Estação de monitorização de ensaios nucleares na Graciosa inaugurada
A ilha Graciosa, uma das mais pequenas dos Açores, dispõe desde ontem de uma estação de infra-sons destinada a monitorizar ensaios nucleares, que integra uma rede mundial de segurança das Nações Unidas (ONU).
A infra-estrutura ontem inaugurada ficará encarregada de receber e registar dados, que serão depois transmitidos, via satélite, para uma central com sede em Viena de Áustria, no quadro da preparação do tratado sobre a proibição de ensaios nucleares.
“Os Açores revelam, deste modo, uma importância crescente nos domínios do desenvolvimento científico e tecnológico e de suporte e apoio à segurança mundial, assumindo, neste contexto, uma posição de destaque”, disse o secretário regional da Ciência e Tecnologia, José Contente.
A operação e manutenção da estação serão asseguradas pelo Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores, “a quem são sobejamente reconhecidas as suas competências técnico-científicas”, frisou o governante.
“Agora haverá que tirar o melhor partido e usufruto dos benefícios desta infra-estrutura, dignificante e emblemática para a região, no contexto dos acordos internacionais de manutenção de paz no mundo, mas, também, porque se revela potenciadora de qualificação técnico-científica e tecnológica avançada, com inerentes mais-valias para a comunidade científica regional e para a sua projecção no contexto nacional e internacional”, sublinhou José Contente.
O secretário regional anunciou ainda que está em preparação um “workshop” científico internacional, a realizar na Graciosa, no próximo ano, que deverá reunir perto de uma centena de cientistas, naquilo que considerou ser um prenúncio das potencialidades do turismo científico que se abrem à ilha.
“O governo regional reafirma que este projecto, e outros da mesma natureza, como o da Estação da ESA [Agência Espacial Europeia], em Santa Maria; o Pico-Nare, ligado a questões climáticas; o 'Green Island'; ou as futuras novas estações de geodesia e rádio-astronomia das Flores e Santa Maria, integradas na Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas Espaciais –, aproximam a nossa região de novos pólos de investigação e fazem dos Açores uma plataforma de cruzamento de saberes e experiências, que podem e devem ser transferidos para o desenvolvimento regional”, concluiu.
Ciência Hoje