Antes de mais, um bom ano a todos.

Este tema ainda me deixa um pouco dividido. Por um lado o lado do bom-senso/realista, por outro o lado que acha que mais vale resolver já esta questão em vez de adiar mais uma vez o inevitável.
Neste momento só vejo duas opções em cima da mesa: upgrade dos F-16 para V (aguentando-os até 2040) ou aquisição atempada dos F-35. Em alternativa, um misto de ambos (F-16V do PA I + 12 F-35).
A primeira opção faz muito mais sentido olhando para a generalidade das FA. Tanta coisa por resolver, que investir tudo em F-35 pode ser um tiro no pé, portanto a escolha do upgrade Viper, traria um maior equilíbrio, partindo do princípio que o diferencial (face ao valor necessário para os F-35), seria investido nas restantes necessidades das FA. E creio que é aqui que o grande debate reside. Entre investir, por exemplo, 3000 milhões em F-35, e não mexer em mais nada, ou investir esse mesmo valor, no upgrade dos F-16, novas fragatas e MPAs... esta última oferece maior equilíbrio.
Se realmente se cumprisse os 2% do PIB na Defesa (anualmente), esta questão nem se colocaria, que dava para quase tudo.
Já a segunda opção, de saltar directamente para F-35, é obviamente a ideal, para quem quer ser levado a sério. A questão da fusão de dados, é importante, e apesar de pertinentes as dúvidas face à nossa capacidade de tirar proveito disso, convém lembrar que os F-35, a virem, seriam operados até 2060 no mínimo, e até lá, já se espera que tudo o que é fragatas, P-3 e outros meios mais antiquados, tenham sido substituídos por meios mais capazes e que tirem partido da dita capacidade. E não me parece que a mais provável utilização dos "nossos" F-35 em conflito, seja contra a China ou Rússia, mas sim para reequilibrar as contas na nossa área, já com olho posto na possível aquisição de F-35 por parte de Espanha e Marrocos, e de um caça 5G pela Argélia (apesar de para isso, ser necessário bem mais que F-35).
Convém é lembrar que F-35 desarmados, valem praticamente zero, apenas para passear. Convém que venham com pacote completo de armamento, incluindo armas stand-off e mísseis anti-navio.
Outro detalhe que me parece importante, se queremos tirar o máximo partido das capacidade do F-35, e sabendo de antemão que nunca compramos em grande quantidade, nem teremos uma quantidade infindável de pilotos, era crucial pensar seriamente nos "loyal wingman" como forma de multiplicar as nossas capacidades a um custo relativamente reduzido.