Fusão entre PSP e GNR

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Mar Verde

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« Responder #75 em: Maio 03, 2007, 05:01:34 pm »
Citação de: "lecavo"
A fotografia é antiga. O equipamento é bem antigo. A HK MP5 com lanternas maglight, a ausência de capacete e de luvas.... diria anos 70 ou então inícios dos oitenta.

5 de Maio, 1980

"Operação Nimrod", assalto à Embaixada do Irão em Londres que tinha sido tomada por terroristas

O assalto foi filmado em directo pela TV e foi a partir daqui que ficaram bastante conhecidos

http://www.eliteukforces.info/special-a ... n-embassy/


Citar
Referia-me a patrulhamento de gares, metro, aeroportos e outros inúmeros locais que podem ser alvo dos terroristas. Nessas patrulhas não vêm homens do SAS! tal como em Portugal não vêm homens do GOE a patrulhar o metro ou o aeroporto.

Nas recentes buscas, apreensões e detenções de terroristas em Londres, nem sequer foi utilizado o SAS. As imagens mostram homens da polícia regular treinados para o efeito. Para quem não sabe, cada departamento policial inglês tem uma equipa de homens voluntários que estão autorizados a portar armas e que apenas avançam para o terreno se forem solicitados e autorizados pelo elementos policial mais graduado. Foram estes homens que apareceram nas imagens televisivas aquando das referidas buscas e detenções dos tais terroristas islâmicos.



CO19 ( ex SO 19)

"CO19 is the branch name given to the Specialist Firearm Command branch of the Metropolitan Police Service that provides firearms-related support to our unarmed colleagues. The branch is comprised of a small number of officers who are highly trained and motivated in dealing with all aspects of the criminal use of firearms. Operationally, our branch is here to provide armed support to allow the vast majority of policing activities throughout London to be conducted in the traditional manner by unarmed officers.

Formerly known as SO19, the branch has recently moved into the Central Operations directorate of the organisation but our role within the Service is unchanged. "

Current role

The department maintains its training role and is still responsible for training the Met's 3000 AFOs. These include SO12 (Special Branch), SO14 (Royalty Protection), SO16 (Diplomatic Protection Group), SO18 (Airports; policing London Heathrow Airport and London City Airport), SCD7(5) (Flying Squad), SCD11 (Surveillance), the Belmarsh High Security Court Team, and some Territorial Support Group (TSG) officers.

The ARVs now deal with thousands of armed calls a year, ranging from children with air rifles to serious armed incidents. In their first year of operation they were deployed actively 132 times; in 2001, that number rose to 1441, and in 2002 to 2490. However they also attend many more false alarms or situations where use of weapons is not required - a total of 13,394 calls in 2002.

The smaller and more highly trained SFO teams deal with nearly 1000 operations a year. The additional training of SFOs includes the use of a wider range of weaponry including shotguns, and their additional firearms include Heckler and Koch MP5 and Heckler & Koch G36 carbines, and also CS gas and stun grenades. SFOs are trained in "Dynamic entry", involving abseiling, the use of ladders, and explosive charges to rapidly gain entry to buildings[citation needed]. Full body armour is available to them, including nuclear, biological and chemical protective clothing.

The operations SFOs perform range from pre-planned operations, to arrests of armed criminals and terrorists, hostage rescue and security operations.

The SFO teams are better equipped and trained than many national
counter-terrorist teams and are well respected within the international tactical community for their varied and constant operational experience.[citation needed]

All aspects of armed policing in the UK are covered by guidance issued by the Association of Chief Police Officers (ACPO) in their Manual of Guidance on the Police Use of Firearms. This manual provides an overview of the basic principles and tactics involved in the use of firearms by police officers in different environments along with details of command structures that are in place in all pre-planned and spontaneous firearms operations.

http://en.wikipedia.org/wiki/SO19
 

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« Responder #76 em: Maio 03, 2007, 07:15:08 pm »
Citação de: "Trafaria"
PS: A Inglaterra com uma força policial civil e desarmada, quando se vê sob a ameaça de um ataque terrorista, coloca no terreno a sua policial civil e armada apenas para fazer face à situação do momento. Não vai buscar os militares ou uma força policial de cariz militar.

Desculpa Lecavo. Absolutamente errado.

Policia civil e desarmada … não é bem o caso. Seria talvez mais correcto dizer que o agente patrulheiro pode andar desarmado e que essa pratica é estimulada em bem estabelecidos locais e até bem determinados níveis.

