Guerra na Ucrânia

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5580 em: Junho 24, 2022, 02:18:19 pm »
Não sei se é só por causa disso. O que os Indianos se queixam é do preço elevado da operacionalidade e o facto dos Americanos transportarem os M777 em helicopteros (domínio do espaço aéreo e ausência de contra-bateria). Eles tal como os Ucranianos assumem que vão ter que andar a rebocar os canhões e nesse transporte sofrem avarias (e são muito elevadas em comparação com outras peças de artilharia). E essas avarias não conseguem ser reparadas no terreno, tem que ser malta especializada.

Parece que a experiência operacional Ucraniana é mais realista do que à dos Americanos e não abona a favor do M777. Portugal também deve estar atento a isso.

Relativamente aos indianos, não terá mais a ver com o custo de manutenção (e das sobressalentes, nomeadamente tudo o que seja de titânio) e não de operação?

Depois, quando se faz uma compra de material militar, convém ter em mente o conceito de emprego, tanto para que foi originalmente concebido, e como vai ser usado pelo recipiente. Isto é o mesmo que meter um Nimitz na Marinha Portuguesa, e esperar que, sem aeronaves a bordo nem escoltas, tenha a mesma utilidade que um Nimitz na USN. É o Nimitz que não presta, ou é a MGP que não está equipada para o utilizar até ao seu máximo potencial? O mesmo para um simples M-777.

O conceito de emprego dos americanos, e das potencias em geral, é diferente do conceito de emprego para o resto do mundo. Os americanos por exemplo, têm uma lógica de superioridade aérea total, e antes disso, não vão espetar M-777 no terreno contra uma potência, para isso é que serve o M-109 e o M270 e HIMARS.

O terreno ucraniano, não é ideal para sistemas rebocados, dado que é uma grande planície. O facto de ser uma grande planície, impede que sem superioridade aérea total, se torne impossível até o uso de helicópteros para transportar os M-777, por falta de qualquer tipo de cobertura. Até equipas de morteiro russas foram vistas a serem atacadas por fogo directo por de um Stugna-P ucraniano, para se ver a falta de cobertura.

Num terreno onde os acessos por estrada sejam bem mais difíceis, é onde o M-777 pode brilhar, podendo ser transportado de helicóptero para um local até aí inacessível de veículo. Mas obviamente que para isso há que ter helicópteros.

O caso português, o exemplo a seguir se calhar podia era ser, quanto muito, os M-777 para substituir ou complementar os LG, e uns Caesar ou Archer para substituir os M-114. Creio que é isto que faz mais sentido para nós, mas já é off-topic.

Há um mês atrás era na Madeira, agora é ao largo dos Açores. Petroleiros Russos desaparecem ao largo dos Açores e voltam a aparecer dias depois.

https://www.businessinsider.com/russian-oil-tankers-tracking-signals-dark-azores-islands-2022-6?utm_source=reddit.com

So demonstra bem as deficiências da Marinha Portuguesa e como o nosso mar é altamente vulnerável. Mas para o PM ta tudo bem porque segundo ele fazemos parte da NATO que nos virá socorrer em caso de aflição  :bang:

Diria que, por serem navios civis, suponho que não se pudesse fazer nada. Quanto muito poderia é ser alvo de "espiolhagem", de forma a informar as autoridades competentes de quando, como, onde e para quem está a ser feito o "desvio". E isto uns UAVs MALE/UALE serviam perfeitamente.

O problema é o resto, a capacidade militar credível, que é muito abaixo da mínimo como sabemos.
 
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5581 em: Junho 24, 2022, 02:47:56 pm »
Parece que há falta de obuses 152 [mm] no mercado internacional.

Citar
A “shadow war” is taking place for the limited number of 152mm shells on the global market, the paper said. According to an arms broker, officials in an eastern European country were unable to purchase artillery rounds because Russians had warned them that they would “kill them if they sold anything to the Ukrainians”.

Citar
In some cases, Ukraine thought it had made a deal to buy these shells but then a Russian-backed buyer would swoop in at the last minute and aggressive outbid, the arms broker said.

