Se há separatistas querendo independência dos países aos quais suas regiões estão anexadas, acha que haverá sucesso em uma completa união da Europa em um só país? Há leis que diferem entre os países, e tais leis teriam que ser mudadas, principalmente as que concernem sobre imigração e penalidades.
Agora eu pergunto: QUE PAÍS aceitaria mudar sua legislação em benefício de outro?
Concordo 200% EUA nasceu em inglês, fez-se em inglês, expandiu-se para o Oeste baixo a épica do "homem feito a si próprio", debastando territórios, apagando étnias, arranjando telégrafos, comboios, etc....
Muitos dos estados que fazem parte da União norteamericana foram feitos a cutelo (Montana ou as dakotas estão desenhadas à faca); os que chegaram depois (eslavos, italianos, irlandeses, hispanos, etc...) foram-se integrando em uma nação monolíngüe.
Europa é uma ideia diferente: nasce como união apenas económica, mas as nações já estão postas desde há séculos, com suas crises dinásticas, suas guerras, conflitos étnicos...
No Parlamento Europeu há nacionalistas catalães a falarem francês, nacionalistas galegos a utilizarem o português (acho com mais razão histórica, sem dúvida alguma), e muitas outras línguas querem sair e ver a luz...
As diferenças entre um escocês e um esloveno não dão para aderirem a ideia de fazerem parte duma só nação. Um turco --que está nas portas de entrar na União -- e um norueguês não têm uma história que faça com que sejam nacionais da mesma pátria, por muito que se queiram forçar as coisas...
E quando as coisas vêm mal dadas, temos os alemães e os franceses a quererem deitar fóra à Grécia (como se pode entender Europa sem a Grécia

)... pois porque manda o dinheiro e os interesses, que desde que sejam comuns correm bem, mas quando contradizem os dos estados são postos em causa sem pudor algúm.
E as leis?... se França é governada pela direita, Espanha pela esquerda, e assim por diante... que política é que se faz???... quanto às relações internacionais, os interesses não podem ser comuns (a Espanha não lhe convém Kosova independente, mas maior parte dos estados europeus aderiram... e logo está também o tema das possessões francesas em Ultramar (que nem são poucas!!!); de resto, a Grã Bretanha nem tem sequer vontade de mudar a moeda: eles estão dirigidos para um mundo anglófono no que mexem como peixe na água.
Por isso tudo, e mais uma vez, não acredito que se possa chegar mais longe do que se chegou, que não é pouco, mas não dá para fazer uma "nação" europeia.
Por minha opinião. Agora: do jeito que defendo a Portugaliza -- que é uma utopia que mede o alcance da minha ingenuidade -- respeito haverem europeístas confessos que nem sabem muito bem como é que as coisas correm nos palácios e assembleias onde foram criadas as criaturas comunitárias...
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É de destaque ainda a posição dos franceses a defenderem seus interesses na África sub-saariana ou o papel de Alemanha do desabamento da Iugoslávia: Dois exemplos neocoloniais confrontados com qualquer ideia europeísta comum.