ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.

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Edu

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1035 em: Novembro 29, 2013, 12:16:22 pm »
Pergunto eu aos entendidos se não teria sido mais eficaz investir os 30 milhões de indemnizações na construção do P362?

A marinha precisa, o país precisa e os trabalhadores pelo menos pelo que disseram na televisão também iriam gostar.
 

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miguelbud

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1036 em: Novembro 29, 2013, 02:05:01 pm »
Edu,

os ENVC tinham sempre de fechar, ou devolver os €181M de ajudas estatais. Foi isto que parou a privatizaçao.

Seria interessante saber se no caso espanhol o mesmo foi feito, pois a UE também detectou as mesmas situaçoes.
 

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Edu

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1037 em: Novembro 29, 2013, 02:23:36 pm »
Tinham de fechar porque? O facto de não poderem ser privatizados não significa que tivessem de fechar. Se se começasse a fazer uma gestão séria dos mesmos não tinha de fechar.
 

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miguelbud

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1038 em: Novembro 29, 2013, 04:08:47 pm »
Parece-me que está confuso.

Os estaleiros (enquanto empresa ENVC) tinham de fechar porque eram incapazes de cumprir as suas obrigaçoes. Quando isto acontece liquida-se a empresa e paga-se aos credores.

A privatizaçao permitiria a continuaçao da entidade empresarial como a conhecemos; o que está a acontecer é o encerramento de uma empresa, e a abertura de uma com o mesmo ramo de actividade. Os ENVC continuarao no mesmo lugar, com os mesmo equipamentos e alguns dos mesmos trabalhadores a fazer a mesma coisa, mas sob um nome diferente e um acionista que dificilmente será pior que o estado portugues.
 

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chaimites

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1039 em: Novembro 29, 2013, 06:39:22 pm »
Citação de: "miguelbud"
Edu,

os ENVC tinham sempre de fechar, ou devolver os €181M de ajudas estatais. Foi isto que parou a privatizaçao.

Seria interessante saber se no caso espanhol o mesmo foi feito, pois a UE também detectou as mesmas situaçoes.

 No caso Espanhol o Comissario  da Concorrencia, que por acaso é Espanhol, referiu que quem tinha que devolver as ajudas eram os Armadores que no fundo foram os beneficiados por comprarem navios abaixo do preço de mercado.
 
  Se analizarmos quem foram os clientes dos ENVC  nos anos referentes ãs ajudas ......temos  a Alemanha e o Estado Portugues..
  mais não vale a pena dizer, tirem as vossas conclusões.
 

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P44

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1040 em: Novembro 29, 2013, 06:46:34 pm »
o plano é o mesmo, há que destruir a concorrência por essa Europa fora para que o Reich triunfe

na Croácia passou-se o mesmo:


www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1457
Citar
"Por que a Europa quer impedir a Croácia de continuar a construir seus navios?” O engenheiro Duje Kovačić, funcionário há quarenta anos do estaleiro de Split, rumina a questão sem chegar a uma resposta. A integração europeia da Croácia pode, de fato, afetar a construção naval, uma das mais antigas tradições industriais do país. Com sua longa face marítima, a Croácia é um país de marinheiros, pescadores e... estaleiros que devem ser totalmente privatizados antes da entrada oficial da nação na União Europeia, que acontece no dia 1º de julho.

A Croácia contava com cinco estaleiros, cujas histórias remontam ao século XIX. De norte a sul, eram eles: Uljanik, em Pula; 3-Mai, em Rijeka; e os das cidades de Kraljevica, Trogir e Split. Essas instalações formavam a coluna vertebral da economia das regiões litorâneas. As embarcações construídas na Iugoslávia navegavam em todos os mares do mundo, e os estaleiros da região da Dalmácia rivalizaram durante décadas com os de Trieste ou Saint-Nazaire. A construção naval ocupava igualmente um lugar central no imaginário político da época socialista: o próprio Josip Broz Tito foi mecânico em Kraljevica nos anos 1920. Em Split, a história dos estaleiros se confunde com a da própria cidade. O famoso time de futebol de Hajduk era formado por trabalhadores navais, que decidiram juntar-seà resistência dos partidários comunistas a partir da anexação da Dalmácia à Itália fascista, em 1942.

