Energia: Galp Energia poderá ter 20% em consórcio com Petróleos de Venezuela para explorar Faixa Petrolifera de Orinoco
Lisboa, 02 Out (Lusa) - A Galp Energia poderá vir a ter uma participação de 20 por cento na exploração da Faixa Petrolífera de Orinoco, na Vezenuela, se o estudo que vai realizar com a Petróleos de Venezuela para quantificar e certificar as reservas petroliferas avançar para um concórcio, afirmou hoje Ferreira de Oliveira.
"Em empresas da nossa dimensão com projectos desta magnitude temos normalmente uma participação de 20 por cento", afimou o presidente executivo da Galp Energia aos jornalistas à margem do Lisbon Energy Forum.
A Galp Energia e a Petróleos da Venezuela assinaram hoje um memorando de entendimento para estudar o desenvolvimento de projectos conjuntos no sector energético que prevê a participação da empresa portuguesa na quantificação e certificação de reservas de petróleo na Faixa Petrolífera de Orinoco.
Segundo o ministro da Energia da Venezuela e presidente da Petróleos da Venezuela, Rafael Carreño, esta área poderá ter reservas de 50.000 milhões de barris, tendo a esperança de encontrar até 12.000 milhões de barris de petróleo.
O ministro afirmou ainda que com este acordo a Galp poderá garantir o abastecimento de 30 por cento das necessidades de Portugal.
O presidente executivo da Galp Energia afirmou que este projecto e outros projectos em que a petrolífera está envolvida poderá garantir esses 30 por cento numa óptica de longo prazo, entre 5 a 10 anos.
Ferreira de Oliveira afirmou ainda que pretende com este acordo construir com a Petróleos da Venezuela uma parceria semelhante à que tem com a Petrobras e a Sonangol que é "sólida e frutífera".
O presidente da Galp disse também que investimentos desta "ordem de grandeza", que atinge no total os 6.000 milhões de euros, "implicam projectos de longo prazo e logo de natureza estratégica".
Não sei se repararam na real importância desta notícia.
Estamos a falar de 20% numa zona que é considerada a maior reserva de petróleo pesado e extra-pesado do mundo.
En la actualidad el estado ejecuta “El Proyecto Magna de la Faja Petrolífera Del Orinoco” donde se cuantificará y certificará el petróleo pesado y extra-pesado. (Petróleo que ya cuenta con tecnología rentable y factible para su explotación y refinación) existente en un área de 11.539 Km2 al norte del río Orinoco. Y cuya meta es certificar 235. Mil millones de barriles (reserva probada o certificable), que podrían llegar a los 313. Mil millones de barriles (reserva probable). _Pero... el área total de la faja es de 55.314 Km2. En donde algunos eruditos han ‘hipotetizado’ que exista una reserva de: entre 800. Mil millones y 1,1. Billón de barriles (reserva no probable), es decir: ¡En nuestro país probablemente haya igual o mayor cantidad de petróleo, que la sumatoria de todas las reservas del mundo!
Estamos também a falar de 30% das necessidades petrolíferas de Portugal, consolidando e diversificando ainda mais a origem dos nossos fornecimentos, dependendo cada vez menos do conturbado médio oriente.
Portugal em 2005 dependia dos fornecimentos de petróleo e em percentagem dos seguintes países:
Argélia 23%,
Nigéria 15%,
Arábia Saudita 10%,
Iraque 7% e
Irão 3%.
Existem três critérios que explicam a escolha pelas petrolíferas do país de origem do petróleo: acordos comerciais e financeiros; tipo de petróleo (determinado pela quantidade de enxofre, que em menor quantidade favorece a refinação de gasolina); e questões de natureza geopolítica. A conjugação destes três factores deverá impulsionar, no futuro, o peso do Brasil de Angola e da Venezuela nas importações petrolíferas de Portugal.
No caso da Venezuela, e vivendo lá perto de 400.000 portugueses e luso descendentes, só é de estranhar o tardio de este olhar estratégico para este gigante energético sul-americano.
É já nem falo do gás natural, que também tudo indica a GALP pretende explorar, vindo mesmo a calhar o facto de a empresa ainda recentemente ter tido autorização para comercializar sem restrições este produto na vizinha Espanha.
É uma jogada estratégica de se lhe tirar o chapéu