Defesa para leigos

  • 11 Respostas
  • 3266 Visualizações
*

miguelbud

  • Especialista
  • ****
  • 937
  • Recebeu: 125 vez(es)
  • Enviou: 58 vez(es)
  • +61/-298
Defesa para leigos
« em: Junho 17, 2011, 11:13:48 pm »
AVISO MAIL SEM ACENTOS

Muito boa noite,

Tenho 30 anos, nunca fui a tropa, e a vida/modo de vida militar é algo que considero muito ingrato, frustrante e que nao quero para mim. As minha experiencia militar resume-me aos meus tempos de estudante em que jogava Medal of honour, onde a minha tactica de resumia a avancar (em linha recta) contra o inimigo e disparar metralhadoras a queima roupa.  

Comecei a visitar este site para perceber a razao pela qual necessitamos de submarinos, a qual me ficou 100% esclarecida, pois voces aqui percebem mesmo do assunto (Devo confessar que tenho pena só termos comprado 2 :wink:

6 - A actual crise vai fazer com que os navios NPO e LFC continuem parados? Ou estes ja foram pagos?

7 - Divórcio entre FAP e Sociedade Portuguesa - É um facto, as FAP e a sociedade civil estas de costas voltadas ha pelo menos 37 anos. Na minha opiniao os Dias do exercito da marinha e da forca aerea, sao iniciativas importantes, mas nao chegam para mudar as mentalidades e alterar a situacao. Ha outras actividades organizadas neste sentido? É que na minha opiniao se poderiam fazer tantas coisas.

Creio que agora chega de duvidas.

Antecipo desde já o meu agradecimento a quem tiver paciencia e conhecimento para mas tirar.
 

*

PCartCast

  • Membro
  • *
  • 226
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • Enviou: 3 vez(es)
  • +0/-0
Re: Defesa para leigos
« Responder #1 em: Junho 18, 2011, 01:28:28 pm »
Sê bem-vindo.

Citação de: "miguelbud"
1 - Comando da NATO em OEIRAS - a recente "transformacao" do comando de oeiras foi vantajosa para nós? A unica explicacao que encontrei foi a do agora antigo Ministro da Defesa que considera que sim, o que e totalmente suspeito nao fosse ele autodenominar-se de burro. Pelo que li agora vai vir uma esquadra da marinha norte americana para aqui, é isso? Se sim, vao receber ordens de quem? Tambem dizem que vem uma escola que estava em Roma, isto é bom? Os nosso militares vao ganhar algum conhecimento atraves disto?

A questão de Oeiras resume-se a uma questão de status dentro própria NATO. Mas não serei a pessoa ideal para comentar este tópico infelizmente.

Citação de: "miguelbud"
2 - BASE DAS LAJES - Pelo que sei nao é da NATO. Quais sao as contrapartidas que nos recebemos pelo uso que os americanos lhes dao? Armamento militar? manutencao? desenvolvimento da regiao?

Até 1996/97, não tenho a  certeza, Portugal recebia contrapartidas directas pela utilização da base, normalmente na recepção de equipamentos militares que os EUA entendiam já não lhes servir, ou na redução dos preços na aquisição de outros equipamentos, parte dos F-16 portugueses vieram ao abrigo do programa de contrapartidas.

Actualmente a administração norte-americana considera que o impacto dos militares norte-americanos na ilha é só por si uma contra-partida, por isso chegou a acordo com a administração portuguesa para que o programa de contra-partidas fosse eliminado.

Citação de: "miguelbud"
3 - CHEFE SUPREMO DAS FORCAS ARMADAS - Tanto quanto sei o chefe supremo da nossa Republica é o seu Presidente devidamente eleito por maioria. Tendo em conta que ele e um civil como e que pode ser o Comandante supremo das forcas armadas? Nas monarquias do norte o reis e principes tem formacao militar chegando mesmo a ir para um teatro de operacoes. A mim faz-me confusao que o presidente possa nao ter formacao para distinguir as patentes militares (sim eu admito que tambem nao as sei) mas eu nao mando em militares.

