O Mistério do 5º Império

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« Responder #15 em: Setembro 01, 2009, 01:52:19 pm »
Citação de: "P44"
Citação de: "Paisano"
Falta pouco para o Quinto Império :lol:  :lol:


Homem de pouca fé. :domador:
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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Volta Redonda
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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #16 em: Novembro 05, 2009, 06:44:27 pm »
Assim está melhor:

O Quinto Império:

Os Profetas: na Biblia com Daniel - Segundo se acredita profetizando os Impérios tradicionais de Assíria a Roma e de Roma ao mítico Quinto Império, mas também transpondo-se por paralelismo para ciclos de sucessivas civilizações e culturas, como a 4ª - a da Europa e do mundo anglo-saxónico - e depois a do Quinto Império como fez Fernando Pessoa:

Em Portugal os Profetas Bandarra, António Vieira e Fernando Pessoa.

O QUINTO IMPÉRIO
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!


Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz-
Ter por vida a sepultura.


Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!


E assim, passados os quatro
Tempos do ser que sonhou,
A terra será theatro
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.


Grecia, Roma, Cristandade,
Europa- os quatro se vão
Para onde vai toda idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu Dom Sebastião?


Mensagem

Morte da Ordem do Templo, in "Mensagem" de Luis Vidal Lopes e Manuel Joaquim Gandra(citações de Fernando Pessoa):



O maior segredo, in "Mensagem":


Continuando
Ensinam estas Quinas que aqui vês,
Que o mar com fim será grego e romano:
O mar sem fim é português
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.
 

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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #17 em: Novembro 05, 2009, 06:52:46 pm »
1º Aviso: Bandarra , in "Mensagem":


Missão de Portugal, in "Mensagem" :


Lembrar sempre a nossa Tradição da Terceira Idade(muito Açoriana e de Tomar, Alenquer e Abrantes - antigamente de Alenquer e muito Brasileira por extenção) do DIVINO ESPÍRITO SANTO Abençoado Seja!
Ensinam estas Quinas que aqui vês,
Que o mar com fim será grego e romano:
O mar sem fim é português
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #18 em: Fevereiro 15, 2010, 06:32:52 pm »
O padre Antonio Vieira foi autor de uma obra com acentuado sentido milenarista visionário...

2º Aviso: Antonio Vieira, in "Mensagem" de Luis Vidal Lopes


"Cumpri a minha missão de anunciador de um dia novo...", escreveu Fernando Pessoa.

3ºAviso: Fernando Pessoa, in "Mensagem"


O plano geral do mosteiro da Batalha reproduz a chave simbólica dos Mistérios e ali se representa igualmente o Plano das Índias antes do Plano das Índias existir!...

A Chave dos Mistérios, in "Mensagem"

« Última modificação: Fevereiro 15, 2010, 07:02:24 pm por Templário »
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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #19 em: Fevereiro 15, 2010, 06:50:43 pm »
Lenda derivada do incremento do culto do Espírito Santo em Portugal, assinalando o período do Pentecostes ou Páscoa das Rosas...

Milagre das Rosas, in "Mensagem"


Declaração de intenções de Fernando Pessoa, o derradeiro iniciado "por comunicação directa de Mestre a Discípulo" na Ordem Templária de Portugal...

Pessoa e a Portugalidade, in "Mensagem"

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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #20 em: Fevereiro 15, 2010, 07:03:45 pm »
O NOSSO ABENÇOADO SANTÍSSIMO DIVINO ESPÍRITO SANTO, NOSSO SENHOR JESUS CRISTO FILHO e UNOS com DEUS PAI, O Seu Regresso, O Quinto Império(A Era e as Eras) e o Seu e nosso FERNANDO PESSOA, grande Profeta e Poeta:

O nevoeiro que hoje envolve e faz entristecer um Portugal cada vez mais distante de si próprio, será o cenário para o surgimento do Encoberto e o início de um mundo novo: o Quinto Império...

"É a hora !...", in "Mensagem"


(A Tradição Cristã primordial, sincrética e esotérica portuguesa)
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E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #21 em: Fevereiro 17, 2010, 11:18:44 pm »
Nunca tinha pensado nisso...
Nova Ordem Mundial ou V Império?

São a mesma coisa?
Ou um segue-se ao outro - na "prática" e não segundo a ordem de Daniel?
Ora aqui está um rico problema.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #22 em: Março 01, 2010, 06:27:28 pm »
Vio Nabucodonosor aquella prodigiosa estatua, que representaua os quatro Imperios dos Assírios, dos Persas, dos Gregos e dos Romanos; o corpo estaua descuidado, com os sentidos presos, & a alma andaua cuidadosa, levantando, derrubando estatuas, fãtasiando Reynos, Monarquias. Mais fazia Nabucodonosor dormindo, que acordado: porque acordado cuidaua no gouerno de h? Reyno, dormindo imaginaua na sucessão de quatro. Pois se Nabuco era Rey dos Assírios, quem o metia com o Imperio dos Persas, com o dos Gregos, com o dos Romanos? Quem? A obrigação do officio que tinha. Era Rey, quem quer conseruar o Reyno proprio hade sonhar com os estranhos.


    Antonio Vieira, in Serman do Esposo da May De Deos S. Joseph.



""Os Cinco Impérios de António Vieira

2005/09/08 — Clavis Prophetarum
O conceito de “Quinto Império” não é uma invenção absoluta da mente do Padre António Vieira, que o elaboraria no papel, pela primeira vez numa nota manuscrita que haveria de ser anexada ao seu processo na Inquisição e que foi redigida em 1649, quinze anos antes da redacção da “História do Futuro”. É contudo certo que foi através deste padre jesuíta que a expressão “Quinto Império” veio a conhecer a luz do mundo, diversos autores referiam anteriormente a chegada eminente de um civilização de novo tipo, prenhe de promessas de paz e estabilidade que se estendesse por todo o Mundo.

O poeta romano Virgílio (Bucólicas, Poema IV) acreditava na vinda de uma criança que haveria de reinar como Deus num mundo de abundância. O poeta chegaria a identificar essa criança com o filho do imperador Augusto, mas quando a gravidez da imperatriz chegou ao termo e esta deu à luz uma menina, a profecia haveria de se revelar inconcreta, assim como a de Vieira que insistiria até ao último momento em identificar Dom João IV com o prometido “Imperador do Quinto Império”.

Antes de Virgílio, também o poeta grego Píndaro e o filósofo Platão acreditavam no regresso a um “Mundo de Ouro”, uma época ídilica em que todos os homens haveriam de viver em paz e harmonia. Provavelmente, a tese de Vírgilio há-de ter encontrado aqui a sua inspiração….

Mas até em Portugal, ainda antes da aparição de Vieira no século XVII, já corria em Portugal a corrente subterrânea de que para o país estaria reservado um papel diferente e supremo, tão cedo desde o misterioso “Milagre de Ourique” que estaria na base da fundação da nacionalidade e até na sua refundação aquando da chegada do Mestre de Aviz à realeza e que o cronista Fernão Lopes deixa transparecer quando na sua crónica escreve: “Da Sétima Idade que começou no tempo do Mestre (…) na qual se levantou outro mundo novo e nova geraçom de gentes”

Na Profecia de Daniel (II, 31-45), invocada na “História do Futuro” de António Vieira (obrigado ao Espreitador pela recordação). o jesuíta apresenta a sua lista (e podemos dizer que esta é a lista “original”, uma vez que existem outras versões) dos Quatro Impérios a que sucederá o Quinto: Assírios (Ouro), Persas (Prata), Gregos (Bronze) e Romanos (barro e Ferro).

Em primeiro lugar, estranha-se a inclusão nesta lista do “Império dos Gregos”, porque efectivamente não houve nunca nenhum império grego na mais pura acepção da palavra… Os gregos da Antiguidade Clássica sempre foram demasiado desunidos, turbulentos e ciosos da independência das suas cidades-estado para formarem qualquer coisa semelhante a “Império Grego”, o que houve efectivamente foi um “Império Macedónico ou de Alexandre Magno” que não sobreviveu à morte do seu sonhador, e que sendo de língua grega e dominado fundamentalmente por cidadãos oriundos da península grega pode merecer tal designação com alguma propriedade. Vieira esclarece esta questão quando escreve: “dividiu-se em três reinos, do Egipto. da Macedónia, e da Ásia, em que se continuou com desigual fortuna e duração”. Sendo estes três reinos, o do Egipto Ptolomaico, o da Síria e Ásia dos Seleucidas e a Macedónia, que se separou das províncias orientais e sobreviveria até à conquista romana.

Umas últimas notas a propósito dos Cinco Impérios de Vieira:

a) Os quatro primeiros estão associados a metais, ou seja, a produtos da actividade metalúrgica humana, mas o quinto é o da Pedra, um material de origem natural que escapa ao fabrico humano… É como se Vieira quisesse dizer que todos os impérios universais anteriores tinham sido coisa humana, “fabricação do Homem”, mas que o Quinto haveria de ser diverso, verdadeiramente natural e original, além de superior aos quatro precedentes, porque haveria de derribar a estátua formada em diferentes partes pelas alegorias destes quatro impérios.

b) A deslocação do centro de poder de Oriente para Ocidente é evidente nesta lista de Vieira. À medida que os impérios dão lugar aos seus sucessores, o seu centro de gravidade desloca-se cada vez mais para Ocidente. Começa em Nínive, capital Assíria, mantem-se depois no Oriente, em Persepolis e desloca-se depois para a Grécia, Síria e Egipto e por fim para Roma. O Quinto Império esse, haverá de ser localizado no extremo europeu, nessa Finisterra de Pessoa chamada Portugal, o ponto mais ocidental do verdadeiro continente chamado Eurásia (onde o falso continente “Europa” não representa mais do que um apêndice).

c) A sucessão dos metais: Ouro, Prata, Bronze, Ferro e regresso ao Ouro (Quinto Império) invoca os mitos hindus que referem o ciclo Yuga, uma sucessão de quatro idades do mundo e um regresso ao “Mundo do Ouro” no final da passagem da roda do tempo. Este “mito do eterno retorno” (Mircea Eliade) está gravado na consciência colectiva de todos os povos de matriz indoeuropeia e trespassa todas as sociedades europeias modernas. Neste ponto, Vieira deixa transparecer esta influência e insere-se num quadro de pensamento indoeuropeu"

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A referência ao Quinto Império surge na Bíblia e torna-se mito nas internegrações que sucederam ao longo dos tempos. Em Portugal, Bandarra (1500?-1556), Padre António Vieira (1608-1697) e Fernando Pessoa (1888-1935) reformulam o mito.
De acordo com a Bíblia, Nabucodonosor, rei da Babilónia (604-562 a.C.), queria que os sábios lhe revelassem o sonho que tivera e a sua internegração. O sonho envolvia uma enorme estátua com cabeça de ouro, peito e braços de prata, ventre e ancas de bronze, pernas de ferro e pés de barro, à qual uma grande pedra, que se desprendeu da montanha, triturou os pés, fazendo tudo em pedaços. Foi o profeta Daniel que lho revelou e decifrou, mostrando-lhe que o nascimento e a queda de impérios acontecem pela vontade de Deus, embora pareça dos homens essa missão. Diz Daniel (2:37-44): "Tu que és o rei dos reis, a quem o Deus dos céus deu a realeza, o poder, a força e a glória; a quem entregou o domínio, onde quer que eles habitem, sobre os homens, os animais terrestres e as aves do céu, tu é que és a cabeça de ouro. Depois de ti surgirá um outro reino, menor que o teu; depois um terceiro reino, o de bronze, que dominará sobre toda a terra. Um quarto reino será forte como o ferro" e, mais à frente, "No tempo destes reis, o Deus dos céus fará aparecer um reino que jamais será destruído e cuja soberania nunca passará a outro povo". Daniel profetizou que depois da grandiosidade do império da Babilónia, sucederiam outros, que de acordo com as internegrações mais correntes são o Medo-Persa, o da Grécia e o de Roma, sendo o Quinto Império universal.

