Eu não estou a divagar.
Estou aliás a apresentar-lhe argumentos simples, que identificam a Espanha dos Habsburgos como tendo uma organização do Estado idêntica à dos Habsburgos austríacos, de onde a Boemia-Moravia e a Eslováquia fizeram parte durante séculos.
No entanto, os Habsburgos nunca criaram politicas destinadas a destruir nem a Boémia nem a Eslováquia.
Quanto à politica espanhola, é a que é e eu não me vou pronunciar sobre preferências politico-partidarias. Já expliquei que para mim tanto me dá, como se me deu. Não quero saber se quem quer que seja é ou não independente.
Limito-me apenas a ver quais os problemas que podem advir para o meu país, se o seu tiver problemas.
De qualquer das formas, a secessão, ou independência é algo bastante grave, e a gravidade implica que não possa haver uma separação com uma simples maioria absoluta de 50%
As democracias exigem normalmente para medidas ou alterações constitucionais de grande monta, uma maioria qualificada. A Lei de cada país determina o que é uma maioria qualificada.
Uma proporção entre 3:2 e 2:1 (ou seja, um valor entre 60% e 67%) é aceitável para uma alteração constitucional de monta.
Evidentemente que, se 50% mais um dos catalães quiserem ser independentes, mesmo sendo maioria, não me parece suficiente para justificar tal independência.
Lembro-lhe no entanto que o problema em Espanha, é o da não aceitação pura e simples do principio de que a Catalunha tem o direito à auto-determinação se um dia os catalães o decidirem.
A Catalunha tem o direito à autodeterminação, a Andaluzia, por exemplo, não tem.
Não podemos analisar a questão do ESTADO com os olhos do século XX.
Se a Catalunha não era um Estado, então o reino de Portugal e dos Algarves também não o era. A Coroa de Aragão era um Estado composto por várias sub unidades, as quais tinham autonomia dentro da Coroa de Aragão.
Logo, não existindo a Coroa de Aragão, o poder que a coroa detinha, passa para os seus constituintes.
Para lhe dar um exemplo:
Se amanhã os Estados Unidos da América fossem dissolvidos, o Estado de Nova Iorque passaria a ser um Estado Soberano.
Dede quando Nova Iorque foi independente ?
Resposta: Nunca foi.
Mas a legitimidade do Estado de Nova Iorque viria do facto de ter pertencido aos Estados Unidos da América.
Da mesma maneira que a legitimidade da Catalunha advém do facto de ter pertencido à Coroa de Aragão.
Infelizmente,, não adianta explicar coisas simples práticas e lógicas de forma organizada.
A seguir você vai-me falar no Burquina-Faso ou noutro disparate qualquer, por evidente falta de argumentação lógica e razoável ...
Mas já estamos habituados :roll:
