos, assume-se que o equivalente em Israel ronde o mesmo, dificilmente será menos que 10 minutos, o que é mais que tempo suficiente para o Hamas e a Jihad dispararem e saírem do local.
Quanto ao "bombardear um bairro inteiro depois de terem sido lançados de lá rockets", mas sabemos que é essa a razão do bombardeamento sequer? Sabemos que não foi um dos tais informadores que mencionaste antes, que avisou que o edifício X era usado para armazenar rockets? Para quê estar a fazer suposições, quando não temos acesso à informação que levou ao ataque de determinado edifício/área?
Quando chegamos ao ponto de comparar as rules of engagement de uma das melhores forças armadas do mundo, acho que isso é consensual, com uma organização terrorista que opera graças ao terror e ao odio, com o patrocínio de outros países, e que nunca teve como objectivo a paz e o bem estar, estamos a dizer que sao todos a mesma merd@. Eu nao apoio essa comparação, mas partilho da mesma conclusão. Matar crianças nao pode ser razoavel em conflito nenhum em regiao nenhuma do mundo.
Ninguém falou em razoável. É sim uma consequência de um conflito armado. Comparar a forma premeditada com que o Hamas matou crianças, e a forma como Israel o fez de forma acidental/através de danos colaterais, não faz o mínimo de sentido. Não é suposto gostar-se do que acontece, mas é suposto ter um pouco de frieza para conseguir avaliar as situações.
Neste momento, começa-se a usar a morte de crianças como arma de arremesso, e um dia vai chegar ao ponto, em que um país/grupo terrorista em vez de gastar milhões a desenvolver meios militares, como blindados, e pura e simplesmente cola crianças num carro, e fazem o que quiser daí em diante. Coloco-te numa situação: tens um terrorista, que entra numa área cheia de civis (exemplo aeroporto), armado, e com bebés agarrados ao tronco com uns marsúpios, com o intuito de matar toda a gente que conseguir. O que fazes? O que é "correcto" fazer aqui? Bom, quando há uma ameaça terrorista tida como plausível, numa aeronave comercial, a regra é que seja abatida se não for possível recuperar o controlo da aeronave, para minimizar as baixas.
Entretanto, é bom notar que os palestinos, usam as suas próprias crianças como "arma". Desde os que pedem aos filhos para atirar pedras contra os israelitas, a um vídeo que vi há dias, de um homem a levar um miúdo (provavelmente filho) para a frente de soldados israelitas, e a dizer-lhes para disparar contra a criança.
E há mais, ainda há pouco, numa live de Gaza no youtube (uma com várias câmaras), uma das câmaras muda-se para o que suponho que seja a Cisjordânia, onde era possível ver veículos israelitas a umas dezenas de metros, e "civis" palestinos a atirarem pedras... e a esconderem-se atrás de uma ambulância.
Termino só com a parte do estar "entre a espada e a parede". Quem controla o território é israel, inclusive a parte da Cisjordânia que juridicamente ainda nao lhe pertence. A faixa de Gaza é a zona onde nao entram mas que esta cercada com uma fronteira controlada igualmente por Israel. Quem é que esta entre a espada e a parede?
E a faixa de Gaza está fechada porquê? És capaz de explicar? Será porque, durante anos até havia habitantes de Gaza a trabalhar Israel, e Israel até metia para lá dinheiro, e mesmo assim, depois disso, voltou o extremismo anti-Israel daquele território? Então e porque é que as regras são completamente diferentes entre Gaza e a Cisjordânia? Será porque os níveis de hostilidade apresentados por ambos, são completamente diferentes?
Também há palestinos a viver em Israel, e esses não arranjam problemas.
E Gaza não faz só fronteira com Israel, faz também com o Egipto. Mas o Egipto também a mantém fechada, porque será? E porque é que os refugiados de Gaza, vêm para o Ocidente, e não para países árabes (que dizem que os apoiam)? Pois, também não os querem lá. Israel chegou a ceder o território ao Egipto, e este não quis!
Gaza é uma ameaça para toda a gente na região, e achar que fazia sentido Israel manter as fronteiras abertas, é viver mesmo num universo paralelo, sem ter noção dos riscos.
Enquanto for aceitável a ocupação e a violência do apartheid, não havera a mínima restea de esperança para a paz.
Enquanto não houver ninguém, nomeadamente a ONU, com tomates para tomar as rédeas e controlar os territórios palestinos, pelo menos do ponto de vista da segurança, para evitar que os maluquinhos que lá vivem ataquem o vizinho, dificilmente há solução. Mais uma vez, ter um estado partilhado, é um problema, ter uma solução a dois estados, é um problema, se Israel mantém controlo policial de um dos territórios é um problema, e quando Israel abdica deste controlo, também é um problema. Se os palestinos não atacarem, os ultranacionalistas de Israel também perdem força, e se não houver necessidade de ter forças israelitas a controlar partes do território, perde-se também uma razão para o extremismo palestino.
Eu nao acho aceitável que não possas viver numa casa onde nasceste, e que mesmo que esta seja a casa da tua familia há gerações, esta seja derrubada para, no seu lugar, construir um colonato para outra familia, que nasceu e viveu toda a vida em Moscovo, e que agora emigrou para a palestina.
Também nao me parece razoável que o teu filho vá para a escola e nao regresse, porque é parado 1 hora no checkpoint, e se armar barulho é preso e espancado, e recebes a informação de que está vivo uma semana depois.
Bom, o mesmo foi feito com o Reino de Israel. Daí que a questão de "a quem pertence a terra" ser bastante complicada. Antes de haver "Palestina", que é apenas um nome dado pelos Romanos, existiu Judeia, Reino de Israel, etc. Palestina - o país - nunca existiu. Com base nos vários mapas que se encontram na Internet, qual é que representaria aquelas que deveriam ser as fronteiras reais de Israel, Palestina, etc?
Qual dos mapas (e há muitos mais) usamos como base para definir os estados? De notar que o plano de repartição de 1947, não beneficia ninguém. É um caso similar ao que se sucede na Arménia/Azerbaijão, onde foram feitas fronteiras sem qualquer nexo, com um dos países partido ao meio, e o outro com habitantes a residir dentro das fronteiras do outro país. Fronteiras coesas fazem muito mais sentido, nem que isso obrigue ao deslocar de parte da população/tribos, para fins de paz.
Um plano que podia ter sido benéfico, era não haver repartição, e ser criado um país misto, para palestinos e israelitas, com uma governação igualmente mista. Mas claro que estas coisas, quando há etnias e religiões à mistura, é sempre uma complicação para que haja coexistência.