Portugal Arrisca-se a ser um Estado Exíguo?

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sefr81

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Portugal Arrisca-se a ser um Estado Exíguo?
« em: Agosto 22, 2008, 05:27:06 pm »
Caros foristas

Em conversa com uma pessoa amiga (por e-mail) tentava-lhe explicar o porque de eu achar que Portugal se arriscava a tornar um Estado Exíguo. Acabei por escrever este texto que decidi postar neste fórum. Não sei se será adequado ou inclusivamente se o espaço reservado à Armada o mais indicado. Caso não seja peço desde já as minhas desculpas, assim como pelo facto de ser excessivamente longo e massudo.

"Vamos lá então tentar explicar o que quis dizer.

Começo por relembrar que não sou especialista na matéria, apenas um mero curioso que lê umas coisas e gosta de se debruçar sobre o assunto..por isso é possível que esteja a entrar em terreno pantanoso e acabe por dizer uma asneira ou duas.

Um Estado Exíguo é um Estado que perde a capacidade de se defender, de fazer valer a sua autoridade dentro das suas fronteiras e das suas áreas de responsabilidade como o são o Espaço Aéreo ou a ZEE (Zona Económica Exclusiva). É um estado que não controla minimamente o que é seu e por isso está à mercê de entidades criminosas ou mesmo de outro Estado que se queira apropriar das suas riquezas naturais ou zonas de influência.

"Si vis pacem parabellum" - se queres a paz prepara a guerra. Acho que esta frase faz todo o sentido..de certo modo a Guerra Fria é como que um bom exemplo desta forma de pensar e dos seus resultados. Se um dos lados tivesse optado por não"preparar a guerra"..tenho a certeza que esta tinha sido bem mais quente. Enquanto país temos que pensar assim...estar preparados...não podemos viver alegremente apenas considerando o momento presente. Como será o mundo daqui a 10 anos ? E daqui a 20 ou 50? As alianças serão as mesmas? As realidades políticas..também?...Vamos-nos preparar quando a "bolha estourar"? ..não me parece muito sensato. Adam Smith disse: "a defesa é o primeiro dever de um soberano"..lá está ..soberano..soberania..se não formos capazes de nos defender..iremos muito provavelmente estar a abrir caminho para a perda da nossa soberania. Clausewitz disse: (...) se a política exige da guerra aquilo que esta não lhe pode dar; age contra as suas próprias premissas." Pois..a "Política" em Portugal tem vindo a exigir da "Guerra" aquilo que esta cada vez mais se vê em dificuldade de dar..precisamente porque a "Política" se recusa a dar-lhes os meios necessários para o cumprimento dessas exigências. Contudo, há outra frase que importa considerar neste contexto e que foi dita por Saint Germain: "Que não se destrua uma nação para construir um exército"..ou seja..é preciso ter noção das nossas capacidades económicas e financeiras e sobretudo construir um "exército" adequado" às exigências que dele se quer..importa saber ao certo quais são elas..porque muitas são concerteza legítimas..e sendo legítimas legitimam o "investimento"..que é diferente de "gasto"

Neste sentido, e pensando em Portugal, há algumas questões que importam considerar.
Se em termos terrestres fazemos apenas fronteira com Espanha...importa lembrar que a nossa Zona Económica Exclusiva (marítima) é a maior da UE e que as SSR's (regiões de busca e salvamento), fazem "fronteira" com mais territórios. Por exemplo  a de Lisboa tem "fronteiras" com Espanha e Marrocos, e a da Madeira com as do Senegal, Brasil, Espanha, EUA e França. O que quero referir é que sendo a nossa ZEE a mais extensa da UE com tudo o que isso implica, nomeadamente o facto de ser uma zona plena de recursos naturais que importa preservar, justificaria um investimento na nossa Marinha de Guerra  e Força Aérea (uma vez que é a esta que compete a Busca e Salvamento por meios aéreos) consideravelmente maior do que o que se verifica. A marinha então está numa situação deplorável da qual acredito a grande maioria dos portugueses nem sequer fazem ideia. Acho muito triste e preocupante que os meios destes dois ramos apenas permitam o cumprimento das suas missões (e falo de missões de interesse público - contole de pescas, combate à poluição, busca e salvamento, controlo da imigração ilegal, patrulhamento marítimo..lembrar o tráfico de droga etc.) apenas se forem "esticadas" ao máximo as suas capacidades. E todos sabemo o que costuma acontecer quando se "estica" um "material" com uma capacidade de "elasticidade" limitada...na maior parte das vezes..REBENTA!!!!

