Al-Qaeda do Magreb cancela Dakar 2008

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André

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« Responder #15 em: Janeiro 05, 2008, 02:31:23 pm »
Le Solei fala em transferência para o Chile

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A imprensa senegalesa considera hoje que a organização do Rali Lisboa-Dakar 2008 cedeu a uma ameaça terrorista ao anular a prova e coloca a hipótese de a próxima edição ser transferida para a América do Sul, nomeadamente para o Chile.

A organização do mais importante rali todo-o-terreno do Mundo, que devia arrancar hoje de Lisboa e chegar no dia 20 a Dakar, anulou da 30ª edição na sexta-feira, menos de 24 horas antes do horário previsto para o seu início, devido a ameaças terroristas contra a caravana surgidas na Mauritânia.

«Pode ser a morte do Dakar tradicional», refere hoje o Le Solei, que duvida de que África seja palco da próxima edição, colocando mesmo a hipótese da sua transferência para a América do Sul, nomeadamente para o Chile, «onde certos responsáveis do Dakar estiveram recentemente».

Segundo o diário, considerado pró-governamental, a prova foi utilizada por «movimentos com falta de publicidade» que recorrem a «todos os canais à sua disposição» para fazerem ameaças.

«O Dakar é uma montra extraordinária para fazer nome. Certos grupelhos compreenderam-no, e usam e abusam (desse facto)», acrescenta o Le Solei.

O diário afirma não «condenar a decisão dos organizadores» de anular a prova pela primeira vez em 30 anos de história, mas levanta dúvidas quanto ao futuro do mais famoso rali todo-o-terreno do Mundo.

«Não se pode impedir de pensar no que acontecerá no próximo ano se decidirem regressar a África. Qualquer ameaça terrorista poderá voltar a colocar tudo em causa», sublinha, prevendo: «O que é certo é que, desta forma, talvez tenha sido assinada a morte do Dakar tradicional».

Para o Le Matin, o terrorismo foi levado a sério no Lisboa-Dakar 2008, enquanto o Quotidien, igualmente privado, considera que a anulação da prova é «um verdadeiro desperdício», uma «perda enorme» tendo em conta os investimentos feitos e o retorno financeiro esperado.

Outro jornal privado, o Sud Quotidien, sublinha que «o Senegal perde 1.310 milhões de francos CFA (cerca de dois milhões de euros) e a África salva as suas crianças» com a anulação do rali, que provocou meia centena de mortos desde a sua estreia, em 1979.

Diário Digital / Lusa

 

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Jorge Pereira

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« Responder #16 em: Janeiro 05, 2008, 09:50:01 pm »
Dedico esta grande vitória do terrorismo internacional a todos aqueles que advogam por uma retirada imediata das tropas ocidentais do Iraque e do Afeganistão.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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André

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« Responder #17 em: Janeiro 05, 2008, 09:51:03 pm »
Director da Mitsubishi considera que anulação significa "fim do formato africano" do rali

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O director da equipa Mitsubishi, Dominique Serieys, considerou hoje que o cancelamento, sexta-feira, do Lisboa-Dakar 2008, devido à ameaça terrorista, significa "o fim o formato africano" da competição, que se realiza desde 1979.

O responsável pela equipa Mitsubishi, construtor que participou em 26 das 29 edições do rali, tendo vencido nos últimos sete anos, afirmou que a anulação abre um precedente, embora frise "ser indiscutível a prioridade da segurança".

"Com o mesmo formato, partindo de Lisboa e atravessando os países previstos, quem poderá garantir que o rali não será anulado por causa de ameaça terrorista algumas horas depois da partida", questionou Dominique Serieys.

Nem mesmo a possibilidade do rali atravessar a Líbia e o Egipto demove o director da equipa do construtor nipónico, o principal favorito na edição de 2008, apesar do "respeito que todos os países" lhe merecem.

