A restrição tem a sua lógica, porque afinal, enviaram-nos aviões para termos capacidade para apoiar a defesa da Europa na luta contra os russos, e não para enviar para África.
O governo português não conseguiu mostrar que a luta também era contra os russos, porque na realidade não era, já que em Angola por exemplo, a luta era também contra grupos apoiados pelos americanos. Por isso nunca tivemos Sidewinder. Os nossos aviões estavam equipados com quatro metralhadoras e bombas nas asas e era tudo.
Como em quase todos os casos, uma força com um treino de padrão elevado, consegue superiorizar-se a uma força com fraco padrão de treino ainda que com material superior.
Uma força militar com alto padrão de treino consegue adaptar-se mais rapidamente e essa é a principal diferença.
A questão aérea só se colocou realmente quando foram referenciados caças MiG-21 na Guiné-Conakri.
Os MiG-21 eram tão claramente superiores a tudo o que os portugueses tinham, que optámos por um golpe de mão (operação Mar Verde) para os tentar destruir.
O problema dos países africanos é que dependiam totalmente da União Soviética para fazer o que quer que fosse com os aviões. Os russos controlavam tudo e davam ordens.
Quando não havia autorização dos russos as coisas eram sempre feitas meio por debaixo do pano.
Sabemos que após a operação mar verde, houve aviões MiG-21 que terão sobrevoado os patrulhas portugueses que participaram na operação.
Foi eventualmente uma operação de intimidação para mostrar que os aviões podiam voar, mas aparentemente não tinham mísseis, o que os tornava pouco úteis, pois sem mísseis um MiG-21 pode ter dificuldades até contra um Fiat G-91 pilotado por um piloto experiente.