O Iberismo, o Europeísmo e a sobrevivência de Portugal

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« Responder #30 em: Maio 29, 2004, 12:17:08 pm »
O exemplo da unificação alemã é bastante elucidadativo, o problema para os centralistas europeus, é que além da diversidade histórico-cultural, existe a globalização, que diminuiu sustancialmente a importância e o impacto da moeda única. A facilidade com que se movimentam capitais, basta ter um computador ligado à Internet, não estava nas previsões dos pais do euro.
Há um problema ainda maior para a Europa, que é a demografia. O envelhecimento da população, conjugado com a emigração maciça de populações não europeias, nomeadamente islâmicas, está a modificar substancialmente os equilíbrios políticos internos de muitos países e irá certamente ter impacto a nível da UE.
 

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C. E. Borges

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« Responder #31 em: Maio 29, 2004, 05:15:30 pm »
Se se quiser tentar perceber a "camisa de onze varas" em que navegamos na actual UE, pode ler-se com proveito o escrito do Engº João Cravinho no DN de hoje. A combinação do número de Estados-membros com o peso demográfico relativo de cada um deles, e a respectiva distribuição de votos e dos poderes de decisão pelos órgãos comunitários, parece a ilustração do «gato de Shrödinger».
Tanto, que a 15 dias das eleições para o PE, nada está definitivamente clarificado, e julgo saber que os «Grandes» pretenderiam que o seu resultado constituísse uma ratificação do "Tratado Constitucional". Em tudo e por tudo, uma ocasião por excelência para simplesmente... não votar. Aliás, nem se percebe qual é o verdadeiro «objecto» da votação. A menos que se trate, como diria o nosso Solnado, da «altissíma arte de representar a representação».
 

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papatango

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« Responder #32 em: Maio 29, 2004, 05:47:07 pm »
Citação de: "C.E.Borges"
Em tudo e por tudo, uma ocasião por excelência para simplesmente... não votar. Aliás, nem se percebe qual é o verdadeiro «objecto» da votação.


Aqui, permito-me discordar. Não votar é uma "não opinião". Pode ser entendido, ou confundido com desinteresse e desmazelo.

Quem acha que as eleições europeias são uma inutilidade, em que nos pedem para que colaboremos no sentido de legitimar uns quantos senhores que ajudarão objectivamente a destruir o país, podemos sempre votar em branco, como protesto.

Em democracía, não há forma melhor de expressar revolta, de uma forma democrática - dizendo aos senhores que nos "governam", que acreditamos na democracía - mas que não acreditamos que quem nos governa mereça o voto, do que o voto em branco.

Cumprimentos.
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C. E. Borges

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« Responder #33 em: Maio 30, 2004, 12:48:43 am »
A sua intervenção, «papatango», remete quase formalmente para uma aturada e longa discussão acerca do nosso sistema democrático. E para uma procura de eficácia consequente, que sancionasse os nossos «representantes», não apenas do ponto de vista político, mas também severamente disciplinar. Mesmo agora apelam ao voto cego, com prejuízo de um voto livre e esclarecido. O nosso sistema democrático, é uma moribunda obsolescência. A «Europa», uma doce fantasia, com data marcada para a amargura. Palpites...
 

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emarques

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« Responder #34 em: Maio 30, 2004, 01:31:35 am »
O que me está a custar nos discursos dos partidos em relação à eleição europeia é a retórica do "cartão amarelo ao governo". As eleições europeias não deviam ter nada a ver com a política interna em Portugal ou com o desempenho do governo, e é irresponsável dos líderes dos partidos criar a sensação de que a única relevância das eleições para o parlamento europeu é criticar a coligação do governo, ou apoiá-la. Em vez de nos explicarem porque é que a presença deles no Parlamento Europeu é melhor que a dos outros, basicamente dizem que a presença deles é irrelevante e o que importa é criticar o governo... É verdade que isto foi sempre assim, mas não deixa de ser um disparate só por ser um disparate repetido muitas vezes.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
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JNSA

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« Responder #35 em: Maio 30, 2004, 11:19:54 am »
Citar
O que me está a custar nos discursos dos partidos em relação à eleição europeia é a retórica do "cartão amarelo ao governo". As eleições europeias não deviam ter nada a ver com a política interna em Portugal ou com o desempenho do governo, e é irresponsável dos líderes dos partidos criar a sensação de que a única relevância das eleições para o parlamento europeu é criticar a coligação do governo, ou apoiá-la. Em vez de nos explicarem porque é que a presença deles no Parlamento Europeu é melhor que a dos outros, basicamente dizem que a presença deles é irrelevante e o que importa é criticar o governo... É verdade que isto foi sempre assim, mas não deixa de ser um disparate só por ser um disparate repetido muitas vezes.


