Parlamento paquistanês condena operação americana que matou bin Laden Inserido em 14-05-2011 10:59
A resolução pede ao Governo para “rever” as relações políticas com os Estados Unidos.
O Parlamento paquistanês emitiu hoje uma resolução para condenar a operação dos Estados Unidos no território paquistanês, que acabou com a vida de Osama bin Laden, e para pedir ao Governo para “rever” a relação com Washington.
O texto foi divulgado na última madrugada depois de uma sessão à porta fechada das duas câmaras paquistanesas, na qual participou a cúpula militar para dar explicações sobre o assalto de 2 de Maio em Abbbottabad, cidade perto de Islamabad.
A resolução pede ao Executivo para “rever” as relações políticas com os Estados Unidos de forma a “assegurar que os interesses nacionais do Paquistão sejam totalmente respeitados”. As duas câmaras paquistanesas também solicitaram ao Executivo, liderado pelo Partido Popular (PPP) da família Bhutto, para constituir uma comissão independente para investigar responsabilidades e recomendar acções que evitem que um incidente similar volte a acontecer.
Esta é a única referência autocrítica na resolução do Parlamento que condena a operação especial norte-americana “unilateral” e a considera uma “violação da soberania do Paquistão”. O chefe dos serviços secretos paquistaneses (ISI), Ahmed Shuja Pasha, defendeu perante os deputados a instituição que lidera e o Exército, apesar de não serem conhecidos todos os pormenores da intervenção que fez perante as duas câmaras.
Segundo informações publicadas pelos meios paquistaneses, Pasha, cuja saída do cargo é um rumor há dias, mostrou-se disposto a assumir a sua “responsabilidade”, mas o Exército não parece inclinar-se pela sua saída e o executivo, que tem um conflito histórico com a segurança, defendeu por agora o seu trabalho.
O director do ISI admitiu “uma falha dos serviços secretos” no episódio mas insistiu que os serviços secretos e o Exército se comprometeram na luta contra o terrorismo.
As duas instituições estão a ser criticadas por terem permitido a violação do espaço aéreo por parte de helicópteros norte-americanos e por não terem detectado a presença de bin Laden nos arredores de uma academia militar numa cidade próxima de Islamabad.
O ISI defendeu-se das críticas e recusou taxativamente as acusações do Ocidente de que alguém no aparelho de segurança podia ter estado a par do paradeiro do líder da Al-Qaeda.
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