Fusão entre PSP e GNR

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Cabeça de Martelo

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« Responder #60 em: Agosto 04, 2006, 10:59:34 am »
Caro Marauder, desculpe-me mas toda a gente sabe que infelizmente Portugal é "Mare abertum". Lembro-me de ler um artigo na revista da Força Aérea acerca dos Açores e dos patrulhamentos do Aviocar. Eles viram tantas infracções lá que foi obra. Por aí já se vê tudo!  :?
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Marauder

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« Responder #61 em: Agosto 04, 2006, 11:51:36 am »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Caro Marauder, desculpe-me mas toda a gente sabe que infelizmente Portugal é "Mare abertum". Lembro-me de ler um artigo na revista da Força Aérea acerca dos Açores e dos patrulhamentos do Aviocar. Eles viram tantas infracções lá que foi obra. Por aí já se vê tudo!  :wink:
 

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lecavo

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Resposta ao Marauder
« Responder #62 em: Agosto 04, 2006, 03:00:07 pm »
Viva!

Pois é verdade, tb quando me referi pela primeira vez ao "roubo de peixe" no mar dos Açores, referi os espanhóis e os "outros". Estes outros são russos, etc. Ninguém sabe ao certo quem são. O que se sabe é que não são nacionais e para o caso pouco interessa. Não falo nos espanhóis por serem apenas eles, por vezes ficam-nos na memória por terem sido os primeiros, depois são sempre espanhóis.

Repare que nós, em tempos também "rapinávamos" a palmeta aos canadianos. A diferença é que eles correram-nos de lá. Claro que os fulanos que nos roubem o peixe têm culpa, mas nós que por inércia ou incúria nos deixamos roubar, somos igualmente culpados, sobretudo quando é nosso dever velar pela segurança dos bens.

Mas voltamos ao tema da e das polícias. A Polícia Marítima nalgumas ilhas não tem sequer condições para exercer o seu trabalho. Faltam-lhes efectivos e meios capazes de ir mar adentro. Então e para justificar a sua presença, lá vão multando um ou outro pescador artesanal que às escondidas pescou um mero ou um cavaco.

Um abraço.
Um abraço.

--Lecavo
 

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lecavo

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« Responder #63 em: Agosto 04, 2006, 03:49:05 pm »
Viva!

Estava convencido que o hezbollah fazia parte da lista. Foi uma surpresa para mim.

É estranho!!! Jogos de poder entre os donos do mundo….. só isso pode justificar a não inclusão de uma organização como o hezbollah na lista dos grupos terroristas.

Um abraço.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Rui Elias

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« Responder #64 em: Outubro 16, 2006, 01:06:08 pm »
Citar
Lisboa: Oliveira Pereira afirma que a Polícia está a mudar
Comandante quer PSP moderna e especializada
 

Em Dezembro próximo, o superintendente Oliveira Pereira completa três anos à frente do maior Comando da PSP: Lisboa.

Feito um balanço, acredita que a instituição caminha para a modernização e aposta na especialização dos seus homens. “Os polícias de agora têm formação e empenham-se na causa da PSP”, diz.

 
Antes de tomar posse, deu provas de que seria a pessoa ideal para comandar 7600 homens espalhados por nove concelhos da Área Metropolitana de Lisboa.

A primeira experiência como polícia deu-se em Macau, tinha ele 34 anos. Saiu-se bem. Agora, aos 56, afirma que a maior dificuldade que enfrentou naquela altura foi a da língua.

Os homens que comandava eram uma pequena parte dos actuais, mas eles “falavam chinês e tinha de recorrer sempre a um intérprete para comunicar”.

A barreira foi superada e, já em Portugal, o então major vem dirigir o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna. Ainda mal tinha aquecido o lugar quando, em 1994, é requisitado para adjunto do então primeiro-ministro, Cavaco Silva.

Quatro anos depois – já com as divisas de intendente e depois de ter comandando a Divisão de Cascais –, é convidado para chefiar a Divisão Policial criada para a Expo’98.

Punho forte e trabalho cumprido, é promovido a superintendente e passa a dirigir o Departamento de Informações Policiais da Direcção Nacional da PSP.

Em Dezembro de 2003, Oliveira Pereira toma posse no Comando de Lisboa e tem pela frente um novo desafio: o Campeonato Europeu de futebol, Euro’2004. “Foi benéfico. Além de ter corrido tudo bem, a PSP recebeu muitos meios humanos e materiais que faziam falta”, disse.