Talvez a nossa maior riqueza esteja no mar. No passado foi para o mar que nos viramos e com sucesso e o mar é sempre um "terreno" que importa explorar, especialmente se o devemos fazer por direito. Há notícias de uma possibilidade do maior lençol de hidrocarbonetos da zona do mediterrâneo estar ao largo do Algarve (sobretudo gás natural)..será que achamos que por sermos membros da UE e da NATO e se não tivermos uma capacidade militar credível os nossos "adversários" vão ficar resignadamente parados a ver aquilo ali "à mão..não de semear..mas de saquear?". Eu tenho a certeza que não..até porque a necessidade por este tipo de recursos é cada vez maior e porque os nossos mais directos "adversários" numa situação como esta são também eles membros da UE e da NATO.
Se não formos capazes de controlar as nossas águas (controlo da imigração, tráfico de droga etc.) acharemos que nada se vai passar? Queremos ser uma espécie de Somália ou Indonésia - esta ainda tem desculpa..são uns milhares de ilhas - e deixar as nossas águas territoriais à mercê de piratas? Claro que elas nunca ficariam à mercê da pirataria..nunca nesta parte do globo..mas não porque os criminosos não existam por aqui..mas sim porque algum "vizinho" com mais força se encarregaria de fazer o trabalho que nós não conseguimos. Agora..uma coisa é certa..não o fariam por serem bons samaritanos..fariam-no querendo algo em troca, que a frase que os meus pais desde novo me ensinaram "olha que ninguém dá nada a ninguém" é de uma sabedoria imensa.

Sei o que está a pensar.."isto não pode estar assim tão mal"..olhe que está. No momento presente..e em bom rigor técnico a Armada Portuguesa dispõe apenas de 3..sim..leu bem 3 (três) navios com valor militar real. O resto...ou são navios quase desarmados de mero patrulhamento de presença (armados com uma 12,7mm no máximo) ou são sucata flutuante que..se ainda flutua ..é por obra e graça do Espirito Santo (não do Banco..que esses fogem aos impostos como o zé tuga normal..eles e os "amigos" da Banca....talvez se todos pagassem o que devem houvesse mais dinheiro para por isto a funcionar. Se bem que acho que o principal problema não são os euros mas sim os planos..ou falta deles..para os usar) Obra e graça do Espírito Santo e da manutenção..que à boa maneira lusitana lá vai improvisando e fazendo milagres..lá está..fizemos de uma excelente característica do nosso povo - que deve ser incentivada e aproveitada - a capacidade de improvisação..uma forma de vida..um sistema..e é isso que acho mal. O improviso deve servir para isso mesmo..para situações de improviso e nunca ser uma espécie de plano de acção..o plano oficial.

3 navios? Só? Sim! Na minha forma de ver apenas (no momento presente) existem 3 vasos de guerra com capacidade e valor militar real  e credível. As 3 fragatas da classe Vasco da Gama. Os submarinos que eram 3..foi-se protelando a sua substituição (talvez por se pensar nas coisas sempre à última da hora...deviamos sempre contar com todo o tempo necessário para a escolha de um substituto, os recursos dos construtores preteridos e, obviamente..a sua construção). Como disse..eram 3..todos já tinham ultrapassado o limite da vida útil (graças a Deus e aos Homens da manutenção...mas as sortes ás vezes acabam..nunca se deu..e felizmente..um incidente tipo Kursk à portuguesa. Submarino no fundo...umas dezenas de marinheiros aflitos..um resgate com meios NATO..se corresse bem..e ai gostava de ver..as pessoas que dizem que a compra dos submarinos é um exagero..a comentar a tragédia). Mas dos 3..já só um flutua (e submerge)..se é que ainda o faz..e mesmo assim vai ter de deixar de o fazer antes da vinda dos substitutos..que isto de andar a brincar com a sorte também é uma coisa com a qual não convém exagerar. Por isso irá passar um período de tempo em que Portugal deixará de poder contar com a arma submarina com tudo o que isso implica negativamente para a nossa (sub)erania. Sim...porque os submarinos não servem para lançar misseis nucleares como se vêm nos filmes..deve ser essa a visão (desinformada como convém) dos detractores da compra dos novos submarinos.

Os patrulhas da classe Cacine e as corvetas da classe Baptista de Andrade e da classe João Coutinho..(para além de pouco indicadas para a missão (patrulhamento oceânico)..que eu também se quiser andar na cidade prefiro um utilitário a um carro familiar..especialmente tendo em atenção os preços dos combustíveis)... deveriam ser substituidas pelos NPO (Navios de Patrulhamento Oceânico - dois deles em versão de combate à poluição  e todos a construir em Viana do Castelo ).. mas desse programa que já deveria estar perto da conclusão com vários navios ao serviço...apenas se conheçem duas carcaças inacabadas na doca de Viana..à espera sabe-se lá do quê. Existe também a intenção de construir uma nova classe de lanchas de fiscalização para complementar os NPO's..mas dessas..nem carcaças sequer. Acho até que este projecto (NPO), em conjunto com a substituição da arma ligeira ..a G3 têm até já uma banda sonora...  http://uk.youtube.com/watch?v=3khTntOxX-k  ...lol..é triste mas é verdade..acho que as verdadeiras razões da criação desta música foram estes programas.

As fragatas da classe João Belo...também elas ultrapassadas..foram vendidas ao Uruguai..(ainda há países piores que nós..vá lá..não que isso nos deva servir de consolo)

Que mais temos? O Bérrio? O reabastecedor de frota..sim é verdade..mas foi comprado à GB em 1993 se não estou em erro..quase há vinte anos..e já era em segunda mão. Ou é de mim..ou ele até já raramente sai da Base Naval do Alfeite.
O que resta são navios de instrução, hidrográficos e etc.

