União Europeia

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miguelbud

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Re: União Europeia
« Responder #330 em: Março 18, 2025, 11:30:50 pm »
Os riscos do Rearm Europe de acordo com quem sabe (por razoes de confidencialidade, nao posso divulgar a Instituiçao):

1 - Incertezas sobre o financiamento:

- A emissao conjunta de dívida (€150M) será benéfica para países cujo financiamento seja a taxas mais baixas, MAS os que se conseguem financiar sozinhos com as mesmas taxas nao tiram nenhum partido desta acçao.
- Os outros €650M feitos através da exclusao das contas publicas por 4 anos, nao beneficiam países super endividados, nomeadamente Italia e França, uma vez que o endividamento rapidamente de traduzirá em taxas de financiamento mais altas.
- Destinar parte dos fundos de coesao para a defesa sem especificar os mecnismos pode trazer tumultos sociais.

2 - Utilizar a Defesa como um acelarador da economia europeia é um tiro que pode sair pela cultra
- A transformaçao da industria civil em militar é um processo longo que requer muito investimento publico. Tendo em conta que 2 dos países mais endividados sao também os principais produtores de armas isso levara a uma aumento automatico dos juros.
- Uma grande aumento na produçao pode (na minha opiniao vai de certeza) causar um efeito inflacionário, em especial nas matérias primas, o que afetará as industrias nao-militares.

3 -  O Tempo que demorará
- Há sérias dúvidas se a Europa conseguirá construir armas em economia de escala rapidamente.
- A fragmentaçao da Industria Europeia na Defesa, onde os maiores países produtores produzem os seu proprios equipamentos (todos diferentes uns dos outros).
- Subcapacidade no setor dos metais. Depois de vinte anos a ignorar stocks estratégicos, a UE tornou-se dependente de metais fornecidos fora da Uniao.


 
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Re: União Europeia
« Responder #331 em: Março 19, 2025, 02:41:28 pm »
Turquia excluída dos 150 bilhões da ReArm Europe, posições greco-francesas aprovadas

Em um importante acontecimento para a política de defesa europeia, a União Europeia decidiu excluir os Estados Unidos, o Reino Unido e a Turquia de seu fundo de rearmamento de € 150 bilhões, de acordo com uma reportagem do Financial Times . Esta decisão marca uma mudança clara em direção ao fortalecimento da autonomia de defesa europeia e é uma vitória para a abordagem "Compre Europeu", que a França apoia fortemente.

Esta iniciativa faz parte de um esforço mais amplo da UE para fortalecer suas capacidades de defesa, principalmente após a crescente incerteza sobre o comprometimento dos EUA com a segurança europeia e as tensões geopolíticas causadas pela Rússia. O fundo de 150 mil milhões de euros destina-se a financiar a compra de armas e equipamento militar, com o objetivo de fortalecer a indústria de defesa europeia e reduzir a dependência de países terceiros.

No entanto, a decisão de excluir os EUA, o Reino Unido e a Turquia do processo provocará fortes reações e destacará as diferenças de prioridades entre os estados-membros da UE e seus aliados tradicionais. Vale ressaltar que Israel não foi excluído, portanto é provável que o caminho seja aberto para armas israelenses por meio do Fundo ReArm.

Segundo os termos do fundo, pelo menos 65% do valor das armas deve ser "nacional" - ou seja, produzidas na UE, bem como na Noruega e na Ucrânia , garantindo que os benefícios permaneçam em grande parte dentro do ecossistema europeu. Alternativamente, os países específicos que forem excluídos terão que celebrar acordos de defesa com a UE para serem elegíveis para financiamento. Sistemas em que um terceiro país impõe “controle de uso e fabricação” também são excluídos.

Aqui devemos dizer que a IAI, a principal fabricante de sistemas de armas israelenses, investiu quase 80 milhões. euros para a Intracom Defense grega.

A exclusão dos EUA, Reino Unido e Turquia não foi inesperada, dadas as tensões recentes. Os EUA, embora sejam um parceiro-chave dos países europeus por meio da OTAN, levantaram preocupações com a postura controversa do governo Trump em relação à aliança e à segurança europeia. O Reino Unido, após o Brexit, não faz mais parte da UE e perdeu o acesso direto a tais iniciativas, apesar de sua estreita cooperação com países europeus no setor de defesa. Quanto à Turquia, suas relações tensas com a UE, particularmente em questões como Chipre, a colocam fora do escopo desse financiamento, a menos que assine um acordo especial de defesa com a União.

Espera-se que esta decisão complique as relações com os países excluídos, particularmente o Reino Unido e a Turquia, que têm indústrias de defesa significativas e estão integrados às cadeias de suprimentos europeias. Ao mesmo tempo, alguns estados-membros da UE, como a Alemanha e a Suécia, expressaram reservas, argumentando que excluir aliados como os EUA e o Reino Unido poderia prejudicar a cooperação geral de defesa em um momento em que a velocidade no aprimoramento das capacidades é fundamental.

