A tese de que se iria usar o LPD para transportar meios nacionais para o Mar do Norte ou para o Mediterrâneo, não é lá muito realista. Com uma velocidade máxima de 21 nós (no caso do LHD Juan Carlos I) e apenas 19 nós no caso dos LPD estilo Rotterdam/JdW, são navios demasiado lentos para serem considerados uma forma "rápida" de projecção de força. Um LPD saído do Alfeite levava pelo menos 2.5 dias a chegar a Sicília, leva um pouco menos a chegar a um porto no Sul de França, e leva consideravelmente mais se for para desembarcar o que quer que seja para lá de Itália. Levaria 1 dia e meio para chegar à costa ocidental francesa, e levaria muito mais para ir directamente para o Mar do Norte. A isto acresce o risco de haver um submarino adversário algures, e afundar o nosso LPD carregado dos meios mais valiosos do EP.
Tenho sérias dúvidas que seja mais eficiente usar um LPD para transportar uns 50 blindados da BrigMec, do que transportar tantos ou mais por estrada ou por comboio, dentro do continente europeu. Em certos casos, será preferível transportar por estrada/comboio pela Península Ibérica até um porto espanhol, e depois aí sim um navio (militar ou civil) a transportar para o destino.
O ponto forte do LPD, é caso seja necessário fazer desembarque de forças em ilhas, ou num território fora do continente europeu. Ainda assim, num cenário militar, mesmo para o fazer nos nossos próprios arquipélagos, seria uma complicação porque nos falta tudo para apoiar tal operação, o que torna o navio em si quase irrelevante no meio de todas as lacunas. E mesmo nesse caso (desembarque nos Açores ou na Madeira), a BrigMec não seria certamente a unidade terrestre utilizada, por não se adequar ao local.
Para transportar estritamente pessoal, a via aérea é de longe a mais eficaz.