Caro PAPATANGO, acha realmente muitas diferenças entre a parte de cima de um Pandur Standard e a de um M113. Eu não vejo grande diferença, excepto dois alçapões em vez de um.
Mas lá estão a visão 360º na escotilha do chefe da viatura e um reparo simples de 12,7. Ou seja, nada de mais do que existia no final dos anos 50, com os "Battle taxis"americanos. E era disto que estava a falar, e não, obviamente, de comparações entre blindagens.
Em primeiro lugar:
Nunca foi enviada uma viatura Pandur-II para nenhum lugar, pelo que tirar conclusões sobre o que as chefias do exército pretendem fazer no caso de enviarem viaturas daquele tipo para algum lado, é um pouco precipitado.
Pandur-II e M-113 são veículos diferentes em vários aspectos. As dimensões são diferentes e o numero de escotilhas superiores tem a ver com a utilização da viatura e não com a sua capacidade de protecção.
A peça de 12.7mm colocada nas Pandur, é o que está disponível neste momento para colocar nessas viaturas e não é necessária mente a solução para o teatro de operações X ou o teatro de operações Y.
As viaturas Pandur-II adquiridas pelo exército é suposto virem em várias versões (não vou comentar os atrasos).
Em caso de necessidade, para enviar viaturas Pandur-II para algum lugar, o que o leva a pensar que seriam enviadas as viaturas Standard, em vez de viaturas com uma torre comandada por controlo remoto ?
O que leva a crer que não seriam enviadas quatro ou cinco viaturas com torre de 30mm ?
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Volto assim a reiterar que a moderna blindagem modular não chega "per si" para uma eficaz auto-protecção dos combatentes.
E como quando se apresenta um problema (que até só pode existir na minha imaginação, confesso) tem de se apresentar uma solução
A visão do exterior que se tem de uma seteira e NADA é praticamente a mesma coisa, acredite.
O campo de visão é minimo e além disso nas viaturas modernas preparadas para guerra quimica, a seteira é um ponto fraco. Uma delas avariada, e acabou-se a protecção da viatura.
Num ambiente de guerra, mesmo que você esteja com a cabeça de fora da viatura, o mais provavel é que com o fumo você não veja mais de dois palmos à frente do nariz. Se acha que o soldado pode ver alguma coisa melhor pela seteira, desengane-se. Ele vai ficar «cego» e não vai ver nada.
Ter oito homens que só podem ver e disparar num ângulo de 20 graus não é uma boa ideia, especialmente quando se eles estiverem fora da viatura podem disparar em 360 graus (na realidade não é assim, porque as regras mandam organizar as coisas).
Como já foi aqui dito, no caso de ser possível a melhor defesa é a existência de uma viatura para apoiar a outra. No caso de uma viatura sozinha, sair pode ser a solução mais lógica.
É por causa disso que nas viaturas blindadas modernas se dá tanta enfase à capacidade de fazer sair os militares rapidamente e se estudam as melhores tácticas sobre como dividir os militares e como os colocar do lado de fora da viatura e em que condições.
Então para que serve o standard? Para exercícios, paradas e exposições militares, para conflitos de baixa intensidade... ou então (o que acho) ele encontra-se incompleto e desprotegido, em termos de auto-protecção. Além disso não é necessária tanta sofisticação tecnológica para conflitos deste tipo.
O standard serve para em caso de necessidade utilizar se as condições o permitirem.
Ele serve também como base para a colocação de outros sistemas.
Como simples viatura blindada de transporte de pessoal, ele precisaria apenas de ser protegido com a blindagem adequada às necessidades do teatro de operações, sem nunca esquecer que é uma viatura que vai no máximo até STANAG-IV. Não é um tanque. Nunca poderá resistir a um disparo de uma arma moderna de 40mm por exemplo e será quase provavelmente destruida no caso de se deparar com um LGF (lança granada-foguete) moderno ou mesmo um RPG-7 que funcione, embora neste caso, os bons sacos de areia continuem a ter alguma eficácia, desde que possam carregar

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A aquisição de uma quantidade de Pandur-II foi vista por muitos como elevada, mas não podemos deixar de considerar que é provavelmente com as Pandur-II que o exército vai contar até que nós cheguemos à idade da reforma.
Creio que comprar uma quantidade maior de viaturas, permitiu baixar o preço. Noutras circunstâncias seria muito mais caro e já sabemos como é que funcionam os concursos em Portugal.
Tendo a plataforma, há muita coisa que pode ser feita. No que respeita à protecção. Mesmo em Portugal podemos criar soluções para proteger o operador da 12.7. E claro, pode ser colocada uma arma do tipo OWS, que nem precisa perfurar a viatura.
Temos que ver a versão Standard da Pandur-II não como um equipamento completo e pronto a usar, mas sim como um fato alinhavado, que é a base para se criar o fato definitivo, conforme as necessidades.
Cumprimentos