Um dos problemas que temos cá em Portugal é a apologia da capacidade de improvisação, de se conseguir caçar com gato quando não se tem cão, e o resultado é que depois os governos acham que comprar um cão é demais e basta ter um gatinho em segunda mão para se cumprir a missão.
Uma operação deste género faz-se com um porta-helicópteros, do tipo de LHD. Assim é que se fazem as coisas. Com um LPD, que não é um navio de assalto anfíbio, mas um navio de transporte com capacidade de desembarque (em complemento de um LHD), pode-se fazer com limitações (só se pode colocar no ar dois helis de cada vez, não pode operar UAVs ou UCAVs, não permite o acompanhamento simultâneo de helicópteros armados, e de SAR em caso de alguma coisa correr mal). Um LPD, tendo como meio de transporte preferencial a lancha de desembarque e por ser limitado na operação de helis, implica necessáriamente entrar nas águas territoriais do país em causa, o que poderá não se autorizado por este por receio de se tratar de um pretexto para uma invasão.
Mas, dentro das limitações é possível fazer uma evacuação com um LPD.
Agora com 1 fragata, 1 corveta e um reabastecedor, sem o consentimento de quem controla o território em causa, simplesmente não se faz. E numa operação de entrada forçada, ainda menos.
Já é hora das chefias dizerem ao Governo: «Meus senhores, temos muita pena mas não podemos fazer o que nos pedem porque muito simplesmente não temos os meios mínimos necessários. Há mais de 15 anos que dizemos que precisamos de um navio anfíbio para este género de cenário e não nos dão, enquanto esbanjam milhões em inutilidades. Pois então agora assumam as responsabilidade e expliquem-se perante o país».
E deixem-se de fantasias com EH101s a bordo de navios da Armada porque ninguém está treinado para isso, ponto final.
JQT