Ainda que haja quem, pelas razões conhecidas tente sempre matar o mensageiro, e avacalhar qualquer discussão com as costumeiras larachas, que apenas mostram a natureza de quem as produz, achei por bem explicar o que quis dizer o que chamei de combates de exploração.
A referência a combates de exploração, ou recontros em que dois lados em conflito infligem baixas um ao outro (mas sem consequencias imediatas para a situação no terreno) não é nada de estranho ou extraordinário e considerando a situação conhecida, tais combates tomaram lugar na região a leste da cidade de Khgerson na semana passada.
Neste forum ouve quem dissesse que o ataque final contra a cidade tinha começado e depois. a mesma fonte afirmou que o ataque tinha sido derrotado pelas vitoriosas forças russas ...
Ora nada indica que isso tenha realmente acontecido
Há semanas atrás, as forças ucranianas ocuparam inesperada e muito rapidamente uma grande área a norte do tio Dniepr. Há várias imagens da debandada desordenada dos russos, inclusive o video aqui colocado de uma coluna de artilharia que tenta desesperadamente passar por um carro de combate ucraniano durante a fuga.
Quando isto acontece, as unidades inimigas ficam dispersas e a desorganização no campo de batalha é indiscritivel.
Ao mesmo tempo, para quem ataca levanta-se o problema da "neblina da guerra" em que se deixa de entender quem está onde.
Quando há a intenção de explorar a vantagem tática, resultado da debandada do inimigo, há no entanto que ter cuidados adicionais, nomeadamente quando se sabe que, na região ainda não ocupada há efectivos inimigos importantes e que não retiraram.
Neste caso, uma das táticas utilizadas é o que de uma forma mais técnica se poderia chamar de reconhecimento-em-força.
Mas mesmo esta expressão é controversa, já que vários países consideram diferentes parametros para este tipo de operação.
Este tipo de operação, destina-se segundo uns a detetar a presença de pontos fracos no dispositivo inimigo, que podem posteriormente ser aproveitados.
Mas há outro tipo de reconhecimento-em-força ou reconhecimento de combate, que é mais comum nos exércitos dos países de leste, nomeadamente no russo (e ucraniano) .
é um tipo de ação que, não só se destina a detetar a presença das forças inimigas e a identificar o seu sistema defensivo, mas também, se possível, a conseguir superioridade no terreno ou área explorada.
Ao contrário dos simples reconhecimentos normais nos exércitos ocidentais, os russos (e aqui considero que os ucranianos são um tipo de russos, tal como os moscovitas) consideram a necessidade de ter até reforços para enviar, quando as forças de exploração (reconhecimento) entram em combate. Ou seja, trata-se de reconhecimento que inclui até carros de combate (vulgo tanques).
Pelos dados conhecidos na sequencia do que aconteceu na semana passada 16Out2022 a 22Out2022, a conclusão mais lógica é que ocorreram operações de reconhecimento e exploração das forças russas por parte dos ucranianos dentro destes parâmetros.
Nestes casos, mesmo os efetivos de reforço para o destacamento inicial do reconhecimento, podem ser insuficientes para controlar a área.
Isto, leva naturalmente à retirada.
Mas, este tipo de combate não é um ataque geral, nem altera (como não alterou) a disposição geral das forças no terreno.