Não achas um desperdício estar a montar todo um viper nas células que temos? Mais vale comparar novo e vender estas ao romenos.
Agora se é para fazer viperzinhos da para usar as Peace Atlantis e fazer um avião para mais 20 anos por baixo custo.
Se gostaria que fossem 30 F-16V novos vindos directamente da fábrica em Greenville? Claro que sim, seria o passo mais acertado na minha opinião.
Agora temos de ter em conta o porquê da escolha pela modernização para o Viper, o custo. Regressemos a 2017:
Com os caças portugueses a atingirem o seu fim de vida útil operacional - leia-se continuarem a ser um sistema de armas ao nível dos congéneres - por volta de 2030, uma solução para estender aquele período por mais uma década "passará pela incorporação da configuração VIPER", indica o relatório."Estima-se que o valor de investimento ascenderá a cerca de um décimo do investimento de substituição da aeronave", englobando um novo sistema de radar, gerador, aviónicos, equipamentos para processar e transferir dados (o que permite a sua interoperabilidade com os referidos caças de 5ª geração), acrescenta o relatório assinado a 31 de março pelo ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
Segundo fontes militares ouvidas pelo DN, o custo global de modernizar os 30 F-16 portugueses com a referida configuração VIPER - desenvolvida pelos EUA a partir de 2012 e estreada em 2015 - envolverá um investimento da ordem dos 500 milhões de euros (16,6 milhões cada um). Estes valores são meramente indicativos, pois dependem de vários fatores, a começar pelo nível de novos equipamentos a adquirir. Daqui resulta que a opção por caças novos para a Força Aérea implicará no mínimo investimentos 10 vezes superiores, da ordem dos cinco mil milhões de euros.
https://www.dn.pt/portugal/interior/modernizar-f-16-custa-dez-vezes-menos-que-comprar-novos-cacas-6215894.html
Agora 2019:
(...) A inquietação à volta de um dos mais sensíveis (e dispendiosos) dossiers na Força Aérea é evidente. O tiro de partida para esse debate foi dado por Marcelo Rebelo de Sousa há quase dois anos, numa visita do Presidente da República ao Comando Aérea da Força Aérea. A meio de março de 2017, em Monsanto, e depois de ouvir o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) falar sobre planos, calendários, programação e concretização de aquisições, Marcelo referiu-se à importância de Portugal garantir que há uma “disponibilidade de aeronaves, de forma atualizada” no ramo. O Comandante Supremo das Forças Armadas também sublinhou que o fim de vida dos F-16 é “uma situação que se coloca, não apenas a Portugal, mas a vários Estados, nomeadamente membros da Aliança Atlântica”. Parceiros que, na verdade, já começaram a migrar para os “caças” de quinta geração.
Nesse início de 2017, o então ministro da Defesa defendia, no relatório da Lei de Programação Militar relativo ao ano anterior, que a compra de novos aviões de combate era uma opção demasiado “onerosa” e, ao mesmo tempo, “prematura, face ao potencial de exploração ainda existente” nos F-16. Azeredo Lopes confessava-se adepto de outro caminho: a modernização dos atuais “caças”, que custava “um décimo da substituição da aeronave”. Passaram dois anos, o ministro da Defesa é outro e, pelo caminho, alguma coisa parece ter mudado.
O Ministério da Defesa admite que o F-16 tenha “uma margem de exploração e modernização” a médio-prazo e assegura que as “novas versões e eventuais modernizações” deste avião “aumentam efetivamente as suas capacidades”, além de garantir “algum grau (essencial) de interoperabilidade” com os parceiros NATO. “Uma das opções que está a ser explorada é a atualização da aeronave para o padrão F-16 VIPER”, cujo “custo de atualização”, contrariamente ao que afirmara Azeredo Lopes, “é ainda desconhecido” (o ex-ministro dizia que, comparativamente, a atualização para o sistema VIPER tinha um custo dez vezes inferior ao de um F-35, com custo estimado em cerca de 80 milhões de euros por avião).
