« Responder #31 em: Janeiro 21, 2008, 12:19:26 am »
Governos africanos e europeus vão empenhar-se na realização do rali Dakar em 2009Os países europeus e africanos do Mediterrâneo Ocidental decidiram hoje trabalhar em conjunto para que o rali Lisboa-Dakar possa voltar a realizar-se em 2009, disse hoje à Agência Lusa fonte diplomática.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Marrocos, Argélia, Tunísia, Mauritânia e Líbia reuniram-se hoje num jantar de trabalho, em Rabat, para discutir, a pedido do chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, as consequências da anulação do rali devido a ameaças terroristas.
Segundo a mesma fonte, que pediu anonimato, todos os participantes no jantar do chamado Grupo 5+5 manifestaram preocupação com a questão e acordaram trabalhar para "reunir condições para que o rali volte a realizar-se".
Na sua intervenção, o chefe da diplomacia mauritana, Mohamed Saleck Mohamed Lemine, voltou a sublinhar o grande dispositivo de segurança montado pelo seu governo para a edição deste ano e defendeu que os incidentes na origem da anulação do rali não foram ataques terroristas mas apenas assaltos, cometidos por presumíveis contrabandistas.
A anulação da edição de 2008 do maior rali do mundo foi anunciada na véspera do dia da partida da prova pelos organizadores franceses, na sequência de ameaças terroristas feitas pelo braço da Al Qaeda no Magrebe.
Num comentário à situação, terça-feira em Madrid, Luís Amado considerou "inaceitável" que uma ameaça terrorista determine "o fim do maior rali do mundo", alertou para o risco de a decisão se transformar num precedente para outros eventos desportivos internacionais e responsabilizou os governos pelas acções a empreender para que isso não aconteça.
Outro dos pontos em discussão em Rabat - a criação da União para o Mediterrâneo proposta pela França - foi explicada pelo chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner, como estando numa fase em que há ainda "vários modelos" em apreciação e qualquer decisão foi remetida para futuras reuniões.
A ideia de uma União Mediterrânica, avançada em Maio pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, como alternativa aos outros espaços de cooperação mediterrânica, não foi bem acolhida pela maioria dos parceiros europeus, que frisam a necessidade de reforçar esses outros fóruns - designadamente o chamado Processo de Barcelona - e envolver, como eles, as instituições europeias.
Em discussão está nomeadamente uma "proposta conjunta" da França e da Alemanha - um dos países mais críticos quanto a uma duplicação de fóruns de cooperação euro-mediterrânica - que visa, segundo Paris, "associar todos os europeus que o queiram ao projecto".
Os ministros acordaram também adiar, para obter mais tempo de reflexão, uma decisão sobre um alargamento ao Egipto e à Grécia do Grupo 5+5.
Os membros do Grupo 5+5 voltam a reunir-se segunda-feira, em sessão de trabalho, para acordar numa declaração final do encontro.
Lusa