A atitude do Exercito só vai agravar mais a situação. Creio que, agora, vão tentar que a coisa morra por si e atirar dinheiro (indemnizações?) para calar o que pode ser o maior dos problemas. Uma acção judicial dos familiares dos falecidos e que pode fazer rolar muita cabeça lá dentro.
Tanto a privação de sono levado ao limite, como o racionamento extremo de água faziam parte da formação recebida no Curso de Fuzileiros e, creio também, das outras forças de elite nacionais. O Exercito, ao não admitir oficialmente essa vertente na formação ministrada aos instruendos Comando, está a dar um enorme tiro no pé. Deveria vir a publico explicar que sim e porque é que se faz isso, ao mesmo tempo de deveria condenar excessos de violência física abusiva mostrando que, caso isso viesse a ser confirmado, actuaria severamente contra os prevaricadores.
Ao fechar-se em copas, já não se trata de julgar e punir os responsáveis, tem de se tratar mesmo de punir uma instituição que se mostra podre e incapaz de de purgar a sim mesma. Também dá a entender que, pela cadeia de comando acima, está muita gente com o rabo preso.
Caso se confirme o que veio agora a publico, a situação é gravíssima, mostra um total alheamento do que é a realidade do mundo actual em todas as facetas que se aplicam. Desde a enorme diferença nas capacidades físicas e psicológicas que se começaram a notar na massa humana, principalmente a partir dos nascidos em 80/82 que levaram a grandes alterações nos métodos de instrução um pouco por todo o mundo ocidental e que continuam a ser desenvolvidos e testados por uma miríade de especialistas e técnicos, passando pelo total desconhecimento das valências realmente necessárias aos campos de batalha actuais.
Tentar aplicar métodos de instrução utilizados em jovens que estavam habituados a trabalhar no duro de Sol a Sol em rapazes cujo único trabalho até aquele momento foi serem filhos e o objecto mais pesado que levantaram foi uma lata de refrigerante para a levar à boca só pode conduzir a altas taxas de lesões, muitas delas para a vida e, quando os instrutores não passam de uns grunhos, podem conduzir a desfechos fatais como este.
Eu gostaria muito de saber o que é que os instructores tinham naquele bloco de granito que usam entre a orelhas, para colocar alguém em evidente colapso físico, a respirar pó e comer terra.