Estaleiros vendidos ou falidos

A suspensão de qualquer subsídio público ao setor está estipulada no capítulo 8 (“Políticas de concorrência”) do tratado de adesão da Croácia, e a Comissão seguiu com a aplicação das “reestruturações”. Mas a privatização se revelou muito mais difícil do que o previsto, seja pelas dívidas, subestimadas, ou pelos potenciais compradores, desencorajados pela obrigação de assumir 40% dos custos de reestruturação.2 “Em todo o mundo, o poder público auxilia a construção naval. Na Itália, os estaleiros de Fincantieri são inteiramente controlados pelo setor público; na França, o Estado permanece acionista minoritário dos principais estaleiros, como a STX France. Mesmo na Coreia do Sul, líder mundial do setor, o Estado subvenciona a construção de navios. Aquilo que é aceito em outros países agora se torna proibido para a Croácia, em nome da integração europeia”, entoa Zvonko Šegvić, presidente do Sindicato dos Estaleiros Navais de Split.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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mafets

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1041 em: Novembro 29, 2013, 10:27:35 pm »
Citação de: "Edu"
Pergunto eu aos entendidos se não teria sido mais eficaz investir os 30 milhões de indemnizações na construção do P362?

A marinha precisa, o país precisa e os trabalhadores pelo menos pelo que disseram na televisão também iriam gostar.

Cada NPO tem um custo acima dos 50 milhões pelo que aos 30 milhões ainda seria acrescentada mais verba na ordem de pelo menos 20 milhões. (http://pt.wikipedia.org/wiki/NRP_Viana_do_Castelo)


Citação de: "miguelbud"
Edu,

os ENVC tinham sempre de fechar, ou devolver os €181M de ajudas estatais. Foi isto que parou a privatizaçao.

No mínimo é estranho que um Ministro da Defesa que terminou todo um conjunto de contratos que vão desde empresas como a GDLS à Wass, passando pela saída do desenvolvimento do A-400 e do Nh-90  com perdas a rondar os 150 milhões e litigios em tribunal que podem acerretar valores ainda maiores não tenha sequer tentado "bater o pé" à UE (http://sol.sapo.ao/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=73596), assim como à EADS ou à Ferrostaal (... :cry:

Cumprimentos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1042 em: Novembro 29, 2013, 11:47:58 pm »
Eu acho que favorece bem mais a económia de um país investir 50 milhões para manter empregos do que 30 milhões para despedir, além de que estes 20 milhões a mais se iriam traduzir num novo navio que iria permitir poupar muito dinheiro ao longo do tempo ao substituir mais uma corveta em fim de vida.

São escolhas não é verdade?

Ao contrário do que aqui foi afirmado que acabar com os ENVC era a única hipotese, eu volto a dizer que se o governo verdadeiramente quizesse os estaleiros voltavam a ser viáveis e não era preciso fechar.

Uma encomenda de outro NPO, levar a encomenda dos navios para a venezuela a sério e obrigar os Açores a aceitar o Atlantida por metade do preço e os estaleiros voltavam a entrar nos eixos.


E essa dos fundos estatáis era a coisa mais facil de resolver, bastava dizer que em vez de 50 milhões cada NPO tinha custado 150 milhões. E pronto o estado tinha 200 milhões a pagar aos estaleiros, liquidava-se a divida de 180 milhões e o estado ainda podia por mais 20 milhões nos estaleiros. Isto era tudo uma questão de vontade. Se em espanha eles disseram que eram os armadores que tinham de pagar os fundos estatais aqui ainda era mais facil por uma factura maior nos NPO's. Ou então se no preço dos que estavam contractados não se podia mexer a marinha encomendava um NPO por 180 milhões de euros e ficavam os fundos devolvidos. Em tanta falcatrua que se faz por essa europa fora esta era a mais facil de fazer.
 

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mafets

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1043 em: Novembro 30, 2013, 12:38:01 am »
Existem 2 pontos verdadeiramente trágicos em todo este imbróglio: São os 23 milhões de euros (30 milhões das indeminizações-7 milhões da concessão) que o contribuinte mais uma vez tem de pagar e a secessão do contrato que deixa pelo caminho os restantes NPO.