O Padre António Vieira, ao desenvolver o mito do Quinto Império, considera que, depois desses grandes impérios liderados por Nabucodonosor (da Babilónia ou dos Assírios), por Ciro (da Pérsia), por Péricles" - para a maioria Alexandre o Grande da Macedónia-Grécia - "(da Grécia) e por César (de Roma), chegará o Império Universal Cristão, o Quinto Império, liderado pelo Rei de Portugal. Diz Vieira em História do Futuro: "Chamamos Império Quinto ao novo e futuro que mostrará o discurso desta nossa História; o qual se há-de seguir ao Império Romano na mesma forma de sucessão em que o Romano se seguiu ao Grego, o Grego ao Persa e o Persa ao Assírio".

Fernando Pessoa, na obra Mensagem, anuncia um novo império civilizacional, que, como Vieira, acredita ser o português. O "intenso sofrimento patriótico" leva-o a antever um império que se encontra para além do material. No poema "O Quinto Império", afirma: "Grécia, Roma, Cristandade, / Europa – os quatro se vão / Para onde vai toda idade. / Quem vem viver a verdade / Que morreu D. Sebastião?"
Para o Poeta, "A esperança do Quinto Império, tal qual em Portugal a sonhamos e concebemos, não se ajusta, por natureza, ao que a tradição figura como o sentido da internegração dada por Daniel ao sonho de Nabucodonosor. Nessa figuração tradicional, é este o seguimento dos Impérios: o Primeiro é o da Babilónia, o Segundo o Medo-Persa, o Terceiro o da Grécia e o Quarto o de Roma, ficando o Quinto, como sempre, duvidoso. Nesse esquema, porém, que é de impérios materiais, o último é plausivelmente entendido como sendo o Império de Inglaterra. Desse modo se internegra naquele país; e creio que, nesse nível, se internegra bem. Não é assim no esquema português. Esse, sendo espiritual, em vez de partir, como naquela tradição, do Império material de Babilónia, parte, antes, com a civilização que vivemos, do Império espiritual da Grécia, origem do que espiritualmente somos. E, sendo esse o Primeiro Império, o Segundo é o de Roma. O Terceiro o da Cristandade, e o Quarto o da Europa – isto é, da Europa laica de depois da Renascença. Aqui o Quinto Império terá de ser outro que o inglês, porque terá de ser de outra ordem. Nós o atribuímos a Portugal, para quem o esperamos." (Textos transcritos por António Quadros, em Fernando Pessoa, Iniciação Global à Obra)
A crença no Quinto Império persegue Fernando Pessoa, como se vê pela entrevista a Alves Martins (1897-1929) em Revista Portuguesa, nº 23-24, de 13 de Outubro de 1923, onde à questão sobre o que calcula que seja o futuro da raça portuguesa, responde: "O Quinto Império. O futuro de Portugal – que não calculo, mas sei – está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra, e também nas quadras de Nostradamus. Esse futuro é sermos tudo."
Desde o tempo das descobertas, com o conhecimento de novos mundos, que colocaram Portugal como referência obrigatória, sempre houve uma crença de perenidade e de uma missão civilizadora. Daí Fernando Pessoa, como o fizera Vieira, procurar atestar a sua grandiosidade e o valor simbólico do seu papel na civilização ocidental, acreditando no mito do Quinto Império. Ao longo da Mensagem, sobretudo da terceira parte, Pessoa exprime a sua concepção messiânica da história e sente-se investido no cargo de anunciador do Quinto Império, que não precisa de ser material, mas civilizacional.


Quinto Império. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-08-06]."
« Última modificação: Março 02, 2010, 01:12:39 pm por Templário »
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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #23 em: Março 01, 2010, 06:42:44 pm »
A pomba, a divindade feminina e a nação portuguesa

"Na antiguidade Greco-Romana e do Médio-Oriente, era atribuído aos pássaros, sobretudo às pombas, um significado simbólico como manifestações da Divindade. Na antiguidade do Médio-Oriente, a pomba era um símbolo da divindade feminina, associada ao amor e à fertilidade: Ishtar, Astarte, Tanit, Anat e Atargatis. Na antiguidade Grega, a pomba simbolizava Afrodite, a deusa do amor e da beleza e, como tal, imbuída de conotações eróticas. Como atributo da deusa da fertilidade, a pomba tornou-se um símbolo de amor entre os seres humanos, bem como entre a divindade e seus devotos seguidores."
- Norman A. Rubin, "The Dove" (tradução livre adaptada).

Há também quem considere Sophia (a Sabedoria), como o Espírito Santo ou o aspecto feminino da divindade cristã. Ruach or Ruach Ha Kodesh é, em hebraico, um termo feminino que significa na religião judaica o "Sopro Divino" ou o "Espirito Santo". É referido na Cabala como uma das emanações da Shekhinah, a "Glória de Divina" ou o aspecto feminino da divindade.

Como acabei de referir sucintamente, a pomba (interpretada como uma emanação feminina da divindade) tomou também a forma humana em diferentes civilizações. No Antigo Egipto, por exemplo, poderá também ter representado Ísis ou Hathor. No Panteão Romano encontramos Vénus, também chamada Venus Columba (pomba). Nos Estados Unidos da América a Deusa Columbia (pomba) é representada como a personificação feminina do próprio país. Esta mesma figura é conhecida por outro nome nos Estados Unidos da América e em França: a Deusa da Liberdade. Outros exemplos na Europa são a Deusa Britannia no Reino Unido, Turrita em Itália, Marianne em França, a Mãe Rússia, e a República em Portugal, entre diversas outras representações nacionais e regionais. Várias destas figuras femininas são personificações alegóricas femininas dos ideais da Liberdade, da Razão, da Nação e das virtudes cívicas da República.

Como estou a escrever sobre conceitos abstractos versus representações mitológicas concretas (Espírito Santo, Pomba, Sabedoria e Deusas), sugiro uma teoria baseada sobretudo na intuição e não tanto em factos históricos. Sugiro que a figura central repetida nos Painéis de São Vicente de Fora, representa o próprio Espírito Santo, numa representação feminina que simboliza a Nação Portuguesa. Em Portugal existem múltiplas teorias e discussões infidáveis sobre o significado dos Painéis e desta figura central, de aparência andrógina. Segundo António Salvador Marques no sítio http://paineis.org/, a figura central que tem, segundo o autor, na cabeça um Barrete Frígio, símbolo da Liberdade, representa a Nação Portuguesa. Diversos autores consideram herdeiros do Barrete Frígio na Península Ibérica as barretinas usadas na Catalunha, os barretes dos Campinos do Ribatejo ou os barretes dos Pedreirinhos em Alijó.

E ficam por aqui as minhas especulações sobre esta vasta temática, pois o tema central deste blog é o da Utopia: mais correctamente o de uma Eutopia, ou seja, uma Utopia concretizável, positiva e não impossível. A Eutopia de um mundo que vem aí, onde os líderes são dispensáveis em qualquer organização, seja ela a de um pequeno grupo ou até de um país. Ficam propositadamente de fora o Messianismo Milenarista do Padre António Vieira, os Templários e a Ordem de Cristo, o Quinto Império, as Profecias de Bandarra, Mafra e D. João V, o Sebastianismo, as visões de D. João Bosco sobre Brasília ou o futuro de Portugal segundo a Mensagem de Fernando Pessoa, a Ilha dos Amores de Camões como outro Jardim das Hespérides e os textos de António Quadros ou de Agostinho da Silva sobre o futuro de Portugal, entre diversos temas ligados ao passado/futuro de Portugal.

E ficam por aqui as minhas especulações sobre esta vasta temática, pois o tema central deste blog é o da Utopia: mais correctamente o de uma Eutopia, ou seja, uma Utopia concretizável, positiva e não impossível. A Eutopia de um mundo que vem aí, onde os líderes são dispensáveis em qualquer organização, seja ela a de um pequeno grupo ou até de um país. Ficam propositadamente de fora o Messianismo Milenarista do Padre António Vieira, os Templários e a Ordem de Cristo, o Quinto Império, as Profecias de Bandarra, Mafra e D. João V, o Sebastianismo, as visões de D. João Bosco sobre Brasília ou o futuro de Portugal segundo a Mensagem de Fernando Pessoa, a Ilha dos Amores de Camões como outro Jardim das Hespérides e os textos de António Quadros ou de Agostinho da Silva sobre o futuro de Portugal, entre diversos temas ligados ao passado/futuro de Portugal."





