Um navio deste pode durar 30 ou 40 anos. O DC tem razão, agora ele vai ser um hidrográfico mas com a evolução dos drones não sabemos o que poderá ser amanhã. E pode-se sempre introduzir alguns SdA contentorizados no futuro. Ou então, se o pessoal for inteligente o navio pode vir preparado para cargas de 10T num ponto específico que por acaso e só por acaso pode vir a suportar um CIWS.
Às vezes custa-me ver que não se consegue dizer "bem feito" ou "bem pensado". Há um foco no negativo que me chateia um pouco.
Mas aí já os aspectos técnicos do navio falham. Navio grande, não será propriamente discreto nem stealth, que ainda por cima é lento e dificilmente será construído a pensar na resiliência a danos. O navio poderá desenrascar, mas não será o futuro das Marinhas de Guerra. Também se pode armar os NPOs até aos dentes, mas continuariam a ser navios muito limitados.
E é aqui que está o problema, o risco de olhar para o PNM, colocar umas armas em cima e uns drones civis, e virem dizer que é um navio de guerra puro e duro. Pior, é quando vão surgindo ideias de que o porta-drones é o futuro das marinhas, e ainda corremos o risco de deixar de ter as fragatas.
O futuro dos drones é risonho, para quem os compra. Alguém viu intenção de se comprarem drones armados? Eu não. O que se tem visto é o uso de drones civis, como o que está a bordo da Corte Real, do qual se fala como se fosse o pico da tecnologia, mas que além de vigilância e recolha de informação, pouco valor militar acrescenta ao navio (que faz parte de uma força naval militar!), não contribuindo para a luta ASW (ao contrário de um VSR700), não contribuindo na defesa do navio contra lanchas rápidas (como o Camcopter + LMM), não servindo para guiar mísseis Harpoon para lá do horizonte (função dos Lynx, que a CR não leva), não servindo para guerra electrónica (uma inovação), não servindo para alertar o navio da aproximação de mísseis sea skimmers (outra inovação), não serve para atacar alvos em terra (como Harop lançados de contentores).
No fim, a conclusão a que se chega é, mesmo que o navio possa ser armado mais tarde, nunca será o suficiente. O próprio navio tem limitações graves para ser um navio de guerra. Também se chega à conclusão que mesmo a contar com a evolução dos drones, as dimensões do navio limitarão muito o tipo de drones a operar, logo é esquecer Bayraktars navais ou equivalentes.
Portanto, mais do que tentar convencer o mundo e arredores que o navio é o futuro da guerra, que se fique pelo hidrográfico com um convés de voo para drones de vigilância, e que se invista nos combatentes de superfície. Que se invista em drones VTOL já testados para operar dos NPOs e fragatas, e que se invista em UAV/UCAV a sério para operar de terra. Depois aí sim, se virmos que o rumo são porta-drones, pensar em comprar um LHD com rampa, capaz de operar UCAVs navais, ficando o PNM com a função de formar o pessoal para a "ala aérea" do dito LHD e para a criar as doutrinas de operar um navio daquele género.