Futuro...sim..que por muito que o futuro não seja risonho..existe. Bem..é certa a aquisição das duas fragatas holandesas da classe Karel Dorman (Bartolomeu Dias) já em fase final de recepção..um projecto que correu bem. São fragatas modernas (a Holanda também se desfez de 6 unidades por dificuldades orçamentais..ficando ainda com duas..as outras foram aos pares para o Chile e para a Bélgica.) que não sendo de última geração serão até provavelmente meios mais modernos que as Vasco da Gama. E os Submarinos da classe Tridente ou U-209PN..que na verdade é um U-214..bem mais moderno..talvez um dos submarinos convencionais mais modernos em operação...Mais uma vez a escolha não foi má..resolveu-se tarde..mas tá quase. Porém são só dois..um número no meu entender manifestamente insuficiente. Lembro que a antiga esquadrilha contava com 3 e..mesmo assim..seriam poucos..a meu ver.

De resto, fala-se na construção de um NPL (Navio Polivalente Logístico) tão necessário para os Fuzileiros e da substituição do Bérrio...mas é só isso.."faladura" porque factos concretos..isso é outra história. Por isso cheira-me que infelizmente ainda muita água vai correr por baixo dos cascos dos navios da nossa Armada até que estes projectos sejam uma realidade.

Eu sei que não somos um país com muitos recursos..mas se não investirmos na defesa dos que temos...bem....arriscamo-nos a ser um país com menos ainda.
Porque mesmo assim..a realizarem-se estes projectos..o que já vimos que é difícil...a "ambição" para a marinha parece-me muito baixa..especialmente se considerarmos a questão do tamanho da nossa ZEE.
Por isso lembro-me do que tem sido dito nestes últimos dias a propósito da missão olímpica: : foi o maior investimento de sempre numa missão olímpica portuguesa" o que levanta desde já questões importantes: o facto de ter sido o maior quererá dizer que foi grande ou suficiente se comparado com o número de atletas e com outros países da nossa dimensão territorial e populacional? e..vendo bem as coisas..se se tiver acrescentado 10 euros ao investimento de 2004..então também poderiamos dizer que foi maior que o último. Isto de dizer que foi o maior de sempre não quer dizer rigorosamente nada.
Mas adiante..faz-me lembrar esta situação..porque cumprir a LPM para a Marinha não quer dizer que fiquemos com uma Marinha adequada ás nossas responsabilidades..e isto é importante pensar. Será que fica?
Não sou um daqueles "sonhadores excessivos"..não defendo um manancial de recursos equiparável aos EUA..nem sequer a Espanha ou Grécia..mas acho que dentro das nossas capacidades deveriamos ambicionar mais. Talvez para ambicionar o que considero ser o mínimo se tivessem que ter tomado outras opções no passado..agora é tarde e não se pode voltar atrás..ambicionou-se pouco..na altura errada..fizeram-se opções..agora não se pode simplesmente voltar atrás..seria complicado.
Para dizer a verdade..até em termos númerico de navios não "ambiciono" valores tão diferentes dos actuais..e mesmo o nível tecnológico que gostaria de ver na nossa Armada...não tem necessariamente que ser sinónimo de MUITO mais dinheiro. Claro que seria mais..caso contrário seria inexplicável a situação actual..apenas quero dizer que não seria astronomicamente mais. O que quero dizer é que não advogo uma marinha desproporcional..Tenho as minhas ideias..que valem o que valem e muito provavelmente desconheço muitos factores....sou um amador..mas isso não invalida que não possa pensar e dar opiniões..desde que dentro  do bom senso e com a humildade de reconhecer as minhas limitações. Nunca no modo.."Ahh..são uns burros deviam ter feito isto e aquilo e eu é que sei porque sou..enfim..eu?""
 

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bokaido

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(sem assunto)
« Responder #1 em: Agosto 29, 2008, 05:59:17 pm »
Caro sefr81,

De uma forma geral concordo com o q escreveu. A meu ver, a nossa armada até muitos navios, é pena é nem metade funcionar como é suposto.

É fácil ver o que nos falta, o NPL para projeção de força, abastecedores e auxiliares, e navios para patrulha da nossa costa e da extensa ZEE. E como disse muito bem, não é o custo destes equipamentos q vai arrasar o famigerado défice..

Não fosse o atraso nos projetos dos ENVC e dentro de 4 anos já teríamos condições para patrulhar a costa e a ZEE. Apesar dos NPO me parecerem muito muito fracos em termos de equipamento (armas, sensores, plataforma para os helis?), 4 ou 5 navios já ajudariam em muito a nossa armada a manter a soberania na ZEE. Os NCP deveriam ser pelo menos 3 (protecção e patrulha da costa continental). E creio que dez NPC como o que está projectado também resultariam numa melhoria significativa (controlo do tráfico).


Cumprimentos.
Ó Estrela, queres cometa?
 

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PedroM

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(sem assunto)
« Responder #2 em: Agosto 29, 2008, 11:53:04 pm »
Esta tema é de facto interessante.