Sentado na secretária do seu gabinete, e olhando às mudanças que a PSP sofreu desde então, o superintendente elege a formação dos seus homens como a principal transformação na imagem da instituição. “Actualmente, muitos polícias têm formação superior. Outros frequentam formações específicas na área em que trabalham”, diz.

No ambiente de trabalho do seu computador está um gráfico da criminalidade nalgumas ruas de Lisboa. “Todos os meses, fazemos um estudo científico da criminalidade por ruas, horas e tipo de crime para orientarmos o nosso trabalho”, avança. “Longe vai o tempo em que o polícia chegava à esquadra para cumprir uma escala.

Hoje, é feita uma análise sistematizada de tudo.”

Num comando “diversificado”, que regista 40% da criminalidade de todo o País, há 36 bairros problemáticos e zonas onde não existem crimes. O superintendente considera os programas de policiamento de proximidade fundamentais.

Dá especial relevância à Escola Segura e ao Apoio 65 (para idosos). “Sabia que 1/4 [136 mil] da população de Lisboa tem mais de 64 anos e que 34 mil idosos vivem completamente isolados?”, interroga, indignado.

Feito o balanço, resta saber o que ainda falta fazer. “Há que racionalizar os meios e equipamentos. As esquadras estão mal localizadas”, diz. A mudança, assegura, está para breve: “Acredito no estudo que o Governo está a fazer.”

PROXIMIDADE ENTRE PSP E CIVIS

O superintendente Oliveira Pereira gosta tanto de se sentar à secretária e analisar o trabalho da PSP como gosta de acompanhar de perto as operações de rua levadas a cabo pelos seus homens. Durante o Euro’2004 era frequente encontrar o comandante junto dos outros polícias.

E é o que promete fazer com todos os agentes que se empenham nos programas de policiamento de proximidade, como o apresentado na última terça-feira aos comerciantes da Avenida da Liberdade.

O programa, soube o CM, tem como objectivo unir os comerciantes aos polícias, para “que falem dos problemas com que se deparam todos os dias no decorrer da sua profissão”.

Para tal, a Avenida da Liberdade será dividida em várias zonas e, em cada uma, estará sempre a mesma equipa de polícias. “É importante estabelecer relações de confiança entre os polícias e os civis para estar a par das suas preocupações”, lembrou o superintendente Oliveira Pereira. Os comerciantes agradecem.

PERFIL

Francisco Maria Correia de Oliveira Pereira nasceu há 56 anos em Lisboa. Aos 21 anos ingressou no curso superior de Ciências Militares, na Academia Militar.

Da sua carreira enquanto oficial do Exército, destaca a passagem pelo campo militar de Santa Margarida.

Em 1984, chega a Macau como ajudante do governador e passa a comandar a Polícia local. Seis anos depois regressa a Portugal para junto da mulher e dos dois filhos. Hoje comanda o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa.


