zecouves ->
Não é uma questão de manuais. O que está escrito está escrito. O mais problemático é o que se diz e muitas vezes conseguem-se obter informações através de pequenos detalhes inocentes.
Mesmo em Portugal, temos gente especializada em fazer isso. E temos desde os anos 60.
Na Guiné e creio que em Moçambique, os soldados portugueses eram acordados de noite, com gritos dos "turras".
Eles chamavam pelo soldado Luis, de uma aldeia de Bragança (por exemplo).
Aos berros, diziam que a mulher dele andava metida na cama com o António que morava ao lado da igreja (mais uma vez isto é para dar apenas um exemplo).
«Andas aqui metido na mer** enquanto a tua mulher anda a ser montada lá em tua casa»
Quando se perguntava ao Luis se havia algum António a morar ao lado da igreja, muitas vezes sabia-se que sim. A história era mentira, mas os soldados, longe de casa, sem comunicações e apenas com cartas que eram censuradas, não tinha como saber se era verdade.
O inimigo, conseguía em Portugal dados sobre a vida dos militares, sabia onde eles estavam e conseguía afectar psicologicamente a tropa no mato a milhares de quilómetros de distância.
Você acha que isto tinha alguma coisa a ver com os manuais ?
Absolutamente nada. Isto tinha a ver com simples recolha e cruzamento de informação.
Que estrutura em Portugal tinha capacidade, minucia e organização para recolher estes dados?
Que cada um pense com a sua própria cabeça...
Mas o problema levantado pelo tyr, é um problema efectivo e mais complexo que o que pode parecer à primeira. Não é paranoia é apenas uma questão de segurança.
No entanto não podemos correr o risco de chegar à paranóia, porque infelizmente nas forças armadas, algumas vezes a segurança serve mais para esconder os podres que para proteger legitimamente a segurança dos militares portugueses que podem de alguma forma ser afectados.
Não nos preocupemos, pelo menos por estes lados...
Cumprimentos