Então cá vai...
Há uns anos, não muitos, conheci um português num país estrangeiro, onde tinha alguns negócios.
As coisas não lhe correram bem e acabou por meter-se em trabalhos que o levaram a ter problemas com a justiça nesse mesmo país.
Como não se tratava de uma situação simples, porque achava que teria alguma razão e porque, principalmente, sofria maus tratos e perseguição, algo que independentemente dos crimes que eventualmente tivesse praticado não deveria acontecer, recorreu numa primeira fase à diplomacia portuguesa que agiu em conformidade com as suas limitações e auxiliou naquilo que podia.
Entretanto, uma determinada personalidade desse país a viver no exílio na Europa apareceu no assunto oferecendo a sua "influência" para o ajudar a lutar pelos seus direitos e, desde logo, pelo seu bem estar e tratamento correcto.
E assim foi, nos dias seguintes a notícia estava espalhada em diversos OCS estrangeiros, um pouco por todo o mundo, tendo em Portugal sido distribuída pela Lusa, fazendo então manchetes também pelo nosso país, centrando-se principalmente no tema dos direitos humanos e atacando diretamente o governo do tal país.
Mas, logo em seguida, o tal "defensor da verdade", que vive em hotéis de luxo por essa Europa fora pavoneando-se e fazendo valer a máxima de que é um lutador contra regimes ditatoriais e zelador dos direitos humanos, começou a pressionar o dito senhor e a família para que lhe pagassem uma determinada quantia, bastante elevada, sob pena de abandonar o tema.
Não existiu esse pagamento e, coincidentemente, o assunto desapareceu das notícias, inclusivamente por cá.
No final, se o homem já estava entalado, pior ficou, porque ao ser associado à oposição exilada passou obviamente a ter um tratamento ainda mais "personalizado"... com a agravante que ficou novamenre sozinho.
Bastantes meses depois e sempre com a família a tentar em desespero ajudar de alguma forma, e depois de muitos contactos, um jornalista de investigação credenciado do nosso país pegou no caso e montou uma peça sobre o mesmo.
Toda a gente à espera de que finalmente o assunto tivesse o devido acompanhamento jornalístico que pudesse de alguma forma ajudar a melhorar as condições em que se encontrava, e eis quando aparece uma peça carregada de imprecisões, omissões, mentiras... e que na realidade não passava de um aproveitamento político tendencioso para atacar determinadas personalidades nacionais.
No fim, o pobre Tuga lá está, tendo servido apenas como arma de arremesso de alguns interesses porque, na realidade, ninguém com excepção da família e amigos, se importa com ele.
Toda esta história, e perdoem-me a derivação ao tema do tópico, serve apenas para ilustrar que os OCS tendem a ser tendenciosos e movem-se principalmente em torno de interesses que os financiam.
Como tal, devemos ter algum cuidado quando obtemos informação apenas destes porque indirectamente poderão estar a condicionar o nosso raciocínio.
Prefiro ouvir e confio mais num relato emocionado de um soldado que esteja na linha da frente, mesmo que muitas vezes seja influenciado por esse estado de espírito e com isso impreciso, do que informação filtrada e manipulada de OCS que são tudo menos isentos. Sejam eles russos, ucranianos, palestinianos, israelitas...
Um aparte (longo) como testemunho próximo da forma como é fácil influenciar o noticiar de um assunto, não querendo com isto defender ou atacar um lado em particular.
Voltemos ao conflito que é o assunto do tópico.
P.S.- Porque me esqueci, interessante foi mesmo ver os comentários das pessoas às notícias, inocentemente defendendo as suas supostas causas, com base em informação falsa, incompleta, imprecisa e sobretudo, manipulada. 😉