Sónia Simões / http://www.correiomanha.pt/noticia
 

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vaz_f

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Re: fusão das forças de segurança
« Responder #65 em: Outubro 16, 2006, 09:04:19 pm »
Citação de: "Pacifico"
Viva!
Já aqui se disse muita coisa, mas ainda mais há para dizer.
Concordo plenamente com a junção de todas as organizações dedicadas à segurança dos cidadãos: PSP; GNR; PJ; Polícia Marítima; Serviços Prisionais, etc. Todos pertencentes à mesma Direcção Nacional e sob o mesmo estatuto civil. A Alemanha, Holanda, Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Grécia, Inglaterra, Irlanda, Suiça e agora estes novos países do antigo bloco de leste, são todos países em que só há uma Polícia, que é civil.
Em Portugal, as polícias não prestam um bom serviço de segurança às populações. O povo paga bem, mas não é bem servido. Basta entrar num qualquer serviço da GNR ou da PSP, que são aqueles onde o povo em geral mais entra, para ver uma quantidade muito grande de "agentes" sentados atrás de uma secretária a fazer um serviço, que podia ser feito por qualquer cidadão civil. Na PSP ainda se vêm Sargentos (Subchefes) a patrulhar as ruas, mas na GNR, qualquer Sargento já não faz esse serviço, quanto mais um oficial. Os oficiais das forças de segurança têm motoristas (que são policias pagos pelo povo) a conduzir as viaturas onde estes senhores circulam!!!!!. Será que eles não têm carta de condução? Ou querem é mordomias? Ora aqui é que está o problema - mordomias. Já repararam que em cada cidade há três ou quatro edifícios cheios de administrativos, que custam uma fortuna em manutenção e outros gastos de funcionamento ( e 3 ou 4 comandantes, com 3 ou 4 carros e 3 ou 4 motoristas!!!!!). Já li aqui, que a PSP quer a junção das forças, porque tem poucos efectivos!!!!! Moro numa zona onde o posto da GNR à noite só tem um homem para tomar conta das instalações e atender o telefone!!!!!! Não me venham dizer que é mentira, porque moro mesmo em frente e sou amigo deles todos (são apenas 11 elementos!!!!!!!! para um concelho que tem de uma ponta à outra, mais de 50 Kms de extensão!!!! o meu irmão mora na cede de distrito, na mesma rua da polícia e o que me parece é que a polícia tem muitos mais efectivos, mas isso não importa nada ao caso, de nada vale dizer qual é a que tem mais gente.
Mas nada disto importa, o que importa é que num país tão pequeno, não faz sentido ter tantas forças de segurança. Isto é uma grande tachada para estes comandantes/chefes/oficiais todos, serão certamente estes senhores, que não querem perder as mordomias, é que passava a haver apenas um comandante em cada distrito em vez dos actuais 3 ou 4. Passando-se o mesmo com os segundos comandantes, etc.
O meu cunhado é sargento da GNR. Bem o ouço quanto à falta de meios, está sempre a dizer que a GNR não tem viaturas nem pessoal em número suficiente e que não compreende como é que podem estar em Lisboa cerca de 7 mil militares a comer e a dormir!!!! A ser pagos pelo povo para lhes garantir a segurança, mas que a única coisa que fazem é dar umas corridas de manhã e à tarde.  
Uma policia nacional única, de natureza civil (os militares para assegurar a defesa externa e os policias para garantirem a defesa dos cidadãos), com uma estrutura muito ligeira (tipo a esquadras americanas – que eu bem conheço, onde toda a gente trabalha para garantir a segurança dos cidadãos. Vivi lá durante 25 anos, conheci muitos polícias lá e posso-vos dizer que a mentalidade deles não tem nada a ver com a dos nossos. Lá até os tenentes andam na rua da fazer a segurança dos cidadãos e o capitão que é o comandante da esquadra, passa mais tempo na rua do lá dentro!!!!!!. O tratamento entre eles é de igualdade, aqui um soldado quase nem pode falar para um oficial – uma coisa estúpida, terceiro mundista).
O departamento de polícia tem uma SWAT com mais ou menos 15 elementos (dependendo do tamanho da cidade, mas é sempre um grupo pequeno), que trabalham como os outros na rua, sempre que não é necessária para fazer prisões difíceis. Lá também não há corpo de intervenção, todos os polícias fazem isso. Então, se lá funciona, porque é que em Portugal, que é um país pobre não faz uma coisa parecida se não igual????? Porque os tachos dos mandantes acabava e eles não querem, querem ter mainatos  às suas ordens. Também não compreendo porque é que os polícias não podem fazer greve, são funcionários civis como os médicos. Isto não é um país!!!!! Nem o que temos em Portugal são forças de segurança a sério. Estão mal equipadas, mal treinadas e muito mal pagas. Nos Stats um officer ganha três mil dólares logo no início de carreira e ao fim de vinte anos (a ganhar seis mil dólares) obtém a pensão!!!!!
Uma Polícia Nacional única, civil, sob a mesma Direcção Nacional (chefiada por um Juiz) e em cada capital de distrito, o chefe também devia ser juiz.


Bem, melhor do que esta explicação sobre este assunto não pode haver, assim faço do Pacifico as minhas palavras. Sou membro de uma das força de segurança e posso afirmar que este modelo era sem duvida o melhor para o país. Sei o que é ver os tachos e o desperdicio de dinheiro. Digo vos que nenhum cmdt dirige a sua força em prol do pais mas sim da sua carreira seja ele de que força for. Todas estas forças lutam entre si e não lutam juntas contra o crime a favor do pais.
Vaz_F
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #66 em: Outubro 17, 2006, 10:20:40 am »
Até agora os vários membros do fórum que se identificaram como sendo membros de forças de segurança têm dito exactamente a mesma coisa, ou seja, defendem uma Policia Nacional.
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Tropinha

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« Responder #67 em: Outubro 25, 2006, 06:27:13 pm »
Mas o facto da GNR ser militarizada não complica um bocado por parte dos agentes, a uma fusao?