O próximo período mostrará se essa estratégia conseguirá equilibrar a necessidade de velocidade e a busca pela autossuficiência, em um mundo que está se tornando cada vez mais incerto.

Tradução do google.

 :arrow: https://flight.com.gr/breaking-turkiye-out-of-rearm-eurore/
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Re: União Europeia
« Responder #332 em: Março 19, 2025, 05:26:30 pm »
Os riscos do Rearm Europe de acordo com quem sabe (por razoes de confidencialidade, nao posso divulgar a Instituiçao):

1 - Incertezas sobre o financiamento:

- A emissao conjunta de dívida (€150M) será benéfica para países cujo financiamento seja a taxas mais baixas, MAS os que se conseguem financiar sozinhos com as mesmas taxas nao tiram nenhum partido desta acçao.
- Os outros €650M feitos através da exclusao das contas publicas por 4 anos, nao beneficiam países super endividados, nomeadamente Italia e França, uma vez que o endividamento rapidamente de traduzirá em taxas de financiamento mais altas.
- Destinar parte dos fundos de coesao para a defesa sem especificar os mecnismos pode trazer tumultos sociais.

2 - Utilizar a Defesa como um acelarador da economia europeia é um tiro que pode sair pela cultra
- A transformaçao da industria civil em militar é um processo longo que requer muito investimento publico. Tendo em conta que 2 dos países mais endividados sao também os principais produtores de armas isso levara a uma aumento automatico dos juros.
- Uma grande aumento na produçao pode (na minha opiniao vai de certeza) causar um efeito inflacionário, em especial nas matérias primas, o que afetará as industrias nao-militares.

3 -  O Tempo que demorará
- Há sérias dúvidas se a Europa conseguirá construir armas em economia de escala rapidamente.
- A fragmentaçao da Industria Europeia na Defesa, onde os maiores países produtores produzem os seu proprios equipamentos (todos diferentes uns dos outros).
- Subcapacidade no setor dos metais. Depois de vinte anos a ignorar stocks estratégicos, a UE tornou-se dependente de metais fornecidos fora da Uniao.

É disto que o forum precisa. Este é o tipo de contribuição que trás matéria que vale a pena debater e aprofundar.
Mas continuemos no delirio de muitos aqui que vamos bem.
 
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Re: União Europeia
« Responder #333 em: Março 19, 2025, 05:39:11 pm »
Logo agora que iam chegar charters de equipamento turco
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Re: União Europeia
« Responder #334 em: Março 19, 2025, 05:42:18 pm »
Turquia excluída dos 150 bilhões da ReArm Europe, posições greco-francesas aprovadas

Ora pois, mas a puxarem o tapete aos turcos de novo?
Melhor abandonarem isso de pensar que são europa e unirem-se logo aos BRICS.

 :o
 
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Re: União Europeia
« Responder #335 em: Março 19, 2025, 05:56:27 pm »
Turquia excluída dos 150 bilhões da ReArm Europe, posições greco-francesas aprovadas

Ora pois, mas a puxarem o tapete aos turcos de novo?
Melhor abandonarem isso de pensar que são europa e unirem-se logo aos BRICS.

 :o

Pssst, ninguém acredita nisso por aqui. Um grupo que tem India e a China é porque não é para ser levado a sério.
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Re: União Europeia
« Responder #336 em: Março 19, 2025, 07:11:06 pm »

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Os riscos do Rearm Europe de acordo com quem sabe (por razoes de confidencialidade, nao posso divulgar a Instituiçao):
Algo me diz que já tinhamos discutido estas questões, mas enfim ...

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1 - Incertezas sobre o financiamento:
- A emissao conjunta de dívida (€150M) será benéfica para países cujo financiamento seja a taxas mais baixas, MAS os que se conseguem financiar sozinhos com as mesmas taxas nao tiram nenhum partido desta acçao.
- Os outros €650M feitos através da exclusao das contas publicas por 4 anos, nao beneficiam países super endividados, nomeadamente Italia e França, uma vez que o endividamento rapidamente de traduzirá em taxas de financiamento mais altas.
- Destinar parte dos fundos de coesao para a defesa sem especificar os mecanismos pode trazer tumultos sociais.
As economias de maiores dimensões são as que aqui importam, os países mais pequenos vão ter que decidir a quantidade a comprar...
Uma subida nas taxas de juro, será resultado da politica do Banco Central Europeu. Para alguma coisa existe o banco central europeu...
Que pode haver contestação a compras militares, é uma espécie de segredo de La Palice. Bastava ouvir as perguntas no parlamento do lider da delegação portuguesa do Partido Comunista da Russia.


