Na primeira página deste tópico está o resumo das fichas técnicas dos foguetes
Sonda, aproveito aqui para escrever um breve resumo da história do envolvimento do Brasil na área, que começou com esses foguetes na década de 1960.
Nesta década o país realizava suas pesquisas meteorológicas utilizando foguetes americanos quando a então CNAE (antecessora da AEB) em conjunto com a Avibras desenvolveu o primeiro foguete de sondagem, que seria o
Sonda I, uma evolução do foguete Arcas (de All-Purpose Rocket for Collecting Atmospheric Soundings) dos Estados Unidos.
O Sonda I tinha um propulsor de 27 kN, atingia um apogeu de 65 km com uma carga útil de 5 kg e foi lançado 226 vezes até 1977. Um modelo atualizado agora é industrializado pela Avibras como o
FTB (Foguete de Treinamento Básico) sendo lançado do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (
CLBI) e do Centro de Lançamento de Alcântara (
CLA) para manter a proficiência das equipes nos procedimentos de lançamento, segurança e rastreamento de voos.

Imagem:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:AEB_Sounding_rockets.svgO
Sonda II por sua vez está relacionado ao
Black Brant usado no programa
SAAP (South Atlantic Anomaly Probe) e aqui cabe um comentário interessante sobre o SAAP porque foi um precedente interessante, uma vez que o Brasil concordou agora em participar do programa
Artemis.
Pois o SAAP foi criado para dar suporte ao programa
Apollo e consistia em uma série de voos lançados do CLBI para investigar a Anomalia Atlântica (que havia sido descoberta recentemente pelo Sputnik 2 em 1960), com medições começando a uma altitude de 110 km. Os foguetes transportavam uma carga útil de três medidores de íons: um desprotegido, outro com proteção equivalente à do
Módulo Lunar e o terceiro com blindagem equivalente à do
Módulo de Comando.
Além dos voos de pesquisa, durante os lançamentos tripulados de
Cabo Canaveral, a equipe do CLBI permanecia em comunicação de rádio com o centro dos EUA e mantinha um foguete Black Brant pronto na plataforma, caso um lançamento rápido fosse necessário para avaliar a radiação que os astronautas das Apolo poderiam encontrar durante o lançamento ou em órbita (e que nunca foi necessário, ao que parece).
Dessa experiência surgiu o Sonda II, com uma carga de 36 kN, uma carga útil de 45 kg e um apogeu de 90 km. Este foguete foi utilizado até 1996, com 15 lançamentos, incluindo o voo inaugural do CLA em 1990 (Operação Alcântara). Atualizado, ele agora é industrializado como
FTI (Foguete de Treinamento Intermediário), com as mesmas funções do FTB, mas com mais capacidades.
O
Sonda III foi o primeiro foguete multi estágio (120 kN e 36 kN) e apresentou avanços como separação de estágios e ignição do segundo estágio, orientação, controle de atitude e recuperação de sua carga útil de até 140 kg com apogeu de 250 km. Teve 31 lançamentos desde 1976.
Por fim, o último membro da família, o
Sonda IV, já está ligado ao desenvolvimento do
VLS, com dois estágios impulsionados por motores de 203 e 120 kN, transportando 500 kg de carga útil até 730 km de altitude. O dispositivo foi lançado quatro vezes entre 1984 e 1989.
Sds