Concordo, emarques, mas nesse caso o que é que levará o Governo a basear a sua campanha na responsabilização do PS pelo défice, e o PC pelos problemas no SEF?  :oops:

Ninguém sai ileso nesta política de desinformação em que as europeias se estão a tornar (recordo que o PSD fez o mesmo nas últimas autarquicas, em que se discutiu mais o "país de tanga", do que as pessoas que ficariam à frente das autarquias... :evil:  )
 

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emarques

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« Responder #36 em: Maio 30, 2004, 02:15:09 pm »
Claro, tão maus são uns como os outros. Não se procure aqui apologias da coligação, que eles fazem o mesmo. Só queria dizer que seria refrescante ter um partido que fizesse campanha para para as europeias com a discussão de assuntos europeus. Isto, ouvir um líder partidário a dizer a outro "Que boa ideia, nunca tinha pensado nisso, vou pôr o meu partido a votar a favor", e conhecer o Pai Natal são coisas que acharia interessante. Acho que a que é mais provável é a última...
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papatango

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« Responder #37 em: Maio 30, 2004, 07:39:24 pm »
Caro Ferrol, não me foi possível apresentar a minha visão sobre os seus ultimos comentários, mas aqui vão.

Relativamente ás questões levantadas pelo Ferrol no que diz respeito á forma de interpretar um texto ou uma posição, naturalmente tenho que aceitar que não estando em Portugal, não terá (eventualmente) uma noçao mais exacta de toda a realidade.

Quando um cidadão português profere discursos, que quando vistos num contexto histórico, não podem ser considerados nada mais que “disparates”, exactamente porque vão contra a realidade histórica, então eu hei de fazer o quê?

Faz-me lembrar aquela afirmação de que os Portugueses só têm pré-conceitos relativamente aos espanhois por causa das elites que são anti-espanholas.

Esta tese é consideráda válida por alguns circulos em Espanha. No entanto, o simples estudo superficial da nossa História demonstra EXACTAMENTE o CONTRÁRIO. Foram sempre as elites que foram pró castelhanas/espanholas.

Se me aparece um senhor Vasconcelos a dizer coisas como estas, baseando as suas afirmações e  as conclusões que tira, em factos que propositadamente distorce, então tenho que concluir que as conclusões do texto, estarão INEVITAVELMENTE erradas, porque contraríam a realidade factual conhecida.

Isto, naturalmente não implica que quem refere o texto produzido, tenha a obrigação de o entender no seu conjunto.

Um aparte no que respeita á questão aérea:

O espaço aéreo português é enorme. Não inclui apenas Portugal-continental, mas também uma parte muito considerável do Atlântico e vai mesmo até sul, até á Madeira e próximo das Canárias. Faz fronteira com o espaço aéreo controlado desde MAdrid e com o espaço aéreo controlado desde Nova Iorque.

O céu-único é uma ideia interessante, para o centro da Europa, onde os países são pequenos e com espaços aéreos minusculos, como por exemplo o espaço aéreo da Holanda, da Belgica, Suiça etc...

Comparado com o espaço aéreo Portugues, caro Ferrol, o espaço aéreo de países como a França, a Alemanha ou a Italia, é minusculo.

Portanto o problema da criação do single-sky faz sentido onde o espaço é minimo, mas não faz sentido, em Portugal onde o espaço é enorme.

Portanto quando a comissária dos transportes. Sra. Loyola de Palacio, que por uma incrível coincidência é Espanhola, advoga tão insistentemente o Céu Único, é de estranhar que uma das propostas em cima da mesa, tenha sido, exactamente que na região Atlântica (quer dizer, praticamente os milhões de Km. Quadrados sob responsabilidade portuguesa) deve haver um concurso internacional para determinar quem é que o vai gerir.

Ora entre as empresas espanholas e as portuguesas quem é que acha que tem mais capacidade de negociar?