O militares não se auto-governam em país nenhum, tirando alguns países como a Birmânia. Desta forma estão sujeitos ao poder representativo (PR) e ao poder executivo (Governo). O Governo legisla e gere as FA mas é o PR que as representa, de acordo com a Constituição Portuguesa.

Citação de: "miguelbud"
4 - MINISTERIO DA DEFESA - Faz algum sentido uma nacao ter um ministerio da defesa nos moldes que nos temos?

Podia-mos continuar a especular por aí adiante... A organização governativa não está estabelecida na constituição nem por Lei (apenas os cargos possíveis a atribuir o estão), por isso, o estabelecimento dos ministérios é determinado apenas pelo Primeiro-Ministro aquando da formação e indigitação do Governo pelo PR... É um dos tópicos da actualidade, o governo reduzido de Passos Coelho.

Noutros tempos, para além do ministério da Defesa, houve ministérios que actualmente parecem redundantes, como o ministério da Marinha, ou o Ministério da Guerra no tempo da guerra colonial.

Respondendo finalmente á sua pergunta, a gestão dos recursos militares é um assunto particularmente difícil, pois envolve interesses dos militares, bem como alguns lóbies, eu pessoalmente penso que se justifica, até por que é considerado como uma das pastas mais difíceis.

Citação de: "miguelbud"
5 - FORCAS ARMADAS COMO INSERCAO SOCIAL - Sei que este e um topico sensivel, mas em certo casos, em vez de condenar jovens a prisao por crimes nao violentos, nao seria melhor obriga-los a cumprir a pena ao servico do exercito ou da marinha? Vejamos, um jovem apanhado em flagrante a roubar vai pa prisao durante 2 anos. Quem rouba aos 18 anos nao tem grandes perspectivas de vida. Nao sei o estado dos nossos servicos prisionais, mas de certeza que nao tera grande formacao quando acabar a pena, entretanto o estado esta a pagar as suas refeicoes cama e roupa lavada. no exercito o estado pagaria o mesmo (partindo do principio que nao teria os mesmos direitos q os voluntarios), aprendia valores, talvez visse que servir o pais seria melhor que roubar e ainda levava uns cachacos de cada vez que saisse da ordem. E as FAP aumentariam os militares a um baixo custo  :wink:

A intenção é boas, mas acho que não seria bem aceite pelas estruturas militares, o caso do roubo recente das metralhadoras na Carregueira ( Comandos) é disso exemplo... E isto por parte de indivíduos que tiveram de apresentar registo criminal para poderem ser aceites. Acima de tudo, ser-se militar é uma questão de responsabilidade.

Citação de: "miguelbud"
6 - A actual crise vai fazer com que os navios NPO e LFC continuem parados? Ou estes ja foram pagos?

Não sou a pessoa para responder a esta pergunta, mas tanto quanto sei os dois NPO já estão pagos, mas de certeza que não serão concessionados mais nos tempos vindouros.

Citação de: "miguelbud"
7 - Divórcio entre FAP e Sociedade Portuguesa - É um facto, as FAP e a sociedade civil estas de costas voltadas ha pelo menos 37 anos. Na minha opiniao os Dias do exercito da marinha e da forca aerea, sao iniciativas importantes, mas nao chegam para mudar as mentalidades e alterar a situacao. Ha outras actividades organizadas neste sentido? É que na minha opiniao se poderiam fazer tantas coisas.

Quando você diz FAP penso que quer dizer Forças Armadas Portuguesas e não Força Aérea Portuguesa, pelo menos eu assim o entendi.

Existem ocasionalmente iniciativas de recrutamento por parte dos respectivos ramos, mas essencialmente resume-se apenas ao Dia de Portugal, e aos respectivos dias dos ramos.