"Conhecemos as posições da Líbia, onde fomos sempre bem acolhidos, mas, pelo contrário, estivemos muitas vezes no Egipto e, numa das ocasiões, em 2005, algumas semanas depois da partida do Rali dos Faraós, verificaram-se atentados em Charm-El-Cheikh, provocando 88 mortos", lembrou.

O director da equipa Mitsubishi recordou também o atentado em Luxor, que causou a morte de 62 pessoas, em 1997, para concluir que "a segurança não será assim tão forte no Egipto, como não era na Mauritânia".

Antigo co-piloto, Serieys estimou entre 35 a 40 milhões de euros a anulação do Lisboa-Dakar 2008 em perdas para a equipa Mitsubishi.

Lusa

 

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ricardonunes

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« Responder #18 em: Janeiro 05, 2008, 11:09:19 pm »
Citação de: "Jorge Pereira"
Dedico esta grande vitória do terrorismo internacional a todos aqueles que advogam por uma retirada imediata das tropas ocidentais do Iraque e do Afeganistão.


Quando uma coisa tiver a ver com a outra  :roll:

Foi só politica...

Quanto ao advogar a saida das tropas... não deviam é de ter ido!
Potius mori quam foedari
 

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ShadIntel

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« Responder #19 em: Janeiro 05, 2008, 11:21:12 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "Jorge Pereira"
Dedico esta grande vitória do terrorismo internacional a todos aqueles que advogam por uma retirada imediata das tropas ocidentais do Iraque e do Afeganistão.

Quando uma coisa tiver a ver com a outra  :roll:

Foi só politica...

Quanto ao advogar a saida das tropas... não deviam é de ter ido!

Talvez não devessem ter ido. É uma pergunta em aberto. Mas esta guerra não começou nem no Iraque, nem no Afeganistão, e não é nesses países que irá acabar. A questão é de saber se a frente de combate está melhor em casa do inimigo, ou na nossa...
 

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ricardonunes

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« Responder #20 em: Janeiro 05, 2008, 11:26:26 pm »
Citação de: "ShadIntel"
A questão é de saber se a frente de combate está melhor em casa do inimigo, ou na nossa...


Porra!!! que espetou uma questão do caraças :shock:
Potius mori quam foedari
 

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nelson38899

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« Responder #21 em: Janeiro 06, 2008, 12:38:19 am »
boas

Para mim é sempre melhor ir combater na casa do visinho do que na minha, mas para o cidadão comum,  o mais importante é o preço do combustivel e do emprestimo da casa do que andar a matar os terroristas. Apesar de estar tudo combinado, pois aumentando os ataques terroristas, aumenta o petroleo e por aí em diante só tenho pena que as pessoas ainda não tenham percebido isso. Para o cidadão comum quando se pergunta se acha bem mandar tropas para o afeganistão, dizem logo, para quê, nós não andamos em guerra e eles só vão para lá para ganhar mais e para quê que vamos defender o que não é nosso. Eu estou a falar de combater o terrorismo, mas isto vem com um problema mais de fundo, é tentar explicar às pessoas, porque é que são necessárias as nossas forças armadas, pois  as pessoas dizem logo, eles só estão nos quarteis a coçar os tomates e a gastar dinheiro ao estado e que sempre que se vai fazer uma compra de algum equipamento dizem logo esse dinheiro dava mais jeito para um hospital entre outras milhares de razões.
              Eu não vou dizer que combater os terroristas pelas armas, seja a única forma de os eliminar, mas quando eu vejo pessoas formadas em medicina e outro tipo de graduações, acho que as armas são a única solução e não com a educação ou saúde.
     Respondendo à questão lançada e não tenho a minha reposta em plano de fundo mas o pensamento do cidadão comum, o melhor é lutar na nossa casa, pois só assim é que se consegue mostrar às pessoas, que é melhor combater na casa do visinho do que na nossa.
   Quanto ao tópico, é pena que o rali tenha sido anulado, mas se as coisas continuando a ser anuladas por cada vez que à a possibilidade de um ataque terrorista, o melhor é acabar com tudo o que envolva muitas pessoas juntas, que tirem as tropas do afeganistão, iraque e kosovo. E que não saiam de casa. Quando os muçulmanos quiserem reaver a grande nação, que os deixem entrar, pois eles são todos uns coitadinhos. Não melhor vamos todos aderir ao islamismo, pois só assim deixamos, de ser infieis e acabamos com as leis e aceitamos apenas o alcorão. O ùnico  problema é que como vai deixar de haver infieis, vamos perder a única vantagem, que é morrer pelo islão ao matar infieis dá direito a 72 virgens. Eu não quero ser Xenófobo, mas esta politica de que todos os que vivem em africa e medio oriente são os coitadinhos, é fazer de nòs lorpas. Pois dia para dia, vejo discursos cada vez mais inflamatórios, por parte dos muçulmanos basta olhar para o irão.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #22 em: Janeiro 07, 2008, 09:57:52 am »
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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P44