Isabel de Aragão e a Idade do Espírito Santo

Filha do rei Pedro III de Aragão e de Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília e rainha de Aragão, Isabel de Aragão nasceu em Saragoça em 1271 e casou-se por procuração com D. Dinis em 1288, quando tinha 17 anos. Ainda antes do casamento, Isabel recebeu como dote de D. Dinis, em 1281, as vilas de Abrantes, Alenquer e Porto de Mós. Posteriormente foram-lhe ainda concedidos, entre outros, os castelos de Vila Viçosa, Sintra, Gaia e Ourém.
Foi na adolescência, provavelmente em Barcelona, que Isabel tomou conhecimento das teorias de Joaquim de Fiore, fundador da Ordem dos Florenses, por meio do médico e místico aragonês Arnaldo de Vilanova e dos Franciscanos Espirituais, considerados hereges por diversos Papas. Isabel acreditava, segundo Joaquim de Fiore, que a Terceira Idade do Espírito Santo chegaria num futuro próximo e que portanto era sua e de D. Dinis a missão de celebrar o Pentecostes, coroando homens e mulheres comuns como os novos Imperadores e Reis da nova Idade. As festas do Império e do Divino Espírito Santo, foram pela primeira vez celebradas por volta de 1323, provavelmente na Vila de Alenquer segundo Jaime Cortesão, ou na Vila de Sintra, segundo outros autores.
Segundo Manuel J. Gandra, "A principal cerimónia da Função, Folia ou Império, consistia, salvo ligeiras variantes regionais, na coroação com três coroas, uma imperial e duas reais, do Menino Imperador assessorado por dois reis — um homem jovem e outro idoso —, respectivamente na razão das idades do Espírito Santo, do Filho e do Pai» (Gandra 1997, 5). [...] o Menino representa a inocência sem a qual não se entra no Reino de Deus (Marcos 10:15); e os dois "reis", escolhidos entre os pobres.
O êxito destas festividades ao Divino Espírito Santo foi enorme. Segundo o Padre Alberto Pereira Rei, "o seu apogeu, compreendido entre o séc. XIV e a 1ª metade do séc. XVI, coincide exactamente com o auge da expansão marítima o que não deixa de ser sintomático da íntima relação de causa-efeito, entre ambas as realidades. Jaime Cortesão refere só ter encontrado quatro hospitais colocados sob tal invocação antes de 1321. A partir desse ano e até ao fim de quinhentos listou cinco centenas de cidades, vilas ou aldeias cuja matriz tinha o Espírito Santo por orago, cerca de 80 hospitais e albergarias com suas capelas, um milhar de conventos, capelas de igrejas e principalmente ermidas daquela invocação".

Nota: Embora hoje em dia a Igreja Católica considere as festividades ao Divino Espírito Santo como um evento do calendário católico, na sua génese as festividades eram celebradas à margem da Igreja devido à teoria de Joaquim de Fiore de que, na Idade do Espírito Santo, a Igreja de Roma (e todas as outras) deixariam de ser necessárias, sendo a relação com a Divindade celebrada à maneira de cada um, sem qualquer tipo de mediação por parte de uma Igreja. Segundo Manuel J. Gandra, foram diversas as censuras e interditos visando os Impérios do Divino Espírito Santo em Portugal, por parte de vários monarcas, arcebispos e bispos.

Bibliografia:
António de Macedo no sítio Triplov.com
Wikipedia, Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal.
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Joaquim de Fiore e as Três Idades

"Nascido no Reino de Nápoles [Itália] c. 1135, Gioacchino da Fiore (ou Joaquim de Fiore) foi poeta, artista e visionário. Também considerado um místico, teólogo e filósofo da história, foi o fundador da ordem monástica de San Giovanni em Fiore. Em 1263, no Sínodo de Aries, a Igreja Católica Romana julgou parte das suas doutrinas como hereges. Em traços gerais, Joaquim de Fiore divide a História em Três Idades:
A Primeira Idade é a do Pai e corresponde à época de Moisés (Antigo Testamento). É a Idade da lei ou pena de talião — "Olho por olho, dente por dente" — e consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena, apropriadamente designada por retaliação. Esta lei encerra a ideia de correspondência de correlação e semelhança entre o mal causado a alguém e o castigo imposto a quem o causou: para tal crime, tal pena. Os primeiros indícios da lei de talião estão no Código de Hamurabi, elaborado em c. 1730 a.C., no reino da Babilónia.
A Segunda Idade é a do Filho e corresponde à época de Jesus, o Mediador (Novo Testamento). É a Idade da resolução amigável dos conflitos através do diálogo e do perdão mútuos.
A Terceira Idade, a do Espírito Santo, é a Idade da Liberdade, do amor universal, da igualdade — a Idade das Boas Novas Eternas.
A correspondência destas Três Idades a datas precisas é um debate que dura há séculos e que não gerou até hoje consenso. Em termos gerais e imprecisos, podemos considerar a Primeira Idade a do signo Áries (ou Carneiro). i.e., de c. 2500 a.C. a c. 300 d.C.. A Segunda Idade corresponde ao signo Peixes, de c. 300 a c. 2000 e a Terceira Idade de c. 2000 a c. 4000, sendo o signo Aquário.
Joaquim pregava que na Terceira Idade, a do Império do Espírito Santo, qualquer "plebeu" seria Imperador, já que a sabedoria divina iluminaria todos os seres humanos de igual modo e independentemente de estruturas religiosas tradicionais. A Terceira Idade será universal, já que toda a Humanidade compreenderá o significado do amor universal e da igualdade entre si. Não haverá necessidade de instituições religiosas, dado que todos beneficiarão de uma "inteligência espiritual".
O pensamento de Joaquim de Fiore é complexo e pleno de interpretações livres do Antigo e Novo Testamentos, sendo que o texto do Apocalipse (ou Revelação) serve de base para a sua teoria do advento da Terceira Idade. O seu legado de obras que sobreviveram até aos dias de hoje é vasto: 22 livros escritos entre 1170 e 1200.
No centro da herança visionária de Joaquim de Fiore, encontramos a ideia de uma "fase final" da História, uma época vindoura de fraternidade e de plena liberdade para o ser humano. O apogeu da história será sinalizado pelo aumento da espiritualidade no mundo, um tempo do intelecto e da ciência.
As suas ideias têm merecido, ao longo dos séculos, o estudo de dezenas de académicos e de teólogos. Em 1982 foi criado, em Itália, o Centro Internacional de Estudos Joaquimitas.
É nas Irmandades do Divino Espírito Santo, nos Açores e nas comunidades açorianas no continente americano que encontramos, no séc. XXI, o último reduto destas ideias.
Em 1261 nasce em Portugal D. Dinis e em 1271, em Saragoça, a Infanta Isabel de Aragão, futuros Rei e Rainha Consorte de Portugal. Dinis e Isabel casaram-se em 1288. A ligação deste Reis ao joaquimismo será desenvolvida em seguida."

Por Ricardo Mealha (in "Não é Utupia")
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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #24 em: Março 01, 2010, 07:41:20 pm »
Eras Astrológicas (Astronómicas) (Em Inglês - está mais completo)

http://en.wikipedia.org/wiki/Astrological_age (Ver completo com as 12 Eras Ciclicas Precessionais que fazem o Grande Ano Cósmico)

The Age of Aries (The Arian Age)
Symbol for Aries:
The zodiacal signs:

the vernal equinox (northern hemisphere) is occurring in Aries;
Timeframes

Zodiacal 30 degrees:
Heindel-Rosicrucian based interpretation: began in ca. 1658 BC and ended in ca. AD 498
Neil Mann interpretation: began in ca. 2150 BCE and ended in ca. AD 1.
Constellation boundary year:
Shephard Simpson interpretation: began ca. 1875 BC to ca. 100 BC
Overview "The Age of War, Fire and the Ram"
Historical similarities Aries represents a Fire symbol as well as bold actions, a lot of these behaviors can be seen during any age. However, the themes emphasised during this age relate to courage, initiative, war & adventure. Nations during this age such as the expanding empires of China, Persia, Greece and Rome, are often cited as examples of the archetypes of Aries in action. Also the Aries constellation shows a ram running. This could correspond with the sacrifice of Abraham's Ram. While the number of names containing the sound of the ram during this period is noted: Ra (Sun God), Ram, Rama, Brahman, Brahma, Abram, Abraham, Amon Ra, and Ramesses I[dubious – discuss]The battering ram was employed by the Assyrians, Greeks and Romans with great success during this time.[dubious – discuss] (The symbol of Mars, the planetary ruler of Aries, evokes this interpretation.) According to the Roman state religion, the Roman people were the "Sons of Mars".

Aries is associated with the metal iron, and iron ore was for the first time smelted and worked into iron swords in Anatolia during the early phase of this era, replacing the heavier, softer-metalled, duller-edged bronze swords of the previous Taurus Age.

Traits of Aries such as 'initiative' may suggest the explosion of originality in the development of social aspects, sciences and arts in regions such as Ancient Greece but at the same time traits such as 'Impulsivity' may be attributed to the various Wars of the time.

Religious similarities The Age of Aries ushered in efforts to replace polytheism with monotheism. The earliest known attempt was by the Egyptian Pharaoh Akhenaten, who, in about 1350 BC, decreed the Sun God Aten to be the supreme deity, apparently in reaction to his earlier lack of inclusion in religious rites by his family. After his death, however, power reverted to the original polytheistic priests, who re-established the old religion. Speculation (including that of Freud) has it that later, during the reign of Ramesses II, Moses was influenced by rumour of Akhenaten's revolutionary idea, and grasped the idea of a single supreme God, Who especially favoured His people, as an inspirational mechanism that best suited his people held in bondage. The symbol of Aries can be seen as representing the power of multiple gods streaming down into a single god-head.

Moses (born circa 16th–13th Century BC; 7 Adar 2368 - 7 Adar 2488 in the Hebrew calendar), an early Biblical Hebrew religious leader, lawgiver, prophet, and military leader, condemns his own people upon finding them worshiping a 'golden calf' (a symbol of the previous Age of Taurus and of the worship of the bull deity) after coming down Mount Sinai. These events may have occurred during the Age of Aries (see also Dating the Exodus overview).
See also:

Mithraism
The Mithraic Question and Precession

The Age of Pisces (The Piscean Age)
Symbol of Pisces:
The zodiacal signs:

the vernal equinox (northern hemisphere) is occurring in Pisces;
The Age of Pisces is technically the current age and some astrologers believe it will remain so for approximately another 600 years. At that time, the vernal equinox point will no longer be facing Pisces, but moved into the constellation of Aquarius, thus beginning the Age of Aquarius. However, there are many astrologers who believe that the Age of Aquarius has already arrived or will arrive soon.

Timeframes
Zodiacal 30 degrees:
Heindel-Rosicrucian based interpretation: began in AD 498 (year understood as marking the "first point of Aries" alignment, Aries 0º, and the subsequent entrance in Pisces) and ends in ca. AD 2654 (the orb of influence started in ca. 222/220s BC).
Note: in this case, Aries 0° coincides with the Fall of Rome and subsequent "chaos" which gave origin to the Middle Ages (late 5th century); the orb of influence (10th degree of Aries) coincides with the pre-Second Punic War times (218-202 BC) and the earliest period that some of the Dead Sea Scrolls were written (200s; within the 72 years of the 10th degree).
Neil Mann interpretation: began in ca. AD 1 and ends in ca. AD 2150. (coincides with the birth of Jesus)
Constellation boundary year:
Shephard Simpson interpretation: began ca. 100/90 BC and ends ca. AD 2680.
[edit] Overview
"The Age of Monotheism, Spirituality, and the Fish"

Popular culture references
"Age of Pisces" is also a song by Doc Corbin Dart from his album The Messiah, but is more a critique of the New Age Movement and the song "Aquarius" than a discussion of the Age of Pisces in general.