Malyar told the paper that “the Russians are working very hard to ensure that we can’t sign contracts for this — and then if we sign a contract, to prevent us from getting the shells delivered here”.

Este comentário mostra a importância de se ter uma capacidade industrial mínima:
Citar
According to military analysts, Russia has long known that in a drawn-out war of attrition against Ukraine, Kyiv would risk running out of ammunition. A former Ukrainian defence minister, Andriy Zagorodnyuk, said there were “constant discussions that we need to produce the ammunition ourselves”.

https://www.theguardian.com/world/live/2022/jun/24/russia-ukraine-war-zelenskiy-hails-eu-decision-russian-forces-encircle-troops-in-lysychansk-kyiv-officials-say-live-news
 

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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5582 em: Junho 24, 2022, 03:02:48 pm »

Relativamente aos indianos, não terá mais a ver com o custo de manutenção (e das sobressalentes, nomeadamente tudo o que seja de titânio) e não de operação?

Boa questão.

A minha interpretação é que eles pensavam em ter os M777 nos confins dos himalaias (contra a China) e na fronteira com o Paquistão. Isso é tudo muito remoto onde o reabastecimento regular só é feito no verão. O que eles estão a concluir é:

Citar
The fatal weakness is that in combat, it needs regular and meticulous maintenance, by professional technicians
e
Citar
This is different from artillery of Soviet origin, which is easy to use and requires little maintenance

Ou seja eles consideram a engenharia de manutenção como parte operacional porque consideram que não vão ter capacidade de reabastecimento dessas zonas (seja pelo terreno seja pelos adversários). Eles poẽm o Paquistão e a China como estando ao nível da Russia.

Depois entram em pormenores técnicos que não sei interpretar:
Citar
One of the mechanical parts, with the most complex structure of the M777 cannon, is the anti-repulsion system, the push-up mechanism of the cannon recoil reduction mechanism. This is a very complex gas-hydraulic system, consisting of a hydraulic damper, which reduces recoil, and a pusher, which returns the barrel to its original firing position.

Because the rate of fire must is very fast, in order to avoid detection and counterattack by the Russians, causing continuous hydraulic oil leakage at the joints of the high-pressure pipes, as well as the condition of oil and gas in the reverse-repulsion unit. The howitzer rise is “overheated”, when the M777 has to fire beyond the allowed features.

O cuidado que os gajos estão ter com isso deve-se à desgraça que tiveram com a arma Insas que quando em combate de alta intensidade com o Paquistão em 1999 perceberam que sobreaquecia e deixava de funcionar. Agora mudaram para os modelos AK e Israelitas. Na altura foram a correr comprar FN FAL no mercado.

Curiosidade: https://medium.com/war-is-boring/indias-anti-terror-troops-despise-their-assault-rifle-3fcafa392aaa
« Última modificação: Junho 24, 2022, 03:11:34 pm por LuisPolis »
 

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Daniel

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5583 em: Junho 24, 2022, 03:24:37 pm »
Putin é um “gangster”: ex-oligarca considera “erro dramático” achar que ainda se pode chegar a acordo com presidente russo
https://executivedigest.sapo.pt/putin-e-um-gangster-ex-oligarca-considera-erro-dramatico-achar-que-ainda-se-pode-chegar-a-acordo-com-presidente-russo/
Citar
A 24 de fevereiro de 2022, a Rússia iniciou uma guerra na Ucrânia. Ao longo dos meses seguintes, a União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido têm vido a aplicar sanções sem precedentes ao setor energético, meios de comunicação e indivíduos russos, incluindo oligarcas, que estejam relacionados com o financiamento da guerra.

Em entrevista à ‘euronews’, Mikhail Khodorkovsky, um ex-oligarca russo que já foi o homem mais rico do país diz que, agora, a queda de Vladimir Putin é inevitável.

