Publico.pt
14-09-2004
A explosão de um carro armadilhado em frente a uma esquadra de polícia no centro de Bagdad matou pelo menos 47 pessoas e feriu mais de cem, segundo o mais recente balanço fornecido pelo Ministério da Saúde.
O carro armadilhado explodiu à entrada da esquadra de Al Karj, em frente a uma série de lojas que se encontravam cheias de gente no momento da explosão, às 07h00 de Lisboa.
Uma nuvem de fumo cobriu de imediato todo o sector, considerado um bastião dos fiéis a Saddam Hussein, na margem ocidental do rio Tigre. O atentado ocorreu na rua Haifa. No domingo passado morreram nesta mesma rua 13 pessoas, entre elas duas crianças, e 59 ficaram feridas, depois de várias horas de combates entre tropas norte-americanas e rebeldes armados.
Num outro incidente, doze polícias e um civil morreram num ataque armado lançado por desconhecidos contra o veículo em que seguiam, em Baquba, a norte de Bagdad, segundo informaram fontes policiais.
Grupo de Al-Zarqawi reivindica autoria de atentado em Bagdad
Um comunicado atribuído ao grupo liderado pelo jordano Abu Mussab Al-Zarqawi, alegado líder da Al-Qaeda no Iraque, reivindica a autoria do atentado desta manhã contra o quartel-general da polícia iraquiana, no centro de Bagdad, que matou 47 pessoas.
"Com a vontade de Alá, um dos leões das Brigadas dos Mártires conseguiu atacar um centro de recrutamento do corpo da polícia infiel", afirma um comunicado publicado no sítio ansarnet.ws/vb, assinado pelo grupo Tawhid wal Jihad (Unicidade e Guerra Santa).
Segundo a nota, cuja autenticidade não foi ainda verificada, a operação terá sido perpetrada por um único bombista-suicida, cuja identidade não é revelada.
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, o ataque, ocorrido na movimentada rua Haifa, fez 47 mortos e 114 feridos. Até ao momento havia apenas a indicação de que a explosão tinha sido provocada por um carro armadilhado.
Numa outra nota, divulgada pouco antes, o Tawhid wal Jihad assumiu a responsabilidade pela autoria de outro ataque ocorrido esta manhã, contra um mini-autocarro que transportava polícias iraquianos, em Baquba, a norte de Bagdad. Segundo um responsável policial, o veículo foi barrado por dois automóveis, onde seguiam vários homens armados, que abriram fogo contra o autocarro, matando 12 polícias e um civil.
"Os heróis do Tawhid wal Jihad punem com mão de ferro todos os que ousam trair a religião e a honra e atacaram em Baquba um carro que transportava dez membros da polícial infiel, matando-os", lê-se na nota.
O grupo chefiado por Zarqawi, que os EUA afirmam ser o líder operacional da Al-Qaeda no Iraque, reivindicou vários atentados no país desde a queda do regime de Saddam Hussein, visando em particular as forças policiais e os militares americanos. O grupo, de dimensão desconhecida, mas que contará nas suas fileiras com combatentes de outros países da região, reivindicou também o sequestro e execução de cidadãos estrangeiros a trabalhar no país.
A coligação liderada pelos militares americanos oferece uma recompensa de 25 milhões de dólares por informações que conduzam à captura do jordano.
Ah! Grande resistente que este Zarqawi é. Vai tudo a direito: civis, policias, soldados...