Creio que a palavra chave aqui é SOBERANIA, como bem destacou MoisésPMagalhães. Como se defende e afirma hoje a soberania nacional? Colaborando de modo credível e permanente nas missóes NATO ou UE, exercendo um controlo real sobre o triângulo Continente/Açores/Madeira e estreitando os laços, também de defesa, com os países de expressão portuguesa.
Concordo a 100% que a primeira tarefa de umas FA's é a de assegurar a soberania sobre o espaço nacional, terrestre, marítimo ou aéreo, já o disse anteriormente neste forum. Não vale a pena andar a gastar dinheiro para cumprir as missões NATO e UE se não formos capazes de exercer a soberania no nosso próprio espaço. Isso não teria cabimento e os portugueses não o compreenderiam.
No que se refere a Espanha é por demais evidente que se pretende guindar a potencia do sul/oeste europeu e atlântico. Mas isso significa apenas que  estão a fazer o trabalho deles. Ao investirem nas suas FA's aumentando-lhes exponencialmente as capacidades, ao colocá-las ao serviço dos aliados NATO e UE, estão a fazer um magnifico trabalho e a defender e projectar a sua soberania.
Dentro de alguns anos Espanha terá cerca de 320-330 Leopards2A4 e A6, e qualquer coisa como 150 ou 160 aviões de combate, entre F18 e Typhoon. Claro que como português também me pergunto para que querem tanta coisa, estando na ponta oeste da europa e sinto alguma incomodidade quando comparo com os projectados 37 Leopard2A6 e 30 F16 MLU das FA's portuguesas.
Mas daqui não concluo que Espanha seja uma ameça para Portugal. Claro que problemas sempre podem ocorrer, mas neste momento nada justifica esse tipo de desconfiança.
Ao contrário, o que digo é qua a atitude de Espanha, ao pretender projectar-se como potência regional é a atitude correcta e não os devemos criticar por isso.

O que podemos e devemos criticar é a nossa demissão e passividade quando colocados perante as mesmas questões e desafios. Mas repito, temos de nos culpar a nós e não a Espanha.

Lentamente a situação começa a mudar com os equipamentos previstos para os próximos 3 a 4 anos. Contudo Portugal pode e deve investir mais na área da defesa. Mesmo tendo em conta a situação económica do país, e qualquer raciocínio só faz sentido se tiver  presente as possibilidades financeiras do país, é possível investir mais nas FA's. Adquirindo mais CC e aviões de combate por exemplo. Não para nos defendermos de Espanha, porque, volto a dizer, não penso que tal venha a ser necessário, mas para exercermos convenientemente a nossa soberania nas três vertentes que referi no início deste texto, colaboração com os aliados, controlo do espaço atlântico e reforço dos laços de defesa com os PALOP.
 

(sem assunto)
« Responder #3 em: Agosto 31, 2008, 09:00:36 pm »
Caro PedroM

Concordo que este tema é deveras interessante mas essencialmente preocupante, e subscrevo inteiramente as suas palavras, bem como a análise muito bem contextualizada do sefr81 especialmente em relação ao estado da nossa Marinha.

Mesmo assim, gostaria de partilhar com o forum um pouco do meu sentir PORTUGAL e potenciais ameaças á sua SOBERANIA, sujacente ao contexto das nossas FA´s; sendo óvio que estruturalmente as nossas FA's, sofrem de uma forma endémica pela falta de recursos financeiros, proveniente, na minha opinião da carência de sentido de estado, e ao mesmo tempo da hipocrisia e laxismo do poder político, estes sim são os verdadeiros culpados pelo nosso Status Quo.

Mais uma vez, penso que é preocupante a disparidade de investimento de Espanha e Portugal nas suas FA´s e que tem em Espanha consequências mais que positivas numa alavancagem económica por parte da sua indústria de defesa, e a realidade bem o demonstra, programas como as F-100, o S-80, Typhoon e outros que conhecemos bem, permitem que estes se situem num patamar de quase independência tecnolócica mas ao mesmo tempo, visando a exportação de técnologia, garantindo a viabilidade económica dos seus projectos.

Mas voltando à questão inicial, a nossa SOBERANIA; PedroM, pela prova provada do seu comparativo em nºs nos próximos anos, a realidade agrava-se substancialmente, e pergunto eu para quê? qual o real objectivo de tanto investimento? Mas mais ainda falemos da atitude, que não sendo crtiticavel mas sim questionavel, caracteriza-se por uma arrogância discreta e preconceituosa em relação a Portugal, não nos podemos esquecer da condicionante territorial natural, a existência da nossa unica fronteira terrestre, com o nosso vizinho, e eles sabem-no! mas perante esta fragilidade tivemos e temos a nossa potencialidade, o nosso mar.

Penso e acredito, sem pecar por excesso que de uma forma coerente e sustentada, podemos fazer mais e melhor, no sentido de dotar as nossas FA's de um crescendo real em investimento, sem prejuízo das finanças públicas, basta que para isso haja vontade e determinação política, concordando que devemos dar prioridade à Marinha para que esta possa dispôr de uma verdadeira força naval com capacidade de fiscalização projecção e dissuasão a quem ousar entrar no nosso mar(ZEE).
 
