Uma nação de cerca de 150 milhões de habitantes não precisa de mobilizar homens de meia-idade para reunir um exército de 2 ou 3 milhões de soldados . Basta calcular a capacidade de mobilização de um país em relação ao numero dos seus habitantes.
Uma mobilização geral na Rússia significa mais de 10 milhões de militares (homens aptos dos 20 aos 40 anos) , assim por alto.
Portanto a Ucrania terá capacidade para reunir facilmente um exército de até 800.000 homens e uma mobilização geral na Ucrânia levaria a um exército de quase 3 milhões de homens ...
Às vezes esquecemo-nos da dimensão demográfica da Ucrânia. E esquecemos que 3 milhões de pessoas irritados por lhe terem queimado a casa, e invadido o seu país, vão sempre lutar mais e melhor ...
Os países que, tão descaradamente, invadem outros países devem ser "punidos", aliás já deveríamos ter pensado nisso há mais tempo, mas como restabelecer o direito internacional se não temos força para isso ?
Se um criminoso invadir a nossa casa, e nos roubar porque é mais forte e está armado, isso não dá razão ao criminoso. Deste ponto de vista, quando o assaltante é mais forte, a culpa é nossa (onde é que eu já ouvi isto).

A razão e o direito existem sempre, mesmo se forem postos em causa e não forem respeitados.
As sanções contra a Rússia castigam mais duramente os europeus do que os russos ; os americanos não se importam nada pois para eles tem sido tudo lucro.
Esta afirmação não faz o mais pequeno sentido. As sanções como toda a gente no governo da Russia sabia, serão devastadoras sempre a medio e longo prazo. Os europeus sabiam que a Russia sabia disto e foram vivendo nesta ilusão.
Os russos, nunca acreditaram que a fraca e assustada Europa implementasse as sanções.
As sanções são devastadoras,
o que se pode dizer, não é que as sanções afetam mais os europeus, o que é um total absurdo,
mas que os Russos, porque vivem debaixo da pata de uma ditadura, são obrigados a resistir melhor (ou mais) que os europeus. Um europeu pode protestar contra as sanções com o voto, um russo, cala e come.
E sim, todas as ditaduras têm esta vantagem. Podem reprimir a opinião pública e matar a oposição, mas isso não quer dizer que o povo não sofra brutalmente mais.
Portanto: É absolutamente absurdo afirmar que sanções que cortam o abastecimento de combustíveis, acabam com a industria automóvel, destroem o turismo, arruinam o sistema financeiro são menos graves, que sanções que aumentam o preço dos combustiveis.
Agora, os russos estão mais habituados a sofrer, que os europeus... (e mesmo que não estejam, não têm escolha)
O problema, é que os ucranianos estão ainda mais habituados a sofrer que os russos.
Estão mil vezes mais motivados que os russos, e atrás deles, têm não só a industria europeia, como a britânica e claro a americana.
E essas industrias, ainda que a preços mais caros, vão continuar a produzir.
Nós europeus temos que reconhecer que perdemos e vamos continuar a perder se persistimos num conflito e numa escalada de sanções que nos destroem. Fazemos o quê ? indignados com a injustiça e os crimes vamo-nos suicidar contra a Rússia ?
Mais do mesmo.
Eu estou certo que o Putin e o camarada Jerónimo gostariam disso. Aliás este tipo de ladainha já vem do tempo da guerra fria. Nós não tinhamos como resistir à União Soviética, era uma questão de tempo até a gloria do socialismo triunfar sobre a sociedade podre do capitalismo americano.
Estou certo que render-se é a solução, completamente...

mas é que, completamente ... É que é já ...
- Render-se perante um exército que no terreno, foge, abandona material sem o destruir, e que perde terreno para um país três vezes mais pequenos.
- Render-se à chantagem do governo titere de um país amordaçado e aterrorizado pela violencia de uma oligarquia atroz e cruel.
- Render-se perante um país que nos chantageia e nos ameaça a toda a hora.
- Render-se perante um império que para existir tem que continuar a expandir-se (como todos os impérios) e que ou é travado agora, ou continuará a agredir.
Sim,
Devemos render-nos ao bully da escola, devemos render-nos ao assaltante que nos rouba a casa, devemos entregar a carteira ao carteirista... Essa é sem dúvida a opção.
Devemos ser uns carneiros domesticados que baixam a cabeça.
Eu por mim, nasci num país que contra uma enorme superioridade numérica, ainda assim insistiu em lutar, e depois de 28 anos de guerra acabou por ganhar. Hoje é até difícil de entender o que são 28 anos de guerra, e não foi a guerra dos 100 anos, entre países divididos pelo mar.
E todos os países da atual UE de uma forma ou de outra sofreram na carne a guerra, a fome e a miséria, por muito que muitos tenham esquecido isso.
As guerras não são jogos de computador, em que quando atingimos uma determinada situação sabemos que não é possível recuperar.
Mas claro, o inimigo vai sempre aconselhar a que baixemos os braços, baixemos a cabeça, nos ajoelhemos e peçamos desculpa por querermos ser livres.