Bom, em 2030, ou na década entre 2030 e 40, a LPM deve ser bastante choruda, dado os programas urgentes dessa altura. 10 mil milhões e nem sei se chega. 
Representar metade da LPM dessa altura não seria grave, se nas últimas duas décadas se tivessem realizado os restantes programas mais dispendiosos da LPM. Por exemplo de 2010 a 2020 o que se fez? Fragatas, LPD, AOR, aeronaves de treino...
Constato é que na década em que se planeia adquirir novos caças, terão lugar programas como novas fragatas, MLU ou substituição dos P-3, MLU dos Tridente, substituição dos Epsilon?, MLU dos Merlin, MLU ou substituição dos Leo, substituição dos M-113, os UAVs a sério. Isto assim por alto, fora outros programas que na actual LPM foram completamente postos de lado e adiados.
Mas por cá devemos basear-nos só nos 80 milhões/unidade, já que a julgar pelos Merlin, não virá contrato de manutenção. 
E armamentos? Se em tantos anos de operação de F-16 poucos foram adquiridos, e nas quantidades que se sabe, isso não iria mudar com o F-35.
A melhor súmula foi feita pelo amigo HSMW ainda há pouco noutro tópico, e ainda bem que finalmente alguém fala abertamente sobre isso:
Enquanto não existirem objectivos estratégicos, ambição e ameaça credível não haverá um investimento sério nas FA.
Se soubessem o estado real das FA até teriam vergonha de falar de novas fragatas, patrulhas com peças do Yamato e F35...
É muito bonito estarmos aqui todos a ver hipóteses e cenários de sonho, trocar larachas, etc, mas a verdade é que aquilo que ele afirmou. Temos um total de efectivos que nem meia casa no Estádio da Luz encheria, desmotivação, falta de condições, injustiças, quintinhas, seguidismo e carreiristas profissionais, e estamos a pensar em F-35, FREMM, Patriots e mais sei lá o quê? Para quê? Não só não haverá dinheiro para tudo o que é necessário adquirir ou modernizar arrisco-me a dizer nos próximos 20 anos, como não haverá quem os opere na sua completa capacidade. Adquirimos uma dúzia de F-35 para ficarem fechados nos HAS em Monte Real só porque fica bem tê-los? Veja-se o caso dos EH-101 Merlin, ainda hoje um dos mais avançados e capazes helicópteros militares a nível mundial, e que 14 anos passados sobre a chegada dos primeiros aparelhos não saem da cêpa torta.
Queremos FREMM, LPD, NPOs musculados? É legítimo, não só por uma razão de história e tradição, mas porque possuímos uma das maiores ZEE do mundo ocidental. No entanto para quê? Para ficarem parados no Alfeite, mal dotados a nível de sistemas ou de armamento, ou sem verbas para poderem sair para o mar em segurança, guarnição completa ou sequer helicóptero orgânico como no caso das fragatas?
Queremos mais carros de combate, mais capacidade bélica terrestre, capacidade de defesa anti-aérea mais credível para os exercícios serem somente nacionais e/ou pouco se sair para lá do polígono de Santa Margarida? Para quê? É como diz o HSMW: "enquanto não existirem objectivos estratégicos, ambição e ameaça credível não haverá um investimento sério nas FA." E o que isso quer dizer é uma ameaça directa, vulgo guerra, ou vontade para que as coisas se alterem radicalmente do actual estado em que se encontram. E como nós por cá somos sempre muito pacíficos, muito diplomatas, sempre de bem com toda a gente, raramente empregamos ou empregámos meios militares com capacidade defensiva/ofensiva directamente num conflito [não operações de paz] a nível recente (no caso da FAP, por exemplo, recordo-me apenas do Allied Force há 20 anos atrás, mas é preferível que os nossos pilotos de combate entrem em acção ao serviço de países com os quais temos intercâmbios e protocolos do que mostrar a cara, a bandeira, assumir o risco e cumprir o compromisso assumido com os nossos aliados), e depois ainda se admiram de não sermos relevantes o suficiente na cena internacional para termos direito a reivindicar tratamento de primeira linha?