The Age of Pisces is characterized by the rise of many religions such as Christianity, Islam and Buddhism due to "spiritual" nature of Pisces and its ability to go beyond the boundaries of the physical world. The Age of Pisces is mainly marked by the continuous research of mankind about the truth hidden behind what's perceived by five senses. The New Age Movement "celebrating" The Age of Aquarius is claimed by some to be a characteristic of The Age of Pisces.

Traits of Pisces such as being "gentle" and artistically able but at the same time "impractical" may hint to the dominance of European empires on the world.

The Age of Aquarius (The Aquarian age)
Main article: Age of Aquarius
Symbol for Aquarius:
The zodiacal signs:

the vernal equinox (northern hemisphere) is occurring in Aquarius;
Timeframes In 1928, at the Conference of the International Astronomical Union (IAU) in Leiden, the Netherlands, the edges of the 88 official constellations became defined in astronomical terms. The edge established between Pisces and Aquarius locates the beginning of the Aquarian Age around the year 2600.

The Austrian astronomer, Professor Hermann Haupt,[32] examined the question of when the Age of Aquarius begins in an article published in 1992 by the Austrian Academy of Science: with the German title "Der Beginn des Wassermannzeitalters, eine astronomische Frage?" ("The Start of the Aquarian Age, an Astronomical Question?"). Based on the boundaries accepted by IAU in 1928, Haupt's article investigates the start of the Age of Aquarius by calculating the entry of the spring equinox point over the parallel cycle (d = - 4°) between the constellations Pisces and Aquarius and reaches, using the usual formula of precession (Gliese, 1982), the year 2595. However Haupt concludes:

"Though it cannot be expected that astrologers will follow the official boundaries of the constellations, there will be an attempt to calculate the entry of the spring equinox point into the constellation of Aquarius." ...
"As briefly has been shown, the results and methods of astrology in many areas, such as concerning the Aquarian age, are controversial on their own and cannot be called scientific because of the many esoteric elements."[33]
Zodiacal 30 degrees:
Heindel-Rosicrucian based interpretation: begins in ca. AD 2654[34] (the orb of influence started in ca. 1934/1930s).
Elsa M. Glover interpretation:[35] ca. AD 2638.
Neil Mann interpretation: begins AD 2150.
Dane Rudhyar was one of the most important astrologers of the 20th century. His many influential books helped reconcile astrology with modern psychology and free it from the deterministic trappings of the past. According to his interpretation, the Age of Aquarius will begin in AD 2062.
Nicholas Campion in The Book of World Horoscopes indicates that he has collected over 90 dates provided by researchers for the start of the Age of Aquarius and these dates have a range of over 2,000 years commencing in the 15th century AD.[36] The range of dates for the possible start of the Aquarian age range from 1447 to 3621.
Constellation boundary year:
Shephard Simpson interpretation: begins in ca. AD 2680.
Hermann Haupt interpretation begins in ca. AD 2595.
Overview "The Age of Freedom, Technology (especially electricity), and the Water Bearer"
There is an expectation that the Aquarian age will usher in a period of group consciousness.[37] Marcia Moore and Mark Douglas claim that the lighting up of the earth artificially by electricity is a sign of the Age of Aquarius.[38] Furthermore they see the appearance of dictators, self expression and the rising influence of the entertainment industry are linked to the Aquarian age by its opposite sign Leo.

Popular culture In popular culture, the expression "Age of Aquarius" usually refers to the heyday of the hippie and New Age movement of the 1960s and 1970s. The 1967 successful musical Hair, with its opening song "Aquarius" and the memorable line "This is the dawning of the age of Aquarius", brought the Aquarian Age concept to the attention of a huge worldwide audience. This New Age phenomenon is seen by some astrologers to be marked by the conjunction of the planet Uranus, ruler of the sign Aquarius, and the coming age, with Pluto, ruler of the masses, bringing radical change, in the 1960s. However, as the song relates, it is only considered by astrologers as the "dawning" or "cusp" of the Age, with the full strength of the Age not occurring until some time in the future.

Historical similarity: Current/Projected

Traits of Aquarius such as being 'humanitarian' but at the same time 'unemotional' may indicate to the emergence of active intergovernmental organisations and global solidarity movements.

See Also

Age of Aquarius
Secularism
Marxism
Technological convergence
Socialism
Modernism


The sub-periods of ages
Many research astrologers believe that the astrological ages can be divided into smaller sections along the lines of `wheels within wheels’. The most common method is to divide each astrological ages into twelve sub-periods.[39] There are two common ways of undertaking this process and two ways of applying these sub-periods. Furthermore some astrologers divide the ages in different ways. For example Lcdr David Williams employs a decanate sub-division whereby each age is divided into three equal sections.[40] Robert Hand developed another approach entirely whereby the conjunction of the moving vernal point with specific stars within the zodiacal constellations provides an extra flavour to the corresponding historical events based on the nature of the star involved.[41] However Robert Hand believes that the moving Capricorn solstice point (around 20 December) near the modern New Year provides greater correlation to historical events compared to the vernal equinox. Patrizia Norelli-Bachelet used a variety of sub-periods including decans, but Patrizia advocated that the ninefold division of each sign was the most powerful and influential sub-division.[42] The ninefold division (termed 'navamsa') of the zodiacal signs is also the most popular sign sub-division system employed by Vedic astrologers. Vedic astrologers also apply their nakshatra star asterisms in place of the twelve zodiacal constellations. There are 27 nakshatras of 13 degrees 20 minutes each, thus the average length of a 'nakshatra' age is 960 years.

Aries to Pisces sub-periods
The most popular method of sub-dividing astrological ages is to divide each age equally into twelve sub-periods with the first sub-period Aries, followed by Taurus, Gemini and so on until the last sub-division, Pisces. Charles Carter was an early advocate of this approach.[43] Technically this approach is based on the twelfth harmonic of the zodiacal signs.

Dwadasamsa sub-periods
The alternative approach is to apply a method commonly used in Vedic astrology but with long antecedents also in western astrology.[44] This method also divides each astrological age into twelve sub-periods but the first sub-period for each sign is the same as the sign itself, then with the following sub-periods in natural order. For example the twelve dwadasamsa of Aquarius are Aquarius, Pisces, Aries, Taurus and so on until the last dwadasamsa – Capricorn. Technically this approach is based on attributes of both the twelfth and thirteenth harmonics of the zodiacal signs and can be considered to be halfway between the 12th and 13th harmonics.

Sub-period direction (forward or retrograde?)
There are two ways of applying the above sub-periods to the astrological ages.

Natural Order - The most common way is to arrange the sub-periods so that they go forward in the natural order. Therefore if the Aries to Pisces method is adopted for example in the Aquarian age, the first sub-period is Aries, followed by Taurus, Gemini and so on until the last sub-division – Pisces. This is the approach made by Charles Carter. If the dwadasamsa sub-period is adopted they also progress in the natural order of the signs. For example the twelve dwadasamsa of Aquarius are Aquarius, Pisces, Aries, Taurus and so on until the last dwadasamsa – Capricorn.
Geometric Order (Retrograde) - The other approach is to arrange the sub-periods geometrically and reverse the direction of the sub-periods in line with the retrograde order of the astrological ages. For example if applying the Aries to Pisces method, the first sub-period of any astrological age is Pisces, followed by Aquarius, Capricorn and so on until the last sub-period – Aries. Charles Carter indicated there was some merit to this approach.[45] If applying the dwadasamsa sub-period system geometrically for example the first sub-period in the Aquarian age is Capricorn, followed by Sagittarius, Scorpio and so on until the last sub-period – Aquarius. This approach is adopted by Terry MacKinnell,[46] Patrizia Norelli-Bachelet[47] and Lcdr David Williams applied his [decans] (threefold division) geometrically thus supporting this approach.

New, alternative, and fringe theories

Due to the lack of consensus of almost all aspects of the astrological ages, except for the astrological ages relationship to precession of the equinoxes and the retrograde order of the astrological ages, there are more alternative, esoteric, innovative, fringe and newly expressed ideas about the astrological ages probably than any other branch of astrology. For this reason, most ideas and theories of the astrological ages appear in this section if they have not established credibility in the wider astrological community or amongst archeoastronomers.

The inclusion of any theory, approach or concept of the astrological ages in this section in no way indicates or suggests that they are incorrect or wrong (partially of fully), but they have not yet received widespread acceptance. In addition, the inclusion of any fringe approach in this section does not grant the approach any validity by their inclusion in this topic.

Ages based on Esoteric Christian and Gnostic Esoteric teachings

The Age of Leo-Aquarius marks the end of the Atlantean Epoch. The Atlanteans are said to have inhabited the basins covered by a dense, drenching fog (i.e. what is currently know as the Atlantic oceanic basin) which condensed into rain and flooded the basis of the Earth (recorded in all major cultures as the myth of the Great Flood).

The Age of Cancer-Capricorn marks the beginning of the Aryan Epoch. The Aryans are said to have been driven by the flood from the mists, which had enveloped Atlantis and condensed into rain, to the hilltops [the goat climbs the mountains] where they are now living. For the first time having a clear atmosphere in which the Rainbow, at the beginning of a new Epoch, marks a New Covenant made with the pioneers.
This Age also relates to mankind's recapitulation of the early third of the Atlantean period (a period which was intensely watery as the whole earth was covered by a dense, drenching fog. The Niebelung, or "Children of the Mist", lived then in the basins of the Earth).

The Age of Gemini-Sagittarius relates to the infant humanity recapitulation of the middle third of the Atlantean period (at that time the atmosphere had already cleared to a considerable extent, and the faculties of the spirit had become more focused in its physical instrument).

The Age of Taurus-Scorpio relates to mankind's recapitulation of the late third of the Atlantean period.

The Age of Aquarius-Leo According to the Esoteric Christian-Gnostic tradition, Essenian and later Rosicrucian, the proximity and entrance in the Age of Aquarius - occurring after the present Age of Pisces (or age ruled by the "Sword") - will bring to the majority of human beings the discovery, true living and real knowledge of the inner and deeper Christian teachings which the Christ spoke of in Matthew 13:11 and Luke 8:10. This age is regarded as an intermediary preparation toward the Christ in the etheric plane, the New Galilee: the "new heavens and a new earth" to come in a future not identified time. For Rosicrucians, in the Aquarian age at hand, it is expected a great spiritual Teacher will come ("is coming"), through the school (working as herald of this age), in order "to give the Christian Religion impetus in a new direction".[48]

Mark 14:13 (also Luke 22:10) states "And he sendeth forth two of his disciples, and saith unto them, Go ye into the city, and there shall meet you a man bearing a pitcher of water: follow him.".. The disciples do so and follow him to the place where Jesus was to hold the Last Supper. Therefore, this could be interpreted as meaning that Jesus (who represents the age of Pisces) will "die" when the "man bearing a pitcher of water" appears,[49] an apparent allusion to the coming age of Aquarius.