“O que vejo hoje da sua parte é uma mistura de pragmatismo, ou seja, um desejo de reforçar a sua classificação eleitoral, e a emocionalidade – refiro-me a uma espécie de medo paranoico do que está a acontecer no país vizinho, medo das transformações democráticas, da independência que a Ucrânia ganhou”, começa por dizer Khodorkovsky, acrescentando que a pandemia criou em Putin a ideia de que “a Ucrânia não iria resistir, que não encontraria nenhuma resistência organizada e que talvez algumas cidades o recebessem com flores”.

Questionado sobre a possibilidade de todo este conflito não ser apenas um fracasso para o presidente russo, mas também para o Ocidente, o ex-oligarca é da opinião de que “os líderes dos principais países europeus ainda acreditam que é possível chegar a acordo sobre algo com Putin sem demonstrações de força, ou seja – partindo de uma posição fraca, de acordo com Putin. E isto é um erro dramático, porque eles não estão a falar com um líder igual a eles, estão a falar com um gangster”.

Relativamente à melhor solução para a guerra, Khodorkovsky apoia a opinião já apresentada pelo chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, que disse que “será resolvido não à mesa das negociações, mas no campo de batalha”, apesar de não descartar que, posteriormente, haverá negociações. “Mas a primeira solução será tomada logo no campo de batalha. Não há alternativa!

Partilho da mesma opinião, embora espero estar enganado, desta vez ou há um milagre ou só se chega lá pela guerra, infelizmente, mais uma vez, espero estar enganado.
 

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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5584 em: Junho 24, 2022, 04:32:39 pm »
Citação de: cabeça de martelo
A Ucrania e os Ucranianos não são o Afeganistão e os Afegãos, não vamos comparar o incomparável.
Os dois países faziam fronteira com a potência invasora...
A Ucrânia é maior, a Russia é menor que a URSS e no Afeganistão quando os soviéticos queriam meter medo aos afegãos, chamavam batalhões ucranianos … eram os chechenos da altura …

É comparável na medida em que o Afeganistão é o último exemplo de uma intervenção maciça ordenada pelo governo do Kremlin. Por outro lado a Ucrânia já matou em quatro meses, mais russos que o numero de soviéticos mortos em dez anos …
Aí, é verdade, não há comparação …


Citação de: cabeça de martelo
Um perfeito exagero e com muita especulação à mistura. A Rússia não vai entregar território a ninguém, o que vai acontecer isso sim é a presença cada vez mais massiva das multinacionais Chinesas e a predominância chinesa no investimento estrangeiro na Rússia. Isso já acontecia à muitos anos em certas regiões da Rússia.

A Russia não tem feito outra coisa desde Ivan IV que não seja conquistar territórios e entrega-los ou vende-los. Até Estaline considerou a hipotese de depois de 22 de Junho de 1941 perguntar aos alemães se eles aceitavam territórios para pararem a invasão.

Os russos nem têm 20 milhões de pessoas no extremo oriente russo, perante províncias chinesas que têm quase mais população que a Russia inteira.
Não podemos olhar para estas coisas com os olhos da comunicação social que pergunta a que horas acaba a guerra para poder calcular como vai transmitir o mundial de futebol...

Chineses e americanos procuram neste momento o Santo Graal. As armas de energia dirigida, que segundo eles podem tornar os mísseis balísticos obsoletos.
A Russia dura até que as duas super potências tenham esse tipo de armamento. Depois …
É uma questão de tempo.



Citação de: cabeça de martelo
O que irá acontecer ou não ao regime do Putin é uma perfeita incógnita. Se ele deixar "herdeiro" (alguém por si escolhido) talvez o regime dure bastantes mais anos após a morte do mesmo.

Previsões, estou de acordo … só depois do jogo terminar …

No entanto, o que acontece a um regime autocrático quando o autocrata morre não é uma icógnita para ninguém. Basta olhar para a História e ver o que acontece sempre, sempre, sempre. [1]

Putin não é um monarca e não pode criar um herdeiro para o substituir.
Quando um autocrata morre e deixa um herdeiro, o herdeiro não sobrevive, é morto na primeira oportunidade.