Comparativamente com o espaço aéreo português, o espanhol é uma catástrofe. Toda a gente se queixa de que os controladores espanhois falam um inglês horrivel, dificilmente compreensivel. Os aviões entram com atrasos no espaço espanhol e saem ainda mais atrasados.

Em contrapartida, chegaram a ser apresentados relatórios para provar que o Céu único europeu também faz sentido na região portuguesa, porque um avião vindo de Frankfurt também chega atrasado a Lisboa.

Por aqui tudo, bem, portanto o Céu Único, viria melhorar os serviços.

Mas a realidade é que os aviões que saem do espaço aéreo portugues em 97% dos casos, saem com atrasos devido ao facto de já terem entrado atrasados.

Ou seja, apenas 3% dos atrasos se devem aos controladores portugueses.

Esta realidade é pura e simplesmente esquecida.  A Sra. De Palacio defendeu férreamente os interesses do seu próprio país (que no caso são absolutamente contrários aos interesses portugueses) contrariamente ao mandato que tem, pois pagam-lhe para ser comissária europeia e não espanhola.

O pior de tudo, é que tal situação acabaría não só por dar a Espanha o controlo do espaço aéreo português - lucrativo e organizado - mas inevitavelmente transformaría uma coisa que funciona bem em algo que funciona mal. Ou seja, ainda por cima este Europeismo e Iberismo só serve para perder dinheiro.

= = =

Os caso do MIBEL, por exemplo, também lhe podería referir que  está a atingir as raias do ridiculo, porque o MIBEL implica que uma empresa autorizada pela autoridade reguladora de um país, será reconhecida pela autoridade reguladora do outro, e a primeira coisa que a autoridade reguladora espanhola fez, foi emitir comunicados a colocar tudo em pratos limpos a dizer que uma empresa para operar em espanha continua a ter que ter uma aprovação da respectiva autoridade espanhola.

É a triste e eterna situação histórica nas relações ibéricas. Para Espanha é como se os  os acordos assinados com  Portugal, fossem  apenas papeis, com contratos para violar na primeira oportunidade.

Conforme o tempo vai passando, o céu vai ficando mais escuro e a boca mais amarga...

A desproporção da troca ibéricas é enorme e caro Ferrol, você não pode comparar a disparidade entre Portugal e a Espanha com a que existe em relação á Espanha e á Alemanha.

Em primeiro lugar a Espanha não tem fronteiras com a Alemanha e em segundo lugar a Alemanha nunca teve intenções de anexar a Espanha e tranforma-la em mais um “Lander”. Se algum destes pressupostos fosse real, já teríamos movimentações anti-germânicas em Espanha.

Não podemos justificar tudo com o europeismo. Portugal entrou na Europa, sem raciocinar e sem pensar no que é que isso representaría para a nossa independência politica face á Europa e face a Espanha.

O problema existe e não adianta esquecê-lo e justificá-lo com a Europa, porque a Europa não justifica tudo. Antes de ser europeu, eu sou português, e mesmo que um dia fosse europeu – por mim falo – eu nunca sería espanhol, por muito que possa admirar muitas das conquistas recentes da Espanha.

No link que você refere do jornal “el mundo” encontra-se esta pérola: “
Citar
Si se hubiera concretado en 2002, el mercado ibérico hubiera desplazado del cuarto puesto a Italia en el ranking de productores de electricidad de la Unión Europa, por detrás de Alemania, Francia y Gran Bretaña.”

O mercado ibérico, ou dos países ibéricos existe desde que há energia na peninsula, mas estes senhores ficam deliciados por terem um mercado, controlado por Madrid (por supuesto) que consegue estar entre os grandes.

O de sempre... (sem comentários)  :roll:

No entanto confesso que “El Mundo” e “ABC” são para mim, jornais “Persona non grata” porque os considero intrinsecamente anti-portugueses (mais o ABC que o El Mundo) :D

No entanto, não acredito que estejamos a falar da mesma decadência ... :arrow:

No entanto, não posso deixar de dizer, que há vantagens nas relações com Espanha. Eu acredito na concorrência e há situações onde ela é bem vinda. Há muitos casos de empresas portuguesas que tratam mal os seus clientes. Há muito incompetente que muitas vezes merece ser substituido por um concorrente (seja Espanhol ou outro).