Quem conhece minimamente Inglaterra, por lá tenha passado ou feito mesmo e apenas uns transfers em Heathrow ou Gatwick, sabe bem que essa do “agente desarmado” é ou já pouco passa de um mito.

Está nos livros – e o SAS é a sua face mais visível – que as forças armadas britânicas têm uma enorme palavra a dizer em termos de segurança interna.

A polícia no RU é um conjunto de muitas polícias. Isso é causa de alguns pontos fracos e não falta por lá quem defenda a aproximação a um modelo mais continental, mais musculado. E vão avançando nessa direcção; estão agora a criar a primeira polícia a nível nacional para investigação da grande criminalidade, ao estilo da nossa PJ.

De acordo com o ordenamento jurídico britânico e organização da sua segurança eles até podem dar a imagem e seguir a doutrina de uma polícia simpática e doce – que já foi mais – porque por detrás deles há uma reserva e a robustez suficiente e necessária para por a coisas no sitio se necessário for… essa reserva é todo o exercito, marinha e força aérea de Sua Majestade.

Ora isso em Portugal não existe, logo, temos que ter polícias com músculo e dotadas de unidades tácticas e de choque; que me lembre por cá a lei só contempla a intervenção das forças armadas nos assuntos de segurança interna nos casos que envolvam nukes e outros em que as forças de segurança a eles tenham que recorrer devido a certas especialidades laboratoriais, equipamento e pessoal conexo de que apenas elas dispõem (lembram-se do Anthrax?).

Acrescento, porque assisti – por azar e porque por coincidência lá estava – que aquando da última crise de segurança aérea e aeroportuária (a da tentativa frustrada de há uns meses atrás de mandar abaixo aviões juntado varias líquidos e reagentes) foram posicionados militares (com carros de combate e tudo) junto e na periferia dos aeroportos e deduzo que o mesmo terá acontecido junto de outras instalações e infra-estruturas sensíveis.

Resumindo: contrariamente ao que aqui foi escrito só a inclusão das forças armadas no sistema de segurança interna da GB permite á(s) sua(s) policia(s) aquela postura, aquelas tradições e imagem de brandura. Precisamente porque têm as costas bem protegidas.


Na altura do 11 de setembro, ainda me lembro de tambem darem imagens na televisão sobre a segurança reforçada em Inglaterra em que até aparecia um blindado de lagartas do exercito estacionado em frente ao aeroporto de heathrow.
E tambem me lembro que um pouco mais tarde foi a Londres e de facto se notava uma forte presença de militares.
 

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lecavo

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« Responder #77 em: Maio 03, 2007, 11:20:57 pm »
Viva!

Tenho de admitir que não conheço muito bem o sistema de segurança interno Inglês.

Quanto à policia, ela está organizada de uma forma muito particular, já que cada condado tem a sua própria policia e até de certa forma leis próprias.

Posso afirmar com certeza absoluta, que o agente patrulheiro anda desarmado. Trás apenas umas algemas, um pequeno cassetete de borracha, um spray de gás e um colete balístico. Trás também um emissor receptor e em alguns condados tem também um PDA distribuído.

Cada departamento policial tem o seu grupo de agentes armados (são todos voluntários), que são sujeitos a um treino intenso. No tiro treinam uma modalidade que se chama Central axis relock. Estes grupos apenas actuam depois de serem solicitados por um graduado (o mais graduado que estiver de serviço). Se fizerem um disparo, estão obrigados a imediatamente preservarem as armas envolvidas no tiroteio e as suas próprias roupas para serem enviadas ao laboratório de balística.

Quando um agente é morto em serviço, há logo quem venha falar na necessidade dos agentes andarem armados. Lá, ao contrário de cá e do resto do mundo, são os agentes a não quererem andar armados!!!!! os sindicatos de polícia são os primeiros a defenderem uma policia desarmada. Nos próximos anos não será espectável que os agentes regulares na Inglaterra venham a andar armados na rua.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Pantufas

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« Responder #78 em: Maio 04, 2007, 03:48:12 am »
Umas breves notas para lecavo:
As suas opiniões são muito respeitáveis mas estão sujeitas a contraditório, tal como as demais, no que for razoável.
Invocar a geopolítica e a geoestratégia não me parece adequado neste nível de discussão...
Não está ao alcance das "polícias de ordem pública" combater o terrorismo, quando muito proteger contra as suas acções ou reagir a elas; a luta anti-terrorismo é papel para os serviços de informações.
A teoria do equilíbrio tem muito a ver com a política como "arte do possível".
Persisto em não trazer para aqui os interesses da luta de classes...
Quem disse que a GNR "subtituiria" as FA na defesa do território?!
As referências ao Estado Novo estão mais "velhas" do que eu.
Na Grã Bretanha, ainda há pouco existiam 52 (cinquenta e dois) corpos de polícia civil autónomos; trata-se de um verdadeiro paradigma de pluralismo policial. Quanto ao mito do "boby" desarmado... há polícias desarmados, há polícias sem armas à vista e há polícias desarmados mas acompanhados de perto por outros armados... No que toca a ser a polícia a enfrentar o terrorismo, veja-se o que faz o exército, por ex, na Irlanda do Norte.
 