Ao contrário da URSS a Russia não é uma ditadura com um poder colegial, como era o Comité Central do PCUS. Aí, havia guerras internas, assassinatos e chantagem, é publico...
Mas Putin para manter o poder tem que manter um regime de terror em que ninguém, absolutamente ninguém lhe pode fazer sombra.
Por isso não há um herdeiro.
Ninguém quer ficar no lugar do morto.

Por alguma razão, os russos temem as mudanças de poder e não acham que a democracia funciona.

Citação de: cabeça de martelo
O regime Chinês vê-se como muita coisa, agora tenho sérias dúvidas que se vejam na pele de um Mongol. Eles querem a submissão de todos os seus vizinhos, já nas conquistas territoriais a Formosa está na primeira linha da frente. Já a Rússia será um aliado de primeira linha
Não é que os chineses se vejam como mongóis …
A dinastia Yuan com Kublay Khan, que governou a partir da cidade de Khambalik (actual Pequim) era chinesa e de origem mongol.
O imperador declarou-se também Grande Khan, embora os kanatos ocidentais apenas lhe prestassem vassalagem formal.
Um desses kanatos, conhecido como “Golden Horde” aceitou a rendição de Novgorod e destruiu Kiev.
Novgorod seria poupada e o poder da Moscovia ascenderia já em Moscovo para derrotar a “Golden Horde”

A Russia é um décimo da China em termos populacionais e cada vez será proporcionalmente mais fraca e cada vez mais e mais dependente...

É uma questão de tempo.
Esse é segundo muitos o grande problema do ocidente. Ao não ser capaz de manter a Russia mais ligada ao ocidente que à China, acaba por colocar a China às portas da Europa, outra vez.
Putin é apenas uma forma de os chineses atingirem os seus objetivos.



[1] - Faço uma ressalva para o regime da Coreia do Norte. Ali, o Partido Comunista não tem qualquer poder.
Mas o ditador não é um autocrata, sendo sim, um monarca herdeditário, transformado num semi Deus, num estranho casamento entre politica e uma visão religiosa do estado...
« Última modificação: Junho 24, 2022, 04:49:32 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Daniel

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5585 em: Junho 24, 2022, 04:39:19 pm »
Citação de: cabeça de martelo
A Ucrania e os Ucranianos não são o Afeganistão e os Afegãos, não vamos comparar o incomparável.
Os dois países faziam fronteira com a potência invasora...
A Ucrânia é maior, a Russia é menor que a URSS e no Afeganistão quando os soviéticos queriam meter medo aos afegãos, chamavam batalhões ucranianos … eram os chechenos da altura …

É comparável na medida em que o Afeganistão é o último exemplo de uma intervenção maciça ordenada pelo governo do Kremlin. Por outro lado a Ucrânia já matou em quatro meses, mais russos que o numero de soviéticos mortos em dez anos …
Aí, é verdade, não há comparação …


Citação de: cabeça de martelo
Um perfeito exagero e com muita especulação à mistura. A Rússia não vai entregar território a ninguém, o que vai acontecer isso sim é a presença cada vez mais massiva das multinacionais Chinesas e a predominância chinesa no investimento estrangeiro na Rússia. Isso já acontecia à muitos anos em certas regiões da Rússia.

A Russia não tem feito outra coisa desde Ivan IV que não seja conquistar territórios e entrega-los ou vende-los. Até Estaline considerou a hipotese de depois de 22 de Junho de 1941 perguntar aos alemães se eles aceitavam territórios para pararem a invasão.

Os russos nem têm 20 milhões de pessoas no extremo oriente russo, perante províncias chinesas que têm quase mais população que a Russia inteira.
Não podemos olhar para estas coisas com os olhos da comunicação social que pergunta a que horas acaba a guerra para poder calcular como vai transmitir o mundial de futebol...

Chineses e americanos procuram neste momento o Santo Graal. As armas de energia dirigida, que segundo eles podem tornar os mísseis balísticos obsoletos.
A Russia dura até que as duas super potências tenham esse tipo de armamento. Depois …
É uma questão de tempo.