Infelizmente os maior parte dos políticos portugueses e europeus são incompetentes e incapazes, principalmente no que diz respeito a uma industria de defesa que poucos debatem seriamente e ainda menos conhecem os contornos do sector. Na noticia postada pelo P44 vemos que a maioria dos estaleiros europeus e internacionais vive dos contratos adjudicados pelos respectivos governos e dos investimentos estatais. Durante décadas deram prejuízo e receberam encomendas das Marinhas Nacionais de navios diversificados como porta-aviões, LHA, cruzadores e fragatas, até atingirem viabilidade de maior parte dos casos.




Mas em Portugal o Aguiar Branco queixa-se de prejuízos de verbas inferiores aos milhões que vai pagar de indemnizações e com alguns contratos adjudicados num governo do seu próprio partido e quando o Paulo Portas estava à frente da defesa.
Podia-se ter feito como o  Brasil um negócio de ocasião e adquirido patrulhas (que possivelmente ficariam mais baratos) mas decidiu-se investir 500 milhões num contrato que acaba com 2 NPO entregues por um estaleiro que formalmente acabou.


Portanto é tudo uma questão de opção. Esta de relançar a industria de defesa portuguesa teve um mau fim com o contribuinte a ser lesado exactamente nos mesmos 180 milhões de ajudas estatais não contestadas e que deveriam ser devolvidas a Bruxelas por supostamente financiamento indevido. Dos contratos iniciais uma boa parte deles ficou pelo caminho entre denuncias, secessões e términos.  :cry:  

Cumprimentos
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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1044 em: Novembro 30, 2013, 07:39:03 pm »
Segunda-feira eu sou o primeiro a bater à  porta da secretaria para assinar a rescisão!
  Quero ver-me livre de toda esta loucura.
  Não dá para aguentar mais!
  O futuro...........a Deus pertence!
 

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mafets

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1045 em: Novembro 30, 2013, 08:05:08 pm »
http://m.expresso.sapo.pt/inicio/modal/destaques/artigo/843596

Entre 23 milhões a 485 milhões pode custar aos contribuintes todo este processo. Sem comentários... :shock:  :evil:
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Cabeça de Martelo

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1046 em: Dezembro 04, 2013, 06:31:43 pm »
DCIAP está a "analisar" processo dos estaleiros de Viana do Castelo

 :roll:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1047 em: Dezembro 04, 2013, 07:28:35 pm »
http://noticiasonline89.com/2013/12/02/ ... staleiros/

Exmo. Sr. Ministro da Defesa, Digníssimo Sr. Dr. Aguiar Branco,



Se Vexa Sr. Ministro não se importar eu fico com os Estaleiro Navais de Viana do Castelo. Bem sei que já estou a chegar um pouco atrasado em relação ao suposto concurso mas não sabia que o negócio era para ser feito dessa forma. Sendo assim, também quero!

Eu já tinha ouvido comentar de outros negócios que o seu governo tem promovido de igual forma muito interessantes. Muito interessantes para quem fica com as coisas, entenda-se, não para Portugal e para os Portugueses. Ora como eu também sou portador do mesmo espírito de sacrifício que esses beneméritos que têm feito o favor de ficar com o património dos Portugueses desta vez dou eu o passo em frente e repito, se Vexa não levar a mal, eu fico com os estaleiros.

Pode perguntar o Sr. Ministro o que é que eu entendo de construção naval. Repondo com todo o gosto, até lhe agradeço a pergunta. Sei tanto quanto a Martifer, andámos a estudar o tema no mesmo sítio. Onde? Em lado nenhum Sr. Ministro, não entendemos mesmo nada de construção naval mas isso certamente não será impeditivo para que eu fique com os estaleiros, se para eles não é, mutatis muntandis, para mim também não pode ser.

Vamos então aos números Sr. Ministro, vamos ver como estão as contas dos candidatos. A Martifer tem um passivo que ultrapassa os 378 milhões de Euro, o meu é francamente inferior. A não ser que o seu critério seja eleger o maior devedor aqui ganho eu, devo muito menos.

O Sr. Ministro quer que quem fique com os estaleiros lhe pague 7 milhões até 2031, qualquer coisa como 415 mil Euro por ano ou, para ser picuinhas, uma renda mensal de 32.000 Euro. Está certo, aceito estes valores e até lhe faço um agrado que mais adiante explicarei.

