Pyongyang condena jornalistas americanas e Washington ameaça com bloqueio naval
Tribunal norte-coreano deu pena de 12 anos de trabalhos forçados a jornalistas. Logo depois, Hillary Clinton confirmou planos para bloquear cargueiros destinados aos comunistas.
As críticas diplomáticas deram lugar às represálias. Um tribunal da Coreia do Norte condenou ontem duas jornalistas americanas a 12 anos de trabalhos forçados por terem entrado ilegalmente no seu território, num julgamento quase sumário que foi considerado uma prova de que a tensão entre o regime comunista de Pyongyang e Washington atingiu o limite.
Horas depois da notícia, que inquietou a Casa Branca, a secretária de Estado, Hillary Clinton, anunciou na televisão que os EUA estão a considerar a hipótese de bloquear navios e aviões suspeitos de transportar armamento e tecnologia nuclear para a Coreia.
A chefe da diplomacia americana foi mais longe e confirmou que a Administração de Barack Obama pondera repor o regime comunista da Península da Coreia na lista dos estados terroristas, de onde foi retirado por George W. Bush.
O extremar da posição da Administração Obama acontece duas semanas depois de a Coreia do Norte ter realizado o seu segundo ensaio nuclear. Antes, e num outro gesto provocatório, Pyongyang disparou um foguetão no que se suspeitou ser um teste de um míssil de longo alcance com capacidade para atingir o Alasca.
No programa This Week, do canal ABC, Clinton explicou que se não houver uma "resposta forte" a estes eventos existe o risco sério de uma corrida ao armamento no Nordeste asiático. Segundo o New York Times, esta foi uma referência velada à possibilidade do Japão, vizinho da Coreia, desenvolver a sua própria bomba nuclear.
A perspectiva parece não agradar à China, o mais próximo aliado do regime de Kim Jong-il. Segundo fontes do Departamento de Estado americano, Pequim estará mesmo disposta a ajudar os EUA no bloqueio aplicando restrições nos seus portos e aeródromos.
DN