*

nelson38899

  • Investigador
  • *****
  • 5618
  • Recebeu: 933 vez(es)
  • Enviou: 884 vez(es)
  • +740/-2722
Re: Defesa para leigos
« Responder #2 em: Junho 18, 2011, 08:44:50 pm »
Citação de: "miguelbud"

1 - Comando da NATO em OEIRAS - a recente "transformacao" do comando de oeiras foi vantajosa para nós? A unica explicacao que encontrei foi a do agora antigo Ministro da Defesa que considera que sim, o que e totalmente suspeito nao fosse ele autodenominar-se de burro. Pelo que li agora vai vir uma esquadra da marinha norte americana para aqui, é isso? Se sim, vao receber ordens de quem? Tambem dizem que vem uma escola que estava em Roma, isto é bom? Os nosso militares vao ganhar algum conhecimento atraves disto?

tal como o Pedro referiu a  existência de um comando, permite-nos ter algum poder de decisão dentro da própria Nato, com a vinda dessas duas estruturas para Portugal, na minha opinião vamos deixar de ser um país com algum poder, passando no futuro a ser uma base logística mas sem poder decisório. Os nossos militares já devem ter tirado bastantes cursos nessa escola, a única vantagem para nós é apenas o preço das viagens (antigamente Portugal-Itália agora é só Portugal-Portugal). Quanto à vinda da esquadra americana isso pode ser benéfico, mas apenas ao nível da estrutura, ou seja, vai-nos permitir ganhar outra base Naval.  

Citação de: "miguelbud"
2 - BASE DAS LAJES - Pelo que sei nao é da NATO. Quais sao as contrapartidas que nos recebemos pelo uso que os americanos lhes dao? Armamento militar? manutencao? desenvolvimento da regiao?

Antigamente serviam-nos para adquirir algum material militar ao preço da chuva, mas nos últimos anos  o dinheiro que serviria para a compra de armas, passou a ser investido nos açores.

Citação de: "miguelbud"
3 - CHEFE SUPREMO DAS FORCAS ARMADAS - Tanto quanto sei o chefe supremo da nossa Republica é o seu Presidente devidamente eleito por maioria. Tendo em conta que ele e um civil como e que pode ser o Comandante supremo das forcas armadas? Nas monarquias do norte o reis e principes tem formacao militar chegando mesmo a ir para um teatro de operacoes. A mim faz-me confusao que o presidente possa nao ter formacao para distinguir as patentes militares (sim eu admito que tambem nao as sei) mas eu nao mando em militares.  

Se pensares bem, que tem o poder de decisão em Portugal, são os políticos e os militares não são mais do que um instrumento dessa mesma política
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

*

Lusitanian

  • Membro
  • *
  • 281
  • +0/-0
Re: Defesa para leigos
« Responder #3 em: Junho 19, 2011, 01:37:17 am »
Citar
Se pensares bem, que tem o poder de decisão em Portugal, são os políticos e os militares não são mais do que um instrumento dessa mesma política
E isso é bom?...Não acho nada benéfico um civil (é Presidente, mas não deixa de ter sido um civil), ter poder em assuntos militares. Se fosse um militar seria, na minha opinião, mais lógico, pois está mais dentro do assunto. Entendo que como Presidente, logo como entidade mais alta, deva ter poder sobre isso, mas é um civil...as suas decisões podem ser uma tragédia ou mesmo a condenação da nossa extinção. Ele não tem conhecimentos básicos sobre uma eventual situação de risco, coisas que os militares conhecem bem. É uma responsabilidade demasiado alta, que só não vimos isso porque Portugal pertence á Europa, e há muito que não entra em guerras. É um pouco chato, pois um Presidente devia ser o mais sábio, o mais capaz resumindo um lider com boa experiencia e com bastante conhecimento, sobretudo nos assuntos da Defesa Nacional. Mas como vimos é sempre um "robô" a repetir palavras e um fantoche das máquinas partidárias. Mais uma vez a Democracia dá nestas coisas...Um Presidente (ou Monarca) devia pelo menos ter participado em cenários de guerra, como por exemplo, que é o que me ocorre neste momento, Harry ir para expedições militares. Claro que isto deve ser feito na idade adequada (daí defender o Recenseamento Obrigatório por um bons meses senão mesmo durantes 3 anos, no máximo). Ideias minhas...
Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce.
Por Portugal, e mais nada!
Tudo pela Nação, nada contra a nação!
 