Cumprimentos,

Tropinha
Rompendo as dunas da praia,
Ao chegar a tua vez,
Mostra a fibra de que és feito,
Fuzileiro Português.

Sente o teu dever cumprido,
Sem ângustias nem porquês,
E serás, por toda a vida,
Fuzileiro Português.
 

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lurker

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Re: fusão das forças de segurança
« Responder #68 em: Março 02, 2007, 02:40:34 pm »
Estava a pensar sobre este assunto e sobre as recentes noticias de reestruturação da PSP e GNR e deparei-me com este tópico.

Citação de: "Pacifico"
A Alemanha, Holanda, Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Grécia, Inglaterra, Irlanda, Suiça e agora estes novos países do antigo bloco de leste, são todos países em que só há uma Polícia, que é civil.

Antes de mais, duas correcções:
- Na verdade na Alemanha há mais que uma policia mas são todas civis.
- A Holanda também tem uma força tipo policial com estatuto militar, que também faz as funções de Policia Militar.
- A Polónia e Roménia também têm policiais com estatuto militar.

Já foi aqui mencionada a utilidade da forças policiais com estatuto militar para missões de policiamento "musculado" em zonas conturbadas, como o caso de Timor, Kosovo (os Franceses enviaram Gendarmes), etc.
Foi constituida no principio do ano passado a European Gendarmerie Force, um corpo constituido por forças policiais com estatuto militar de vários Estados Membros: Portugal, Espanha, França, Itália e Holanda. A Polónia também manifestou interesse em fazer parte.
http://www.eurogendfor.org/

Contudo, a EGF parece estar totalmente orientada para esse tipo de intervenção em cenários de crise além fronteiras.
Para as funções de policiamento quotidiano em Portugal, não consigo ver a utilidade do estatuto militar da GNR.
 

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Pantufas

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Sobre fusão...
« Responder #69 em: Maio 02, 2007, 08:19:35 pm »
Pequena nota: Também na Alemanha se constata a existência de um corpo de polícia com estatuto militar, a polícia de fronteiras - BGS.

Sobre a "(con)fusão" das polícias em Portugal, é bom reflectir um pouco e ponderar se é preferível ter um sistema de dualidade policial, com um corpo militar e outro civil, que se complementam e se equilíbram, ou ter um corpo policial único, super poderoso, capaz de desestabilizar o regime democrático, dando vida àquilo que os clássicos chamam o "fantasma de Fouché" a pretexto de enterrar o "fantasma de César".

Para quem pretenda ter uma visão mais alargada e encontrar outra argumentação sobre a matéria, designadamente "Dualidade Policial", "Especificidade Gendármica", "GNR- Militar porquê?", sugiro uma visita ao seguinte endereço

http://www.securitas.blogs.sapo.pt
 

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lecavo

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« Responder #70 em: Maio 02, 2007, 11:35:32 pm »
Viva!

Embora esta conversa venha numa altura em que tudo está feito, o acto está consumado, não deixa no entanto de ser um tema interessante e que obviamente podemos continuar a discutir, embora e apenas em termos teóricos, já que na prática, como já disse, o acto está consumado.

Começo por dizer que tenho como opinião pessoal, que a melhor solução para garantir a segurança interna de um país como Portugal, uno, europeu e integrado na União Europeia seria sem sombra de dúvida o modelo de corpo policial único.

Considero, atendendo à realidade geoestratégica de Portugal, que a ameaça nunca será de cariz militar. Enquanto se mantiver este quadro geopolítico e estratégico, nenhum país fronteiriço à União tomará a iniciativa de nos atacar militarmente. Seria um suicídio. Marrocos não tem capacidade militar sequer para afrontar a Espanha. A Argélia idem. A Turquia? Essa muito menos tem vontade de atacar, a avançar, carregaria sobre a Grécia e teria de percorrer muito mar e território até chegar a Portugal. A verdade é que a Torquia não tem qualquer interesse em atacar a União Europeia. Em termos estratégicos, a Europa depende mais da Turquia do que a Turquia da Europa. Em face a estes pressupostos e muitos outros que seriam de todo fastidiosos estar a enumerar, não vejo qualquer necessidade da existência de uma força policial de cariz militar ou uma força militar de cariz policial.