Citação de: cabeça de martelo
O que irá acontecer ou não ao regime do Putin é uma perfeita incógnita. Se ele deixar "herdeiro" (alguém por si escolhido) talvez o regime dure bastantes mais anos após a morte do mesmo.

Previsões, estou de acordo … só depois do jogo terminar …

No entanto, o que acontece a um regime autocrático quando o autocrata morre não é uma icógnita para ninguém. Basta olhar para a História e ver o que acontece sempre, sempre, sempre.

Putin não é um monarca e não pode criar um herdeiro para o substituir.
Quando um autocrata morre e deixa um herdeiro, o herdeiro não sobrevive, é morto na primeira oportunidade.

Ao contrário da URSS a Russia não é uma ditadura com um poder colegial, como era o Comité Central do PCUS. Aí, havia guerras internas, assassinatos e chantagem, é publico...
Mas Putin para manter o poder tem que manter um regime de terror em que ninguém, absolutamente ninguém lhe pode fazer sombra.
Por isso não há um herdeiro.
Ninguém quer ficar no lugar do morto.

Por alguma razão, os russos temem as mudanças de poder e não acham que a democracia funciona.

Citação de: cabeça de martelo
O regime Chinês vê-se como muita coisa, agora tenho sérias dúvidas que se vejam na pele de um Mongol. Eles querem a submissão de todos os seus vizinhos, já nas conquistas territoriais a Formosa está na primeira linha da frente. Já a Rússia será um aliado de primeira linha
Não é que os chineses se vejam como mongóis …
A dinastia Yuan com Kublay Khan, que governou a partir da cidade de Khambalik (actual Pequim) era chinesa e de origem mongol.
O imperador declarou-se também Grande Khan, embora os kanatos ocidentais apenas lhe prestassem vassalagem formal.
Um desses kanatos, conhecido como “Golden Horde” aceitou a rendição de Novgorod e destruiu Kiev.
Novgorod seria poupada e o poder da Moscovia ascenderia já em Moscovo para derrotar a “Golden Horde”

A Russia é um décimo da China em termos populacionais e cada vez será proporcionalmente mais fraca e cada vez mais e mais dependente...

É uma questão de tempo.
Esse é segundo muitos o grande problema do ocidente. Ao não ser capaz de manter a Russia mais ligada ao ocidente que à China, acaba por colocar a China às portas da Europa, outra vez.
Putin é apenas uma forma de os chineses atingirem os seus objetivos.

Sem dúvida alguma, e quando os russos acordarem já será tarde.
 

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Duarte

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5586 em: Junho 24, 2022, 05:30:51 pm »
Não concordo, pelo contrário, daqui para a frente será tudo diferente nota-se na política praticada pelo ocidente vs Russia.
A EU não se vai vergar pelo simples fato de no próximo inverno não haver tanto gás, isto é simplesmente o ponto de partida para acabar com a dependência do gás russo.
Inclusive, acho que o povo europeu, Alemão, Italiano etc, estão prontos a fazer sacrifícios pela causa do povo ucraniano, o povo do ocidente já percebeu que está em causa a liberdade do povo.
Por isso e muito mais, não creio nessas demonstrações, protestos etc, daqui para a frente a Russia vai ficar a cantar sozinha.

Os propagandistas (pagos, ou voluntários) de Moscovo é que andam aqui a repetir esta cartilha, com sonhos molhados que o rublo vai ser moeda forte, etc.. só pózinho para os olhos dos desatentos.
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"
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LuisPolis

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5587 em: Junho 24, 2022, 05:56:35 pm »
As peças começam a mover-se na UE mas é mais do mesmo, a França e a Alemanha em lados opostos. É triste, mas ninguém conta com Portugal e parece que ninguém está interessado. Na eurosatory 2022 só há 3 empresas Portuguesas e nenhum apoio governamental.

Macron:
Citar
His remark that “spending a lot to spend elsewhere is not a good idea” was clearly aimed at those European countries that are buying American, such as Germany, which within days of announcing a €100 billion ($105 billion) injection of funds into defense promptly announced it would buy up to 35 US F-35 fighter aircraft.