[edit] Alternative approach to calibrating precession
Terry MacKinnell has developed an alternative approach to calibrating precession of the equinoxes for the purposes of determining the Astrological Age. His major point of departure from the traditional modern approach is how he applies the vernal equinox to the zodiacal constellations. Instead of referring to the position of the Sun at the vernal equinox (a ‘modern’ mathematical technique developed by the Greeks in the late 1st millennium BCE), he refers to the heliacal rising constellation on the day of the vernal equinox. This approach is based on the ancient approach to astronomical observations (the same ancient period that also saw the invention of the zodiacal constellations) prior to the development of mathematical astronomy by the ancient Greeks in the 1st millennium BCE. All ancient astronomical observations were based on visual techniques.[50] Of all the key techniques used in ancient times, the most common in Babylon (most likely the source of astrology) and most other ancient cultures were based on phenomena that occurred close to the eastern or western horizons.[51] MacKinnell claims that it is incongruent to use a ‘modern’ mathematical approach to the much older constellations that were first described well before these mathematical approaches were invented.

The heliacal rising constellation at the vernal equinox is based on the last zodiacal constellation rising above the Eastern Horizon just before dawn and before the light of the approaching Sun obliterates the stars on the eastern horizon. Currently at the rnal equinox the constellation of Aquarius has been the heliacal rising constellation for some centuries. The stars disappear about one hour before dawn depending upon magnitude, latitude and date. This one hour represents approximately 15 degrees difference compared to the contemporary method based on the position of the Sun amongst the zodiacal constellations. Each age is composed of 30 degrees. Therefore 15 degrees represents about half an age or about 1080 years. Therefore based on the heliacal rising method, the Age of Aquarius arrived about 1,080 years early than the modern system. John H Rogers in part one of his paper Origins of the ancient constellations also states that using the ancient heliacal rising method compared to the (modern) solar method produces a result that is approximately 1,000 in advance.

Using MacKinnell's approach, the Astrological Ages arrive about half an age earlier compared to the common contemporary approach to calibrating precession based on ‘modern’ mathematical techniques. Therefore Terry MacKinnell has the Aquarian age arriving in the 15th century CE while most astrologers have the Age of Aquarius arriving in the 27th century, almost 700 years in the future.[53]

Orb of influence

The entrance into a new astrological age is not considered to be a single moment of time but a process by which one age initiates its influences, in a slowly increasing way, before the end of the previous age. Due to this reason, some astrologers consider the last ca. 12 degrees of a given age, noted specially from the 10th degree (ca. 720 years) onward, as the time period during which the new age starts to make visible its influences, also called "orb of influence". The orb of influence should not be confused with the "decanate", although they often describe the same section of zodiac. The orb is the distance from any point or planetary aspect in the zodiac through which the influence operates, similar to a margin of error or uncertainty. A decanate is a band of any sign of the zodiac, which is overlaid by the influence of the next sequential sign of the same element. For example, the 1st decanate of Libra (0 to 10 degrees) is Libra overlaying Libra, the 2nd decanate of Libra is Aquarius overlaying Libra, and the 3rd decanate of Libra is Gemini overlaying Libra. The decanate process shows how each sign grows gradually towards a more progressed expression along its 30 degree length, whereas the orb involves, in this case, the gradual fading from one sign into the next sign.

From this viewpoint, the orb of influence (10th degree of Pisces entered in the 1930s) coincides with the discovery of Pluto, technological advancements including nuclear fission, the invention of radar, the invention of SSB and FM in radio transmission, the first television broadcasts with a modern level of definition (1936), computers and other digital equipment (binary high and low levels) and the Internet; but also with the times of Great Depression in the economic and social of worldwide structures.
The 9th degree occurs in the 2000s decade which has been dominated by several wide-ranging topics, including the explosion in telecommunications through the spread of instant communications through broadband Internet and email and mobile phones, the development of internet commerce and social networking websites, which have given people the opportunity to easily keep in touch with others from anywhere around the globe; computers continue to advance rapidly and to be applied to the majority of the areas of human activity and other technological equipment as digital cameras, digital data storage, and digital audio players became widespread; the international trade and a growing concern over energy supplies as well as concerns with international terrorism and war, an escalation of the social issues of the 1990s, the debate over global warming and the recent world's financial and economical crisis.

Ages are believed by some to affect mankind. For Aquarius (also called "the Water Bearer"), it is reported we have already been feeling influences - titled orb of influence (the last ten degrees backwards of the Age of Pisces) - in the accelerated individual, social, cultural, scientific and technological development and globalization through the 20th century. This view is consistent with the popular notion of the New Age movement that regards current times as the "dawning of the Aquarian Age".

Precessão dos Equinócios: http://en.wikipedia.org/wiki/Precession ... _equinoxes
« Última modificação: Março 02, 2010, 01:46:17 pm por Templário »
Ensinam estas Quinas que aqui vês,
Que o mar com fim será grego e romano:
O mar sem fim é português
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.
 

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Templário

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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #25 em: Março 01, 2010, 07:52:18 pm »
Fernando Pessoa
PREFÁCIO [a Quinto Império, de Augusto Ferreira Gomes]
PREFÁCIO
[a Quinto Império, de Augusto Ferreira Gomes]

A esperança do Quinto Império, tal qual em Portugal a sonhamos e concebemos, não se ajusta, por natureza, ao que a tradição figura como o sentido da interpretação dada por Daniel ao sonho de Nebucadnezar.
Nessa figuração tradicional, é este o seguimento dos impérios: o Primeiro é o da Babilónia, o Segundo o Medo-Persa, o Terceiro o da Grécia e o Quarto o de Roma, ficando o Quinto, como sempre, duvidoso. Nesse esquema, porém, que é de impérios materiais, o último é plausivelmente entendido como sendo o Império de Inglaterra. Desse modo se interpreta naquele país; e creio que nesse nível, se interpreta bem.
Não é assim no esquema português. Este, sendo espiritual, em vez de partir, como naquela tradição, do Império material de Babilónia, parte, antes, com a civilização em que vivemos, do império espiritual da Grécia, origem do que espiritualmente somos. E, sendo esse o Primeiro Império, o Segundo é o de Roma, o Terceiro o da Cristandade, e o Quarto o da Europa - isto é, da Europa laica de depois da Renascença. Aqui o Quinto Império terá que ser outro que o inglês, porque terá que ser de outra ordem. Nós o atribuímos a Portugal, para quem o esperamos.

                *

A chave está dada, clara e obscuramente, na primeira quadra do Terceiro Corpo das Profecias do Bandarra, entendendo-se que Bandarra é um nome colectivo, pelo qual se designa, não só o vidente de Trancoso, mas todos quantos viram, por seu exemplo, à mesma Luz. Este Terceiro Corpo não é, nem poderia ser do Bandarra de Trancoso. Dizemos, contudo, que é do Bandarra.
A quadra é assim:

Em vós que haveis de ser Quinto
Depois de morto o Segundo,
Minhas profecias fundo
Nestas letras que VOS Pinto.

A palavra VOS, no quarto verso, tem a variante AQUI em alguns textos. Mas, de qualquer dos modos, a interpretação vem a ser igual.
Considerando, pelo lema da Tripeça, que todas as profecias têm três tempos distintos, esta será interpretada em relação a três tempos de Portugal, segundo as “letras” são “pintadas”. Se as letras são as da palavra VOS, indicam, como se mandou que se soubesse, Vis, Otium, Scientia. E se as letras são as da palavra AQUI, indicam, segundo a mesma ordem, Arma, Quies, Intellectus, que logo se vê serem termos sinónimos dos outros.
Temos pois que a Nação Portuguesa percorre, em seu caminho imperial, três tempos - o primeiro caracterizado pela Forca (Vis) ou as Armas (Arma), o segundo pelo Ócio (Otium) ou o Sossego (Quies), e o terceiro pela Ciência (Scientia) ou a Inteligência (Intellectus). E os tempos e os modos estão indicados nos primeiros dois versos da quadra:

Em vós que haveis de ser Quinto
Depois de morto o Segundo...

No primeiro tempo - a Força ou Armas - trata-se de el-rei D. Manuel o Primeiro, que é o quinto rei da dinastia de Avis, e sucede a D. João o Segundo, depois deste morto. Foi então o auge do nosso período de Força ou Armas, isto é, de poder temporal.
No segundo tempo - Ócio ou Sossego - trata-se de el-rei D. João o Quinto, que sucede a D. Pedro o Segundo, depois de este morto. Foi então o auge do nosso período de esterilidade rica, do nosso repouso do poder - o ócio ou sossego da profecia.
No terceiro tempo - Ciência ou Inteligência - trata-se do Quinto Império, que sucederá ao Segundo, que é o de Roma, depois de este morto.
Quanto ao que quer dizer esta Roma, a cujo fim ou morte se seguirá o Império Português, ou Quinto Império, ou o que seja a Ciência ou Inteligência que definirá a este - não direi se o sei ou o não sei, se o presumo ou o não presumo. Saber seria de mais; presumir seria de menos. Quem puder compreender que compreenda.

As profecias são de duas ordens — as que, como a de Daniel e esta do falso Bandarra, têm em si uma grande luz; e as que, como as do vero Bandarra e as do livro presente, têm em si uma grande treva. Aquelas são o fio do labirinto, estas o mesmo labirinto. Umas e outras, porém, entre si se complementam. Por umas as outras se esclarecem, tanto quanto pode ser, porque a luz afasta as trevas, mas sem as trevas se não veria a luz. Tão certo é o que se diz em certo passo secreto — que a melhor luz que temos neste mundo não é mais que treva visível...
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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #26 em: Março 01, 2010, 09:44:51 pm »
Templário, isso vem nos livros da Ivette Centeno. Precisamos de análises novas e não de repetidos e já batidos arrebatamentos mítico-patrióticos.
Todavia, face a certas... movimentações globalistas agora cada vez mais nítidas mas antecedem o Pessoa (e que pelos vistos lhe passaram ao lado), seria importante enquadrar as duas visões, a do V Império e da Nova Ordem Mundial, em que as duas partilham ou procuram o sincretismo religioso.
Julgo que o "nosso V Império" é mais puro, transparente e pacífico que o da NOM. O problema é se também não passa de uma face dessa NOM, preparado por algum tipo de missionaria protectiva.
Mas isso sou eu.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #27 em: Março 02, 2010, 12:38:58 pm »
Caro Luso

António Vieira (Explanação):

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142008000300015&script=sci_arttext

O 5º Império do Divino Espírito Santo Cristofânico, que pressupõe um estado muito superior espiritiual ou de consciência e ligação ao DIVINO, acreditamos e muito Lusófono segundo a Tradição de mil anos ou de muitos mil está sempre em oposição ao do anti-cristo, manisfeste-se este ultimo como for, em "madhis", falsos Messias, Big Brothers orientais ou ocidentais globais e outras ilusões terrenas (e antes ou depois como é tradição)

E este Reino do Bem separado temporalmente  do reino do mal.
Na tradição também prenuncia ou assiste à Segunda Vinda de Cristo(que derrota o anti-cristo ou o que ele simboliza), Segunda vinda de JESUS CRISTO na Igreja de João, a do DIVINO ESPÍRITO SANTO, da consciência, da verdadeira gnose holística e CRISTÍCA para as Pessoas, sem intermediários institucionais terrenos.
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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #28 em: Março 02, 2010, 12:55:32 pm »
Coloquei as próprias palavras de Fernando Pessoa, Antonio Vieira ou Bandarra e não só estudos inspirados em Ivete Centeno, Lima de Freitas, António Quadros, Manuel Gandra ou António macedo sobre os mesmos.