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« Responder #23 em: Janeiro 07, 2008, 11:34:40 am »
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "Jorge Pereira"
Dedico esta grande vitória do terrorismo internacional a todos aqueles que advogam por uma retirada imediata das tropas ocidentais do Iraque e do Afeganistão.

Quando uma coisa tiver a ver com a outra  :roll:

Foi só politica...

Quanto ao advogar a saida das tropas... não deviam é de ter ido!


x2
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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André

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« Responder #24 em: Janeiro 08, 2008, 03:18:54 pm »
Chile pode ser o futuro do Dakar  

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A América Latina tem sido apontada como a grande solução para que o Rali Dakar volte a ganhar vida. Sendo cada vez mais remota a possível realização da maior prova de todo-o-terreno do Mundo no continente africano, os países da América Latina tendem a fazer ver as suas potencialidades junto da organização. O Chile foi o primeiro.

Vários pilotos se manifestaram a favor desta ideia. Marc Coma, Jordi Viladoms e Carlos Sainz foram alguns que se fizeram ouvir. O director-geral da Mitsubishi, Dominique Serieys, disse mesmo que ao «ceder nesta ocasião» (ao terrorismo), pressupõe-se que foi «o fim do Dakar em África». Desta forma, Chile e Argentina estão dispostos a concorrer à realização da prova. O Rali Patagónia-Atacama, uma das provas do Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), atravessa os dois países e tem grande sucesso junto de pilotos e equipas.

As negociações para a realização da prova no Chile estão a ser conduzidas, depois de já ter sido posta na mesa a hipótese para o Dakar em 2009: «Agora as negociações foram retomadas», disse Daniel Eli, promotor do Rali da Patagónia. Rodrigo Lobo, director-geral da mesma prova, disse que as negociações devem ser feitas com rapidez para que os implicados com a anulação da prova deste ano possam vir a ser recompensados: «Há que agir com rapidez. Queremos que a ASO [empresa organizadora do Dakar há três anos] saiba que o governo do Chile está interessado e que dará todas as facilidades se elegerem a América do Sul.»

Óscar Santelices, director do Serviço Natural de Turismo (Sernatur), mostrou entusiasmo com a situação: «Seria comparável a um Mundial de Futebol. Interessa-nos muito e desde já vou falar com o resto das autoridades para ver o que é que se pode fazer para que a corrida passe pelo nosso país. É uma grande oportunidade e não fazer nada seria imperdoável». A grande desvantagem seria o transporte de tudo o que envolve uma prova deste género, mas a solução até parece simples, se tivermos em conta as palavras do director do rali da Patagónia: «Existem uns barcos do tamanho de um edifício com os quais se baixariam muito os custos.»

Maisfutebol

 

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Lancero

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« Responder #25 em: Janeiro 11, 2008, 03:09:15 pm »
Na Guiné. Porque é que não me surpreende...