Citar
We need to reinforce a European defense industry and have a much stronger, more demanding industrial and technological defense base in Europe,” the president stressed. In a clear reference to the United States, he warned that unless this was done, Europe would be creating a future dependency just like the one it had built on Russian oil and gas. And so, he insisted, it is vital for European industry to “simplify” its collective offer “to build real European offers, have a real European standard.”

https://breakingdefense.com/2022/06/can-european-industry-support-marcons-war-time-economy-firms-are-wary/
« Última modificação: Junho 24, 2022, 06:01:02 pm por LuisPolis »
 

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papatango

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5588 em: Junho 24, 2022, 06:09:12 pm »
Neste caso especifico, os alemães atrasaram de tal forma a substituição do Tornado, que na realidade não havia outra alternativa que não fosse o F-35 para garantir uma força com aeronaves relativamente modernas.
A Europa não desenvolveu um caça com caracteristicas parecidas com o que costumamos chamar de quinta geração. O resultado está à vista...

A Europa não tem uma industria de defesa com um mínimo de integração.
Talvez os franceses devessem começar por pensar em adquirir Leopard-II ou então o Panther que a Rheinmetal apresentou há pouco tempo.

Quanto a Portugal, porque é que alguém deveria contar com um país de 10 milhões de habitantes que anda a brincar com a defesa, porque quando há uma guerra aparecem logo os do costume a dizer Paz, Paz, Paz, queremos é uma data de Paz camaradas...

Nós somos irrelevantes por um lado porque não temos dimensão, e ainda mais irrelavantes, porque nem a nossa dimensão assumimos.
De governo para governo, as necessidades de defesa são relegadas para terceiras quartas e quintas nupcias, e durante o nefando governo da geringonça a destruição das forças armadas atingiu aparentemente níveis que nem o mais pessimista poderia prever há anos atrás.

Mas mesmo com uma guerra do outro lado da Europa isso muda...
É muito longe, e não temos nada a ver com isso, a não ser quando nos aumenta o preço da gasolina e a prestação da casa.
O que nos safa, é que os nossos invernos não são muito rigorosos e uma parte da população está habituada a passar frio ...

oops ... mas isto não tem a ver com a guerra na Ucrânia...
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5589 em: Junho 24, 2022, 06:13:13 pm »
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5590 em: Junho 24, 2022, 07:42:37 pm »
 

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Lightning

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5591 em: Junho 24, 2022, 09:48:44 pm »
Aonde estava a ajuda NATO durante a operaçao Vijay ?!?

Ver artigo 6 da NATO
https://www.nato.int/cps/en/natohq/official_texts_17120.htm?selectedLocale=pt

Quem souber história sabe que Salazar nem pediu ajuda à NATO (não tinha lógica), mas pediu ajuda ao Reino Unido pelo tratado de Windsor, mas o Reino Unido recusou porque o inimigo de Portugal era um membro da Commonwealth.

A NATO também não foi combater a Argentina em 82 por esta ter conquistado o territorio britânico das ilhas Falkland, é que essas ilhas ficam a sul de uma certa linha.
« Última modificação: Junho 25, 2022, 01:12:33 am por Lightning »
 
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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5592 em: Junho 24, 2022, 09:52:22 pm »
 

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« Responder #5593 em: Junho 24, 2022, 10:45:59 pm »
 

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Re: Guerra na Ucrânia
« Responder #5594 em: Junho 24, 2022, 11:36:59 pm »
Conversa entre o embaixador Russo Anatoly Antonov nos EUA, Zalmay Khalilzad (antigo embaixador Americano no Iraque, Afeganistão e nas NU) e Dimitri Simes (president and CEO of the Center for the National Interest). Não sei porquê, faz-me lembrar as conversas do Padrinho (o Corleone com o respect, guarantees ...)






https://twitter.com/Osinttechnical/status/1540439751194550278/
« Última modificação: Junho 24, 2022, 11:43:52 pm por LuisPolis »