De facto o 1º de Dezembro, é o verdadeiro, provavelmente o único dia, que com legitimidade podemos designar como «Dia da Liberdade».
Por muito dignas que tenham sido as intenções de muitos dos que participaram no «outro» (e não os ponho em causa), a verdade é que em 1 de Dezembro, celebramos o nosso direito de seguir o nosso próprio caminho, ainda que muitas vezes não seja o melhor.
É também verdade que, este dia 1 de Dezembro, como o 25 de Abril, foram cozinhados por pequenos grupos de interesse, que tinham primeiro em mente a defesa das suas carteiras e a defesa dos seus direitos que o direito do povo português.
Mas mesmo assim, tanto num caso como no outro, é o povo que dá legitimidade à revolta. Em 25 de Abril, é o povo nas ruas que condiciona e determina o desfecho do golpe. Em 1 de Dezembro de 1640, despontou um movimento popular que aceitou até as agruras de uma interminável guerra que durou 28 anos.
28 anos de guerra, pelo direito de todos os cidadãos a chamar uma bandeira e um país de seu, em vez de se confundirem com os restantes povos conquistados e humilhados da peninsula ibérica.
Muitos dirão, que preferiam a humilhação se tivessem mais uns tostões na carteira.
Mas há sempre os que preferem manter a cabeça erguida, em vez de beijar as patas dos outros, à espera de uma esmola.
Esses são os que mesmo sem dia feriado, ainda vão celebrar o 1º de Dezembro de 1640, quando já todos tiverem esquecido o 5 de Outubro de 1910 ou até o 25 de Abril de 1974.
Viva o 1º de Dezembro
Viva a Liberdade !