Lamento dizer mas o que descreve são os moldes em que a GNR seria empregue, segundo o actual modelo, em caso de conflito no território nacional. Daí a sua natureza para-militar. Tudo o resto não é execuível para uma força para-militar. Transformar a GNR numa unidade de infantaria ligeira será apenas duplicar meios face ao que já existe no Exército. E, de resto, a nível interno, e em tempo de paz, tais forças teriam uma utilidade mínima. Mas em tempos desesperados...
Bom.
Os moldes actuais são os que são, mas os meios também são os que são.
O ministro não poderia fazer outra coisa que não fosse reafirmar o que está escrito na Constituição.
A GNR, já foi a principal força armada portuguesa, a primeira a ter carros blindados e com um efectivo 100% profissional.
A GNR, foi o primeiro exército profissional português, e muitos dos problemas de adaptação que o actual exército está a ter, já a GNR conhece e resolveu há décadas.
A utilização da GNR em caso de necessidade, é algo de lógico e não uma utilização consequência de desespero.
A questão com a GNR, tem a ver com a pressão para a transformar numa força civil e não numa força militar.
A GNR, mesmo hoje, tem provavelmente em termos de capacidade efectiva de defesa mais operacionalidade que o exército.
Isto se pensarmos numa defesa baseada na resistência em pequenos grupos e nucleos, que reconhece a sua incapacidade para enfrentar forças muito superiores, mas que utiliza o seu conhecimento do terreno como vantagem táctica.
Em caso de conflito, o exército não aguentaria mais que 72 horas. Mas alguém acredita que seria possível desarticular a estrutura da GNR em 72 horas?
Não se trata de a GNR fazer o papel do exército. Trata-se de armar e adequar os meios humanos da GNR para que estes possam ser responsáveis pela defesa territorial.
Isto não retira ao exército essa prerrogativa, apenas complementa as capaciadades do exército, que deve ser transformado numa força relativamente pequena, mas extremamente bem armada e móvel.
É o tal exército com um efectivo entre 12 000 e 18 000 homens de que já falámos há tempos, complementado por uma força operacional da GNR, com 10 000 a 15 000 com capacidade para pegar em armamentos modernos.