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Guiné-Bissau: Detidos em Bissau quatro suspeitos de morte de turistas franceses na Mauritânia    

   Bissau, 11 Jan (Lusa) - A directora-geral da Polícia Judiciária (PJ)  da Guiné-Bissau anunciou hoje a detenção, em Bissau, de quatro indivíduos  suspeitos da morte de quatro turistas franceses na Mauritânia, incidente  que esteve na origem do cancelamento do rali Lisboa-Dacar2008.  

     

   Lucinda Barbosa Aukarié referiu que os indivíduos são todos cidadãos  estrangeiros e foram detidos quinta-feira, numa unidade hoteleira de Bissau,  onde se encontravam hospedados.  

     

   A detenção foi feita numa operação conduzida pela PJ guineense em colaboração  com agentes franceses.  

     

   Fonte policial disse que dois dos quatro suspeitos confirmaram terem  ligações com a rede terrorista da Al Qaida.  

     

   Os quatro turistas franceses foram mortos na Mauritânia a 24 de Dezembro  de 2007, num ataque atribuído ao Braço da Al-Qaida no Magrebe Islâmico (BAQMI).  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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André

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« Responder #26 em: Janeiro 15, 2008, 02:12:38 pm »
Luís Amado recusa que o terrorismo questione futuro do Rali Dakar

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O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, rejeitou hoje que o rali Lisboa-Dakar seja suspenso indefinidamente ou transferido para outra região devido a uma ameaça terrorista e considerou «inaceitável» que governos pactuem com esta situação.
Em declarações a jornalistas à margem do fórum da ONU Aliança das Civilizações, a decorrer em Madrid, Luís Amado considerou «inaceitável» que a História venha a atribuir o fim do maior rali do mundo, o Lisboa-Dakar, a uma ameaça terrorista e advertiu que a decisão de cancelamento da edição de 2008 da prova pode constituir «um precedente» para outros eventos internacionais.

«É inaceitável que fique para a história que o rali Lisboa-Dakar possa ter acabado sob uma ameaça da Al Qaeda, uma organização terrorista. Seria um precedente para muitos eventos internacionais», alertou o chefe da diplomacia portuguesa, considerando ser ainda «profundamente inaceitável que os governos baixem os braços perante uma situação deste tipo».

Luís Amado disse ser crucial «avaliar as implicações políticas e estratégicas» da decisão de suspender indefinidamente o rali ou de o transferir para outra região do globo, como a Ásia ou a América Latina.

«Temos que analisar as implicações que isso teria para a região, do ponto de vista estratégico e político. Penso que isso seria profundamente negativo», afirmou o ministro português.

«Devemos reflectir sobre isso e tomar decisões sobre a forma de contornar um problema que deixou de ser desportivo e passou a ser um problema político e estratégico grave na região», salientou o governante português, insistindo que cabe aos Estados procurar ultrapassar no futuro «circunstâncias adversas» como as que marcaram a edição deste ano do rali todo-o-terreno, que foi anulada há 11 dias, na véspera do seu arranque em Lisboa, devido a ameaças terroristas.

O ministro disse que Portugal vai levar o assunto «ao fórum adequado», nomeadamente ao próximo encontro ministerial do Grupo 5+5, que reúne países europeus e africanos das duas margens do Mediterrâneo, e que se realiza segunda-feira (dia 21), em Rabat.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #27 em: Janeiro 17, 2008, 11:12:27 pm »
Espanha de acordo com Portugal na crítica ao cancelamento do Rali Dakar

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Madrid está em "sintonia" clara com as preocupações portuguesas sobre a suspensão do rali Lisboa-Dakar considerando que poderia ter havido outras formas de responder às ameaças terroristas que pairavam sobre o certame.

A posição espanhola foi reflectida hoje pelo secretário de Estado de Assuntos Exteriores espanhol, Bernardino Léon que disse partilhar a vontade manifestada pelo chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, de ver o assunto debatido no encontro ministerial de segunda-feira do Grupo 5+5, em Rabat.