Eu acredito em cooperação na luta contra o terrorismo, ou na cooperaçãom, mesmo a nível militar com a Espanha, no que respeita á defesa das aguas e do direito de as utilizar livremente.

Acredito que haverá em Espanha (cá estamos para ver) gente que mais tarde ou mais cêdo vai entender que, por razões históricas, não se pode tratar Portugal, nem como uma autonomia espanhola, nem como outro país da Europa.

Talvez isso venha a acontecer.
Afinal, a esperança é a última a morrer, mas até lá, é nossa obrigação estar alerta, e rejeitar Iberismos, que não passam de versões modernas da eterna tentação hegemónica de Castela sobre a peninsula ibérica.

Cumprimentos

PS:
Relativamente ás questões que se prendem com a politica interna, entretanto levantadas e sobre a questão do voto (sem politiquices partidárias), responderei / comentarei noutro lado.
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papatango

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« Responder #38 em: Maio 30, 2004, 08:25:46 pm »
A questão referida pelo C.E.Borges, porque é especificamente nacional, está noutro topico, aqui:

http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?p=5884#5884

Claro que a questão do Ibérismo, relações Ibéricas e Europeias poderá continuar aqui

Cumprimentos
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« Responder #39 em: Maio 31, 2004, 12:10:26 pm »
Citação de: "Dremanu"
Não teria sido sempre melhor para Portugal ter uma Espanha retalhada e desunida do que o contrário?

Citação de: "Dremanu"
Claro que uma Espanha desunida era melhor ! Em 1640 aproveitámos a revolta da Catalunha para restaurar a nossa Independência.



Noutros comentários aparece esta expressão de “Espanha desunida”

Ora meus senhores, isto de uma Espanha desunida sería naturalmente uma grande complicação. Porque se o país está desunido, então haverá necessidade de o voltar a unir.

Logo uma “Espanha desunida” implicaría e estaría na origem de conflictos ou guerras.

Como sempre, a nossa forma de ver o mundo, passa por assumir, que todos os estados são, como Portugal, unitários e uniformes.

A questão não é se a Espanha é mais vantajosa para Portugal unida ou desunida (porque desunida implicaría conflito e esse é sempre negativo para nós)

A questão é se a existência de Espanha nos é vantajosa ou desvantajosa. A questão a discutir é a da existência ou não, do país vizinho, e se a longo prazo, passará a existir uma peninsula ibérica sem Espanha, a qual podería ser substituida pelas suas nações Históricas.

A questão que nos devemos perguntar é:

Se não houver Espanha, então, o que é que há, e quais serão as relações entre essas nações.

Será uma peninsula ibérica, com Castelhanos, Bascos, Galegos, Catalães e Portugueses, mais forte que apenas com Portugueses e Espanhois ?

Do ponto de vista formal, se considerarmos o parlamento de Bruxelas, basta dizer que se Portugal não existisse e a “Hispania” (lagarto lagarto lagarto – knock on wood)  nos substituisse tal país tería o numero de votos proximo da Italia, França ou Reino Unido. Provavelmente 85 deputados. Hoje a Espanha tem  65 e Portugal tem 25. Portanto. Separados os estados ibéricos têm 90 votos, ou seja, 9 votos a menos que a Alemanha. (estes numeros vão ser alterados nas eleições próximas)

Considerando a situação ibérica, a representação dos deputados no parlamento europeu, seria aproximadamente a seguinte:

Portugal: 24
- - - - - - - - - - - - - - - -
Catalunha/Valencia: 26
País Basco: 9
Galiza: 11
Castela: 40
- - - - - - - - - - - - - - - -
Total: 110
- - - - - - - - - - - - - - - -

Não podemos discutir portanto a questão de uma Espanha”desunida” ou não “desunida”, quando a questão é a da existência ou não de tal país.

Como seríam as forças armadas dos países ibéricos?
Como seriam as relações destes países, por exemplo com Marrocos ?
Como se relacionaríam por exemplo com a França?

A verdade é que a Espanha não é assim tão antiga e que antes de 1492,. Portugal e Aragão , por exemplo, fartavam-se de casar princesas, para garantir que Castela se “continha”. A Peninsula ibérica é na sua genese um lugar de uma enorme diversidade cultural, e com povos com características nacionais extremamente vincadas.