*

Edu

  • Especialista
  • ****
  • 1166
  • Recebeu: 155 vez(es)
  • Enviou: 12 vez(es)
  • +5/-4
Re: Defesa para leigos
« Responder #4 em: Junho 19, 2011, 02:21:26 am »
Citação de: "Lusitanian"
Citar
Se pensares bem, que tem o poder de decisão em Portugal, são os políticos e os militares não são mais do que um instrumento dessa mesma política
E isso é bom?...Não acho nada benéfico um civil (é Presidente, mas não deixa de ter sido um civil), ter poder em assuntos militares. Se fosse um militar seria, na minha opinião, mais lógico, pois está mais dentro do assunto. Entendo que como Presidente, logo como entidade mais alta, deva ter poder sobre isso, mas é um civil...as suas decisões podem ser uma tragédia ou mesmo a condenação da nossa extinção. Ele não tem conhecimentos básicos sobre uma eventual situação de risco, coisas que os militares conhecem bem. É uma responsabilidade demasiado alta, que só não vimos isso porque Portugal pertence á Europa, e há muito que não entra em guerras. É um pouco chato, pois um Presidente devia ser o mais sábio, o mais capaz resumindo um lider com boa experiencia e com bastante conhecimento, sobretudo nos assuntos da Defesa Nacional. Mas como vimos é sempre um "robô" a repetir palavras e um fantoche das máquinas partidárias. Mais uma vez a Democracia dá nestas coisas...Um Presidente (ou Monarca) devia pelo menos ter participado em cenários de guerra, como por exemplo, que é o que me ocorre neste momento, Harry ir para expedições militares. Claro que isto deve ser feito na idade adequada (daí defender o Recenseamento Obrigatório por um bons meses senão mesmo durantes 3 anos, no máximo). Ideias minhas...

Mas por algum motivo existem generais que, em caso de risco, são eles que que comandam os aspectos militares das forças armadas.

A função do presidente é definir a politica de utilização das forças armadas, ou seja, muito resumidamente dizer de que lado devem lutar. Faz todo o sentido que seja o presidente da republica o comandante supremo das forças armadas, nem podia ser de outra forma. Afinal as forças armadas devem estar ao serviço do povo e o presidente é o representante eleito pelo povo.

