Dou-lhe outra, de graça, esta vinda de um BGen. Durante a apresentação da SCAR em Mafra, um excelentíssimo, digníssimo e mui nobre BGen do Exército Português, pegou na dita cuja, pô-la ao seu lado na típica posição de "sentido" como com a G3, e declarou, para todos os que o ouviam, que "a SCAR não presta para nada, esta merda nem para a ordem unida fica bonita, é curta demais e não dá jeitinho nenhum".
Provavelmente esse BGen. nem sabe diferenciar (ou explicar) os sistemas de funcionamento da G3 ou da SCAR e como essas diferenças técnicas influenciam cada um dos designs.
A ignorância de muitos militares sempre foi uma das coisas que mais me surpreendeu na nossa "tropa".  As historinhas da carochinha, a total ignorância sobre a história militar ou sobre os aspectos técnicos, etc. etc.   E o maior problema nem á a ignorância - todos somos ignorantes e não temos culpa de não saber aquilo que nunca tivemos oportunidade de aprender.
Um conhecido contava-me histórias do tempo que ele passou na Guiné.  Era um senhor já idoso, como é óbvio, por isso eu tinha sempre algum cuidado na forma como o deveria "contrariar" quando me contava coisas que não faziam sentido nenhum.  Só vos dou dois exemplos;
Numa conversa (na altura em que os SEALs apanharam o Bin Laden em 2011) ele diz-me que foram os portugueses que "inventaram as forças especiais".  Tudo o resto das FE europeias e americanas que conhecemos hoje vieram dos ensinos e doutrina dos comandos portugueses em África.  Deixei-o falar e depois perguntei inocentemente;
"Mas, ó Mário, então não havia forças especiais na Segunda Guerra Mundial?  Os Fallschirmjäger alemães, o SAS Inglês, os Rangers americanos?..."
Resposta dele?  Ficou a olhar para mim com um olhar completamente vazio...  Ele não fazia ideia do que eu estava a falar.  
Noutra altura contou-me peripécias de combate na selva e, a dada altura, fala sobre as granadas de mão.  Dizia que as granadas só explodiam quando... detectavam corpos humanos.
Abanei a cabeça e nem respondi. 
Conclusão.  Muita malta só repete disparates que lhes contam na recruta ou parecido.  Provavelmente alguém disse-lhe (na tanga, penso eu) que as granadas tem "detectores de corpos humanos" e ele, passadas décadas, continua a repetir o mesmo disparate.  
E não há nada de novo ou especialmente negativo nisto.  Acredito que todos nós por vezes também repetimos mitos e histórias infundadas - até a imprensa especializada cai nesse erro.
Quantas vezes já leram a treta de que eram precisos 5 tanques 
Sherman para neutralizar um 
Panther?
Que a grande falha da M1 
Garand era o som (ping!) quando a última bala do clip era disparada e denunciava ao inimigo que tinha acabado a munição?
Se calhar até já deve existir um tópico sobre mitos aqui no fórum.