É esse facto, aliado á nossa situação periférica em termos europeus, que vai possibilitar o aparecimento com sucesso, de Portugal, a primeira nação da europa a afirmar-se como nação e povo, sem ter que se aliar ou ser submetida por ninguém para se afirmar.

No entanto, do ponto de vista geo-estratégico, como seríam as coisas.

Já aqui falámos dos “Gentlemen agreements” entre os Estados Unidos e a Espanha, para que esta última faça o papel de policia da área.

Ora se não existisse Espanha, quem sería o policia?

Seriam os franceses ?
Seriam os Italianos, autorizados a sair para o Atlântico ?
Seriam os Ingleses?

Meus amigos, isto da Espanha “desunida” ou como eu lhe chamo “extinção da Espanha” tem muitas implicações e é um tema muito complicado para ser discutido de animo leve. Quando dizemos que o "fim da Espanha" era como se ganhássmos no Totoloto, não é assim tão literal. E não sei se ganharíamos muito dinheiro com essa lotaria.

Mas, enfim, estamos num Fórum de discussão.

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ferrol

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Comentando que é xerundio.
« Responder #40 em: Junho 01, 2004, 04:35:04 pm »
Un saúdo de novo a todos:
Imos comentar algunha das mensaxes, se me permiten.
Citação de: "dremanu"
E sim um general Português, [...] têm a responsabilidade de se expressar sobre os destinos da nação, visto que trás aos demais portuguêses uma prespectiva geo-estratégica que é importante para o público português conhecer.
Cóntolle un segredo. Na Espanha cada un fala en público do que sabe. Polo que vexo en Portugal e nos EUA cada un fala en público do que lle peta.
É outra forma de velo. Como o tema non da para máis, podemos deixalo nun empate, se lle parece.

Sigamos, xa que logo:
Citação de: "Dinivan"
Soy catalán y no tengo el menor deseo de independéncia
Pues ya somos dos. Con lo de la independencia, digo. :wink:

Citação de: "Joao Firmino"
[...] estado espanhol ter um governo central que executa a sua política externa sem ter em conta essa «ampla variedade de cores».
Pois créame que non sei o que me dí. Tal vez cun pequeno exemplo...

Citação de: "Joao Firmino"
Deverá o Sr. Ferrol perceber que nem tudo se mede em dinheiro. E que os controles aéreos espanhóis têm um inconveniente insuperável: serem espanhóis.
 :shock:
Ahí, ahí, eses son os razonamentos que me gustan. A claridade de expresión sempre é boa. E lembre que a xeneralización sempre é mala.
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
"Acuérdate España que tú registe el Imperio de los mares”
 

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Jorge Pereira

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« Responder #41 em: Junho 01, 2004, 04:43:42 pm »
Bom, devo confessar que em relação a União Europeia tenho também algumas dúvidas, principalmente as relacionadas com essas jogatinas entre alguns estados para controlar ou tentar controlar politicamente questões ou assuntos que de uma forma isolada ou individualmente seriam incapazes de conseguir controlar (incluo nesse grupo a Espanha).

Mas por outro lado também temos que reconhecer que neste momento não existe para nós alternativas à União Europeia, a não ser que queiramos ficar completamente isolados tanto política, como pior ainda, economicamente, ou seja, orgulhosamente sós. Só que esse orgulho isolacionista teria um custo tão elevado e devastador para todos nós que sinceramente penso que é preferível continuarmos “dentro” dela (EU) e continuar como sempre fizemos de uma forma exemplar ao longo da história, tentar alterar alguma decisão que nos seja menos favorável através de jogadas de bastidores e negociações diplomáticas.

Também é bom lembrar que a nova constituição prevê num dos seus artigos que qualquer estado membro possa abandonar a união quando este o desejar.

Em suma, penso que devemos continuar a apostar na EU mas ao mesmo tempo e como garantia contra qualquer "eventualidade" reforçar o mais possível a nossa relação com os Estados Unidos (questão esta prioritária e fundamental) e com os países lusófonos. Só assim teremos um leque de opções que nos permitira jogar em todos os tabuleiros de igual para igual.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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Dinivan

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« Responder #42 em: Junho 01, 2004, 07:37:56 pm »
Bueno, curiosamente aunque queda ya un poco descolocado, desmiento esta afirmación:

Papatango
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Citar
Ferrol escreveu:
Se o MIBEL (Mercao Ibérico da Electricidade) asegurara que non ía a haber cortes de elctricidade o próximo verán, vostede diría que non, que mellor nos quedamos como estamos, aínda que falle a luz todo o ano.



