Marinha norte-americana simula operação de socorro em PortugalA Marinha americana foi na manhã desta sexta-feira confrontada com um sismo de grau 7, com múltiplas situações de socorro, desde incêndios a fugas de gás, com dezenas de feridos, mas num simulacro de catástrofe. A tripulação do navio de guerra americano USS Bulkeley, que regressa de uma operação militar de combate à pirataria e terrorismo marítimo no Golfo de Áden, aproveitou a paragem em Lisboa para treinar com a Marinha portuguesa uma intervenção de «assistência humanitária e medicina de catástrofe».
Este tipo de «exercício não está contemplado no plano de formação da marinha americana», e Portugal «possuiu experiência neste tipo de procedimentos em caso de catástrofe», explicou hoje à agência
Lusa o chefe do Departamento de Treino e Avaliação Naval da Marinha portuguesa, comandante Marcelo Correia.
A «experiência nacional nestes casos, do tipo Distex [Disaster Relief Training] serve para treinar os navios em apoio a uma população sinistrada», vitima de uma catástrofe natural, no caso um tremor de terra, com o «navio a utilizar as valências que tem a bordo em socorro das populações», precisou o comandante militar.
As valências neste exercício são «incidentes de nível clínico e técnico», na assistência aos feridos e na «reposição das infra-estruturas básicas, como água, electricidade», tudo o mais «próximo da realidade possível, como aconteceu por exemplo no Haiti», acrescentou Marcelo Correia.
A marinha nacional utilizou como cenário a "Vila D'Ela", existente na Base Naval do Alfeite, na margem sul do rio Tejo, para montar a simulação do desastre, com vários feridos em simultâneo, rebentamento de condutas de gás e água, vários incêndios com diversas origens, para os «militares treinarem e operacionalizarem a resposta», disse o oficial.
O comandante do navio USS Bulkeley, Sean Anderson, considerou que «estas instalações de treino são únicas», o que se reflecte como «uma oportunidade de treinar com os parceiros portugueses» e «aprender novos métodos», enquadrados numa força móvel naval.
O comandante disse ainda que «viram situações novas, e que aprenderam muito», considerando ser «importante para a [sua] tripulação treinar com os parceiros portugueses», além da «grande oportunidade para a tripulação», este tipo de cenário, após seis meses de missão no Golfo e antes de atravessar o Atlântico na viagem de regresso aos Estados Unidos.
O cenário utilizado para o treino conjunto, enquadra-se num espaço de 16 mil metros quadrados, com várias casas de uma pequena vila, simuladores de danos de avarias, uma unidade de busca e salvamento, centro de simulação médica e simuladores de incêndios.
Lusa