Em jeito de conclusão, assumo que tenho um sentimento de reserva e de desconfiança em relação ao nosso vizinho, não só, pelo saber da nossa história passada mas tb pelo conhecimento da história recente e porque não dos indícios do presente?!  

Cumprimentos,
POR CRISTO, POR PORTUGAL
 

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André

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(sem assunto)
« Responder #4 em: Setembro 08, 2008, 04:34:59 pm »
A Espanha a subir … Portugal a definhar

Escrevemos, há umas semanas, um "papiro" sobre os sempre recentes reforços em material bélico que os nossos queridos “hermanos” têm feito relativamente às suas Forças Armadas. A justificação oficial (deles), aduzida para tal reforço é a da sua participação nas operações de Paz e Humanitárias tão em voga desde que a Guerra Fria passou à História. Ora como tal justificação nos parece curta para tão grande arsenal, vamos tentar dilucidar outras razões mais consentâneas com a realidade.

Comecemos por passar a retina pelas principais operações acima referidas, em que os sucessores dos antigos Terços Espanhóis estão empenhados: Líbano (desde 2007), com 1181 homens e um navio tipo corveta; Afeganistão (2002), 745 e um destacamento de apoio no Quirguistão de 52; Kosovo (1999), 621; Bósnia – Herzegovina (1992), 323; Chade (2008), 90. Está em estudo o envio de um ou dois navios de guerra para as águas da Somália, a fim de combater a pirataria. No total somam 3012 militares o que ultrapassa o máximo de 3000 imposto pela Lei de Defesa Nacional, aprovada pelo governo socialista.

Julga-se pois, que para manter estes compromissos não é preciso tamanho potencial. Mas pode servir para outras coisas. Com o reforço que está em marcha, embora nem tudo esteja ainda operacional, as forças espanholas ficam habilitadas a operar, simultaneamente, em dois oceanos/mares com duas poderosas forças tarefas (task force) aero-navais com base em dois porta-aviões. Ou seja sem sair da defesa próxima do seu território – embora as força-tarefa estejam concebidas para a projecção de Poder longe do território -, podem operar no Atlântico Central e Mediterrâneo.

E cabe aqui recordar que o “Espaço Estratégico de Interesse Nacional”, espanhol se estende até aos Açores; o Arquipélago das Canárias sempre funcionou como base avançada das navegações para Ocidente e Sul e está muito perto da ZEE portuguesa (Madeira) e que ainda existe um contencioso não completamente sanado por causa das Ilhas Selvagens.

Este poderio militar pode ser empregue de vários modos na América Central e do Sul em apoio e defesa da “Hispanidad”. Serve para mostrar a bandeira; evacuar nacionais ou conter alguma fogosidade de líderes como Hugo Chavez. A aposta espanhola nas Américas é sobretudo cultural e económica (logo politica, também), a que não é estranho o desejo de promover o castelhano à segunda língua mais falada no universo e a concorrer com os EUA no seu “quintal das traseiras”.

A Espanha já participa na exploração da Antárctida e é natural que faça acordos de colaboração nomeadamente com o Chile e a Argentina (nós devíamos tentar o mesmo com o Brasil, mas enfim, no actual estádio da politica caseira era pedir muito...).

É natural que as afinidades culturais e históricas empurrem a Espanha para o continente americano, mas o mesmo não se pode dizer de África. Mas África é um espaço onde os falantes da língua de Cervantes estão a apostar cada vez mais e nomeadamente nos PALOPs (à atenção da CPLP). Portugal, dorme, dorme...

Gibraltar é um espinho cravado na Moncloa. È evidente que o poderio militar serve para apoiar qualquer solução que se tente para o futuro do “Rochedo”. Não pretenderão, certamente, transformar o Mediterrânico num lago espanhol, mas não andará longe a ideia de terem uma presença forte e incontornável. Em primeiro lugar para manter em respeito os países do Norte de Frisa e impedir qualquer veleidade sobre Ceuta e Melilha; depois e no mínimo, hão-de querer estar em pé de igualdade com a França e a Itália, agora que os EUA retiraram a 6ª esquadra e a Royal Navy mantém apenas uma presença simbólica.

A Espanha procura também reforçar a sua presença e peso na NATO e em todos os “fora” em que participa e é agressiva em querer ocupar vazios. Portugal que se cuide com a sua ZEE e com a evolução que, sobre este assunto – e a criação de uma Guarda Costeira do Báltico ao Egeu -, possa decorrer do mal amanhado tratado europeu que para nossa desgraça ostenta o nome de Lisboa.

Mas a Espanha reforça o seu músculo militar, estamos em crer, também por razões internas, por causa das autonomias e da possível desagregação política do reino. É que as Forças Armadas são nacionais, espanholas, veneram o Rei e actuam sempre em nome da Espanha. E o seu prestígio e o que contribuírem para a afirmação da Espanha como tal e no mundo, desvaloriza as tendências centrífugas em várias regiões do seu território.

O mesmo se passa, por exemplo, no desporto: já repararam que sem se perceber bem como, os espanhóis passaram a ganhar tudo, desde o ténis ao futebol passando pelo automobilismo, basquetebol, etc.? E nós já nem no hóquei em patins os vencemos...