O que eu lhe digo, é que em Portugal o preço da energia para os particulares é mais barato que em Espanha. Ao contrário em Espanha o preço da energia para as empresas é mais barato.

Como as grandes empresas têm mais poder que o consumidor final, o que o MIBEL vai fazer é com que as empresas portuguesas, para concorrer com as espanholas, tenham que aumentar os preços dos pequenos consumidores, para baixar o preço para os grandes.

A estrutura de preços espanhola, herdada do franquismo proteccionista, acaba impondo as regras espanholas, de energia mais cara, aos consumidores portugueses. Claro que este tipo de notícia que está em todos os jornais portugueses, dificilmente alguma vez vái aparecer nos jornais ou na TV em Espanha.


Citar
Así, según Eurostat, en 2003 España fue el sexto país de un total de 16 naciones europeas (UE más Noruega) en el ranking de precios más reducidos en el caso de los consumidores domésticos de bajo consumo anual (1.200 kilovatios hora al año). Con tarifas más baratas se situaron Grecia, Italia, Finlandia, Austria y Francia.

En el caso de los consumidores de alto consumo anual y tarifa nocturna (20.000 kilovatios hora al año y 15.000 kilovatios hora de noche), los precios de España ocupaban en quinto lugar entre los más baratos, sólo mejorados por los de Finlandia, Grecia, Reino Unido y Noruega.

http://elmundodinero.elmundo.es/mundodi ... 94020.html


Si se ha equivocado en una cosa, puede haberse equivocado en muchas otras  :P
 

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papatango

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« Responder #43 em: Junho 01, 2004, 08:43:30 pm »
Caro Dinivan.

Muito obrigado pelos dados que nos enviou, e pela sua preocupação com a minha credibilidade.

O texto que escrevi não tem nenhum erro nem imprecisão.

No entanto, reconheço que escrevendo a correr, posso ter sido menos explicito, quer para quem lê em português, quer para quem utiliza outra lingua. Pelo facto peço desculpa.

No entanto, aquilo que refiro é por outras palavras o seguinte:

A estrutura de preços em Portugal, implica que os preços para o consumidor doméstico são mais baratos que para os consumidores industriais.

Em Espanha ocorre o contrario.

O MIBEL, vai naturalmente alterar isto, com uma alteração nessa estrutura, pelas razões conhecidas, pelo que o preço para os pequenos consumidores ou fica na mesma, ou acaba subindo.

A referência aos preços em Portugal, é feita relativamente á estrutura de preços e não aos preços liquidos propriamente ditos.

Os problemas decorrentes da introdução descontrolada do MIBEL, são públicos e conhecidos, e basta fazer uma pequena pesquisa Google, para encontrar referências a todos eles. Um dos principais problemas é a introdução de um sistema em que a entidade reguladora não regula os preços (o que acontece em Espanha, ao contrario do que acontece em Portugal).

Não sou contra medidas que permitam facilitar a vida ás empresas e aos particulares, mas sou contra medidas que de um momento para o outro podem colocar em perigo a nossa independência, nomeadamente com um "corte" de energia por parte das empresas Espanholas, sabe-se lá porquê, mas infelizmente a prática PROVA que as empresas espanholas não são entidades confiáveis quando se trata de Portugal.

É extremamente triste que assim seja, mas é um facto conhecido da grande maioría.

No entanto, desde que estejamos atentos, acho que o MIBEL pode ser uma coisa positiva.

A única coisa que é necessário fazer é "andar em cima dos espanhois"
(no bom sentido claro ... :mrgreen:)
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C. E. Borges

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« Responder #44 em: Junho 09, 2004, 10:48:33 pm »
Trés cher Ferrol :
Puisque notre ailleul comun est bel et bien le Comte Henri, je crois que dorénavant il vaut mieux que l'on se fasse comprendre dans un «langage central d'origine». Nous refaisons l'Histoire, et la Galicie déclare sa soumission plutôt à la Bretagne, si jamais les allemands y consentent. Qu'en pensez-vous ? Je vous embrasse.