Eu sou consistente.
Tornei-me conhecido e odiado no FD por dizer que o futuro caça tinha que ser escolhido num concurso.
Disse que quem tem 5.5Bi abre um processo de negociação e procura contrapartidas.
O que é que vocês pensaram dessa ideia?
Não.
A tua postura nunca foi de "acho que devia haver concurso na escolha do caça", algo que toda a gente concordava se houvessem vantagens nesse processo e sem atrasos.
Falas em contrapartidas como se fosses o primeiro a falar nelas. Ainda nem conta no FD tinhas, e já se discutiam formas de obter contrapartidas num eventual negócio de F-35.
Contrapartidas essas que não era ideias estúpidas do tipo "Portugal ganhava como contrapartida Gripens feitos no Brasil", como várias vezes mencionaste.
Sabendo que a compra de um caça novo vai ser alvo se escrutínio público, seria sempre necessário algum benefício para facilitar o negócio. E nesse sentido a solução adequada, com ou sem concurso, era a FAP ter o avião que pretendia e arranjar forma de envolver a indústria nacional, seja com envolvimento directo na produção da aeronave/peças associadas, seja na produção sob licença de algum produto da empresa (LM).
Exemplos não faltam, desde a produção kits Paveway II, de mísseis JASSM/LRASM, programas associados aos Black Hawk, drones, JAGM, GMLRS, Loyal Wingman, etc.
O que não pode acontecer, é as contrapartidas fazerem com que se escolha um produto inferior, que vai colocar em risco a vida dos militares portugueses.
Isto não seria aceitável na Saúde, não seria aceitável na Protecção Civil, também não pode ser na Defesa. Principalmente quando as diferenças qualitativas são tão grandes.
Entre as FREMM EVO e FDI, já te explicaram que as EVO são "mais navio". Que independentemente da escolha ainda não estar 100% assegurada, tudo indica que foram estas as escolhidas.
Se as características técnicas dão clara vantagem às EVO, não há nenhuma contrapartida que a Naval Group possa oferecer que muda isso. Contrapartidas é critério de desempate, não critério principal.