Apurar apenas essas duas opções é encurtar e facilitar a escolha. Este é um conflito complexo, e como todos os conflitos, não começou do nada, embora pareça ser o mais fácil de aceitar por muitos.
Todos os conflitos são complexos, isso não é novidade nenhuma, o problema é quando se faz uma
escolha selectiva da História e quando dedidimos ir à procura de razões mais ou menos arcânicas e misticas para os conflitos, e esquecemos de olhar para o elefante no meio da sala.
Só num simples registo, o da corrupção...
O conflito na Ucrânia tem muitas razões, mas há os que se recusam a olhar para a História da Russia, para o poder dos boiardos, o poder dos funcionários do partido, e o poder dos oligarcas, recusando aceitar que esse poder não tem futuro se na Russia, como na Ucrânia houver eleições.
Sim, porque é aí que está o problema. A Ucrânia é corrupta, é com certeza, mas é infinitamente menos corrupta que a Russia. E o poder de mudar o governo assusta os oligarcas, porque eles sabem que até de um conflito entre os candidatos que eles próprios apoiam, podem advir problemas.
A Transnistria é um caso. A Russia está lá por razões históricas ? Para defender as pessoas que falam russo ?
Não. A Russia
está lá para defender o poder de dois oligarcas que controlam tudo desde os supermercados até às estações de rádio e televisão.
Chame-lhes Oligarcas, Secretarios do Partido Comunista ou Boiardos... Vai dar no mesmo.
Se fosse deste lado da Europa, poderiamos ter os espanhóis à porta de Lisboa, a explicar que até o Camões dizia (como disse) que Portugal estava na Espanha, e que só por isso deviamos estar integrados na Pátria Hispana.
Portugal não passa de uma invenção dos ingleses para tentar roubar a Coroa de Castela.
Os portugueses na sua maioria querem ser espanhóis, várias sondagens há anos atrás mostravam isso.
Resistir é um disparate, quando afinal, do outro lado teriamos salários superiores …A Crimeia foi anexada em 2014, apesar da raíz histórica e da população se considerar maioritariamente russa, não deixou de ser uma violação gravissima do direito internacional!
Aqui deixo uma pequena nota. A Europa olhou para o lado, por falta de saber o que fazer e por conveniência. Olhou para o lado, como olhou quando os alemães remilitarizaram a Renania em 1936. A Europa protestou, mas não fez nada...
Mas na Crimeia há uma
mentira constante, para a qual precisamos alertar.
A Crimeia não foi anexada, foi invadida, a anexação não tem qualquer valor legal e é
ABSOLUTAMENTE FALSO que existisse uma maioria russa e uma raiz histórica russa.
É uma
mentira da Russia Today.
Achar que todos os ucranianos que falam russo, são russos é uma forma de manipular.
Os ucranianos que falam russo, são os maiores martires da invasão e são aqueles que pegaram em armas para defender a Ucrânia, logo a seguir a 24 de Fevereiro.
Além disso na Crimeia, históricamente os seu habitantes mais predominantes são os Tártaros muçulmanos, nem sequer são os russos ou os ucranianos.
Esta é uma mentira recorrente, que a propaganda russa continua a produzir, e que infelizmenbte, por razões de conveniencia em Portugal muita gente refere, uns porque não ligam à História, outros porque lhes é conveniente propagar a mentira.
Posso ainda falar do que a UE não fez para frenar a extensão da NATO, enquanto simultaneamente considerava a Ucrânia ainda muito longe de poder entrar para própria união europeia, com a corrupção à cabeça dos entraves. Ou do que não fez durante os 8 anos de conflito no Donbass.
Não havia absolutamente nenhuma razão para a UE impedir países como o Polónia e os estados Bálticos de aderir à NATO. Ninguém força ninguém a entrar na NATO, da mesma forma que um país que procura fazer parte da aliança - que é defensiva – não pode ser impedido de dela fazer parte, desde que aceite as regras.
O problema, foi que a Alemanha (Schroeder e Merkel), a França (Nicholas Sarkozy) e o Reino Unido (Gordon Brown e David Cameron) quiseram manter
zonas cinzentas, em que as fronteiras da NATO estivessem separadas das fronteiras da Russia.
Os americanos, ainda durante a administração Bush, pressionaram a Europa para que se acabasse com as zonas cinzentas. Parte dessas zonas tinham sido removidas, com a adesão dos Bálticos, da Polónia e da Roménia à NATO, mas faltava a Georgia e a Ucrânia. Depois veio Obama, e Obama não entendia a Russia, aliás, hoje estou convencido de que não entendia nada de nada, e só sabia dizer “Yes we can”.
O Putin berra a todos os pulmões que a NATO prometeu não se expandir ao então Secretário Geral do PCUS Mikhail Gorbatchev.
Mas é o
próprio Gorbatchev, que em livro, desmente claramente o Putin, afirmando que
nunca ninguém prometeu aos russos que a NATO não se expandiria.Mas, porque a NATO não se expandiu para a Georgia e para a Ucrânia ?Porque os Europeus bloquearem essa expansão da NATO ?
Foi o maior erro estratégico, mas hoje sabemos que foi resultado da ação do dinheiro de Putin. Quando os russos invadiram a Georgia, o senhor Gerard Schroeder já estava a trabalhar na GAZPROM.
A História pode ser contada de muitas maneiras, mas a realidade é a que é. Uma potência agressora invade outra na Europa, e tenta criar fronteiras à força.
A maior parte dos países europeus, como Portugal, tem fronteiras com países muito maiores.
Se este tipo de comportamente persistir, o que poderá acontecer ?
É por isso que não há outra opção, e não houve nunca outra opção.
Esta é a guerra de Putin e a guerra da Russia Imperial Fascista.
As democracias não podiam fazer outra coisa ...
Não podiam fazer outra coisa contra a Putin, como não podiam fazer outra coisa contra Hitler.
E a mesma linha de argumentos que defende que as democracias é que são responsáveis pela guerra na Ucrânia, foi utilizada para explicar que as democracias é que provocaram a II guerra mundial