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2 - Utilizar a Defesa como um acelarador da economia europeia é um tiro que pode sair pela cultra
- A transformaçao da industria civil em militar é um processo longo que requer muito investimento publico. Tendo em conta que 2 dos países mais endividados sao também os principais produtores de armas isso levara a uma aumento automatico dos juros.
- Uma grande aumento na produçao pode (na minha opiniao vai de certeza) causar um efeito inflacionário, em especial nas matérias primas, o que afetará as industrias nao-militares.
Os tiros podem sempre sair pela culatra, especialmente em questões economicas. O aumento dos juros e a inflação, são claramente um argumento para os alemães ouvirem, quando se sabe o que os economistas alemães pensam da inflação...
Os franceses e os alemães a comprarem armas, vão levar a um aumento da taxa diretora do Banco Central Europeu...  :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

É evidentemente de prever um aumento nos preços das matérias primas, no entanto, países como o Canadá estarão seguramente interessados em clientes alternativos ...
Um aumento da produção industrial, também vai requerer mais mão de obra, salarios mais altos, que por sua vez também terão tendencia a aumentar os preços, isso é aparentemente obvio


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3 -  O Tempo que demorará
- Há sérias dúvidas se a Europa conseguirá construir armas em economia de escala rapidamente.
- A fragmentaçao da Industria Europeia na Defesa, onde os maiores países produtores produzem os seu proprios equipamentos (todos diferentes uns dos outros).
- Subcapacidade no setor dos metais. Depois de vinte anos a ignorar stocks estratégicos, a UE tornou-se dependente de metais fornecidos fora da Uniao.

Não há sérias dúvidas coisa nenhuma, isso é uma invenção...
Não há ninguém com cabeça e meio palmo de testa que alguma vez tenha dito que o processo será rápido.
Todos os analistas - sem excepção - são unanimes em lembrar que o processo será sempre muito lento, especialmente o processo de compras comuns, que levará a uma negociação muito complicada, que pode mesmo não dar em nada.

Mas as industrias aeronauticas europeias conseguiram juntar-se para criar a Airbus. E não havia russos a bater à porta.
A dependência europeia de materias exteriores ao continente, é evidente e conhecida, dificilmente alguém não terá já considerado isto ...



Todos estes quesitos  e a afirmação em título (os riscos do rearmamento europeu) levam-nos no entanto a uma questão ...
Se estes são os problemas do rearmamento europeu, então a solução será fazer o quê ?
Obviamente, a solução que nos apresentam, é aquela que também é criticada há anos:


A opção, é não fazer nada.

E claro, aprender a falar russo ...

É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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miguelbud

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Re: União Europeia
« Responder #337 em: Março 19, 2025, 10:16:06 pm »
Sim Papatango, algumas coisas já foram aqui discutidas, mas o relatório do qual tirei esta informaçao é feito numa perspectiva economica e nao militar, embora o tema seja este ultimo. Vamos por partes:

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1 - Incertezas sobre o financiamento:
- A emissao conjunta de dívida (€150M) será benéfica para países cujo financiamento seja a taxas mais baixas, MAS os que se conseguem financiar sozinhos com as mesmas taxas nao tiram nenhum partido desta acçao.
- Os outros €650M feitos através da exclusao das contas publicas por 4 anos, nao beneficiam países super endividados, nomeadamente Italia e França, uma vez que o endividamento rapidamente de traduzirá em taxas de financiamento mais altas.
- Destinar parte dos fundos de coesao para a defesa sem especificar os mecanismos pode trazer tumultos sociais.
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As economias de maiores dimensões são as que aqui importam, os países mais pequenos vão ter que decidir a quantidade a comprar...
Uma subida nas taxas de juro, será resultado da politica do Banco Central Europeu. Para alguma coisa existe o banco central europeu...

- Quando se fala em financiamento, o tamanho dos países é irrelevante. O que interessa é o seu Perfil de Crédito. O Brazil é um país continental, mas financia-se a taxas mais altas do que Portugal que é minusculo em comparaçao. A Alemanha e a Holanda em termos de rating S&P (e seguramente Moody's), sao aqueles que terao melhores taxas de financiamento pois tem o melhor rating possivel (AAA). O rating da França está 3 níveis abaixo com uma perspectiva negativa( Provavelmente vais passar a estar 4), a Italia está 8 niveis abaixo e a Espanha está 5. Aqui tem as 5 maiores economias da Europa (todas com PIB acima de €1T, portanto a Alemanha e Holanda financiam-se a taxas muito baixas, se a emissao de dívida for conjunta, a Holanda (que é sempre do contra) nao vai beneficiar em nada, especialmente se o plano de rearmamento nao contemplar a compra dos misseis americanos que eles vao construir localmente.
- O BCE serve para muita coisa, mas nao controla os juros da dívida soberana, pode "manipular" ao também comprar titulos de dívida, de maneira a aumentar a procura e consequentemente baixando os juros no início da emissao, ou artificialmente baixa-los comprando dívida no mercado secundario. No entanto os mercados é que determinam as taxas, senao toda a gente se financiaria no BCE até este rebentar.
- LEmbro-lhe que os Perfis de Credito sao atribuídos por Agencias de Credito Americanas. A Europa acordou para isto aquando da crise das dívidas soberanas, era o Durao Barroso Presidente da UE, falou-se na criaçao de uma Agencia Europeia, mas depressa voltou a adormecer.

