Isso é uma grande suposição.
Está algum país para comprar PC-21 em breve?
Recebemos alguma proposta para fazer essa compra em conjunto?
Alguma vez Portugal comprou aeronaves em conjunto com outros países? Não.
Até ao homem aterrar na Lua, alguma vez tinha algum homem aterrado lá? Então mas vamos usar lógica da batata de "se nunca aconteceu, então é impossível"?
Ainda à dias foi postado aqui que a Espanha ia comprar mais PC-21.
Não é incomum compras conjuntas entre países, precisamente para tornar as coisas mais baratas. E claro que ninguém nos vai propor isso, se não formos nós a propor. Somos os piores pagadores da Europa, e complicamos tudo o que é programas, ninguém virá a correr ter connosco.
Directamente para a logística não interessa que paises mais perto ou mais longe operem a mesma aeronave, especialmente de treino que nunca vão sair do país, não é a FA Espanhola ou Francesa que fornece a logística da FA portuguesa, são as empresas que produzem as peças que as fornecem. A França deixou de operar o helicóptero Alouette III muito mais cedo que nós, mas enquanto a fabrica forneceu peças não nos afectou, o que pode influenciar é, quantos mais utilizadores mais peças se produzem, e peças mais baratas, e quanto menos utilizadores, menos peças se produzem, e peças mais caras.
Ah pronto, fico muito mais descansado em saber que décadas de planeamento dentro da NATO, para tentar uniformizar ao máximo o uso de equipamento e munições, afinal foi para nada, porque não faz diferença nenhuma.

Realmente, receber sobressalentes do outro lado do Atlântico em quantidades baixíssimas porque ninguém na Europa usa o dito aparelho, é muito mais fácil do que receber peças sobressalentes vindas daqui do lado, de uma encomenda maior para uma aeronave mais amplamente usada.
O governo diz que é prioritário.
O mesmo Governo que cativa verbas da manutenção das FA? Se há coisa que o Governo não tem, é credibilidade para dizer o que é ou não prioritário.
Mais vale dizeres mesmo: consideram prioritário, porque é o "flanco" mais barato onde intervir, e que traz vantagens "bilaterais" ($$$ nos bolsos).
Realmente é irónico, o mesmo Governo que diz que o Atlântico é de enorme importância, mas que não consegue ter uma Marinha digna para o defender e patrulhar, já arranja dinheiro para comprar meios dedicados para o Sahel.
Isso é uma suposição ou tem algum fundamento que suporte essa incompatibilidade?
Por exemplo, se o ST for capaz de operar bombas guiadas, pode servir para os pilotos treinarem procedimentos...
Suposição é dizer que lançar bombinhas e disparar dos canhões do ST e do F-16 é a mesma coisa, e que por milagre, ter o ST armado, vai tornar a formação mais barata porque podem executar treino de armas no ST em vez dos F-16.
É começar a fazer continhas, de quantas horas cada piloto teria que fazer para treino com armamento nos ST. Fazer as contas de quantos pilotos de F-16 se formam por ano.
Esse piloto nunca diria algo assim, pois antes de lançar armas tem que saber voar com o avião. O que se está aqui a dizer é que podem fazer parte do treino de emprego de armas, tal como faziam nos Alfa Jet.
Mas qual o tamanho dessa "parte" do treino de emprego de armas? Isso é que quero saber. Substitui ou não as horas que o piloto terá que fazer na mesma nos F-16?
Então e se viessem os PC-21 e os helis armados também iam ter de arranjar pilotos e mecânicos para eles.
Eu já disse isto uma vez, mas posso me ter explicado mal. Se tivermos duas esquadras de voo, vai sempre absorver mais pessoal que apenas uma, mesmo que seja grande.
Vou tentar dar uns exemplos simples.
Com o ST podemos ter dois grupos de pilotos/mecânicos, os que estão em Portugal, onde se podem incluir pilotos instrutores, e o grupo que anda lá para África, onde alguns dos pilotos podem ser instrutores, mas neste caso a desempenhar funções operacionais, neste caso, todos os pilotos e mecânicos podem ser empenhados em missões operacionais.
Com a dupla PC-21 e heli armado temos que ter, pilotos e mecânicos de PC-21, e dois grupos de pilotos e mecânicos de helicóptero armado, não pode existir apenas um grupo permanente destacado, também tem que rodar, neste caso temos de ter um grupo a mais, o grupo de pilotos/mecânicos do PC-21 e nem tem utilidade operacional.
Os helicópteros, é para serem adquiridos na mesma (ou a compra do ST bloqueia a vinda dos tão necessários helicópteros de evacuação? Continuem a dar tiros no pé que eu gosto).