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lecavo

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« Responder #79 em: Maio 04, 2007, 10:32:00 am »
Viva!

Citação de: "Pantufas"
As suas opiniões são muito respeitáveis mas estão sujeitas a contraditório, tal como as demais, no que for razoável

Obviamente que sim. Nem nunca tive pretensões a fazer doutrina. Sou aberto a todas as opiniões, desde que construtivas e fruto de exercício intelectual. "Bocas"..... simplesmente ignoro-as.

Citação de: "Pantufas"
Invocar a geopolítica e a geoestratégia não me parece adequado neste nível de discussão...
Não está ao alcance das "polícias de ordem pública" combater o terrorismo, quando muito proteger contra as suas acções ou reagir a elas; a luta anti-terrorismo é papel para os serviços de informações.

Olhe que não concordo consigo. A PSP e a GNR já não são apenas uma "polícia de ordem pública". Isso já ficou para trás. A PSP já tem perfeitamente organizado e instalado (e a funcionar) um serviço de informações com a sua base de dados(SEI) muito bem organizada. Tanto quanto sei, a GNR está neste momento a trabalhar no seu e não tenho dúvidas que também o conseguirá montar tão bem ou melhor que a PSP. Já ouviu falar no SIOP? Obviamente que estes departamentos de informações estarão certamente intimamente ligados ao SIS e à PJ.

Para quem não sabe, todos os terroristas recorrem à criminalidade local (seja aqui em Portugal seja num outro qualquer país), para obterem os meios físicos necessários às suas acções. São os falsificadores locais que lhe obtêm os documentos, são os ladrões locais que lhes fornecem os telemóveis e os veículos, etc. Quando se hospedam em casas (apartamentos), pensões, hotéis, etc., estão no "terreno" das "polícias de ordem pública" e dos seus "serviços" de recolha de informações.

Os falsários, os burlões, os gatunos de furto e de furto e uso de veículos, os pequenos gatunos de residências, etc., são neste momento investigados pelos departamentos de investigação criminal das "polícias de ordem pública".

Vamos com calma, que já me alonguei mais do que devia. Mas como vê, a realidade de hoje é muito diferente do que era há meia dúzia de anos.

Citação de: "Pantufas"
Quanto ao mito do "boby" desarmado... há polícias desarmados, há polícias sem armas à vista e há polícias desarmados mas acompanhados de perto por outros armados... No que toca a ser a polícia a enfrentar o terrorismo, veja-se o que faz o exército, por ex, na Irlanda do Norte.

Posso-lhe afiançar quase com certeza absoluta o que lhe vou dizer. Há 3 ou 4 anos, tive uma longa conversa com um agente policial inglês, que nos visitou no âmbito do "International Police Association". Disse-me que nenhum polícia sai armado de um departamento policial sem autorização superior. Esse agente que porta armas é voluntário e tem de ter uma formação muito rigorosa no manuseio de armas. Quando actua na rua armado tem obrigatoriamente de dar a conhecer a quem está interpelar que está armado. Tem de gritar "armed police". Levanta a arma quando entra de serviço e entrega-a no fim do serviço.

A Irlanda era um case muito especifico. Na Irlanda havia uma guerra. Mas mesmo aí, uma patrulha do exército era sempre acompanhada por um ou dois agentes policiais (na Irlanda os agentes policiais andavam armados com revolveres).

Citação de: "Pantufas"
As referências ao Estado Novo estão mais "velhas" do que eu.