A Espanha sempre representou em território e população, quatro a cinco vezes o Portugal europeu. Apesar desta desproporção sempre nos fomos aguentando. Convém equilibrar a balança com mais-valias e dissuasão mínima credível, que sirvam de seguro de vida. Estamos a ficar, vá lá, mal comparados uma espécie de Rússia e Geórgia. Será que os “porreiraços” que nos têm governado, não dão conta de nada ??

Jornal de Defesa

 

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Luso

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Portugal, estado exíguo
« Responder #5 em: Dezembro 27, 2009, 07:12:34 pm »
Dada a assinatura do tratado de Lisboa, uma formalização da perda de independência política iniciada em 1974, e perante os sinais evidentes de desinvestimento em áreas fundamentais como as da Defesa, Justiça e Segurança internas, às quais se deverão associar ao enfranquecimento sustentado da Educação e das diversas actividades económicas, chega o momento em que se deverá encarar com clareza o desaparecimento de Portugal como Estado Soberano e de Portugal como um povo com uma identidade bem vincada, consciente e com uma ideia própria de futuro.
Servirá, pois, este tópico para organizar todos postais e opiniões sobre um tema que a meu ver é fundamental e de importância superlativa.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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nelson38899

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #6 em: Dezembro 27, 2009, 10:43:31 pm »
Citação de: "Luso"
Dada a assinatura do tratado de Lisboa, uma formalização da perda de independência política iniciada em 1974, e perante os sinais evidentes de desinvestimento em áreas fundamentais como as da Defesa, Justiça e Segurança internas, às quais se deverão associar ao enfranquecimento sustentado da Educação e das diversas actividades económicas, chega o momento em que se deverá encarar com clareza o desaparecimento de Portugal como Estado Soberano e de Portugal como um povo com uma identidade bem vincada, consciente e com uma ideia própria de futuro.
Servirá, pois, este tópico para organizar todos postais e opiniões sobre um tema que a meu ver é fundamental e de importância superlativa.

Luso concordo com a teu texto, infelizmente a cada dia que passa vejo o nosso país a deixar de o ser. Num futuro próximo seremos apenas uma província não de Castela mas sim de Bruxelas. Tenho pena, destas opções politicas, mas que se há-de fazer eles apenas se interessam pelo seu tacho e mais nada. Só espero que haja num futuro próximo uma rebelião tipo verão de praga.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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FoxTroop

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #7 em: Dezembro 29, 2009, 06:48:44 pm »
O estado exíguo. Apesar de ser uma ameaça real, considero que está ainda muito longe de atingir um ponto de não retorno ou fatal para a nação.

A questão pode levantar-se quando um Estado não é capaz de garantir aos seus cidadãos os pilares básicos de uma sociedade. Esses pilares básicos são sustentados pelos impostos pagos pelos cidadãos e é a razão de ser dos impostos.

Quando o Estado falha em provir algum desses pilares, então sim poderemos falar de estado exíguo. Tal ainda não é o caso, apesar da educação, saúde, justiça e defesa/segurança estarem num ponto que merece atenção.

Considero como prioridade absoluta a questão da justiça. É sem duvida o ponto que mais ameaça a nossa sobrevivencia como nação. Poderiamos pensar na defesa/segurança como o real garante da unidade e integridade nacional mas sem uma sociedade onde todos se sintam governados pelo primado da lei e como tal, iguais perante os seus pares, a confiança e vontade de manter a nação e por arrasto as elites da mesma estará sem duvida comprometida.

Quem de entre nós estará disposto a arriscar-se por um bando de ursupadores e curruptos que nos sugam até ao tutano e vivem num mundo onde a justiça não chega, enquanto o pobre ou o "sem conhecimentos" é preseguido pela justiça como se o pior dos criminosos se tratasse? E mesmo que lhe seja dado equipamento de ponta?

Sem que o exemplo seja dado de cima, sem que os corruptos sejam punidos e banidos dos seus cargo para a vida, sem que seja criado um sentimento de justiça onde os cidadãos sintam pertença e unidade, a estrutura moral que sustenta toda uma nação corre o sério risco de ruir.
 

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PILAO251

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #8 em: Março 09, 2010, 10:08:19 pm »
Cá por mim penso que, neste momento, tal como o país se encontra, qualquer militar governaria melhor este país, que esta politicalhada, depravada, devassa e corrupta, que assola este desgraçado PORTUGAL...

Gen FA Silvestre_Artigo DN de 24Fev2010


Amigos, comentários?
Especialmente ao último parágrafo...

