Mira apontada a barco japonês foi ato "provocatório"
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, considerou hoje de "perigoso" e "provocatório" o facto de um navio de guerra chinês ter 'trancado" a mira para disparar contra um barco japonês.
"Foi um ato perigoso que poderia ter conduzido a uma situação imprevisível", afirmou Abe no parlamento. "É profundamente lamentável. Apelamos para que se contenham, de modo a evitar uma escalada desnecessária", acrescentou.
Um navio de guerra chinês teve, há dias, um barco japonês na sua mira, e "trancou-a", ficando pronto a acertar no alvo, uma ação "provocatória unilateral", disse o primeiro-ministro japonês, no poder desde finais de dezembro.
As declarações proferidas por Abe ocorreram um dia depois do ministro da Defesa do Japão, Itsunori Onodera, ter anunciado que a mira foi apontada a um barco japonês nas águas do Mar da China Oriental na semana passada.
Esta foi a primeira vez que os navios de ambos os lados "trancaram" as suas miras no âmbito da disputa territorial que mantêm pela soberania das ilhas Senkaku/Diaoyu.
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland, afirmou que Washington estava "preocupado" com o incidente.
Na terça-feira, o ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão convocou o embaixador chinês em Tóquio precisamente para protestar contra nova intrusão de barcos chineses nas águas territoriais nipónicas das ilhas Senkaku/Diaoyu, cuja soberania é reclamada por Pequim.
O clima de tensão relacionado com a disputa agravou-se sobretudo a partir de setembro, altura em que Tóquio nacionalizou três das cinco ilhas do arquipélago, no Mar da China Oriental, desabitadas mas alegadamente ricas em reservas de petróleo e gás natural.
A soberania do arquipélago também é reclamada por Taiwan.
Lusa