O quadro actual, com várias forças policiais instaladas no terreno é na minha opinião mais negativo que positivo. Mantêm-se custos de manutenção elevados, como se mantêm os mesmos tiques e picardias com consequências negativas para o desempenho global do dispositivo policial português.

Existência de diversos organismos, cria automaticamente compartimentos estanques. Cada uma das forças cria o seu compartimento estanque. O cruzamento de informação terá que, à imagem de vários tanques, passar por pequenas torneiras de passagem existentes entre eles.

O combate ao terrorismo e ao crime organizado só se consegue com base num serviço de informações muito bem montado e tremendamente eficaz. Dividir essa tarefa é meio caminho para diminuir drasticamente a sua eficiência. O facto de trabalharem em compartimentos estanques leva imediatamente a perdas imensas, já que a informação nunca correrá livremente entre todos. Terá sempre os inevitáveis filtros e torneiras.

Embora a um nível de perigosidade significativamente menor, a pequena criminalidade beneficia enormemente com esta estanquicidade. Diariamente, quem trabalha na linha da frente é confrontado com situações destas. A criminalidade, mesmo a nacional e de pequena perigosidade e de baixa organização actua a nível nacional. Ora como actualmente os serviços de segurança actuam de costas voltadas uns para os outros, desconhecendo praticamente na totalidade o que cada um anda a fazer, muita informação essencial se perde. Vou dar um exemplo: a GNR organiza um dossier sobre um bando que se dedica ao furto em residências na sua zona de acção. Como a criminalidade actua hoje a nível nacional, este mesmo grupo vai praticar furtos também na área de PSP, que por sua vez vai igualmente organizar também o “seu” dossier sobre o referido grupo. Posto isto, há que franca e abertamente dizer que nenhuma delas partilha de bom grado a sua informação. Na prática nenhuma sabe o que a outra tem.

Extrapolamos este modus operandi para o combate ao terrorismo islâmico e facilmente podemos chegar a uma conclusão – ineficácia ou eficácia reduzida.

Outra coisa que me parece falaciosa é o tão falado equilíbrio de forças. Esta teoria defende, que havendo diversas forças ou serviços de segurança, nunca se produzirá um desequilíbrio, pois ao não permitir a existência de uma força única e poderosa, não se permite a sua hegemonia. Ora esta teoria parece-me totalmente afastada da realidade geopolítica do país. Numa União Europeia em que se pretendeu e se conseguiu afastar a ameaça de um poder militar sobre outro, como podemos nós pensar em tal dentro das nossas fronteiras? A união nunca permitiria tal ameaça. Essa teoria serve apenas os interesses de uma classe.

Outra coisa que me faz alguma confusão é o facto de esta teoria da força policial de cariz militar ou da força militar de cariz policial ter necessidade de estar instalada em todo o território nacional como garante de uma inviolabilidade da territorialidade. Como pode uma força policial substituir as forças armadas? Não faz sentido, até porque uma não consegue substituir a outra, a menos que se façam investimentos astronómicos em equipamentos e formação. Mas nesse caso, estaríamos novamente a duplicar instituições.

Na verdade a GNR ou a PSP apenas existem em separado, porque isso interessou ao Estado Novo. Tivesse sido da vontade do Salazar unir ou extinguir uma delas (à imagem com o que foi feito à PVT) e hoje não estaríamos a falar sobre isso. Mas obviamente que no quadro do Antigo Regime, este esquema interessava e muito, embora de nada tenha valido, já que a ameaça acabou por vir de onde menos se esperava.

PS: A Inglaterra com uma força policial civil e desarmada, quando se vê sob a ameaça de um ataque terrorista, coloca no terreno a sua policial civil e armada apenas para fazer face à situação do momento. Não vai buscar os militares ou uma força policial de cariz militar.
« Última modificação: Maio 02, 2007, 11:38:23 pm por lecavo »
Um abraço.

--Lecavo
 

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Mar Verde

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« Responder #71 em: Maio 03, 2007, 11:55:49 am »
Citar
PS: A Inglaterra com uma força policial civil e desarmada, quando se vê sob a ameaça de um ataque terrorista, coloca no terreno a sua policial civil e armada apenas para fazer face à situação do momento. Não vai buscar os militares ou uma força policial de cariz militar.