Mas a Força Aérea explica que “as aeronaves de geração quatro”, como é o F-16, “não asseguram a capacidade de sobrevivência às novas ameaças”, e sublinha que “uma eventual versão V do F-16 é apenas uma atualização interessante de alguns componentes, mas não garante essa sobrevivência em ambiente de conflito simétrico”. E, acrescenta a Defesa, mesmo essa atualização depende de se decidir se são ou não feitas “modificações estruturais” no F-16. Intervenções que, de qualquer forma, reconhece fonte oficial do ministério, “nunca aproximarão, em capacidade real, esta aeronave de qualquer outra de quinta geração existente no mercado”. (...)
https://observador.pt/especiais/f-16-defesa-quer-avancar-para-cacas-de-ultima-geracao/
Quando há dois meses saiu esta notícia até brinquei ao perguntar se encontraram petróleo no Beato e ninguém disse nada, porque é aquilo que parece muito sinceramente e brincadeiras à parte.

Mudou o Ministro da Defesa, e já agora o CEMFA, e a conversa agora parece ser diametralmente oposta daquela de há dois anos? É legítimo a FAP (e os seus pilotos) ambicionarem não perder o comboio da modernidade ao quererem seguir as pisadas dos aliados que estão a migrar para o F-35A. Agora, é o passo acertado para nós? Continuo a não achar por todas as razões e mais algumas.
Se a nova revisão da LPM vai agora até 2030 e prevê uma dotação de 4,74 mil milhões de euros para vários programas de todos os ramos, não é possível sequer pensar em 5 mil milhões de euros para o F-35. Nem é aritmética, é racionalidade: se na AR já caiu mal o valor reservado de 300M€ para o LPD, o que prontificou o MDN a esclarecer que até poderá ser uma compra mais barata em segunda-mão, como se justificaria (e onde se obteria) o valor para a compra do Lightning II? Não é de todo possível se formos realistas.
A própria compra de F-16V novos pode ter um custo proibitivo senão vejamos: a Eslováquia adquiriu 14 Vipers, com armamento e equipamento associado, por 2,91 mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros); o Bahrain irá pagar o mesmo preço por 19 F-16V novos e gastar mais 890 milhões de euros na modernização de 20 F-16C/D Block 40 para a versão Viper; Marrocos irá adquirir 25 novos F-16V e modernizar os 23 C/D Block 52+ por 4,2 mil milhões de euros. Enquanto isso o upgrade das 144 aeronaves A/B Block 20 de Taiwan está estimado em 5,3 mil milhões de dólares, cerca de 4,7 mil milhões de euros.
Portanto os preços variam conforme a opção e o que se queira - ou seja necessário - incluir no pacote, deixando-nos com uma quantia a variar entre os 100 a 110M€ por aeronave nova, e os 32 a 45M€ por célula modernizada. O custo revelado em 2017 para modernizar os nossos 30 caças para a versão Viper parece-me assim algo curto: 500M€ ou 16,6M€/unidade.
Resumindo e concluindo, e no fundo afirmando o que já sabemos: tudo irá passar pelo crivo político que terá ou não em conta as verdadeiras necessidades da FAP aquando da escolha do substituto do F-16 MLU. Conforme se viu a decisão poderá pesar para qualquer lado apesar de neste momento parecer pender mais em favor do F-35A. No entanto há muitas questões por responder, muito que (ainda) não se sabe, e por isso até poderemos ver a decisão ser empurrada mais uns anos lá para meados da próxima década, esticando ao limite a vida útil das células F-16, algo que infelizmente não é novo por cá.
Pessoalmente, não escondo que o Lightning II não me agrada, se bem que se saiba ser o futuro, futuro esse que podia chegar daqui a 15 anos quando o F-35 já andar por aí há mais de uma década e se conhecer verdadeiramente os seus prós e contras. O salto tecnológico para o Viper não nos dará uma aeronave de 5ª geração, mas uma de 4.5 com capacidade de operar perfeitamente com aparelhos mais avançados, trazendo capacidades para a FAP que actualmente o MLU não tem ou providenciará no futuro por mais actualizações que pudesse ser alvo. E tendo nós uma história com os F-16 que este ano chega ao quarto de século, considero o Viper uma boa solução temporária e que não nos envergonharia perante ninguém.
Se pudesse escolher, não olhando a todos os factores em redor? Escolheria sem dúvida 20 F-15CX/EX como plataforma polivalente capaz de cumprir missões que fossem da superioridade aérea até ao ataque anti-navio, complementados por aviões de treino avançado/caça ligeiro M-346FT Master ou mesmo TA-50 Golden Eagle.