Mísseis com contra-medidas electrónicas não é novidade. E os que as têm, não passam a ser imunes a defesas anti-aéreas, mas reduzem a chance de serem abatidos. No fim de contas, é uma questão de estatística. O Iron Dome é o sistema C-RAM mais eficaz do mundo (do que se sabe), tendo uma eficácia entre os 70 e os 90% (a eficácia tem aumentado ao longo dos anos), e nunca vai conseguir interceptar tudo. Isto é, em 100 rockets lançados, com eficácia de 80% de intercepção, 20 vão passar, e são rockets baratos!
Ora o caso dos Iskander, temos de ver várias questões: não é qualquer bateria anti-aérea que intercepta um míssil deste tipo, e mesmo as que sejam capazes de interceptar, nunca têm 100% de eficácia. Mesmo que tivessem 90% de eficácia (irrealista), em 10 mísseis lançados pelos russos, 1 deles passava. Não sabemos quantas baterias os ucranianos ainda têm, onde estão situadas, quantos mísseis ainda lhes resta, nem sabemos quantos mísseis costumam lançar os russos em cada salva. Juntemos a isto, o facto dos russos conhecerem os sistemas AA em causa (foram eles que os desenvolveram), sabem como funcionam, a que frequências operam os seus sensores, as suas limitações, tudo, o que deve facilitar bastante a penetração destas defesas.