O Sr. Ministro fica com os ossos do estaleiro ou seja paga do seu bolso, salvo seja, paga do bolso dos otários dos Portugueses os 450 milhões de euros que os estaleiros têm de passivo, resolve aquele questão chata do navio Atlântida e da divida que todos os dias aumenta por estar a ocupar uma doca no alfeite. É simpático da sua parte resolver estes problemas. Pessoalmente fico muito agradecido por me livrar dessas dores de cabeça que só me iam incomodar e preocupar.

Os trabalhadores que actualmente estão ao serviço dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo fará o Sr. Ministro o favor de os despedir e pagar o que houver a pagar, não é verdade? Parece que Vexa está a contar estoirar mais uns 30 milhões nisso. Uma vez mais muito lhe agradeço a gentileza e retribuo de imediato.

Diz a Martifer que depois do Sr. Ministro despedir 600 trabalhadores eles contratam 400. Pois olhe Sr. Ministro, eu sempre achei que não vale a pena ser mesquinho e que a sua gentileza deve ser compensada. Assim sendo digo-lhe já que pode chamar a comunicação social e informar que eu contrato 450 trabalhadores, pode dizer que a sua intervenção permitiu um acréscimo de 50 postos de trabalho em relação aos 400 prometidos pela Martifer. Portanto um total de 450 postos de trabalho novos, nas suas palavras.

O Sr. Ministro deve ter-se rido à brava com essa piada não foi? Então o Sr. atira para o desemprego 600 pessoas e depois vem dizer que o seu negócio gerou postos de trabalho? Ehehehe essa foi de mestre!

Mas Sr. Ministro, em relação aos postos de trabalhos que vou criar, vou pagar a todos o salário mínimo nacional, independentemente do nível profissional ou salarial que tinham anteriormente, levam com o mínimo e já vão com sorte. Aliás se o Sr. e os seus colegas do governo fizerem o favor de baixar esse valor, como andam com vontade de fazer, fico, uma vez mais, agradecido.

Quase a terminar quero agradecer o facto de o Sr. Ministro deixar o vencedor desta espécie de concurso ficar com as encomendas já realizadas e, para não ir mais longe aquela da Venezuela no valor de 128 milhões. Calculando assim por alto uma margem de 20%… Já sei o Sr. Ministro quer ser mais modesto e falar de 10%. Olhe partimos ao meio, pode ser? Falemos de 15%. A encomenda da Venezuela vai deixar um lucro estimado de 20 milhões.

Lembra-se de eu ter mencionado que mais adiante voltava a falar dos 7 milhões de renda que o Sr. Ministro quer que sejam pagos em 18 anos?Pois bem, fique a saber que eu gosto de ser simpático e proponho pagar esses 7 milhões na totalidade assim que receber o dinheiro dos Venezuelanos. Parece-lhe bem? Assim evitamos andar com pagamentos todos os meses e o Sr. fica logo com o dinheiro, pode-lhe dar jeito para contratar para si, ou para algum dos seus colegas, mais uns assessores.

Não posso deixar de reconhecer como ficaria satisfeito com o facto de ganhar este concurso. Já reparou que assim de repente já tenho um lucro de 13 milhões? Bem melhor que jogar no euromilhões, não gasto os 2 euro, e ainda recebo mais, é que se no jogo me saírem os 15 milhões a Lady Swap palma-me logo 3, fico só com 12… Prefiro mesmo apostar em ficar com os estaleiros.

Recapitulemos as razões que me deixam em vantagem em relação à Martifer:

Eu não entendo nada de construção naval. Eles também não;
Eles têm um passivo brutal. O meu é bem mais modesto;
Eles aceitam que o Estado fique com os ossos todos. Também não me oponho;
Estamos todos de acordo que o Estado é que vai tratar de despedir os trabalhadores;
A Martifer diz que vai criar 400 postos de trabalho. Eu garanto 450;
A Martifer paga a renda em 18 anos. Eu pago a totalidade assim que receber o pagamento da encomenda em carteira
Parece-me Sr. Ministro que a minha candidatura é bem mais séria e forte que a da Martifer. Seguramente Vexa não vai ter nenhuma dúvida na escolha.