É o povo que sustenta as forças armadas com o suor do seu trabalho e assim elas devem obedecer à vontade do povo. A vontade do povo é representada por aqueles e foram eleitos e por isso sim, faz todo o sentido que seja um civil a comandar as forças armadas, pois só um civil pode ser eleito para cargos políticos.
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11481
  • Recebeu: 2583 vez(es)
  • Enviou: 3736 vez(es)
  • +969/-1106
Re: Defesa para leigos
« Responder #5 em: Junho 19, 2011, 12:36:03 pm »
Citação de: "Lusitanian"
Citar
Se pensares bem, que tem o poder de decisão em Portugal, são os políticos e os militares não são mais do que um instrumento dessa mesma política
E isso é bom?...Não acho nada benéfico um civil (é Presidente, mas não deixa de ter sido um civil), ter poder em assuntos militares. Se fosse um militar seria, na minha opinião, mais lógico, pois está mais dentro do assunto. Entendo que como Presidente, logo como entidade mais alta, deva ter poder sobre isso, mas é um civil...as suas decisões podem ser uma tragédia ou mesmo a condenação da nossa extinção. Ele não tem conhecimentos básicos sobre uma eventual situação de risco, coisas que os militares conhecem bem. É uma responsabilidade demasiado alta, que só não vimos isso porque Portugal pertence á Europa, e há muito que não entra em guerras. É um pouco chato, pois um Presidente devia ser o mais sábio, o mais capaz resumindo um lider com boa experiencia e com bastante conhecimento, sobretudo nos assuntos da Defesa Nacional. Mas como vimos é sempre um "robô" a repetir palavras e um fantoche das máquinas partidárias. Mais uma vez a Democracia dá nestas coisas...Um Presidente (ou Monarca) devia pelo menos ter participado em cenários de guerra, como por exemplo, que é o que me ocorre neste momento, Harry ir para expedições militares. Claro que isto deve ser feito na idade adequada (daí defender o Recenseamento Obrigatório por um bons meses senão mesmo durantes 3 anos, no máximo). Ideias minhas...

Para já o PR não toma decisões unilaterais conforme lhe dá na cabecinha quando acorda, existem muitas pessoas civis e militares que são tidas em conta como o ministro da defesa, o primeiro-ministro, o General Chefe do Estado-maior-general das Forças Armadas, os Generais/Almirante chefes dos 3 ramos das Forças Armadas, e vários outros conselheiros, todos eles servem para ajudar o Presidente da Republica a tomar a melhor decisão para a nação.

O Presente para ter participado em guerras primeiro tinha que ter sido militar e depois tinha que ter sido enviado para uma guerra, a primeira coisa era possivel fazer, era colocar como condição de concorrer a Presidente da Republica ter cumprido serviço militar (agora se isto tem lógica já é outro assunto), a parte de ter parcipado em guerras já é mais complicado, ainda há ai muito pessoal (já na reforma ou quase) que esteve na guerra colonial mas e daqui a alguns anos? Portugal não é um pais que esteja sempre em guerra, depois da guerra colonial a ideia é tentar ajudar os paises em crise a se estabilizarem com forças de manutenção de paz, e as forças de combate que podemos enviar para guerras como o Afeganistão não são enviadas por interesse nosso, são sim para mostrar "solidariedade" com as grandes nações de que somos aliados, os Estados Unidos principalmente, que tem interesse nessa guerra, e isso é importante para nós porque se um dia precisarmos de alguma coisa deles podemos dizer que também os ajudamos aqui e ali.

Eu acho que o Presidente ter tido ou não experiencia militar é muito pouco relativo, tal como disse ele não toma decisões sobre nada sozinho, e mesmo que o Presidente tenha sido militar, ele não pode ser militar em todas as unidades de todos os ramos, ele teria que saber coisas sobre caças F-16, C-130s, Fragatas, submarinos, Fuzileiros, Comandos, Pára-quedistas, Operações Especiais, carros de combate, artilharia, etc, isso não tem sentido, é impossivel, por isso é que existem os Estados-Maiores, que fazem todos os planos que são necessários, também há outra coisa, uma pessoa integra as Forças Armadas pelos 20 anos,  mas quando sai da tropa não vai logo para Presidente da Republica :wink: .
 

*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 8075
  • Recebeu: 1383 vez(es)
  • Enviou: 362 vez(es)
  • +5289/-243
Re: Defesa para leigos
« Responder #6 em: Junho 19, 2011, 03:43:26 pm »
Já para não falar da grande experiência militar que tem a Rainha de Inglaterra ou a Rainha dos Países Baixos.  :mrgreen:

Isso do "Comandante Supremo das Forças Armadas", quer dizer que é o maior responsável político pelas Forças Armadas, em termos de organização ou de tácticas militares não tem de perceber um c*...Nos EUA, o presidente também é o Comandante Supremo e não é por isso deixam de ter as Forças Armadas mais eficazes do mundo.
 

