Somos um país NATO, então ajam como tal. Um país NATO não pode ter "2 fragatas e 4 navios (corvetas low cost/patrulhas) ASW". Um país NATO não pode ter tantos ou mais hidrográficos do que escoltas. Não pode ter um rácio patrulha/fragata de 3 para 1. Não pode querer um majestoso LPD quando não tem sequer um AOR (que até faz mais falta no seio da NATO) e tem fragatas obsoletas (a NATO precisa e quer mais fragatas).
O problema, como todos já devemos ter concluido, é que estas questões vão sempre dar no mesmo ... A falta de recursos e a exiguidade de meios financeiros com que as forças armadas (e isto é generalizado em toda a Europa ocidental, ainda que mais agudo em Portugal) são dotadas.
É evidente que a inexistência de navio reabastecedor é um problema, mas isso é um dado adquirido e nem sequer deveria ter nada a ver com a questão do LPD...
Nós não dimensão, e (nem necessidade) para nos sentarmos à mesa dos grandes. Nem deve ser esse o objetivo, por muito que quiséssemos por-nos em bicos de pés.
Os nossos meios devem ter em conta também o fato de sermos um país da NATO, e desenvolver valências com que a NATO, ou uma futura estrutura europeia possam contar. Ou seja, meios que possam dar ao país algum tipo de relevância.
A ideia de que podemos ter mais que duas fragatas, de topo, ou com um elevado nível de sofisticação, embate de frente com a realidade dos custos dos navios, que, com os custos oficiais do fabricante, mais as opções, atingem valores impressionantes.
Em alguns casos comparo a compra de uma fragata moderna, com a compra de um carro. O cliente procura as características da viatura, vê o preço anunciado e depois vai ao stand. Ou compra uma das viaturas que já existe, ou tem que ficar à espera, quando pretende mais uns extras.
E depois de vistos os custos dos extras, apanha-se um susto.
Mesmo que Portugal, atinja um valor de 2.5% do PIB em despesas militares, nós não teriamos dinheiro para comprar e manter mais que duas fragatas modernas, e quatro ou cinco navios dedicados a luta ASW.
A não ser que optemos por vender os submarinos, e deixar de possuir essa capacidade, deslocando recursos para manter mais navios de superfície de primeira linha. Um navio que, com todos os sistemas, mísseis de vários tipos e sensores, custará no mínimo entre os 800 e os 1200 milhões de Euros. A sua manutenção anual, custaria de 80 a 120 milhões, considerando um fator que é comum nos navios civis, de 10% de custos de manutenção por ano de operação. (isto exclui revisões e manutenções prolongadas de meia-vida).
No mundo de hoje, só os custos anuais de manutenção de um navio moderno, superam os magros tostões que são previstos para "modernizar" uma Vasco da Gama.
Existe outra opção ...
Ter uma marinha de corvetas, e fingir que são fragatas, chamar-lhes fragatas, porque um capitão de fragata ganha mais que um capitão-tenente
Uma marinha a sério, para um país da NATO com a nossa dimensão, não é uma marinha que precisa de navios de todos os tipos.
Os americanos por exemplo, sempre consideraram que os portugueses estão a desperdiçar milhões na compra de submarinos que não servem para nada, no contexto da guerra moderna, e dos provaveis inimigos.
Dizem os americanos - e vi há anos comentários sobre isso, que tentando resumir seriam -
os portugueses andam a fingir que os submarinos servem para combater o trafico de droga, quando poderiam combater o trafico, de forma mais eficiente, com um quinto do valor que pagaram por dois submarinos.
É claro que, neste aspeto, os americanos são condicionados pela sua própria visão das necessidades e há países europeus que consideram vantajosa a existência dos submarinos portugueses.
Um navio do tipo LPD, pode ser um meio vantajoso em vários aspectos e não estou a ver onde é que ele é mais ou menos vistoso.
Bastaria ver que a própria Damen, possui projetos de LPD que não são muito diferentes dos LST.
E a tripulação do navio, é importante notar, é tripulçaão, não é considerada a guarnição.
(estou a referir a tradicional diferença entre o pessoal que é responsável pela gestão e manobra do navio, e o pessoal destinado ao combate e operação das armas)
O número de duas dezenas pode até ser enganador.
De qualquer forma, se me disserem que seria adquirido aquele tipo de navio, eu nem diria grande coisa, porque no estado em que as coisas estão, até se os russos nos oferecessem uma Ropucha, eu ía aplaudir o Pu.. Putt... não sou capaz