Eu prefiro não fazer contas com reservistas, até porque a preocupação primária seria ter uma força operacional minimamente completa. Reservistas devia ser um "afterthought", até porque garantido uma força operacional decente, os reservistas vão-se somando à medida que os pessoal vai saindo e sendo substituído.
Portanto, daria prioridade a atrair mais pessoal. Começava por expandir a margem de idades com que se pode ingressar nas FA (no Japão esta foi uma das medidas). Algo que nunca fez sentido para mim, é ter esta regra estrita da idade na ingressão. Compreendo para determinadas especialidades, nomeadamente forças especiais, mas noutras, como mecânicos, motoristas, ciber-segurança, etc, faz mais sentido ter pessoal com experiência nas suas funções, do que pessoal só por ser novo.
Outra coisa que fazia, era estudos demográficos, da distribuição da população pelo país (densidade populacional, faixa etária, etc) e qual a percentagem/número de habitantes das diversas zonas/distritos/cidades/vilas estaria interessado em ingressar nas FA, e em que especialidades/ramo estariam interessados. Sabemos também que uma das condicionantes que pode levar uma pessoa a não ingressar, é a distância da unidade até casa.
Feito isto, quem diz que não haveria potencial para se criar (inserindo num quartel existente) uma segunda unidade de Comandos mais a Norte do país? E dado o terreno montanhoso, esta unidade tivesse uma maior vocação para guerra de montanha (enquanto os da Amadora uma vocação mais urbana)? E se isto permitisse quase duplicar o nº de Comandos no EP?
A mesma coisa podia ser aplicada para outras unidades/ramos, nomeadamente a Marinha. E se, ao se criar condições para que os Açores e Madeira tenham a sua própria base naval permanente (e não apenas um navio destacado, com guarnição de todos os cantos do país), e consequentemente os seus próprios meios, quem diz que não passaria a haver maior número de interessados em ingressar, sabendo que podiam ingressar na Marinha, sem ter que ir parar ao Continente de forma permanente?
Se juntarmos a isso, uma progressão de carreira decente, por exemplo, para integração no mercado de trabalho civil, o nº de interessados poderá disparar.
Parto de um princípio em que se organiza territorialmente as FA, não tanto numa perspectiva estratégica (algo que não existe de qualquer das formas com a organização actual), mas sim do potencial que a população de cada região tem, e na sua vocação caso quisessem ingressar.
Quanto a ameaças e como propunha a defesa dos arquipélagos e afins, fica para outro dia.