*

Edu

  • Especialista
  • ****
  • 1166
  • Recebeu: 155 vez(es)
  • Enviou: 12 vez(es)
  • +5/-4
Re: Defesa para leigos
« Responder #7 em: Junho 19, 2011, 04:26:03 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Já para não falar da grande experiência militar que tem a Rainha de Inglaterra ou a Rainha dos Países Baixos.  :mrgreen:

Isso do "Comandante Supremo das Forças Armadas", quer dizer que é o maior responsável político pelas Forças Armadas, em termos de organização ou de tácticas militares não tem de perceber um c*...Nos EUA, o presidente também é o Comandante Supremo e não é por isso deixam de ter as Forças Armadas mais eficazes do mundo.

Capazes sim, agora as forças armadas mais eficazes não diria.
 

*

miguelbud

  • Especialista
  • ****
  • 937
  • Recebeu: 125 vez(es)
  • Enviou: 58 vez(es)
  • +61/-298
Re: Defesa para leigos
« Responder #8 em: Junho 19, 2011, 04:35:10 pm »
Muito obrigado a todos pelas repostas, foram de facto bastante elucidativas, no entanto há duas coisas que me deixam triste.

1 - O facto de arrendarmos a base das lajes a custo 0, sem qualquer contrapartida tangível para nós. Para isso preferia ter la franceses em troca de equipamento militar, ou componentes militares franceses que possamos usar nos navios que estamos a contruir. Ah e fora da base eles nao podiam falar frances  :D )

2 - Fiquei esclarecido e até convencido em relacao ao ponto 3. Em relacao ao ponto 4 continuo a achar q o nosso Ministerio da DEfesa nao devia existir nos actuais moldes. Olhando para a nossa sociedade civil, a única pessoa que me parece ter conhecimento em relacao ao assunto é o Sr. Dr. Medina Carreira, mas nao me parece que ele alguma vez venha a ser ministro. Desta forma para mim o Ministério da Defesa devia ser independente do governo, passando a sua tutela para o PR (uma pessoa independente) que o coordenaria em conjunto com o General Chefe do Estado-maior-general das Forças Armadas e/ou os Generais/Almirante chefes dos 3 ramos das Forças Armadas (pessoas que percebem do assunto). Digo isto porque este Ministério é demasiado importante para ser sujeito a inercia politica e a sua necessidade de reinventar a roda. Sempre que um governo chega ao poder, parece que nao se interessa em saber o que o anterior fez de bom, apenas "destroi" tudo e tenta fazer de novo. (exemplo "navio polivalente logistico" era para ser construido nos ENVC, q continuam a dizer que tem capacidade para tal, mas o socrates disse q afinal e melhor ser construido atraves de parcerias estratégicas e entretanto ficou tudo em aguas de bacalhau).

Cumprimentos e mais uma vez obrigado pelas repostas.
 

*

zawevo

  • Perito
  • **
  • 389
  • Recebeu: 250 vez(es)
  • Enviou: 47 vez(es)
  • +118/-4173
Re: Defesa para leigos
« Responder #9 em: Junho 19, 2011, 04:44:28 pm »
Aqui vão os meus 5 centimos sobre o assunto:

Num País há certas decisões (e a Defesa Nacional é uma delas) que são pensadas, repensadas e depois postas à discussão formal nos orgãos próprios. Para se chegar a um projecto de decisão há muita gente envolvida de várias áreas e saber (diplomatas, militares, politicos, especialistas vários).

Esses estudos são sempre efectuados com descrição como é óbvio, nada passando para o público.

Conforme a localização geográfica, os vizinhos, os aliados e os competidores os países identificam as ameaças que podem ser as mais diversas como a concorrência comercial, litigios sobre zonas pesqueiras, exploração de petroleo, concorrência sobre certas áreas de influência para se ter acesso a matérias primas essenciais e ter vantagens comerciais, etc.

