Não devemos comparar nem um PA a um LPD, nem a Marinha Francesa à Portuguesa. Eles não precisam de fazer malabarismos para guarnecer o CDG,
Sem dúvida, e naturalmente que ninguém o está a fazer. A comparação prende-se com a questão de ter apenas uma unidade de um determinado meio (e eles precisam fazer malabarismos da mesma forma, só que a uma escala muito diferente).
Portugal com apenas um LPD não o poderia utilizar quando em reparações, óbviamente.
Tal como a França, que não tem alternativa e não possui um meio capaz de operar caças de combate, para substituir o CdG.
Sem o porta-aviões, aquela valência desaparece completamente e a França pode até ter uma marinha a sério, mas deixa de poder mostrar um porta-aviões em caso de necessidade.
O problema da França é alias mais complicado, porque garanto que a reparação e revisão de um porta-aviões é mais complexa...
Mas isso eram mais cinquenta escudos e estariamos a desviar-nos to tema.
Os franceses certamente tiveram em conta as limitações de ter apenas 1 navio, e preferiram ter um PA que ao longo da sua vida, possa estar disponível durante 90% do tempo, do que nenhum.
Tiveram tudo em conta, inclusive quando concluiram que o porta-aviões que tinham, tinha que ficar fora de serviço durante as grandes reparações.
Foi dos navios mais criticados da França, que por ser nuclear, quer por ser apenas um.
Mas mesmo assim, era preferível um porta-aviões que nenhum (infelizmente para os franceses, disponível durante 90% nem nos sonhos dos fabricantes).
Da mesma forma um LPD é melhor que nada, mesmo que parte do tempo não estivesse disponível, e como disse acima, reparar um LPD, é muito, muito, mas muito mas simples que reparar um porta-aviões nuclear.
Um LPD português, obriga a cortes noutros lados, porque se o orçamento e pessoal actual não chegam para o que se tem
Mais uma vez, lembro... Você está coberto de razão, o problema é que a questão não é o LPD, é a situação patética em que deixaram as forças armadas em geral e a marinha em particular.
Qualquer marinha que tenha o mínimo de recursos, tem forçosamente que considerar a necessidade de um meio como um LPD, quanto mais não fosse por causa da nossa posição e por causa das ilhas atlânticas.
De repente lembrei-me do que já foi escrito e descrito sobre o periodo pré II guerra e mesmo durante a II guerra em que tinhamos dificuldade em enviar aviões para os Açores, porque eles não conseguiam chegar lá e nós não tinhamos um navio adequado para os carregar e descarregar.O LPD não é a causa do estado da MGP, mas é fácil perceber que com um navio desses, a situação do resto da Marinha seria ainda pior. Não vale a pena agir como se com a vinda do LPD, o resto ficava tudo resolvido.
Os problemas da marinha não se resolvem com um navio. A capacidade antisubmarina, precisa de submarinos, o controlo das águas precisa corvetas ou patrulhas, apoiados por fragatas, e a projeção de forças terrestres requer um meio para as transportar e projetar.
Aliás, a mesma argumentação seria válida para os submarinos, mas a um nível, muito superior, já que o custo da manutenção dos submarinos é muito superior ao do LPD.
Nós temos os submarinos e a marinha não acabou ainda.
Claro que também podemos concluir que a situação é a que é, por causa dos submarinos.
E na marinha não me surpreenderia se houvesse gente de acordo …
Tentando resumirEu compreendo os argumentos que dc aqui apresenta e não acho que a argumentação esteja errada.
O que eu vejo, é que se trata de argumentos, que se baseiam no facto de que a marinha e o poder político aceitam a situação de catástrofe a que se chegou, e que com os meios quase inexistentes que possui, é possível fazer alguma coisa.
Eu vejo os crossovers e outros quejandos, como apenas uma consequência de termos chegado ao fundo do poço, e estarmos a navegar nas poças no fundo e a fingir que ainda há lá água.
Os crossovers e quetais, são uma forma de tentar mandar areia para os olhos do maralhal e fingir, que mesmo sem meios pode haver uma marinha funcional, porque há uma arma milagrosa que vai permitir fazer omoletes, mesmo quando o fornecimento de ovos já foi cortado.
Essa arma não existe.
A unica arma que a marinha precisa, é dinheiro, para ser construida. E não é com os atuais meios que se vai chegar a lado nenhum.
Duas fragatas modernas, e quatro navios para defesa anti-submarina, quatro submarinos um navio reabastecedor e um LPD custam muito dinheiro.
O LPD é meio mais barato de todos, mas muitos têm medo, porque é o mais facil de criticar pelo tamanho.
Conclusão ... Em Portugal como no resto da Europa, este sonho da Europa pacifica e da paz eterna, tem que acabar.