A última fronteira

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Carlos Rendel

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A última fronteira
« em: Fevereiro 03, 2013, 10:09:00 pm »
Em Março de 1867 o presidente dos Estados Unidos levou ao Senado uma minuta de contrato inédita.Andrew Johnson,após rápida discussão assinou a aprovação de compra de uma faixa de terreno  limitada pelo Oceano Ártico,o Pacífico e o mar de Bering.O czar da Rússia propunha-se ceder esta àrea pelo valor global de sete milhões e duzentos mil dólares.Alguns influentes senadores achavam uma estupidez o negócio dado tratar-se  de uma imensidão gelada com poucos recursos e inóspita para a vivência humana.Mas tarde este território seria chamado Alaska com uma área de um milhão e meio de quadrados,hoje o estado mais extenso da União caracterizado por  têr 3 milhões de lagos.O negócio foi conduzido e concluído por William H. Seward, secretário de Estado e o nova aquisição,depreciadamente chamada "a loucura de Seward".Poucos anos passados deu-se a corrida ao ouro em Klondike acorrendo 20 000 pessoas para trabalhar nas minas.E descobriram-se outros minérios de cobre,crómio e mercúrio.Já no século XX foi encontrada uma jazida de petróleo,a que se seguiram outras na plataforma continental.Na guerra fria o valor estratégico do Alaska foi demonstrado.
Mas foi só em 1959  que o território foi declarado 49º Estado da União.Feitas as contas o preço por qm2 foi de 4,8 dólares.Neste tempo ninguém conseguiu avaliar as reais potencialidades do Alaska e os russos desfizeram-se de uma terra gelada que pouco contribuía para a sua economia.
.Dada a extrema rudeza climática do Alaska era apenas habitado por índios americanos e algumas etnias que,alegadamente teriam cruzado o Mar de Bering.
Nos nossos descobrimentos tropicais encontrámos invariávelmente populações locais que estiveram sempre em maioria com os colonizadores.  Alguém acredita que em vez de sermos 500 000 em Angola fôssemos 7 ou 8 milhões a história seria a mesma ? CR
CR
 

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Lightning

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Re: A última fronteira
« Responder #1 em: Fevereiro 04, 2013, 12:04:02 am »
O que é que a compra do Alasca tem a ver com conflitos do passado?
 

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Carlos Rendel

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Re: A última fronteira
« Responder #2 em: Fevereiro 07, 2013, 03:27:51 pm »
Se houve ou não genocídio dos índios norte americanos é assunto que ainda hoje se discute  nos meios universitarios dos E.U. Na verdade,ao comprar o Alaska,herdaram um problema que também tinham em casa,as tribos índias a ocupar
as  melhores terras de cultura. Para o mesmo mal o mesmo remédio.Confinados a áreas sobrantes e inférteis não dispunham de assistência médica e alimentar,nem podiam saír da reserva e fazer pela vida.Alojados em tendas  viram
as taxas de mortalidade de crianças e idosos.As principais etnias eram e são os aleucianos,esquimós, e athabasca.
Incluí-los em reservas e deixá-los morrer é a forma mais sofisticada de genocídio: é lento,eficaz e não deixa vestígios.
Para o prof. Ward Churchill da Universidade do Colorado,os nativos seriam em 1500,12 milhões e em 1900 217000.São números que configuram um vasto genocídio.


PS.-Para  fazer uma ideia como eram tratados os prisioneiros da II Guerra Mundial pelos americanos,veja-se o livro "Outras perdas" de James Bacque,ed.ASA

Cumprimentos
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mafets

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Re: A última fronteira
« Responder #3 em: Fevereiro 07, 2013, 09:41:57 pm »
A minha humilde opinião sobre o assunto...

O Alasca é uma região com qualquer coisa como 1 723 336,57 km² e possui uma demografia na ordem dos 722 718 habitantes totalizando a população indigena à volta dos 15%, portanto a questão das tribos nativas e do território,  nunca atingiu as porporções de outros estados norte americanos onde os conflitos deram origem a algumas batalhas históricas  de que são exemplo as Guerras Apache http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_Apache. Daí considerar a situação do Alasca quer como um conflito do passado quer como uma possivel situação de genocidio algo exagerado.

Agora, o problema dos povos indigenas é outra história. Começou em Cristovão Colombo, teve continuidade nos EUA, Canada, America Central e ainda hoje é um problema real no Brasil. E não estamos a falar apenas de assassinios ou da expulsão das suas terras ancestrais mas de niveis de mortandade elevados devido por exemplo a todo um conjunto de novas doenças, banais para os caucasianos, mas mortais para os indios.

Por ultimo, continuamos a analisar acontecimentos passados com preambulos etico-morais do seculo XXI com palavras como genocidio, extermínio, etc. Os imperios inca, maia e azteca exterminaram os seus inimigos. Mais tarde foram exterminados por Espanha, que por sua vez deu lugar aos britanicos e mais tarde americanos em vastas areas do território. Quem detinha as melhores armas e consequentemente o poder assegurava-se de todos os meios para dominar. E o exterminio ou genocidio é apenas mais uma forma de poder, que ainda hoje é uma regra terrivelmente eficaz.

Saudações

P.S. A forma de tratamento dos prisioneiros japoneses pelos americanos não pode ser comparada aos campos de concentração de eslavos administrados pelos alemães ou à "marcha da morte" patrocinada pelo exercito imperial japones. Até porque nipónicos capturados ou que se renderam foram em número insignificante face aos que morreram em combate ou fizeram harakiri.
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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