Fernado Pessoa previu um grande salto de Consciência e Poder 200 anos depois a partir de 1930s, lembrando uma sua entrevista. Será á volta de 2130s  ou 2198 ?!!!! quando justamente fará 1000 anos como Estado Independente?! Provavelmente!

Newton previu o retorno de JESUS CRISTO para 2060! Veremos e Esperemos, o que é totalmente certo é que Voltará!!!!

Fernando Pessoa
PORTUGAL, VASTO IMPÉRIO - Um inquérito nacional

I - Sim ou não Portugal, potência de primeira grandeza na Renascença guarda em si a vitalidade necessária para manter no futuro, na nova Renascença que há-de seguir-se à Idade Média que atravessamos, o lugar de uma grande potência.

Cumpre, antes de mais nada, definir a expressão “grande potência”. Por “grande potência” se deve entender, evidentemente, uma nação que influi notavelmente na vida ou nos destinos da civilização. Podemos, porém, distinguir três maneiras de assim influir notavelmente. Distinguiremos, portanto, três espécies de “grande potência”.
Influir é transformar . Há três maneiras de transformar: transformar para menos, ou desagregar; transformar para mais, ou desenvolver; transformar para outro, ou construir. Força é, pois, que as grandes potências se manifestem tais, ou pela desagregação que produzem, ou pelo desenvolvimento que promovem, ou pela construção que estabelecem, ou novidade que originam.
Duas são as forças da desagregação - a decadência e a violência externa. A decadência é intransmissível: pode ser estimulada, porém não imposta; são portanto seus estímulos, que não ela mesma, que comportam transmissão. A violência externa, pelo contrário, é imposição por natureza. Uma grande potência de desagregação significa portanto uma grande potência de violência, ou seja uma grande potência guerreira. É este o sentido em que ordinariamente se toma a expressão “grande potência”: é que a violência, como é a força visível, representa para o comum dos homens o modo único da força.
Duas são também as forças de desenvolvimento - o estímulo físico ou material e o estímulo intelectual ou moral. Na vida das sociedades, o primeiro é dado pelo comércio, o segundo pela cultura. Com efeito, o desenvolvimento dos povos se efectua, no que material, pela multiplicação de contactos económicos; no que mental, pela multiplicação de contactos culturais. E o comércio e a cultura andam comummente a par: é que a multiplicação de relações de uma espécie facilita inevitavelmente a multiplicação de relações da outra espécie. Há, pois, duas espécies de “grandes potências” expansivas da vida alheia: as potências primordialmente económicas, como a Alemanha e os Estados Unidos, e as potências culturais, como antigamente a Itália e subsequentemente a França.
Qualquer transformação pode ser definida como sendo “para outro”, porém a transformação construtiva merece esse nome distintivamente. Na transformação para mais ou para menos a coisa transformada mantém os seus característicos essenciais; a transformação é quantitativa. Na transformação para outro a mudança é qualitativa. Que característicos adquire, porém, a coisa transformada, ao ser transformada “para outro”? Os do elemento transformador, pois outros não há que possivelmente adquira. Segue, pois, que a transformação construtiva implica uma conversão da substância da coisa transformada na substância da coisa transformadora. À nação que exerce esta espécie de influências, que é uma “grande potência” nesta função, chama-se com justeza, não grande potência, senão Império. Até hoje, adentro da civilização que vivemos, tem havido quatro impérios - o grego, o romano, o cristão, e o inglês (que não o britânico, que é império em outro, e mais baixo, sentido). Com sua prodigiosa visão, histórica como profética, distingue sempre Nostradamo entre o que chama simplesmente empire (que é qualquer dos grandes domínios fugazes com que se orna a história) e grand empire, que é o Império no sentido em que aqui usamos o termo.
Sem dúvida que as três formas de ser grande potência se não excluem entre si; antes a duas, e a mais que duas, as pode reunir uma só nação.
Postos estes princípios, pergunta-se: para que forma de grande potência tem Portugal condições, se as tem para alguma?
Portugal, grande potência guerreira, ou desagregadora, é invisionável, o que não quer dizer que seja impossível, pois não podemos prever que alianças ou combinações poderão surgir do abismo do futuro. A pergunta, porém, refere-se às condições que Portugal tem, que não àquelas que poderá um dia vir a ter; e por “condições que tem” se entendem aquelas que ou estão hoje claramente latentes nele, ou em qualquer forma ou esboço nele se revelaram no passado. Ora pondo de parte, por irrisório neste respeito, o que somos hoje, o facto é que nunca tivemos condições ou propensão para a forma guerreira de grande potência. Nem para tal nos dispunha a nossa situação terrestre de nação pequena e excêntrica em continente e península, nem, em prova disso, nos empenhámos nunca com vantagem em guerras puramente agressivas, excepto as que precederam inevitavelmente do nosso mester orgânico de descobridores E estas viveram na atmosfera triunfal do fenómeno que lhes deu origem.
Portugal grande potência económica é talvez ainda mais invisionável que Portugal grande potência guerreira. Uma potência guerreira forma-se e desenvolve-se com mais facilidade e rapidez que uma potência económica, pois procede de instintos e forças mais primitivos do que esta. E se de potência guerreira não temos tradição senão por assim dizer corolária, de potência económica não temos tradição nenhuma, ou a temos negativa. Ainda, pois, que uma expansão ou federação futura nos convertesse em grande nação - sem o que se não pode ser uma grande potência económica -, nossa acção nesse campo seria sempre limitada pela de núcleos não só quantitativamente superiores ao nosso, mas ainda preparados tradicionalmente para o exercício dessa espécie de influência.
Portugal grande potência cultural é uma hipótese já de outro género. O exercício da grande influência guerreira ou económica implica a existência de uma nação grande, unida, disciplinada, o da grande influência cultural dispensa estes característicos. Exerceu-a a Itália quando nem sequer era nação, senão uma justaposição de pequenos estados, em conflito perpétuo uns com os outros, e cada um em quase constante desordem interna. Nem a nossa condição actual é, pois, obstáculo neste respeito; é-o, porém, a nossa carência quase absoluta de tradição cultural, propriamente dita. Quantitativamente, nunca a tivemos; qualitativamente, pouco. No fim da chamada Idade Média, e no princípio da Renascença, esboçámos, é certo, um acentuado movimento cultural, que abrange os Cancioneiros, os Romances de Cavalaria, e um ou outro fenómenos como a especulação de Francisco Sanches, aliás formado em outro ambiente; mas em breve o vinco, muito mais tipicamente nacional, das descobertas, arrastava para si toda a vitalidade portuguesa, e o catolicismo, então em período de reacção, se encarregou de anular aquela liberdade de especulação, sem a qual a cultura é impossível. Ficámos no estado vil de inteligência, servil e mimético, em que desde esse tempo temos vegetado. Se, porém, a necessidade cultural fosse, por qualquer razão, em nós orgânica, teria havido dela sinais, sobretudo desde que entrámos, com o mimetismo já citado, em regime liberal e depois em República. Mas o que tem havido é menos que pouco, a nossa indisposição cultural permanece evidente
Portugal grande potência construtiva, Portugal Império - aqui, sim, é que, através de grandeza e de decadência, se revela o nosso instinto, e se mantém a nossa tradição. Somos, por índole uma nação criadora e imperial. Com as Descobertas, e o estabelecimento do Imperialismo Ultramarino, criámos o mundo moderno - criação absoluta, tanto quanto socialmente isso é possível, que não simples elaboração ou renovação de criações alheias. Nas mais negras horas da nossa decadência, prosseguiu, sobretudo no Brasil, a nossa acção imperial, pela colonização; e foi nessas mesmas horas que em nós nasceu o sonho sebastianista, em que a ideia do Império Português atinge o estado religioso.
Portugal tem pois condições orgânicas para ser uma grande potência construtiva ou criadora, um Império. Uma coisa, porém, é dizer-se que Portugal tem condições para sê-lo; outra é predizer que o será. A pergunta não exige esta segunda demonstração, que, aliás, por extensa não poderia ser aqui dada. Nem há mester que se diga, também, em que consistirá presumivelmente essa criação portuguesa, qual será o sentido e o conteúdo desse Quinto Império. Fora preciso um livro inteiro para o dizer, nem chegou ainda a hora de dizer-se.

II - Sim ou não Portugal, sendo a terceira potência colonial tem todos os direitos a ser considerada uma grande potência europeia?

Como Portugal, grande potência, está no futuro - ou, se se preferir, só pode estar no futuro -, não pode exigir ao presente que o considere por aquilo que ele ainda não é, nem se sabe ao certo se será. Mas, como é a terceira potência colonial, pode e deve exigir que o tratem como a terceira potência colonial.

III - Sim ou não Portugal, amputado das suas colónias, perderá toda a razão de ser como povo independente no comércio europeu?

Para o destino que presumo que será o de Portugal, as colónias não são precisas. A perda delas, porém, também não é precisa para esse destino. E, por certo, sem colónias, ficaria Portugal diminuído ante o mundo e perante si mesmo, material como moralmente. As colónias, portanto, não sendo uma necessidade, são contudo uma vantagem.

IV - Sim ou não o moral da Nação pode ser levantado por uma intensa propaganda, pelo jornal, pela revista e pelo livro, de forma a criar uma mentalidade colectiva capaz de impor aos políticos uma política de grandeza nacional?
Na hipótese afirmativa, qual o caminho a seguir?