Diga lá, se faz favor, quando é que posso tomar posse dos estaleiros?
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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1048 em: Dezembro 05, 2013, 12:52:01 pm »
Lindo!  :twisted:
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.
« Responder #1049 em: Dezembro 07, 2013, 02:49:52 am »
para ajudar à "festa".......  :shock:

http://economico.sapo.pt/noticias/preto-no-branco_183160.html

Citar
Está a tornar-se um hábito: desta vez foi o ministro da Defesa, Aguiar- Branco, que foi apanhado a mentir ao Parlamento e ao País sobre o caso dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

E o pior é que uma leitura atenta da comunicação da Comissão Europeia sobre as alegadas "ajudas de Estado" (Jornal Oficial da União Europeia, de 3-4-2013) mostra que a mentira de Aguiar-Branco é ainda maior do que parece.

Aguiar-Branco quis vender ao País, para consumo no combate partidário, uma versão panfletária sobre a situação dos Estaleiros: entre 2005 e 2011, garantiu ele, o malvado Governo anterior, para além de ter assegurado contratos para a construção de navios asfalteiros para a Venezuela, teria concedido aos Estaleiros de Viana do Castelo cerca de 182 milhões de euros de "ajudas de Estado" que a Comissão Europeia tinha considerado "ilegais". Segundo o ministro, essa decisão da Comissão inviabilizou não só o cenário de reestruturação da empresa como também o próprio cenário de privatização, forçando a adopção do actual modelo de subconcessão dos Estaleiros a um privado (com prévia liquidação da empresa e despedimento de todos os trabalhadores).

Acontece que a comunicação da Comissão Europeia, publicada no Jornal Oficial, esclarece, preto no branco, que nada disto é verdade: nem a Comissão Europeia tomou qualquer decisão final sobre o assunto (exprimiu apenas dúvidas e conclusões provisórias, convidando Portugal a apresentar as suas observações), nem o Governo anterior concedeu 182 milhões de euros de alegadas ajudas de Estado. Mais: o documento da Comissão Europeia revela que foi o próprio Aguiar-Branco que, já em 2012, concedeu a maior parte (!) dessas ajudas, num valor de quase 102 milhões de euros. A Comissão vai até mais longe e revela que o ministro Aguiar-Branco lhe apresentou um pacote adicional de medidas de "auxílio à privatização", de valor superior a 170 milhões de euros, medidas essas que, segundo a Comissão, "se implementadas na forma actualmente prevista", configurariam igualmente "um auxílio estatal". Tudo somado, o ministro Aguiar-Branco, que gosta de aparecer de dedo em riste, seria afinal responsável por um programa de mais de 270 milhões de euros de ajudas de Estado alegadamente ilegais aos Estaleiros de Viana do Castelo!

Mas o documento da Comissão Europeia contém duas outras revelações importantes que têm passado despercebidas. Em primeiro lugar, a Comissão revela que abriu o processo de investigação sobre as alegadas "ajudas de Estado" a 5 de Outubro de 2012, na sequência de um "breve memorando" que o actual Governo enviou informalmente para Bruxelas, por correio electrónico, dois dias antes, no dia 3. Segundo a Comissão, esse memorando versava "sobre as medidas estatais que procuram maximizar as receitas provenientes da privatização" dos Estaleiros. Quer dizer: é totalmente falso que a reestruturação da empresa tenha sido inviabilizada pelo contencioso sobre as ajudas de Estado. Pelo contrário, o processo relativo a este assunto só foi aberto em Bruxelas já depois de o Governo ter abandonado a reestruturação e optado pela privatização.

Em segundo lugar, a própria Comissão Europeia admite nesta comunicação que, em certas circunstâncias, os auxílios estatais até podem ser considerados compatíveis com o mercado interno mas para isso é preciso que o Estado-membro apresente "as possíveis razões da compatibilidade", que neste caso apenas poderiam estar associadas à "reestruturação de empresa em dificuldade". Sucede que a Comissão se viu obrigada a registar que as autoridades portuguesas "não forneceram quaisquer possíveis razões para a compatibilidade" com o mercado interno, nem "quaisquer elementos" que levem a considerar que estamos perante "um auxílio à reestruturação". E percebe-se porquê: a verdade é que o Governo nunca quis reestruturar esta empresa pública. O que o ministro Aguiar-Branco apresentou em Bruxelas foi outra coisa: uma batelada de "auxílios à privatização".