"Vimos com preocupação a anulação do rali. Isso deu à Al Qaeda uma capacidade de chantagem e de condicionar determinados eventos", explicou, questionado pela Lusa sobre este tema que Portugal quer discutir na reunião dos países europeus e africanos das duas margens do Mediterrâneo.

"Poderia ter-se pensado noutras formas de responder a esta situação", considerou, admitindo que apesar do atentado e das ameaças, soluções alternativas poderiam ter sido analisadas.

Em particular, notou, porque a própria Mauritânia foi especialmente afectada perdendo o que estimou em 15 por cento do seu PIB pelo cancelamento do evento

O tema foi referido na quarta-feira em Madrid pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, que rejeitou que o rali Lisboa-Dacar seja suspenso indefinidamente ou transferido para outra região devido a uma ameaça terrorista e considerou "inaceitável" que governos pactuem com esta situação.

Em declarações a jornalistas à margem do fórum da ONU Aliança das Civilizações, a decorrer em Madrid, Luís Amado considerou "inaceitável" que a história venha a atribuir o fim do maior rali do mundo, o Lisboa-Dacar, a uma ameaça terrorista e advertiu que a decisão de cancelamento da edição de 2008 da prova pode constituir "um precedente" para outros eventos internacionais.

"É inaceitável que fique para a história que o rali Lisboa-Dacar possa ter acabado sob uma ameaça da Al Qaeda, uma organização terrorista. Seria um precedente para muitos eventos internacionais", alertou o chefe da diplomacia portuguesa, considerando ser ainda "profundamente inaceitável que os governos baixem os braços perante uma situação deste tipo".

Luís Amado disse ser crucial "avaliar as implicações políticas e estratégicas" da decisão de suspender indefinidamente o rali ou de o transferir para outra região do globo, como a Ásia ou a América Latina.

"Temos que analisar as implicações que isso teria para a região, do ponto de vista estratégico e político. Penso que isso seria profundamente negativo", afirmou o ministro português.

"Devemos reflectir sobre isso e tomar decisões sobre a forma de contornar um problema que deixou de ser desportivo e passou a ser um problema político e estratégico grave na região", salientou o governante português, insistindo que cabe aos Estados procurar ultrapassar no futuro "circunstâncias adversas" como as que marcaram a edição deste ano do rali todo-o-terreno, que foi anulada há 11 dias, na véspera do seu arranque em Lisboa, devido a ameaças terroristas.

Lusa
« Última modificação: Janeiro 17, 2008, 11:21:25 pm por André »

 

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ricardonunes

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« Responder #28 em: Janeiro 17, 2008, 11:19:23 pm »
Também eu estou em sintonia com os Espanhois e com o Ministro Luís Amado c34x

Foi "um braço da al caida"  :roll:
Potius mori quam foedari
 

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André

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« Responder #29 em: Janeiro 18, 2008, 05:54:16 pm »
MNE europeus e africanos discutem anulação Lisboa-Dakar 2008

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A anulação do do rali Lisboa-Dakar 2008 é discutida segunda-feira pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países europeus e africanos do Mediterrâneo Ocidental, depois de Portugal ter rejeitado que ameaças terroristas ponham em causa o futuro da prova.
A questão é o ponto número quatro da agenda de trabalho da reunião do chamado Grupo 5+5, que se realiza segunda-feira em Marrocos, assunto que foi introduzido por iniciativa de Portugal, representado em Rabat pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.

Antes de reunião de Marrocos, Luís Amado vai também discutir a questão na Mauritânia, país que visita oficialmente no domingo e onde se reúne com o seu homólogo, Mohamed Saleck Mohamed Lemine.

A anulação da edição de 2008 do maior rali do mundo foi anunciada na véspera do dia da partida da prova pelos organizadores franceses, na sequência de ameaças terroristas feitas pelo Braço da Al Qaeda no Magrebe.

