Estou a perguntar é se as munições de treino (as azuis) existem, algo que deve ser tudo menos confidencial, e acima de tudo algo que eu consideraria como garantido num exército que preze o treino.
Mas lá está da forma como este artigo foi apresentado faz-me crer que não existe munição de treino, o que me parece muito preocupante
O problema é o seguinte …
A munição de treino, é comprada sim, e digo isto com base em informação pública. E deveria ser continuamente adquirida conforme as necessidades. Se é comprada ou não quando se gasta, isso são outros trezentos mil reis …
A infeliz lógica da batata, da realidade em que estamos metidos, aponta no sentido de que, sendo matéria reservada, é daquelas onde a «poupança» é mais fácil …
Quanto á classificação de segurança, a ser informação classificada ou não, alguém mais qualificado do que eu que se pronuncie, mas então o que dizer quanto á publicação da instituição militar, e aqui divulgada em parte, de um documento, que revela as dotações de munições para o treino de tiro real, dos poucos 2A6 que vamos possuindo ?
Não podemos confundir as coisas.
Creio que uma publicação, pode mostrar qual é a dotação que seria normal para uma determinada unidade militar. É como a sua orgânica por exemplo. São coisas que fazem parte da doutrina e não são necessáriamente classificadas.
São dados acima de tudo técnicos, mas não são dados táticos, que poderiam permitir a uma força hostil fazer estimativas sobre a real capacidade operacional das nossas forças.
Uma coisa é dizer que um Leopard-2A6 leva X munições e atinge a velocidade Y e pode atingir um alvo a N quilometros...
Outra coisa muito diferente, é nós dizermos que um carro Leopard num treino só levava seis munições, que parte dos racks estão tortos e não podem ser utilizados, e que não se move muito a torre, porque não há oleo para o sistema hidráulico, porque aquilo é caro como o xxxxx.
O primeiro tipo de informação é técnico e publico, o exemplo que coloquei a seguir, seria sempre alvo de classificação de segurança e não pode ser tornado público, porque dá informação a qualquer eventual potência hostil.
Dito isto...
Alguma da informação aqui publicada, do meu ponto de vista, e considerando a formação que me deram, no tempo em que as pessoas que tratavam com questões de segurança eram daquelas que ainda tinham andado na guerra, parte dos dados publicados não deveriam ter sido publicados.
Este problema não é de agora, já no meu tempo eu ouvia dizer que, o pessoal das unidades operacionais recebia formação sobre segurança da informação mas ria-se, achando que ninguém ligava nenhuma para esses dados ...
A mais triste destas demonstrações, nos últimos tempos, foi a triste declaração do almirante CEMA na Madeira, ao dar informação tática em direto na televisão, informando que andávamos com navios podres a ver o que os russos estavam a fazer ...
O portuga é demasiado confiante, demasiado bonacheirão... Já era assim no tempo da FNAC, onde até hoje, muita gente não entende como é que a espionagem do ar condicionado funcionava ...
Enfim... e la nave vá