Acho que poderá fazer mais sentido num cenário como o de uma crise na Guiné, em que mesmo que seja necessário recorrer a meios reabastecedores de aliados, como KC-130, o reabastecimento pode influenciar bastante o alcance. Não será algo a ser usado todos os dias certamente.
É uma possibilidade, mas, considerando que qualquer operação na Guiné só faia sentido desde Cabo Verde, é perfeitamente possível utilizar o C-130 para um percurso e o avião mais pequeno para chegar ás tropas.
É aí alias que está a maior diferença. Enquanto o C-295 é um transporte militar ligeiro o C-27J é um transporte militar táctico. Naturalmente para se vender o C-295 como aeronave militar tiveram que se fazer algumas alterações e a mais óbvia foi necessáriamente o trem de aterragem.
A questão não é essa. A FAP parece pretender os C-295 /C-27 para missões de suporte logístico de modo a complementar ou substituir os C-130. Por exemplo, no suporte às missões na Bósnia. Este tipo de missões envolve o transporte de carga ( paletes) e passageiros, não de Humvees ou semelhantes.
Também fico com essa ideia. E por isso a minha desilusão, não pelo avião, mas sim pela ideia que está por detrás.
O C-27J daria a Portugal um meio "pra ninguém botar defeito" no que respeita a apoio a "Grupos de Batalha" e a importância dos meios que cada país pode por em cima da mesa, é muito relevante.
Assim, ficamos com um aviãozinho bonitinho, que também faz umas viagens.
Mas concordo que, para enviar umas paletes para a Bosnia, (embora o C-295 não possa fazer a viagem com carga máxima) o C-295 faz muito mais sentido que o C-27J.
Não conhecemos o pacote completo oferecido. Esse maior preço pode-se dever ao contrato do C-295 incluir um maior pacote de suporte como peças de manutenção. Ou então a Alenia/Lockeed está a fazer um esforço para aumentar a quota de mercado. Acho que mais do que isto é pura especulação.
Também acho que as verdade deve andar por aí.
A outra possibilidade é que sendo o avião um co-produto da Lockeed, esta empresa não é exactamente conhecida por cumprir as contrapartidas. (pelo menos é a informaçao que tenho).
Provavelmente os espanhóis prometeram comprar mais uns quilos de cortiça, e mais uns galos de Barcelos, daqueles que os espanhóis compram na China e depois vendem para Portugal como produto português
Se o C-295 fosse um aparelho americano, e o C-27 espanhol a sua eventual escolha levantaria este tipo de objecções ?
Não devemos exagerar, no entanto, como é conhecido, do meu ponto de vista, qualquer compra militar efectuada aos espanhóis pode constituir um perigo, pois pode deixar Portugal nas mãos da politica externa espanhola, ou seja na órbita dos espanhóis. E ficar na órbita de Madrid, é algo que Portugal não pode fazer.
Ao menos, se estivermos na órbita dos americanos, a nossa independência, seja ela politica ou economica, não estará em perigo.
Cumprimentos