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Mas as industrias aeronauticas europeias conseguiram juntar-se para criar a Airbus. E não havia russos a bater à porta.
???????????? Péssimo exemplo. A criaçao da airbus prendeu-se a necessidade em criar uma aeronave que pudesse competir com a boeing no mercado civil, apesar dos participantes no Consorcio actuarem também no mercado militar. Isto começou, creio no inicio dos anoa 70. So mais tarde é que a Airbus passou para o mercado militar (devido ao seucesso do projecto)  e em 2000 passou a ser a Airbus que hoje conhecemos. Repare que em 2012 a fusao entre a BAE systems e a EADS nao se concretizou.

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Que pode haver contestação a compras militares, é uma espécie de segredo de La Palice. Bastava ouvir as perguntas no parlamento do lider da delegação portuguesa do Partido Comunista da Russia.
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Um aumento da produção industrial, também vai requerer mais mão de obra, salarios mais altos, que por sua vez também terão tendencia a aumentar os preços, isso é aparentemente obvio.
Compras militares em deterimento de proteçao social causarao sempre tumultos, daí o relatório dizer que o risco é o facto de nao haver mecanismos especificados. Que mecanismos poderao ser estes? A UE é composta por estados soberanos onde o nacionalismo é uma realidade e ninguém quer partilhar nada. Para acelarar a produçao fará sentido criar um regime de impostos uniforme para as industrias de armamento europeias dentro da UE? Algo como: os impostos serem os mesmos para todas as empresas que construam armamento, independentemente do país onde sao produzidos e também ajudas estatais para a criaçao de fábricas. Isto permitiria que as empresas pudessem produzir em mais países, beneficiando de mao de obra mais barata (os que produzem armas sao os que pagam melhor), pagando os mesmos impostos que pagariam no seu país; já para nao falar que em caso de conflito, a capacidade de produçao seria muito menos afetada se uma fábrica fosse destruída. Para os países que recebessem essa fábrias, o investimento na defesa através do desvio dos fundos de coesao seria mais justificavel pois isso aumentaria salarios e criaria novos empregos.

Voce já falou aqui da necessidade de na industria de armamento europeia haver fusoes como houve nos EUA. Permita-me discordar, pois anteriormente voce focou um ponto mais interessante que era a integraçao dos diversos equipamentos. Na altura deu o exemplo da torre de um tanque Leopard nao poder substituir a de um tanque frances e até das muniçoes do tanque challenger serem diferentes das dos Leopard, apesar de terem o mesmo calibre; mais recentemente falou dos parafusos serem diferentes a titulo de exemplo.  Isto é o que deve acontecer, pois permite interoperabilidade em caso de conflito e permite manter o orgulho nacional de quem faz os equipamentos. Se é exequível nao sei, mas fusoes no mundo em que vivemos, sao sempre má ideia, no fundo acabam por ser um sinonimo para despedimentos e no final a cultura de uma empresa acaba sempre por prevalecer sobre a estratégia. Um exemplo disso foi a aquisiçao da Mcdonald Douglas pela Boeing, que acabou por virar anedota com o pessoal a dizer que a MC Douglas comprou a Boeing usando o proprio dinheiro da Boeing :mrgreen: O mesmo poderia ser dito da Daimler e Crysler.
 
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Re: União Europeia
« Responder #338 em: Março 20, 2025, 12:36:20 pm »
Dando só uma rápida achega a toda esta questão.

Estou perfeitamente ciente de todas as idiossincrasias nacionais deste conjunto de países que é a UE. Mas, se nem com os Russos "à porta" nos conseguimos, FINALMENTE e por uma vez na vida, entender de forma transversal... Nunca o faremos.
Demorará bastante tempo e será um processo de (di)gestão difícil, mas é o único caminho a percorrer.
 
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Re: União Europeia
« Responder #339 em: Março 26, 2025, 10:52:03 am »
https://cnnportugal.iol.pt/ue/guerra/um-kit-por-familia-para-sobreviver-72-horas-sem-ajuda-externa-o-guia-de-bruxelas-para-enfrentar-incidentes-e-crises-de-grande-escala-em-que-as-forcas-armadas-necessitariam-de-apoio-civil/20250326/67e3c4ecd34e3f0bae9c1fd1

Um kit por família para sobreviver "72 horas sem ajuda externa". O guia de Bruxelas para enfrentar "incidentes e crises de grande escala", em que "as forças armadas necessitariam de apoio civil"

Num conjunto de diretivas a ser apresentado em Bruxelas esta quarta-feira, a Comissão Europeia propõe 30 ações-chave para os governos e os cidadãos da UE estarem preparados para enfrentar eventuais guerras armadas, ciberataques, pandemias e os efeitos extremos da crise climática
A União Europeia tem de estar preparada não apenas para uma eventual guerra mas para as consequências de potenciais ciberataques, pandemias e os efeitos da crise climática. A advertência é feita pela Comissão Europeia num guia com 30 sugestões aos governos e cidadãos europeus a que o El País teve acesso e que deverá ser oficialmente apresentado esta quarta-feira em Bruxelas.