Com as ameaças identificadas (e aqui ainda não se falou sequer da parte militar) há uma avaliação de riscos que costuma ser feita pelos diplomatas, especialistas em relações internacionais e militares já fora da efectividade de funções e com um grande curriculum e experiência.

Com os riscos avaliados então vai-se considerar quais os que são tratados através da diplomacia e os que poderão evoluir para um patamar de conflito superior (diz-se que a guerra é a continuação da diplomacia mas num patamar superior).

Também a diplomacia para ter peso e poder resolver os vários conflitos e interesses que existam entre todos os países tem que estar respaldada numas Forças Armadas credíveis. Os países para se imporem na arena internacional tem que possuir uma força armada que possa dissuadir os adversários de tentarem cometer loucuras porque sabem antecipadamente que os custos que daí advirão serão superiores aos benefícios, logo o "negócio" será muito arriscado.

Agora é que chegamos à parte militar propriamente dita. Em face das ameaças credíveis ou prováveis os militares vão traçar os cenários e fazer os planos. Depois disso é que é que se vai identificar qual o material que melhor pode responder a esses desideratos. Todas as compras militares obedecem a uma lógica subjacente a esses estudos. Claro que tem que haver uma margem de manobra para enfrentar eventos ou situações novas ou que na altura que os planos foram feitos ainda estavam muito difusas.

Com a lista de material feita entra o poder politico que determinará em conformidade com o dinheiro disponível qual a prioridade da compra do material.

Cabe aos militares estarem preparados e treinados para acorrerem a situações que o poder politico entender que devam ter resposta militar.

O Presidente de República é o Chefe Supremo das Forças Armadas, função honorífica e de representação mas não intervém de todo nestes processos. Na nomeação das chefias militares é feita por proposta do Governo. Mesmo em caso extremo de declaração de guerra o PR falo-á por proposta do poder executivo.

Portanto num país democrático quem pensa e decide são os representantes do povo (os politicos através do poder executivo e legislativo) quem executa serão a diplomacia e se as coisa azedarem então avançam as Forças Armadas. O PR fará o que os outros poderes disserem que tem que ser feito. Ele por si só não tem nenhum poder nestes assuntos.

Desculpem o lençol mas para se discutir tem que se conhecer como é que as coisas funcionam.

Cumprimentos,

z
 

*

Get_It

  • Investigador
  • *****
  • 2621
  • Recebeu: 713 vez(es)
  • Enviou: 498 vez(es)
  • +873/-833
Re: Defesa para leigos
« Responder #10 em: Junho 19, 2011, 07:18:51 pm »
Citação de: "miguelbud"
1 - O facto de arrendarmos a base das lajes a custo 0, sem qualquer contrapartida tangível para nós. Para isso preferia ter la franceses em troca de equipamento militar, ou componentes militares franceses que possamos usar nos navios que estamos a contruir. Ah e fora da base eles nao podiam falar frances  :D )
Para isso era preciso que os franceses ou os alemães quisessem instalar-se lá. Já nem os norte-americanos têm uma presença tão dominante como nas últimas décadas. Quanto às contrapartidas, foram eles que pagaram e fizeram os trabalhos de modernização da infraestrutura aeronáutica da base e dos depósitos de armazenamento de combustível, algo que só por si já é bastante caro.
E mesmo os norte-americanos, tal como os franceses e alemães, já nós permitem utilizar componentes militares nos nossos navios. Temos claro é de pagar o hardware.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

Re: Defesa para leigos
« Responder #11 em: Novembro 20, 2011, 10:54:55 pm »
A guerra, a mais complexa das actividades humanas é demasiado importante para ser tratada só por militares, o que recomenda um controlo politico/económico.
O conceito de nação em guerra surge nos anos quarenta do século e exprime o envolvimento de todos os assuntos nacionais no esforço de guerra.