Acha!? Olhe que o modelo policial ainda continua a ser o mesmo. Fizeram-se uns face lift, mas a verdade é que as organizações são as mesmas - a saber: PJ; GNR; PSP; Guarda Prisional; Polícia Marítima.... extinguiu-se a PIDE...... criou-se o SIS e o SEF. A ASEA apenas mudou de nome. Diga-me lá se as coisas não estão mais ou menos organizadas da mesma maneira? Olhe que o Ti António Oliveira não deixava os créditos por mãos alheias, neste país tudo estava a seu "gosto". Tudo estava de modo a servir as suas necessidades/vontades. Será que as nossas actuais necessidades em termos de forças de segurança se mantêm "exactamente" iguais? Na minha opinião não! Neste meio tempo o país e o mundo alteraram-se completamente.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Pantufas

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« Responder #80 em: Maio 04, 2007, 12:19:22 pm »
... ainda algumas breves notas para lecavo:
Os meus esforços não se limitam a manifestar as "minhas opiniões" nem têm a pretensão de "criar doutrina", mas antes procuram trazer ao conhecimento geral trabalhos baseados em investigações aprofundadas e difundidas por autoridades na matéria. Não coloco em discussão as minhas opiniões, que evidentemente são discutíveis.
É claro que a GNR e a PSP não são apenas polícias de ordem pública mas também polícias criminais e polícias comunitárias. Posso estar algo desactualizado mas, em teoria geral, as informações  trabalhadas pela GNR e pela PSP são fundamentalmente "policiais"; compete a estes corpos de segurança "colaborar" com o SIRP, pertencendo a este a jurisdição para trabalhar informações "de segurança" e "estratégicas", designadamente para o contra-terrorismo.
 Sobre o mito do bobby, lembro que há certas "diferenças" entre a regulamentação policial e a realidade do policiamento nas ruas e sugiro que leia "Du Mythe à la Réalité: le Model Britanique", do professor de criminologia Robert Reiner, publicado em Les Chaiers de la Sécurité Intérieure, nº 13.
Na GB, face á incapacidade da polícia, avançam as FA...
As sociedades mudam e as instituições mudam ou morrem.
Saudações.
 

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lecavo

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« Responder #81 em: Maio 04, 2007, 02:01:45 pm »
Viva!

Caro amigo Pantufa (permita-me que o trate assim), pode ler o documento elaborado e resultante das diversas intervenções no âmbito do Seminário Internacional:

 Uso de Armas de Fogo Pelos Agentes Policiais

Intervenções no âmbito do Seminário Internacional, realizado pela IGAI, em Queluz - Portugal, em Novembro de 2003.

http://www.igai.pt/publicdocs/Livro_Int ... ov2003.pdf

Vai poder ter uma melhor ideia das diversas realidades no uso de armas de fogo por partes de algumas polícias, nomeadamente a inglesa.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Pantufas

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« Responder #82 em: Maio 04, 2007, 03:38:53 pm »
Para lecavo:
Embora o assunto não constitua ponto de interesse para mim, por atenção ao que sugeriu lá fui à estante rever o livro do IGAI, para algum refrescamento.
Respigo muito abreviadamente da intervenção de Duncan Gear "O Uso das Armas de fogo por Agentes Policiais - A abordagem em Inglaterra e País de Gales", pags 31 e sgts:
"Uma grande parte da prática e procedimento policiais relativamente ao uso das armas de fogo foi desenvolvida na base de um quadro legal que existia antes da Lei dos Direitos Humanos. Esse quadro legal continua a existir, a par (...)"
"As práticas policiais são da responsabilidade de cada um dos Chief Constables locais, embora existam linhas de orientação nacionais (...)"
"De acordo com a lei, a decisão de fornecer ou não armas aos agentes policiais é uma questão que depende do Chief Constable local (...)

Note-se que a intervenção é da autoria de um membro da autoridade de controlo policial externo, ou seja é a abordagem do "dever ser" (Direito). Mas não pode ser ignorada a abordagem da "realidade tal qual ela é" (Sociologia). É que, frequentemente, é grande a diferença entre o Direito estabelecido nos códigos e a aplicação prática da lei na rua.

Com tudo isto, afastamo-nos muito do tópico! Termino.

Saudações.
 

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lecavo

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« Responder #83 em: Maio 05, 2007, 03:02:54 am »
Viva!

Sim, concordo consigo, estamos a desviar-nos do tema.
Um abraço.

--Lecavo
 

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nosso cabo

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« Responder #84 em: Maio 05, 2007, 06:55:20 pm »
Dá -me a ligeira impressão que anda aí muita gente das Forças Armadas (FFAA) que queria ser polícia e/ou com saudades dos tempo em que as FFAA  controlavam as Forças de Segurança (FFSS). Cada um com sua missão: FFAA = Defesa Nacional; FFSS = Segurança Interna.
 P.S. Eu servi nas FFAA com nuito orgulho. "Perguntai ao inimigo quem somos" é um lema que me acompanhará para sempre.
PERGUNTAI AO INIMIGO QUEM SOMOS