Segundo o jornal espanhol e o Politico, que entretanto também consultou o documento, entre as orientações conta-se a proposta de que cada agregado familiar disponha de um kit com água, medicamentos, pilhas e alimentos suficientes para aguentar 72 horas sem ajuda externa no caso de “incidentes e crises intersetoriais de grande escala, incluindo a possibilidade de agressão armada, que afetem um ou mais Estados-membros”.

Com as tensões geopolíticas a aumentar, e no contexto de uma nova corrida ao rearmamento face à ameaça da Rússia e a aparente aproximação dos EUA ao Kremlin, o executivo comunitário preparou uma estratégia para tempos de crise com orientações a cada Estado-membro para que a população civil e as autoridades estejam preparadas para crises de larga escala, incluindo para enfrentar os primeiros três dias-chave.

O kit de sobrevivência proposto pela Comissão inclui seis garrafas de água potável por pessoa; alimentos não perecíveis, como conservas em lata, arroz e massa; lanternas e pilhas; rádio analógico a pilhas; e um kit completo de primeiros socorros.

“Num contexto de aumento dos riscos naturais e de origem humana e de deterioração das perspetivas de segurança para a Europa, é urgente que a UE e os seus Estados-Membros reforcem a sua preparação”, lê-se no projeto da Comissão, ainda em discussão e futuramente sujeito a alterações. “A preparação e a capacidade de resistência da Europa face à violência armada poderão ser postas à prova no futuro.”

O El País, que consultou o conjunto de orientações em primeira mão, diz que o guia é composto por 30 ações-chave, desde a preparação civil para emergências até componentes mais técnicas, como exercícios conjuntos e cursos especializados para jovens e adultos, por forma a alertar os cidadãos para os potenciais riscos que enfrentam.

"Período inicial é o mais crítico"

A UE “deve ser capaz de mobilizar todos os meios e recursos disponíveis para apoiar os Estados-membros”, o que “pode incluir meios militares disponibilizados pelos países”, adverte a Comissão no relatório, onde ressalta que, “em caso de perturbações extremas, o período inicial é o mais crítico” – e onde sublinha que é precisa uma “mudança de mentalidade” entre os cidadãos.

No relatório, o executivo recomenda uma cooperação mais estreita entre as organizações da sociedade civil e os militares de cada país, prevendo a realização de exercícios regulares e de simulacros para testar a assistência de uns países a outros em caso de ataques ou outras crises. “A Europa não pode dar-se ao luxo de ser um mero observador. Em caso de agressão armada, as forças armadas necessitariam de apoio civil para assegurar a continuidade do funcionamento do Estado e da sociedade”, lê-se na estratégia.

Durante e depois da pandemia de covid-19, que abalou a UE e o resto do mundo em 2020, o bloco preparou ferramentas e normas para a gestão de crises, que incluíam a tentativa de acabar com a dependência de fornecedores externos e armazenar medicamentos essenciais, bem como programas conjuntos de aquisição de vacinas. Mas, refere a Comissão neste guia, a cooperação fronteiriça continua a ser demasiado fragmentada, descoordenada e ineficaz – e os programas e instrumentos já disponíveis são mais “reativos” do que proativos.

“A utilização de instrumentos de previsão estratégica, de antecipação e de alerta precoce é insuficiente. Falta uma avaliação integrada dos riscos, das ameaças e dos seus efeitos em cascata, incluindo os provenientes do exterior da União”, afirma a nova estratégia. Além disso, o “grau de preparação” necessário das famílias, dos cidadãos, das empresas e das instituições da UE deve ser “permanente”, pelo que Bruxelas propõe que seja declarado um dia europeu de preparação, a fim de sensibilizar toda a sociedade para a necessidade de se preparar e de resistir a qualquer catástrofe.

Entre os “múltiplos riscos e ameaças aos pilares da UE”, a Comissão refere que a paz e a estabilidade já não estão garantidas no contexto atual. E não só menciona potenciais episódios de “violência armada” como alerta para outros perigos, nalguns casos já detetados, a que os cidadãos e os governos devem estar atentos, como ciberataques contra infraestruturas essenciais, das redes energéticas aos bancos, a sabotagem de cabos submarinos, gasodutos e oleodutos, e grandes vagas de desinformação para interferir nas democracias europeias.

A par disso, Bruxelas também invoca as consequências e a necessidade de estarmos preparados para episódios climáticos extremos que podem ser sentidos mais de perto pelos cidadãos dos países do sul, como Espanha, Itália e Portugal, como incêndios florestais, cheias e secas – destacando que o continente europeu é o que mais está a aquecer em todo o mundo.