Há só uma espécie de propaganda com que se pode levantar o moral de uma nação — a construção ou renovação e a difusão consequente e multímoda de um grande mito nacional. De instinto, a humanidade odeia a verdade, porque sabe, com o mesmo instinto, que não há verdade, ou que a verdade é inatingível. O mundo conduz-se por mentiras; quem quiser despertá-lo ou conduzi-lo terá que mentir-lhe delirantemente, e fá-lo-á com tanto mais êxito quanto mais mentir a si mesmo e se compenetrar da verdade da mentira que criou. Temos, felizmente, o mito sebastianista, com raízes profundas no passado e na alma portuguesa. Nosso trabalho é pois mais fácil; não temos que criar um mito, senão que renová-lo. Comecemos por nos embebedar desse sonho, por o integrar em nós, por o encarnar. Feito isso, cada um de nós independentemente e a sós consigo, o sonho se derramará sem esforço em tudo que dissermos ou escrevermos, e a atmosfera estará criada, em que todos os outros, como nós, o respirem. Então se dará na alma da Nação o fenómeno imprevisível de onde nascerão as Novas Descobertas, a Criação do Mundo Novo, o Quinto Império. Terá regressado El-Rei D. Sebastião.
s.d.
Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional. Fernando Pessoa (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Introdução organizada por Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1979.
 - 100.
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Fernando Pessoa
A interpretação inicial dos cinco impérios,
Bandarra

A interpretação inicial dos cinco impérios, que é que está em o Velho Testamento, é [...]. Por esta interpretação, ingénua nos seus preconceitos, e rudimentar na sua forma, concebe-se o império sob a forma exclusiva e material de império de conquista. É de presumir que o Quinto Império, esperado neste esquema profético, fosse o Império Hebreu, por isso que os profetas o eram, e, dada a ingenuidade da sua visão, era natural que caíssem no erro egocêntrico comum a todos os profetas que profetizam com intenção.
Esta divisão dos cinco impérios, ou, antes, dos quatro, por comparação com os quais se deduzirá o que deverá ser o quinto, peca, como disse, por ingénua. Temos, primeiro, que alargar o conceito de império; sem isso não é ele digno de se profetizar a respeito dele, ou, a profetizar-se, a profecia é estreita, nacional, quase sectária.
O império judeu é impossível porque a ideia de império (no seu alto sentido) é sincrética, ou, antes, é de um império sincrético — isto é, de uma império que resuma várias coisas, concentre várias influências, seja uma síntese e não uma simples extensão força. Por isso, e partindo da nossa civilização, adentro da qual estão os próprios judeus, que para a formação dela contribuíram — não predominantemente, porém somente como um elemento dela —, se formou a nova divisão dos quatro impérios, pela qual se possa deduzir, até certo ponto, a natureza e o carácter do quinto.
A divisão é: Império Grego (sintetizando todos os conhecimentos, toda a experiência dos antigos impérios pré-culturais); o Império Romano (sintetizando toda a experiência e cultura gregas e fundindo em seu âmbito todos os povos formadores, já ou depois, da nossa civilização); o Império Cristão (fundindo a extensão do Império Romano com a cultura do Império Grego, e agregando-lhe elementos de toda a ordem oriental, entre os quais o elemento hebraico); e o Império Inglês (distribuindo por toda a terra os resultados dos outros três impérios, e sendo assim o primeiro de uma nova espécie de síntese — fundindo a cultura grega, em nenhum lugar tão marcada como em Inglaterra, pois que Milton é o mais grego dos poetas modernos (quote M. Arnold) — a extensão e imperium dos romanos, a moral cristã, em parte alguma tão activa como nos países de língua inglesa, onde é máxima a actividade cristã, como se vê pelas seitas numerosíssimas que revelam essa especulação constante)... O Quinto Império, que necessariamente fundirá esses quatro impérios com tudo quanto esteja fora deles, formando pois o primeiro império verdadeiramente mundial, ou universal.
Este critério tem a confirmá-lo a própria sociologia da nossa civilização. Esta é formada, tal qual está hoje, por quatro elementos: a cultura grega, a ordem romana, a moral cristã, e o individualismo inglês. Resta acrescentar-lhe o espírito de universalidade, que deve necessariamente surgir do carácter policontinental da actual civilização. Até agora não tem havido senão civilização europeia; a universalização da civilização europeia é forçosamente o mister do Quinto Império.
Em geral concebe-se como cristão esse Império, e a ele se alude como, seguindo-se ao Reino de Anticristo, sendo a Segunda Vinda do Cristo. A hipótese, não emergindo necessariamente dos factos — nem dos sociológicos, nem dos proféticos — é contudo aceitável. Não a defenderemos; não a opugnaremos. Contra a primazia, neste ponto imperial, da religião cristã, tem-se oposto o igual direito a uma primazia, que podem invocar as religiões maometana, budista, e outras. Se, porém, o império universal, ou quinto império, há-de ter um carácter religioso, o que, não estando provado, é contudo provável, não é de supor que seja fora do cristianismo. Das duas outras religiões, que poderiam concorrer a esse império maior, a maometana é estreita. A budista, sobretudo na forma teosófica em que se tem espalhado, é mais aceitável como universal, pois, de facto, pretende ser não propriamente uma religião, senão o espírito de todas elas. Sucede, porém, que o budismo está fora do esquema moral da civilização europeia, dentro da qual se há-de dar, ainda que universalizando-se, a formação do quinto império. Qualquer que seja esse quinto império, há-de incluir e sintetizar os quatro que o precederam, pois assim foi cada um deles incluindo, e sintetizando os que vieram antes dele. Ora a cultura grega, a ordem romana, a moral cristã mesmo, em alguns dos seus pormenores, estão fora do esquema budista. De todas as religiões, só o cristianismo tem o preciso carácter sincrético: formado com a base da metafísica grega, distribuído com a base do imperialismo romano, construído já com um sincretismo que inclui as religiões orientais, incluindo aquelas de onde o budismo emergiu, o cristianismo absorverá ainda com facilidade o individualismo inglês, que veio depois, por isso que o cristianismo é essencialmente individualista, como a cultura grega, em que obscuramente se funda. O que não poderá ser é o cristianismo católico. Esse tornou-se incapaz de um sincretismo novo; nem poderia incluir o individualismo inglês, que lhe é
oposto, e que, como é o distintivo do quarto império, terá que entrar como elemento no quinto, dada a lei de formação dos impérios adentro de uma civilização.
Há a hipótese, que já foi posta, de uma religião nova. Que apareça uma religião nova, aceitamo-lo. Não o aceitamos, porém, adentro do esquema dos cinco impérios. Concedemos que possa ser depois, passados todos os cinco impérios e a nossa civilização também, pois supomos que não será eterna, visto que nada o é neste mundo. A morte do cristianismo, concedemos que se dê, porém fora dos nossos “tempos”. Será sem dúvida aquilo a que os profetas do nosso esquema chamam o “fim do mundo” ou o “juízo final”, dada a confusão que ordinariamente se estabelece no espírito do profeta entre o fim do que ele considera o mundo com o fim do próprio mundo. Já aludimos a este tipo de confusão, com o mesmo género de exemplo, quando houvemos de nos referir ao carácter do pensamento profético.
Aliás, este triunfo final do cristianismo encontra-se acentuado nas poucas profecias que temos sobre o assunto, e às quais podemos atribuir, no profeta, uma independência das suas próprias opiniões e desejos — único fundamento para tomar a profecia como profecia a valer, e não como expressão de um sonho próprio. Uma é a do verso de Nostradamo, posto no fim das centúrias para que se repare que se reporta ao fim das “coisas” — isto é, da civilização a que pertencemos.

Religion du nom des mers vaincra,

sendo que o cristianismo é a religião dos mares, governada pelo signo de Pisces, e nascido o seu fundador de Maria, que quer dizer “mares” em latim.
A outra é a profecia, ainda mais curiosa, de S. Francisco de Paula. Este diz que haverá uma “religião nova” — repare-se bem, “nova”— (Lusitanus torce inutilmente a frase, ao interpretá-la; se S. Francisco de Paula quisesse dizer uma religião velha para que havia de chamar-lhe nova?); mas essa religião será imposta ou desenvolvida por uns a quem chama “crucíferos”. O serem crucíferos indica que a religião é cristã, pois a cruz é o símbolo essencial do cristianismo (embora exista, porém, só acessoriamente, na simbologia de outras religiões); mas o ser a religião “nova” indica que não é cat61ica, pois para
S. Francisco de Paula, que era, claro está, cat61ico, um cristianismo não cat61ico é uma religião nova.
A profecia de Nostradamo é aceitável, por “imparcial”, pois assim são todas as profecias desse homem extraordinário; essas e as do Terceiro Corpo do nosso Bandarra. A profecia de S. Francisco de Paula é igualmente aceitável, pois é evidentemente “imparcial” a profecia de um católico que, embora involuntariamente, profetiza a queda da sua própria religião
s.d.
Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional. Fernando Pessoa (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Introdução organizada por Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1979.
 - 41.
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OS FASTASMAS DO ENCOBERTO

Sabendo nós já que o triplo reaparecimento do Encoberto se dá em 1640, em 1888 e em 2198, será por certo curioso investigar que relação numérica definível existe entre os aparecimentos do Encoberto e os de seus fantasmas. Apareceu D. João IV em 1640, Pombal em 1750 (que foi quando, com a ascensão de D. José, foi chamado ao poder), e Sidónio em 1917 (que foi quando verdadeiramente apareceu, como o verdadeiro Sidónio). Temos, pois, que há coincidência no tempo, ou sincronismo, entre os primeiros aparecimentos do vero e do falso Encoberto. Entre os segundos aparecimentos (1750 e 1888) há uma diferença de 138 anos. De aqui é pois de concluir, como é de uso nestes cálculos de aritmética mística, que entre os terceiros aparecimentos, o falso e o vero, do Encoberto deve haver duas vezes 138 anos, porque, sendo 138 anos a diferença entre os segundos aparecimentos, e nula a diferença entre os primeiros (que coincidiram no tempo), segue que a diferença entre os terceiros será duas vezes a diferença entre os segundos... Duas vezes 138 faz 276, o que, somado a 1917, perfaz 2193. Faltam, pois, 5 anos para a data que seria de esperar, 2198. Para que a contagem na base estabelecida, 276, desse a data verdadeira, seria preciso que a data de partida fosse 1922. Ora 1922 foi o ano da viagem aérea ao Brasil — ano este que, como já vimos, o mesmo Bandarra sinalou no último corpo das suas Trovas... Temos pois que [...]
s.d.
Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional. Fernando Pessoa (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Introdução organizada por Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1979.
 - 70.
« Última modificação: Março 02, 2010, 01:49:08 pm por Templário »
Ensinam estas Quinas que aqui vês,
Que o mar com fim será grego e romano:
O mar sem fim é português
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.
 

*

Templário

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Re: O Mistério do 5º Império
« Responder #29 em: Março 02, 2010, 12:59:34 pm »
Raphael Baldaya
TROVAS DO BANDARRA - Interpretação de Raphael Baldaya
TROVAS DO BANDARRA
Interpretação de Raphael Baldaya

Augurai, gentes vindouras,
Que o rei, que de aqui há-de ir,
Vos há-de tornar a vir
Passadas trinta tesouras.