Ao serem adquiridos os helicópteros, com ou sem ST, estes serão adquiridos para serem destacados, seja na RCA ou outro TO africano, seja a bordo de algum navio para missões civis ou militares, seja no flanco Leste da NATO, seja onde for. As aeronaves, o treino de pilotos e pessoal de terra, servem para um número enorme de missões (tal como acontece com a maioria das outras esquadras da FAP). Em contraste, o ST é inútil para todos os TOs, excepto em contra-terrorismo/contra-insurgência.
O PC-21, sendo reconhecidamente a aeronave de treino mais versátil entre os dois, podia substituir tanto o Alpha Jet como o TB-30, reduzindo a nossa "força" de aeronaves de treino a hélice de 3 (Chipmunk, TB-30, ST) para 2 (TB-30 que por ser mais novo tomava o lugar do velhinho Chipmunk, PC-21). Menos uma linha logística, menos pessoal de terra especializado na manutenção de uma aeronave.
Virão dizer "ah mas se o PC-21 pode substituir o TB-30 e AJ, então o ST também". Talvez sim, talvez não, mas é considerado demasiado caro e complexo para esse fim. E dado que o ST terá missões de combate na sua "agenda", isto obrigaria a que se comprassem ainda mais ST. Era engraçado, uma FAP sem dinheiro, comprar 20 ST, a custo de parte da frota de F-16, ou dos hélis de evacuação. Depois não chorem!
O ST não é alternativa a um helicóptero armado. O helicóptero armado pode ser alternativa a um turboprop para COIN.
A razão principal para a Suécia não comprar o ST é simples e fácil de perceber e chama-se T-7, que tem participação da Saab.
Sim, e qual é o plano da FAP, conta-nos lá? Não passa ainda pelo sonho de ST + M-346 ou similar? Ou uma escola internacional com parceiros europeus, cuja compra do ST apenas complica esta situação, por ser um modelo completamente diferente dos já usados na Europa?

O lightning já respondeu, mas volto a repetir, até porque a ministra da Defesa o repetiu na última Comissão de Defesa Nacional: a estabilização do Sahel é uma prioridade para Portugal e Portugal está em todas as missões da UE no Sahel
Citar gente sem qualquer credibilidade, vale zero. A "prioridade" é o Sahel, porque sai barato e é na maioria das vezes financiado, e dá para parecer bem lá fora. A nossa real prioridade, começa desde logo pela segurança no Atlântico, para o qual estamos muito mal equipados, e com défice em coisas tão simples como a manutenção dos meios para este fim (ver caso dos patrulhas da Marinha, ou dos Merlin a ser canibalizados na FAP).
Ignorar as lacunas existentes, para as missões básicas das FA, para depois ir comprar um meio específico para uma missão específica, é só estúpido e irracional. "Ah mas o general francês disse", sim, disse que eram úteis para os TOs em África, e no entanto a França, que tem muito mais dinheiro que nós, e umas FA muito mais completas e competentes, não os vai comprar de propósito, deixando para os outros essa "decisão". Vamos ser nós, os ricaços, a fazê-lo vá-se lá saber porquê.
Dica: os helicópteros de evacuação (cuja quantidade devia ser elevada dos 5/6, para uns 10), permitiam, além das missões militares, nas quais se incluem apoio aéreo às FND, podiam ainda complementar os Merlin para SAR, permitindo libertar alguns Merlin (nomeadamente os CSAR) para missões militares.
Não sou eu que o digo, mas pilotos com o curso Tactical/Weapons Instuctor, tanto de caças como de helicópteros: asa fixa a hélice é o meio mais adequado para COIN em cenários como o Sahel, devido a custo, endurance, velocidade e capacidade de armamento principalmente.
Pois, mas como nós não somos uma potência, com dinheiro para gastar em meios específicos para cada missão, não faz sentido nenhum querer o "meio mais adequado para COIN" em detrimento de meios mais versáteis, que desempenhem a missão COIN suficientemente bem e ainda desempenham várias outras missões dentro e fora do TO em questão.
Quanto às qualidade incomparáveis do ST, é tudo muito bonito, até começarmos a desmistificar a coisa:
-custo? UCAVs são mais baratos
-endurance? UCAVs têm mais
-velocidade? caças a jacto ganham fácil
-capacidade de armamento? caças a jacto, helicópteros de ataque levam mais, um bom UCAV leva o equivalente
Conclusão? O ponto forte do ST não é nenhum dos mencionados acima, mas sim poder ser usado a partir de pistas semi-preparadas, e só depois disso, é que algumas das suas capacidades (como Endurance e Velocidade) vêm ao de cima, pois os meios que se superiorizam ao ST nestas capacidades, precisam de pistas em condições.
Mas aqui estamos a falar de contextualizar as coisas para dar vantagem ao ST, algo que pode mudar se: o local de onde operam os ST fosse atacado, ou se a distância deste local à área de missão for tão grande, que é preferível ter helicópteros a 1/2 ou 1/3 da distância para dar apoio aéreo. E como o mundo não é só o Sahel, as vantagens do ST podem facilmente não existir em qualquer outro TO.