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ANTIPOLÍTICA  E  ESTADO EXÍGUO
Nas transformações que se deram em Portugal, desde 1974, e no Mundo desde 1989. a UE tem levado a Europa no caminho desejado pelas suas elites políticas, económicas e pelos seus burocratas, que não pelos cidadãos europeus, que nunca foram ouvidos sobre o que desejavam para o seu futuro.
Mas nas minhas leituras deparei com o conceito de “antipolítica”! É uma posição ética, política e cultural da sociedade civil, que contesta que os interesses da classe política sejam idênticos aos da comunidade. A “antipolítica” representa uma afirmação de permanente independência do poder, seja quem for que o exerça, e desafia as representações impostas pelas elites políticas para servir os seus interesses. A “antipolítica” é uma força moral dentro da sociedade civil que desconfia e rejeita o monopólio do poder pela classe política dentro de um Estado. Não anseia derrubar o Estado, mas opõe-se ao poder político que é exercido. Martin Luther King, Václav Havel e George Konrad podem ser considerados como expoentes deste movimento.
Konrad afirma que qualquer que seja a ideologia que um político defenda, o que ele disser é apenas um meio para ganhar e manter o poder, um fim em si mesmo. E adianta que a “antipolítica” é a actividade dos que não querem ser políticos, é um contra-poder que não pode nem deseja assumir o poder. A “antipolítica” não apoia nem se opõe aos governos. Os seus adeptos mantêm o poder político sob observação e pressão, apenas com base na sua estatura cultural e moral, não através de uma legitimidade eleitoral. É, acima de tudo, a rejeição do monopólio do poder da classe política. Se a oposição política chegar ao poder, os antipolíticos manterão a mesma distância e a mesma independência do novo governo.1
Ora, esta divagação teórica aplica-se integralmente ao nosso País, face à incapacidade, incompetência e falta de vontade dos partidos políticos em resolver os problemas estruturais de Portugal. Aproximamo-nos perigosamente da condição de “Estado exíguo”! As capacidades institucionais de formular e executar políticas, administrar com eficiência, controlar os abusos de poder, a corrupção e o suborno, manter a transparência e a responsabilidade nas instituições públicas, e (mais importante de tudo) fazer cumprir as leis, estão notoriamente diminuídas.2
Os resultados das últimas eleições legislativas indicam claramente uma menor capacidade de se manter um governo estável, uma oposição que não se configura como alternativa credível, e também a perda de credibilidade do Presidente da República para arbitrar eventuais conflitos políticos, conforme se pode comprovar pelas críticas às suas declarações, a partir do Verão de 2009. No plano internacional, a nossa credibilidade económica e financeira decresce perigosamente e já surgem opiniões que prevêem a nossa iminente exclusão da “zona Euro”. Em resumo, a nossa classe política é manifestamente incapaz de liderar e de inspirar confiança ao País. Estamos pois bastante longe de poder excluir um cenário em que a agitação e os conflitos sociais se agudizem e o poder esteja em risco de cair na rua.
Nos momentos de crise e convulsão profundas, deveriam ser as Forças Armadas a tomar nas suas mãos o destino da Nação. Os tempos assemelham-se perigosamente aos do final da 1.ª República, e nunca se sabe quanta mais incompetência e falta de sentido de estado poderá este destroçado País suportar. A minha grande dúvida é se as Forças Armadas, despojadas durante anos da sua dignificação e castradas dos seus princípios éticos fundamentais por uma classe política cujo objectivo principal foi sempre tê-las “baratas e mansas” (enquanto os Chefes militares fingem que não percebem), estarão à altura de desempenhar de novo essa tarefa patriótica, se a isso forem chamadas.
Fevereiro de 2010.
 

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Camuflage

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #9 em: Março 09, 2010, 10:20:20 pm »
No thanks. As altas patentes já mostraram como são tão boas quanto qualquer politico sobretudo a calar autoridades como a PJ Militar em casos onde haja trafico de armas, corrupção e companhia. Fora é claro a questão da democracia, de repente passávamos a ser uma Venezuela na Europa, já estamos lá perto, que faria se pasassemos a ter lideres fardados...
 

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SSK

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #10 em: Março 13, 2010, 11:40:43 pm »
Como se costuma dizer, nem tanto ao mar nem tanto à terra!!!

Não me parece que estejamos à beira de perder a soberania nacional, o tratado de Lisboa foi somente um pequeno passo para a não estagnação da UE e sua possível desmembramento. Julgo que não temos uma UE próspera, e muito menos a caminha de ser um Estados Unidos da Europa.
Não estamos a viver um momento histórico de grandes uniões, nem muito menos de estados militares, governamentalmente falando, pelo menos na Europa que conhecemos.
Como costumo dizer, fazer um golpe de estado ou algo semelhante teria de ser feito para lá colocar uma junta ou uma identidade que seja melhor do que os governantes que por lá andam. E isso parece-me de todo impossível, não pelo facto dos governantes serem maus, mas pelo facto que os militares de hoje não são melhores que os políticos. Digo isto com os resultados que estão à vista. Veja-se, cada vez mais missões, menos unidades e menos militares, o mesmo vencimento e o menor reconhecimento popular!!!
Os de antigamente que eram os "respeitados" tinham mais meios, eram em maior número e tinham metade das missões. Não querendo dizer com isto que eram maus, antes pelo contrário, prestaram um bom serviço à sociedade, deixaram-no foi incompleto. Nesse tempo sim, nesse momento um regime militar não era descabido, poderia ter sido mais prolongado no tempo e encaminhado as coisas de modo a que elas não tivessem chegado ao que chegou, militarmente e politicamente falando.