“Se [esta realidade] não for abordada através da melhoria da capacidade estrutural das nossas sociedades para gerir os riscos, os custos humanos, económicos e sociais das alterações climáticas só irão aumentar nos próximos anos, incluindo a pressão crescente do seu impacto negativo noutras partes do mundo, como as perturbações nas rotas comerciais e nas cadeias de abastecimento globais”, diz o documento que o El País consultou.

UE acelera preparativos: a corrida ao armamento
Para além de ajudar a UE a 27 com orientações sobre como lidar com uma catástrofe e ajudar as pessoas a sobreviver até que os serviços públicos sejam restabelecidos, Bruxelas pretende criar uma plataforma digital para fornecer aos cidadãos e aos viajantes informações sobre os riscos e as opções disponíveis (por exemplo, abrigos) em caso de crise – e tenciona igualmente coordenar a nível europeu as reservas estratégicas de produtos farmacêuticos, matérias-primas essenciais, energia e até mesmo alimentos.

Com as secretas de vários países europeus a alertarem para a possibilidade de a Rússia de Vladimir Putin vir a lançar algum tipo de ataque contra a UE nos próximos cinco a dez anos, o guia a ser apresentado hoje é apenas uma peça de um pacote alargado de medidas para preparar as economias, as forças armadas e as sociedades do bloco.

Nesse pacote está incluído o plano para ReArmar a Europa que a Comissão Von der Leyen apresentou na semana passada, sob o qual se pretende investir até 800 mil milhões de euros em armamento e outros equipamentos nos próximos quatro anos – com 650 mil milhões a virem dos orçamentos nacionais e 150 mil milhões de empréstimos com dívida comum garantida pelo orçamento comunitário.

A par disso, já estão também em debate o Plano Europeu de Adaptação às Alterações Climáticas, a Lei dos Medicamentos Críticos e o Pacto para uma Indústria Limpa. E dentro de algumas semanas, adianta o El País, será acrescentada a esta grande estratégia uma outra vertente, mais centrada na preparação das infraestruturas e na preparação para ameaças híbridas, nomeadamente ciberataques de larga escala.

O mesmo jornal adianta que o novo guia para sobreviver a crises externas tem por base um detalhado relatório preparado por Sauli Niinisto, antigo presidente da Finlândia, um país que partilha fronteira com a Rússia e que tem já em vigor uma forte regulamentação e o nível mais elevado do continente em termos de preparação dos cidadãos para crises extremas.

Nesse estudo, publicado em outubro passado, Niinisto apela a que pelo menos 20% do orçamento da UE seja consagrado à segurança e à preparação para situações de crise. Bruxelas ainda não entrou em pormenores sobre os fundos que, tal como no capítulo da defesa, serão alocados no orçamento plurianual da UE para executar este plano.
 

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Re: União Europeia
« Responder #340 em: Março 27, 2025, 12:53:25 pm »
Trinta países e NATO iniciam debate sobre possível mobilização europeia para guerra

Paris, 27 mar 2025 (Lusa) -- Cerca de 30 países iniciaram hoje, em Paris, as discussões finais sobre "garantias de segurança" para a Ucrânia, incluindo uma possível mobilização militar europeia como parte de um futuro acordo de paz com a Rússia.



Esta "coligação dos dispostos", como lhe chama a França, reuniu-se no Palácio do Eliseu com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Ao seu lado, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a trabalhar com o Presidente francês para que a voz dos europeus seja ouvida face ao aumento das tensões entre os Estados Unidos de Donald Trump e a Rússia de Vladimir Putin.

Entre os líderes dos países da União Europeia e/ou da NATO presentes estão o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, o vice-presidente turco, Cevdet Yilmaz, e o líder da NATO, Mark Rutte.

https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/trinta-paises-e-nato-iniciam-debate-sobre_67e52bde27a9c76672427cf9
 

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Cabeça de Martelo

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Re: União Europeia
« Responder #341 em: Março 29, 2025, 11:52:34 am »
Após a quebra do cessar fogo de 30 dias pelos Russos, a UE e a Ucrânia deveram confiar nos responsáveis desse país? Será a Rússia um perigo para a UE?

Resposta Direta

Após a quebra do cessar-fogo de 30 dias pelos russos, tanto a UE quanto a Ucrânia têm razões substanciais para desconfiar das intenções e da palavra da Rússia, dado o histórico de violações de acordos e a continuidade das ações agressivas. 

Sim, a Rússia representa um perigo para a UE, não apenas pelo seu comportamento na Ucrânia, mas também por sua capacidade de desestabilizar a região através de meios militares, cibernéticos e econômicos, como a manipulação de fornecimento de energia.