Num comentário à situação, terça-feira em Madrid, Luís Amado considerou «inaceitável» que uma ameaça terrorista determine «o fim do maior rali do mundo», alertou para o risco de a decisão se transformar num precedente para outros eventos desportivos internacionais e responsabilizou os governos pelas acções a empreender para que isso não aconteça.

«Devemos reflectir e tomar decisões sobre a forma de contornar um problema que deixou de ser desportivo e passou a ser um problema político e estratégico grave na região», disse Luís Amado.

Posteriormente, numa entrevista à Agência Lusa, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, sublinhou a necessidade de impedir que «a ameaça de actividades terroristas leve a uma alteração de padrões de comportamento inteiramente legítimos».

«Se, por um lado, se compreende que perante ameaças muito concretas tenha havido uma decisão de anulação de um rali (...), também somos confrontados com a necessidade de saber responder a este tipo de ameaça», disse Cravinho, acrescentando noutro passo que «um dos desafios mais imediatos é pôr cobro a ameaças de terrorismo no deserto do Saara».

A Espanha declarou entretanto estar «em sintonia» com Portugal nesta questão, mas foi mais longe nas críticas aos organizadores, com o MNE espanhol, Miguel Angel Moratinos, a considerar que «poderia ter-se pensado noutras formas de responder» à situação de ameaça.

Além do Dakar, os ministros vão discutir em Rabat o projecto de União Mediterrânica, a consolidação da integração regional e a cooperação reforçada no âmbito do diálogo entre os parceiros mediterrânicos, assim como o alargamento do 5+5, fórum de cooperação integrado pelos cinco países europeus e os cinco africanos do Mediterrâneo Ocidental - Portugal, Espanha, França, Itália e Malta, Marrocos, Argélia, Tunísia, Mauritânia e Líbia.

A ideia de uma União Mediterrânica, avançada em Maio pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, como alternativa aos outros espaços de cooperação mediterrânica, não foi bem acolhida pela maioria dos parceiros europeus, que frisam a necessidade de reforçar esses outros fóruns - designadamente o chamado Processo de Barcelona - e envolver, como eles, as instituições europeias.

Discutida na conferência euromediterrânica que Lisboa acolheu em Novembro passado, a ideia foi então apresentada pela França como um processo desenvolvido em articulação, e não em paralelo, com a parceria euro-mediterrânica.

Hoje, na cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático estrangeiro, Nicolas Sarkozy referiu-se à União Mediterrânica como «um grande projecto civilização» e relacionou-a com as perspectivas de paz no conflito israelo-palestiniano.

«2008 será o ano do lançamento de um grande projecto de civilização: a União Mediterrânica (...). Esta grande ambição será facilitada em 2008, que também vai ser, como ficou previsto em Annapolis, o ano da criação de um Estado palestiniano ao lado do Estado de Israel», disse.

Na Mauritânia, a visita de Luís Amado tem carácter bilateral e inclui uma audiência com o presidente, Sidi Ould Cheikh Abdallahi, e um almoço de trabalho com o ministro Mohamed Lemine, em que vão ser discutidas a cooperação Euromed (União Europeia e países mediterrânicos), os acordos de pescas e as consequências da anulação da edição deste ano do rali Lisboa-Dakar.

O ministro português vai ainda encontrar-se com os cerca de 50 cidadãos portugueses residentes na Mauritânia, país que foi palco, na véspera de natal, do assassínio de quatro turistas franceses alegadamente às mãos de combatentes do Braço da Al Qaeda no Magrebe, o mesmo que fez ameaças terroristas contra o Lisboa-Dakar.

Dois dos suspeitos de autoria dos assassínios foram entretanto detidos na Guiné-Bissau e extraditados para a Mauritânia, que já tem detidos 15 suspeitos de envolvimento no crime.

Diário Digital / Lusa