Cumprimentos
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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reij

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curiosidade! portugal corre risco de deixar de existir
« Responder #11 em: Outubro 25, 2010, 05:12:24 pm »
apenas uma curiosidade, leio muito sobre isto, existe algum fundo de verdade nisso, portugal corre risco de deixar de existir como um estado soberano e independente, nun cenário futuro da união europeia, o numa hipotética união com a espanha, poderiam me dizer se existe alguma verdade nisso ou é so mais histeria coletiva, pois sabemos que a crise em portugal atualmente é grave, até que ponto a soberania de portugal esta ameaçada.
 

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papatango

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #12 em: Outubro 25, 2010, 11:24:34 pm »
Países muito mais antigos que Portugal desapareceram e não deixaram praticamente rasto.

A Baviera era um estado médio da Europa central que desapareceu. A Sereníssima república de Veneza, durou mil anos, no entanto hoje as pessoas só se lembram de Veneza por causa dos canais e dos parzinhos românticos nas gondolas.
O Império Bizantino foi metade do império romano e existiu até ao século XV, no entanto hoje é apenas uma memória.
Nada é garantido.

Portugal é um caso único, por ter uma dimensão tão pequena e ter conseguido subsistir contra toda a lógica.
Fez algo que outros não conseguiram fazer: Projectou-se para lá das suas fronteiras influenciando a criação de novos países e novas culturas.

Mas após 1974, esse Portugal foi atacado e vilipendiado pelos que tomaram o poder, que associaram a ideia de Nação, Independência e Identidade Nacional, com  os valores do Estado Novo de Salazar.

Hoje os portugueses estão embalados num canto de sereia, que funciona mais ou menos como o produto químico que os vampiros injectam na ferida das vítimas para que elas não sintam a picada.
A Federação Portuguesa de Futebol - por exemplo - entra numa competição para organizar o europeu e o mundial de futebol da Ibéria, em que os portugueses ficam com os 20% que lhes correspondem dentro do grande «Reich Hispano». Não é uma competição organizada por Portugal e Espanha (em igualdade de circunstâncias) mas sim pelo Reich com sede imperial em Madrid, e onde os portuguesitos têm 20% de participação.

O país está moribundo, porque noutros tempos, o presidente da federação já teria sido passado pelas armas.
Mas como os republicanos laicos e socialistas e a esquerda pedófila odeiam a ideia de Portugal independente, acabam por apoiar este estado de coisas.
Criticam gesticulam, mas lá no fundo estão todos à espera que o país acabe para poderem gerir a região autónoma debaixo da pata espanhola.

A esquerda portuguesa e os republicanos laicos e socialistas têm mentalidade de bêbado-alcoólico e de pedinte-prostituto. O país está corrompido por corporações e grupos de interesse que se banham na corrupção e no roubo do erário público.

Portugal é governado pela escória mais baixa, mais vil e mais corrupta que alguma vez o governou. Por um lado os republicanos socialistas laicos (profundamente corruptos, mentirosos e ladrões pedófilos, que chegam a roubar em frente das câmaras de TV) e por outro lado os alcoolatras a quem é dada alguma autoridade, porque são fáceis de controlar, como é o caso do presidente da federação portuguesa de futebol e alguns administradores de empresas públicas igualmente dependentes do alcool ou das drogas, que são colocados em empresas do Estado ou semi-estatais.

O ponto positivo, é que o português aguenta tudo. Aguenta esta escoria repugnante e asquerosa há muitos anos. Já a aguentou no passado e já sabemos o que querem. No passado, os problemas resolveram-se com uma guerra civil.

Muita gente, acredita que mais tarde ou mais cedo, acabaremos aos tiros uns com os outros.
Nós não somos um povo de brandos costumes, somos, isso sim, um povo que está habituado a aguentar tudo. Até que rebentamos.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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FoxTroop

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #13 em: Outubro 26, 2010, 12:14:42 am »
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Nós não somos um povo de brandos costumes, somos, isso sim, um povo que está habituado a aguentar tudo. Até que rebentamos.

É disso que eu tenho receio. É que a verificar o que já se passou antes, quando "salta a tampa" ao povo, tudo o que andou a recalcar e conter durante todo esse tempo, dispara de tal modo que não mede nada, sem meio termo, sem um minimo de racionalidade. Parte para a destruição pura e anarquica.
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Portugal, estado exíguo
« Responder #14 em: Outubro 26, 2010, 10:58:44 am »
Citação de: "FoxTroop"
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Nós não somos um povo de brandos costumes, somos, isso sim, um povo que está habituado a aguentar tudo. Até que rebentamos.

É disso que eu tenho receio. É que a verificar o que já se passou antes, quando "salta a tampa" ao povo, tudo o que andou a recalcar e conter durante todo esse tempo, dispara de tal modo que não mede nada, sem meio termo, sem um minimo de racionalidade. Parte para a destruição pura e anarquica.

Já aconteceu antes e puderá muito bem a vir acontecer no futuro. Se comparar-mos o que se passa lá fora com o que se passa em Portugal percebe-se que neste momento, o PS/D fazem o que querem que o povo pouco faz. Agora quando houver aquele "click", haja CI em todas as cidades, porque a coisa vai ser tramada. Quanto mais a panela enche, maior vai ser a explosão.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.