Contexto

A quebra de um cessar-fogo de 30 dias, conforme reportado em notícias recentes (como as de 26 a 28 de março de 2025), reflete um padrão de comportamento russo que inclui a anexação da Crimeia em 2014 e ataques contínuos apesar de negociações. Isso mina a confiança em qualquer compromisso assumido por Moscou. Para a UE, a proximidade geográfica e a dependência passada de recursos russos amplificam o risco.

Implicações

A desconfiança é reforçada por declarações de líderes como Zelensky, que acusou a Rússia de mentir sobre os termos do cessar-fogo, e por Macron, que destacou a falta de vontade russa para uma paz genuína. O perigo para a UE é real, mas mitigado pela coesão da NATO e por sanções; ainda assim, a ameaça persiste enquanto a Rússia mantiver sua postura expansionista.

Análise Detalhada

Confiança na Rússia Após a Quebra do Cessar-Fogo

A quebra de um cessar-fogo de 30 dias, que supostamente visava pausar ataques a infraestruturas de energia e no Mar Negro, conforme acordado em negociações mediadas pelos EUA em março de 2025, oferece evidências claras de que a Rússia não honra compromissos internacionais de forma consistente. Este incidente, reportado em fontes como a BBC e a Al Jazeera entre 26 e 28 de março de 2025, não é isolado. A anexação da Crimeia em 2014, após o Acordo de Minsk, e a invasão em larga escala da Ucrânia em 2022 já demonstraram que acordos com a Rússia são frequentemente temporários ou usados como tática para ganhar tempo.
Perspectiva da Ucrânia: O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de violar o cessar-fogo ao atacar instalações energéticas em Kherson logo após as negociações, chamando isso de prova de que "Moscou não quer paz genuína". Ele também alertou que a Rússia busca dividir a Europa e os EUA, minando a confiança nas negociações.

Perspectiva da UE: A União Europeia, através da Comissão Europeia, rejeitou as demandas russas de alívio de sanções como pré-condição para o cessar-fogo, insistindo na "retirada incondicional" das tropas russas da Ucrânia. Líderes como Emmanuel Macron e Olaf Scholz expressaram ceticismo, com Macron observando que a Rússia "reinterpreta" acordos e Scholz afirmando que sanções só seriam levantadas com paz real.

Esse histórico sugere que confiar na Rússia seria arriscado para ambos. A Ucrânia, diretamente afetada pela guerra, vê qualquer pausa como uma oportunidade para a Rússia se rearmar, enquanto a UE teme que concessões possam encorajar mais agressões.

A Rússia como Perigo para a UE

A Rússia representa um perigo multifacetado para a União Europeia, que vai além do conflito na Ucrânia:
Ameaça Militar: A proximidade geográfica da Rússia, especialmente com países da UE como Polônia, Lituânia e Estônia (membros da NATO), coloca a Europa em risco. A presença de tropas russas na Bielorrússia e os exercícios militares frequentes reforçam essa percepção. Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, alertou em 2024 que "é claro" que a Rússia não parará na Ucrânia, ecoando preocupações sobre ambições expansionistas.

Guerra Híbrida: A Rússia tem utilizado ataques cibernéticos, desinformação e manipulação de eleições para desestabilizar países da UE. Por exemplo, ciberataques atribuídos à Rússia contra infraestruturas críticas na Alemanha e na França aumentaram desde 2022.

Dependência Energética: Apesar de esforços para reduzir a dependência do gás russo, a UE ainda enfrenta vulnerabilidades. A Rússia já usou o fornecimento de energia como arma, como no inverno de 2022-2023, e pode repetir isso em futuros conflitos.

Desestabilização Regional: A guerra na Ucrânia gerou fluxos de refugiados e crises econômicas que afetam a UE. Um cessar-fogo violado ou uma nova escalada poderia agravar essas pressões.

Fator Surpreendente: Apesar das sanções, a economia russa mostrou resiliência, adaptando-se com comércio alternativo (como com China e Índia), o que sugere que a pressão econômica por si só pode não deter suas ações. Isso aumenta o perigo, pois a Rússia mantém capacidade de sustentar operações militares prolongadas.

Avaliação Crítica

Embora a Rússia seja um perigo claro, a UE e a Ucrânia não estão desprovidas de defesas. A NATO, com sua força coletiva, atua como dissuasor militar, e as sanções, embora não tenham parado a guerra, enfraqueceram a economia russa a longo prazo. No entanto, a falta de unidade transatlântica — com os EUA, sob Trump, pressionando por alívio de sanções — pode enfraquecer a posição europeia. Para a Ucrânia, confiar na Rússia é inviável sem garantias robustas, como uma força de paz europeia (proposta por Macron e Starmer), enquanto a UE deve balancear pragmatismo com firmeza para conter a ameaça russa.

Conclusão

A quebra do cessar-fogo de 30 dias reforça que a Rússia não é um parceiro confiável, justificando a desconfiança da UE e da Ucrânia. O perigo para a UE é real e multidimensional, mas pode ser gerido com coesão, fortalecimento militar e diversificação energética. A Rússia só será contida por força e pressão contínua, não por confiança ingênua em sua palavra.