Sabedores que a interpretação profética é sempre tripla, temos aqui três coisas, a que aplicar o triplo sentido: o «rei que de aqui há-de ir», o «tornar a vir», e as «trinta tesouras».
O «rei, que de aqui há-de ir» é o senhor rei D. SEBASTIÃO, mas a “ida” dele tem três feições — foi a ida da independência da nacionalidade, foi a ida do próprio homem, e foi a ida do poder português, ou do império português. Assim o «tornar a vir» se conformará, por seu lado, com estas três interpretações. «Passadas trinta tesouras.» “Tesouras” refere-se a um número, e, como deve ter três interpretações, segundo a regra profética, e aqui as interpretações, como sempre do menor ao maior, são forçosamente do menor ao maior número, porque se trata de números, segue que os três números serão aqueles que possam ser representados por tesoiras. Além de que estas referências numéricas são sempre à numeração romana, acontece, ainda, que na numeração árabe não há número que se assemelhe a tesouras, isto é, que tenha dois elementos. Na numeração romana há três: o dois (II), que é como a tesoura ainda não reunida como tal, o cinco (V), que a parte de cima da tesoura reunida, e o dez (X), que a tesoura inteira aberta.
A indicação refere-se a «trinta tesouras», e vê-se que vai por “números redondos”. Diz «passadas trinta tesouras», isto é, não antes de terem passado trinta tesouras. Como o número redondo seguinte será quarenta, temos que o tempo indicado é «entre trinta e quarenta tesouras».
No caso da primeira tesoura (II, dois), isto quer dizer entre 60 e 80 anos da ida do rei, e refere-se ao facto mais material, a perda da independência. Reaver-se-ia a independência, diz o profeta, entre 60 e 80 anos depois de ir de aqui o rei. Com efeito, a independência foi reavida em 1640, 62 anos depois de 1578, que foi quando o rei “partiu”. No caso da segunda tesoura (V, cinco) temos que o tempo é entre 150 e 200 anos depois de 1578. Isto quer dizer entre 1728 e 1788. Foi entre estes anos que apareceu o Marquês de Pombal, cujo nome, por sinal, era Sebastião. Há aqui um “regresso de força”.
No caso da terceira tesoura (X, dez), o prazo indicado é entre 1878 e 1978. É entre estas duas datas que se dará a verdadeira “vinda” do rei “que de aqui” foi.
Outra interpretação (Stella) diz que as datas devem ser marcadas para logo passadas as trinta tesouras, isto é, para a tesoira 31. Isto daria, respectivamente, as seguintes datas — 1640, 1733 e 1888. A primeira está certa, a segunda [...]
s.d.
Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional. Fernando Pessoa (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Introdução organizada por Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1979.
 - 54.
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Fernando Pessoa
TERCEIRO CORPO DAS PROFECIAS DE [ ... ] BANDARRA
TERCEIRO CORPO DAS PROFECIAS DE [...] BANDARRA

Em vós que haveis de ser quinto
Depois de morto o segundo,
Minhas profecias fundo
Co estas letras que aqui pinto.

AQI — Arma, Quies, Intellectus.
VOS — Vis, Otium, Scientia.
Var.: VOS.

a) Manuel I, quinto da Din. de Avis, vindo depois de D. João Segundo.
b) D. João Quinto, sucessor de D. Pedro Segundo.
c) Quinto Império, sucessor do Segundo. (Qual é este?)

II.

Inda o trono está por vir
Já vos vejo erguido cedro: Pouco vai de Pedro a Pedro
Se a rama o tronco medir.

a) Tantos eram os homens de valor (petra) no 1.º império português que de uns a outros pouca distância vai no tempo se os avaliarmos pelos resultados, pois na idade são vários.
b) [...]
c) Do fim da Igreja Católica ao seu [?], por assim dizer, [...] não há quebra real de continuidade, pois sempre dura qualquer coisa de fundamental.

a) Ainda está por vir o verdadeiro Império e já ele existe.
b) Ainda está por aparecer D. José, em cujo reino os Braganças atingem o máximo, já o auge, aqui dado, existe.
c) É longamente preparado este Império, e existe já em toda a sua essência necessário antes da sua efectuação definitiva.

III.

Fiz trovas de ferro, e prata,
Dignas de qualquer tesouro,
Hoje quanto faço é ouro
Que em vós, Senhor, se remata.

a) Ferro = Armas; Prata = Quies; Ouro = Inteligência ([...])
b) Ferro = profecias de pormenor prata = p. de [...] ouro =  p. da realidade.
c) [...].

IV.

Não conto sapatarias
Que noutros tempos sonhei
O que agora contarei
São mais altas profecias.

Não faço, como em outros escritos anteriores, profecias de mero pormenor; estas são de coisas fundamentais.

V.

A giesta não se torce,
Muito amarga o sargaço:
Tudo quanto agora faço
São bocados de erva doce.

VI.

Faço trovas mui inteiras,
Versos muito bem medidos,
Que hão de vir a ser cumpridos
Lá nas eras derradeiras.

VII.

Eu componho, mas não ponho
As letrinhas no papel,
Que o devoto Gabriel
Vai riscando, quanto eu sonho.

Sonho Primeiro

VIII.

Vejo, mas não sei se vejo;
O certo é que me cheira
Que me vem honrar à beira
Um Grande do pé do Tejo.

(1) [...]
(2) António Vieira
(3) [...]

IX.

Formas, cabos e sovelas
Lavradinhas com primor
Mandareis abrir, Senhor,
Muitos folgarão de vê las.

(1) (literal)
(2) Interpretação conforme o que se pensava dele

(1) (literal)
(2) Muito bem escrito
(3) Muito bem interpretado.

Mas ai! que já vejo vir
O Presbítero maior
Arriscar todo o primor
Que outra vez há de surgir.

Var.: “a riscar”.

(1) Cardeal [...]
(2) M[arquês] de Pombal
(3) [...]

Sonho Segundo

XI.

Augurai, gentes vindouras,
Que o Rei, que daqui há de ir,
Vos há de tornar a vir
Passadas trinta tesouras.

(a) II ン 31 = 62; 1578 + 62 = 1640 [Independência]
(b) X ン 31 = 310; 1578 + 310 = 1888 [Grandeza]
(c) XX ン 31 = 620; 1578 + 620 = 2198 [Império]

O Pastorzinho na serra
Grita que tenham cuidado,
Que se vai perdendo o gado
Por mais que gritando berra.

XIII.

Desamparar o cortiço
Uma abelha mestra vejo;
As outras com muito pejo
Não têm asas para isso.

(a) [...]
(b) [...]

XIV.

Irão tempos de lazeiras
Virão tempos de farturas;
Os frades terão tristuras
Por acudirem as freiras.

XV.

Este sonho que sonhei
É verdade muito certa,
Que lá da Ilha encoberta
Vos há de vir este Rei.

Sonho Terceiro

XVI.

Sonhei que estava sonhando,
Que passados cem Janeiros
Os Portugueses primeiros
Se levantarão em bando.

100 janeiros depois do que segue

(a) 1640 + 101 = 1741
(b) 1811 + 101 = 1912
(c) [...]

XVII.

Ergue se a águia Imperial
Com os seus filhos ao rabo;
E com as unhas no cabo
Faz o ninho em Portugal.

Vai se embora a á[guia] i[mperial] levando as suas consequências [?] materiais mas deixando as consequências [?] espirituais.
(a) Filipe IV da Espanha (ignorância e depressão)
(b) Napoleão (perversão)

XVIII.

Põe um A pernas acima
Tira lhe a risca do meio,
E por detrás lha arrima,
Saberás quem te nomeio.

(a) IV = Filipe IV
(b) N = Napoleão
(c) IV = JU = Ju(deus)?

XIX.

Tudo tenho na moleira.
O passado e o futuro.
E quem for homem maduro
Há de me dar fé inteira.

maduro para interpretar.
 XX.

Vejo sem abrir os olhos
Tanto ao longe como ao perto;
Virá do mundo encoberto
Quem mate da águia os polhos.

(a) M. de Pombal (= Sebastião)
(b) [...]

Sonho Quarto

XXI.

Lá para as bandas do Norte
Vejo como por peneira
Levantar uma poeira
Que nos ameaça a morte.

XXII.

Vosso grande capitão,
Ó povo errado e perverso,
Já caminha com o erço,
E vós dormindo no chão.

XXIII.

Na era que eu nomear
Terá fim a heresia;
Verás certa a profecia,
Se bem souberes contar.

XXIV.

Põe três tesouras abertas,
Diante um linhol direito,
Contarás seis vezes cinco,
E mais um, vai satisfeito.

31+ 31= 62 (1578 + 62 = 1640)
31 = 341 (1578 + 341 = 1919)

XXV.

Muito rijo bate o vento
Na parede da Igreja;
Alguém caída a deseja,
No levantar vai o tento.

XXVI .

Mas ai! do calçado a obra
Logo requer o solário;
Porém não há muita sobra
Se não dobra o campanário.

Sonho Quinto

XXVII.

Vejo, vejo, dizer vejo,
Andar a terra ao redor;
E o borborinho sem dor
Resolve um e outro sexo.

Descreve o B[andarra] as épocas em que Portugal terá o Império.

XXVIII.

Rugia a porca do sino,
O sino não badalava,
A grimpa se revirava,
E o sino andava a pino.

XXIX.

Meto a sovela nas viras,
E vejo pelo buraco
Os ossos de Pêro Jaco
No penedo das mentiras.

XXX.

Que belamente que soam
As Profecias direitas!
Depois que forem perfeitas
Verão que a terra povoam.
 XXXI .

Doutos e sandeus conhecem
Pelo volver das estrelas
Puras verdades mais belas
Que inda os Judeus não merecem.

Sonho Sexto

XXXII.

Quando o sonho é verdadeiro
Dá se uma luz muito clara
Sonho agora, que uma vara
Vai dando luz a um outeiro.

Var.: lei

(1) o castigo
(2) cajado do pastor
(3) ceptro
a vara mágica

XXXIII.

O outeiro é Portugal
E a vara castelhana
Da minha pobre choupana
Vejo esta vara Real.

(1) Domínio espanhol
(2) [...]
(3) Império na Europa
(não “Castela” ) — está ao Oriente?
O ceptro

XXXIV.

Dará fruto em tudo santo,
Ninguém ousará negá-lo,
O choro será regalo
E será gostoso o pranto.
s.d.
Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional. Fernando Pessoa (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Introdução organizada por Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1979.
 - 44.
Ensinam estas Quinas que aqui vês,
Que o mar com fim será grego e romano:
O mar sem fim é português
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.