Certo, porque haviam poucos Portugueses e porque foram inúmeros os países que enviaram para lá meios para evacuar os seus cidadãos.
A Guiné não tem assim tantos portugueses, e os relatos que houve foram próximos da capital e nenhum esteve efectivamente em risco.
Posso ser apenas eu, mas o facto de ser um país da CPLP não quer dizer nada?! O facto de ser o país onde mais ninguém ia mandar meios para evacuar os cidadãos estrangeiros não quer dizer nada?!
CPLP a mim não me diz nada, se fosse uma coisa a sério então os seus membros teriam preocupado-se em enviar meios. Mas neste momento a CPLP já nem é o que inicialmente queriam que fosse, portanto nem vale a pena ir por aí.
Timor foi de facto Portugal durante quantos séculos? Não fomos nós que fizemos manifestações de 1 milhão de pessoas vestidas de branco para a independência desse país? Não fomos nós que durante anos e anos a fio lutamos na ONU, na CEE/CE por Timor, não fomos nós que enviamos auxilio material, humanos para lá quando foi preciso? A Crimeia alguma vez foi Portugal? Há Portugueses? O que é que uma coisa tem haver com a outra?!
Foi, não é. Portugal bateu-se pela sua independência por causa dos abusos que lá existiam e porque a mesma foi alvo de uma invasão consentida (mais uma vez por um país da NATO). Fomos o único país que se bateu por eles, mas que em troca nada recebeu. Quem é que faz lá grandes negócios mesmo? Austrália e China!
Quando há cagada quem é que vai para lá? Portugal proteger o negócio alheio, embora a cumprir mandatos da ONU.
Pois só podemos entrar no campo das suposições, se tivessemos uma grande comunidade na Crimeia, iamos ter que falar com o governo da Ucrânia e com o governo da Russia (e para os russos falarem com os rebeldes), para saber se era possivel retirar os portugueses de lá, pronto, sempre se fez assim, quer seja a Russia ou a Guiné-Bissau, sempre se falou com os governos, agora é claro que o poder militar da Russia e da Guiné é diferente
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Caso da Guiné, não questionou rigorosamente ninguém desse governo, enviou e ponto final, não invadiu águas territoriais, mas fez meteu à porta do país uma força reforçada a fazer "peito" depois começou com a pressão politica.
Quando se trata de evacuações obviamente são pedidas autorizações, mas lá estão não são enviados meios reforçados como foi no caso da Guiné assim imediatamente. Se tens um país que mete meios militares reforçados mesmo em águas internacionais próximo da fronteira de outro, é de ficar de alerta. O Governo guineense alertou logo que qualquer violação das suas águas territoriais seria visto como acto de guerra, além de que seria uma violação do direito internacional.
Obviamente que Portugal não teria tomates (para não abusar da palavra) para enviar para a Ucrânia, mesmo que com autorização, os mesmos meios sem fazer muitas perguntas antes. Lá está a tal incoerência, tomates para uns falta deles para outros.
Em Timor não fomos resgatar ninguém, foi enviada uma força de manutenção de paz com aprovação da ONU. não foi de resgate.
O que eu digo é que se fosse o caso, a logística aparecia, na Venezuela "não haveriam condições", mas em Timor há sempre condições logísticas, apesar de no primeiro caso a comunidade portuguesa ser enorme e no segundo caso ser ridiculamente pequena.
Não sei até que ponto é que a ONU tem alguma coisa a ver com isso, isso é um assunto entre os 2 governos, o do pais onde está a acontecer a crise e o governo que quer retirar os seus cidadãos, a ONU poderia ser envolvida mais tarde se o assunto não se resolvesse a dois.
A ONU foi das primeiras a manifestar a sua preocupação pelo conflito e sendo um órgão internacional pode mediar os mesmos bem como autorizar o envio de forças.
Aqui estão sempre a levar o assunto supondo que se está a fazer estas operações de um modo agressivo e sem o consentimento do pais onde acontecem, Portugal nunca actuou dessa forma, o que não quer dizer que não se treine...
O que eu sublinho é o excesso de tomates para uns casos e excesso de zelo para outros. Se for na Guiné enviam-se meios reforçados, se for na Venezuela (ou qualquer outro país que não seja ex-colónia mas com uma comunidade portuguesa muito mais expressiva) calminha, é preciso fazer muitas perguntas e ir com cuidado.