Fonte: Grok 3
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papatango

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Re: União Europeia
« Responder #342 em: Março 29, 2025, 12:27:29 pm »
Citar
A Rússia como Perigo para a UE

A Rússia representa um perigo multifacetado para a União Europeia, que vai além do conflito na Ucrânia:
Ameaça Militar: A proximidade geográfica da Rússia, especialmente com países da UE como Polônia, Lituânia e Estônia (membros da NATO), coloca a Europa em risco. A presença de tropas russas na Bielorrússia e os exercícios militares frequentes reforçam essa percepção. Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, alertou em 2024 que "é claro" que a Rússia não parará na Ucrânia, ecoando preocupações sobre ambições expansionistas.

Mas porque é que a Russia represente um perigo para a União Europeia que vai para lá do conflito na Ucrânia ?
Porque diacho não parará na Ucrânia ?

Só porque um algoritmo coloca frases sem erros, e as frases têm uma ligação lógica e também semantica, isso não é argumentação ...
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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papatango

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Re: União Europeia
« Responder #343 em: Março 30, 2025, 11:41:33 am »
Dando só uma rápida achega a toda esta questão.

Estou perfeitamente ciente de todas as idiossincrasias nacionais deste conjunto de países que é a UE. Mas, se nem com os Russos "à porta" nos conseguimos, FINALMENTE e por uma vez na vida, entender de forma transversal... Nunca o faremos.
Demorará bastante tempo e será um processo de (di)gestão difícil, mas é o único caminho a percorrer.

É realmente um caminho a percorrer, mas que tem tantos escolhos pelo caminho que é perfeitamente normal duvidar...

A questão aqui, é a de que como integrar povos que durante milénios lutaram entre si.
Todos vimos como foi possível retirar O Reino Unido da União Europeia, com o apoio dos russos, seja ele direto ou indireto.
As alterações a nivel europeu teriam que ser tão radicais, que a maior parte das pessoas nem entende as suas conseguências ...

Vemos neste forum, propostas de rearmamento, com análises sobre este e aquele equipamento, esta ou aquela aeronave...

Passamos por cima de um facto super simples:
O rearmamento europeu, as compras conjuntas, passam pela criação de uma estrutura militar europeia, que terá sobre os exércitos de cada país, uma claríssima palavra a dizer.

Entre as possibilidades em estudo (e isto nem vem de Bruxelas), estará a criação de brigadas, com armamento standard, determinado por um futuro comissário europeu da defesa.
Estas brigadas só teriam acesso a equipamento pré determinado por Bruxelas.

Exemplo: Para esta força altamente movel de 50 brigadas, entre 150.000 e 200.000 Portugal teria que contribuir com uma brigada.
O país seria responsável por criar a estrutura (nova ou adaptada de uma já existente).
A estrutura seria sempre igual e os equipamentos também deveriam ser tão comuns quanto possível.

Desta forma, se uma brigada de infantaria mecanizada da Polónia tivesse que ser substituida, outra brigada de um país da UE, com a mesma estrutura, poderia substitui-la sem problemas de maior.

A UE precisa de criar estruturas de transporte e apoio logístico (daí a absoluta necessidade de aeronaves de transporte tático).
Os países da UE já possuem caças em quantidade mais que necessária, mas faltam os A-400, faltam os C-130 ou mesmo os KC-390.

A UE precisa criar estruturas de aviso e controlo antecipado, aviões AWACS e radares como os que os americanos possuem, para garantir que sabe quando os russos dispararem um míssil.

A somar a isto tudo, está a pergunta sobre "quem vai comandar esta estrutura"
Isto não pode funcionar como a presidência do Conselho Europeu, que roda a cada seis meses, com um triunvirato constituido pelo país que deteve a presidência nos últimos seis meses, o que detem a presidência agora e o que vai deter a presidência de aqui a outros seis meses.

É precisa uma estrutura militar que se mantenha pelo menos durante quatro anos, e a questão que se vai sempre levantar, é a de qual país vai comandar ?

A França, é o único país com armas nucleares e independente dos americanos, mas a Alemanha, com o dinheiro que possui, vai gastar muito mais que a França. A Polónia está rapidamente a transformar-se num dos países mais poderosos da UE.
Depois temos a Itália e a Espanha, que não sabem o que querem.

Isto não vai lá sem a criação da Europa a várias velocidades e nesta Europa, os países mais pequenos não vão ter nenhuma palavra a dizer em termos de armamento.
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MMaria

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Re: União Europeia
« Responder #344 em: Março 30, 2025, 10:03:46 pm »
Reyes y príncipes lideran la era del rearme en Europa

Los miembros de las dinastías del Viejo Continente multiplican sus gestos militares en una clara estrategia de concienciación del desafío que afrontamos en Defensa; los planes bélicos llegan a todos.

https://www.elmundo.es/loc/casa-real/2025/03/30/67e56ffee85ece04468b4578.html

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