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Cabeça de Martelo

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« Responder #72 em: Maio 03, 2007, 12:21:16 pm »
SAS...  :wink:
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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lecavo

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« Responder #73 em: Maio 03, 2007, 03:51:47 pm »
Viva!

Devo ter-me exprimido mal, já que não estava a falar da mesma coisa. Quando falava do caso da Inglaterra, não me referia a situações concretas que justificam a utilização do SAS. Nesses casos, em Portugal avança o GOE.

A fotografia é antiga. O equipamento é bem antigo. A HK MP5 com lanternas maglight, a ausência de capacete e de luvas.... diria anos 70 ou então inícios dos oitenta.

Referia-me a patrulhamento de gares, metro, aeroportos e outros inúmeros locais que podem ser alvo dos terroristas. Nessas patrulhas não vêm homens do SAS! tal como em Portugal não vêm homens do GOE a patrulhar o metro ou o aeroporto.

Nas recentes buscas, apreensões e detenções de terroristas em Londres, nem sequer foi utilizado o SAS. As imagens mostram homens da polícia regular treinados para o efeito. Para quem não sabe, cada departamento policial inglês tem uma equipa de homens voluntários que estão autorizados a portar armas e que apenas avançam para o terreno se forem solicitados e autorizados pelo elementos policial mais graduado. Foram estes homens que apareceram nas imagens televisivas aquando das referidas buscas e detenções dos tais terroristas islâmicos.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Trafaria

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« Responder #74 em: Maio 03, 2007, 03:55:19 pm »
PS: A Inglaterra com uma força policial civil e desarmada, quando se vê sob a ameaça de um ataque terrorista, coloca no terreno a sua policial civil e armada apenas para fazer face à situação do momento. Não vai buscar os militares ou uma força policial de cariz militar.

Desculpa Lecavo. Absolutamente errado.

Policia civil e desarmada … não é bem o caso. Seria talvez mais correcto dizer que o agente patrulheiro pode andar desarmado e que essa pratica é estimulada em bem estabelecidos locais e até bem determinados níveis.

Quem conhece minimamente Inglaterra, por lá tenha passado ou feito mesmo e apenas uns transfers em Heathrow ou Gatwick, sabe bem que essa do “agente desarmado” é ou já pouco passa de um mito.

Está nos livros – e o SAS é a sua face mais visível – que as forças armadas britânicas têm uma enorme palavra a dizer em termos de segurança interna.

A polícia no RU é um conjunto de muitas polícias. Isso é causa de alguns pontos fracos e não falta por lá quem defenda a aproximação a um modelo mais continental, mais musculado. E vão avançando nessa direcção; estão agora a criar a primeira polícia a nível nacional para investigação da grande criminalidade, ao estilo da nossa PJ.

De acordo com o ordenamento jurídico britânico e organização da sua segurança eles até podem dar a imagem e seguir a doutrina de uma polícia simpática e doce – que já foi mais – porque por detrás deles há uma reserva e a robustez suficiente e necessária para por a coisas no sitio se necessário for… essa reserva é todo o exercito, marinha e força aérea de Sua Majestade.

Ora isso em Portugal não existe, logo, temos que ter polícias com músculo e dotadas de unidades tácticas e de choque; que me lembre por cá a lei só contempla a intervenção das forças armadas nos assuntos de segurança interna nos casos que envolvam nukes e outros em que as forças de segurança a eles tenham que recorrer devido a certas especialidades laboratoriais, equipamento e pessoal conexo de que apenas elas dispõem (lembram-se do Anthrax?).

Acrescento, porque assisti – por azar e porque por coincidência lá estava – que aquando da última crise de segurança aérea e aeroportuária (a da tentativa frustrada de há uns meses atrás de mandar abaixo aviões juntado varias líquidos e reagentes) foram posicionados militares (com carros de combate e tudo) junto e na periferia dos aeroportos e deduzo que o mesmo terá acontecido junto de outras instalações e infra-estruturas sensíveis.

Resumindo: contrariamente ao que aqui foi escrito só a inclusão das forças armadas no sistema de segurança interna da GB permite á(s) sua(s) policia(s) aquela postura, aquelas tradições e imagem de brandura. Precisamente porque têm as costas bem protegidas.
::..Trafaria..::